Não há frio que resista a paixão escrita por Carla Elleibarg


Capítulo 5
Uma humana diferente ... foi o que ele me disse




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Assim que sesshoumaru-sama me pós no chão, reparei que em seu braço a ferida abrirá novamente. Então me espantei, pois parecia muito pior e parece que o Jaken também só perceberá agora, ele disse:

–Sssesshoumaru-sssama , sssua feria abriu novamente – com grande espanto

Porém ele foi indiferente e disse:

– Vamos andando para encontrar uma caverna próxima, aonde poderemos passar a noite.

– Então finalmente posso ficar com vocês? – eu disse esperançosa

– Não humana você ficará em outras aldeiasss mais próximas que já obssservamos e parecem ssser boas de morar. – Explicou Jaken

– E porque não posso ficar com vocês? Vocês foram as únicas pessoas que me restaram, eu não conheço mais ninguém, todos que eu amei foram mortos por aqueles bandidos a troco de nada que valesse a vida deles, vocês não podem me abandonar assim. – Disse indignada e um pouco choramingando.

– Eu e sssessshoumaru-sama travamos inúmerass batalhassss, você andando com a gente só esssstaria asssssinando a sssua morte, além de atrapalhar o maravilhossso desssempenho do Sssessshoumaru-sssama em uma luta.

– Se ele fosse tão maravilhoso assim saberia me proteger – disse entre os dentes, mas Jaken havia ouvido.

– Humana ingrata, Sssesshoumaru-sssama já fez muito maisss do que deveria para você – Respondeu Jaken

– Fico grata por ele ter me salvado, é claro que poderia ter me salvado sozinha, por isso digo que posso ir com vocês – Respondi blefando.

– Vi ssseus olhosss de desssesspero quando o bandido ergueu você, ssse realmente sssoube ssse defender, o bandido nunca teria te tocado – Observou Jaken

– Não entendo porque o Sesshoumaru-sama pode defender um sapo e não pode me defender – Disse completamente irritada pelo comentário de Jaken.

– OOOOOOH Sssessshoumaru-sssama olha como essssa humana me trata, pois bem humana posssso lhe mossstrar que sei me defender muito bem. – Disse Jaken provocador

– Oras como se um sapo como você pudesse fazer algo ao glorioso Sesshoumaru-sama – Disse mais provocadora que ele

– Sssapo?Sssaiba bem humana que sou um lagarto, de uma grande linhagem...

– Para mim parece um sapo – o interrompi.

Chegamos em frente à caverna que o Sesshoumaru-sama nos conduzia, pensei que ele não havia prestado atenção na conversa mas havia um assustador belíssimo riso debochado em seu rosto, ele interrompeu a nossa conversa dizendo:

– Vamos ficar aqui por está noite, amanhã partiremos rumo à nova aldeia da Rin.

Assim que sesshoumaru se virou, fiquei curiosa para saber onde ele estava indo:

– Aonde você vai Sesshoumaru-sama?

– Vou pegar alguns materiais para passarmos a noite na caverna – me respondeu.

– Mas e o seu ferimento? Está pior que antes me deixe, por favor, cuidar dele, para que o senhor possa arranjar as coisas melhor – disse seriamente preocupada.

Ele continuou andando, como se não tivesse ouvido nada, então fui caminhando atrás dele, porém ele virou seriamente irritado e seus olhos estavam muito vermelhos com uma aparência horrível e então ele deu um leve rosnado, o que me fez tremer de susto e cair para trás. Escutei boas gargalhadas de Jaken, o que me deixou bem irritada, pois aquele sapinho era bem abusado e assim me dando forças para levar e continuar o seguindo mesmo morrendo de medo.

Fiz questão de passar no local aonde havia o visto pela primeira vez, assim pude recolher os restos dos itens que estavam na caixa de curativo, o que dava suficiente para cuidar do machucado dele. Assim prosseguimos para pegar os materiais para passarmos a noite na caverna. Enquanto ele recolhia as madeiras para uma pequena fogueira, me ocorreu que talvez se eu insistisse para ficar com eles, sem o Jaken aqui então ele aceitaria.

– Sesshoumaru-sama porque não me deixam ficar junto com vocês? – disse quebrando o longo silêncio durante a caminhada

– Porque o lugar dos humanos não é conosco e sim na aldeia repugnante de vocês – ele respondeu

– Eu sei que apesar de falar dos humanos assim, você tem um pequeno afeto por nós, se não viria me socorrer – Disse com muita certeza

– Você é uma humana diferente Rin e também lhe devia um favor – Disse enquanto empilhava as madeiras num monte

– Diferente? Porque diferente? – Disse um pouco espantada

– Vamos – ele havia terminado de empilhar as madeiras e começou a caminhar de volta a caverna.

– Sesshoumaru-sama eu não queria ficar longe de você outra vez – disse um pouco cabisbaixa

Depois disso não falamos mais nada, só caminhamos até a caverna, aonde ele me deixou com o Jaken e sem trocar uma palavra um com outro começamos a montar a fogueira e arrumar as camas com um pouco de palha e folhas. Assim que terminamos Sesshoumaru-sama já estava de volta com o nosso jantar, mas depois desse esforço seu machucado estava um pouco pior então decidi cuidar desse ferimento antes que piorasse como antes.

– Sesshoumaru-sama, por favor, deixe que eu cuide do seu ferimento novamente, ele está ficando pior de novo – disse preocupada.

Ele simplesmente se sentou perto da parede das rochas da caverna, fui até ele, enquanto Jaken não se mexia assustado com o meu “atrevimento”. Sentei bem perto dele e abri a caixa de curativos, assim comecei a limpar seu curativo, mas dessa vez não havia a mesma expressão indiferente no seu rosto e sim de dor.

– Você essstá machucando o Sssesshoumaru-sssama com esssse ssseu remédios essstranhos – berrou Jaken preocupado

Ignorando seu comentário, tentei continuar cuidando, mas ele já não deixava mais, segurei o seu braço com bastante força e comecei a passar novamente o remédio e foi assim que ele deu um longo rosnado e seus olhos ficaram vermelhos, como daquela vez em que ele me assustou, Jaken se afastava ainda mais de perto de nós e Sesshoumaru-sama não parecia ser mais o mesmo de sempre. Foi então que eu o abracei e ele parou de rosnar, talvez não entendesse o meu gesto, fui passando o remédio bem devagar, enquanto estava abraçada com ele, não se mexeu até eu terminar, assim que terminei houve um longo silêncio, Sesshoumaru – sama não se mexeu. Cheguei-o um pouco mais para perto de mim e parecia que havia realmente adomercido, Jaken ficou chocado, comemos nosso jantar, provavelmente ele havia jantado no caminho como Jaken me disse. Depois disso não tive coragem de sair de perto dele então acabei adormecendo junto a ele, mas não dormi antes de ver o Jaken morrendo de medo, mas com olhos brilhantes tentando dormir na estola peluda que o Sesshoumaru-sama sempre carregava.

Assim que senti os primeiros raios de sol batendo em meus olhos acordei, não havia se lembrado do dia anterior horrível de tão cansada que estava, assim que tomei conta que tudo era verdade e não apenas um terrível pesadelo. Levantei-me e comecei a me debulhar em lágrimas, mas na caverna só estava o Jaken, que pareceu compreender o que eu sentia.

– Meusss pesssamos, Sssesshoumaru-sama ainda não encontrou algum familiar ssseu, ele já sssaiu faz um bom tempo, masss não ssse preocupe iremos encontra-lós – disse Jaken tentando me acalmar.

– O problema não é encontra-lós Jaken e sim saber se minha família, meus amigos, as pessoas que eu sempre amei estão realmente bem – disse desacreditada.

– Àsss vezesss osss humanosss podem ssser maisss terríveisss que yokais, atacar uma vila inteira, sssem aviso. É quassse trissste de pensssar – lamentou-se Jaken

– Eu não consigo acreditar que não poderei mais vê-los, era melhor eu ter morrido ali mesmo do que sentir a dor de perder todos juntos – respondi.

– Nósss yokais não temosss muito afeto, não posssso entender muito que você diz, masss acho que Sssesshoumaru-sama sssentira uma enorme falta sssua – sussurou Jaken

– Tenho certeza que não, se não jamais me deixaria sozinha, ainda mais em uma hora tão deprimente como essa – disse magoada.

– Você não entende ssseu lugar não é conosssco, sssomos diferentesss – Jaken tentou me explicar.

– Meu lugar é com a minha família!!! E se ela não está mais aqui o que eu irei fazer? – disse gritando

– Ssse acalme, por favor, não essstamos te deixando para o ssseu mal, sssempre essstivermos por perto – Jaken disse como quem falou mais que devia.

– Por perto? O que você quer dizer com isso? – disse um pouco assustada

– Sssessshoumaru-ssama sssempre queria sssaber como você essstava, íamos à aldeia ver você algumasss vezesss. Também havíamosss ouvido rumoresss sssobre ataquesss a aldeiasss, masss bem dissstante daqui e Sssesssshoumaru-sssama quisss vim para certificar que a sssua não ssseria atacada. Assssim que íamos embora, Sssessshoumaru-sssama viu a fumaça de longe – Sussurou Jaken.

– Ele apenas me devia um favor, foi o que ele me disse – respondi.

– Havia um casssal de um yokai com uma menina humana, por algum motivo Sssesssshoumaru-sama gostava de ver o que elesss faziam juntosss, ele essstava agindo bem essstranho, então recomendei a ele que parasssse de ficar tentando encontrar você ou algo que a lembra-se, ficamosss um tempo sssem fazer essssass coisasss até que sssoubemosss sssobre osss ataquesss – disse Jaken preocupado.

– Não sei o que te dizer – dei um leve sorriso ao responder.

Assim em que reparei a preocupação e desaprovação no rosto de Jaken, vi também que Sesshoumaru-sama já estava de volta, ele pediu para que acompanhássemo-lo. Até que chegamos a um ponto perto da aldeia e aconteceu mais uma cena que nunca deveria ter presenciado, alguns cadáveres da minha família, meu amado pai, minha generosa mãe e meu brincalhão irmão, todos mortos. Sesshoumaru-sama havia juntado pertences que sobraram um pequeno boneco de meu irmão, duas lindas perolas que minha mãe usava como brincos que papai havia dado em uma data muito especial para os dois e a belíssima espada de papai. Houve um longo silêncio, eles entenderam que queria ficar sozinha, passei boa parte da tarde com meus pais e o resto procurando meus amigos, para saber que fins tomaram.

Enquanto caminhava reconhecia os locais, a Ayame-san não parecia, mas a curandeira que ajudava a todos, meus amigos em que eu sempre me encontrava para conversar, que passávamos belas tarde juntas se divertindo, era como um filme na minha cabeça era como se tudo aquilo não tivesse acontecido e infelizmente hoje quando iríamos nos encontrar novamente só restava eu no mesmo local de sempre. Os lugares que eu mais amava as casas onde passava a tarde me divertindo, o lugar aonde criavam os animais, os campos aonde tiravam nossa comida e finalmente a minha casa, o meu quarto, a minha vida, nada mais parecia igual, como se tudo aquilo não existisse.

Sesshoumaru-sama e Jaken me ajudaram a dar um enterro digno a todos, enquanto recolhia alguns pertences que sobraram das pessoas que eu tanto amava, reconhecia um por um enquanto enterrávamos, colhemos flores e colocamos em seus túmulos, eu não poderia jurar a vingança deles, eu era apenas só uma e mal soube me defender contra um bandido e acabei ocasionando a morte de um pobre menino inocente, nada podia piorar.

– Eu jurarei vingança por eles – disse Sesshoumaru-sama.

– E eu como sssempre essstarei apoiando o Sssessshoumaru-sssama – afirmou Jaken.

– Mas vocês não o conheciam isso não é problema para vocês – disse indignada.

– Masss é uma quessstão de honra Rin, ajudaremosss você nisssso – Disse Jaken.

– Você me chamou pelo meu nome – me abaixei e o abracei – Jaken - san – disse enquanto o abraçava.

– Está tudo bem Rin – ele se afastou – podemos sair daqui, esse lugar não lhe faz mais bem – concluiu Jaken.

Caminhamos até a caverna novamente, jantamos sem trocar palavras e fomos todos dormir ou tentar dormir, após um tempo chorando eu adormeci.


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