Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 1
Faço bullyng com um carro.


Notas iniciais do capítulo

Minha segunda fanfic *suspiros*, eu fiquei bem feliz com o resultado, e espero que vocês também gostem. Os primeiros capítulos estão meio apagadinhos, mas dias melhores virão. Tenho que tomar cuidado com ~spoiler~ nas nota iniciais. Boa leitura!



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Enquanto escovava calmamente meu cabelo loiro, ouvia minha mãe gritar na sala. Provavelmente era só outra briga com meu pai. Peguei meu celular, os meus fones de ouvido, e coloquei oath da Cher Lloyd para tocar. Andei até meu armário e escolhi um vestido rosa de alcinha, soltinho, mas marcado na cintura, para vestir. Passei um pouco de maquiagem e sorri, me olhando no espelho. Minha mão então começou a vibrar, ou melhor, meu celular começou a vibrar na minha mão. Era a Melissa.

– Oi Mel.

– Alice, sua diva. Vamos ao shopping ou não vamos?

– Você pode passar para me pegar? Meus pais estão brigando novamente, e eu estou com medo de pedir para o papai me deixar aí e levar uma mordida.

– Qual o motivo dessa vez?

– Da briga? Pouco me importo. Os dois parecem criancinhas. Criancinhas retardadas.

– Você é tão cruel às vezes!

– E é por isso que todo mundo me ama. Agora vem logo, já estou pronta.

Desliguei na cara da imbecil, que às vezes também chamo de “amiga”. Mas é só quando estou de bom humor, e isso é: quase nunca. Não tenho paciência para gente lerda. Voltei a ouvir musica, dessa vez Want u back. Fui caminhando e cantando até a porta de casa, quando tive que parar e explicar para meus pais “to saindo, a Melissa vem me pegar, até a noite”. A mamãe não disse nada, estava escrevendo algo em um caderno, ela é jornalista. Seus olhos brilhavam como quem tinha acabado de chorar. E o papai falava no telefone com a voz um tanto exaltada. Eles não ligam muito para o que eu faço. Com 16 anos, minha mãe engravidou de mim. Ou seja, nasci sem querer, fui jogada para a vovó e meus pais prosseguiram sua vidinha, até minha avó morrer e eles terem que cuidar de mim.

Sinceramente eu preferia ficar em um orfanato. Mas como posso ter tudo o que quero (obrigada vovô e vovó por terem nascido ricos e deixado uma herança gigante para os meus pais preguiçosos e burros) nem é tão ruim. Sai de casa e fiquei esperando a Mel na porta. Como não tenho nada melhor para fazer quase todo final de semana, eu saio com a Melissa mesmo. O Pedro passou por mim, do outro lado da rua, e acenou. Sorri para ele e acenei de volta. Tapado.

Morar em um condomínio de casa tem muitas desvantagens: Gente idiota que pensa que pode ser seu amigo, barulho de crianças felizes e brincando, vizinhos metidos e fofoqueiros. Apesar de que em toda rua deve ser assim. Pois bem, eu preferia morar num lugar bem afastado, sem ninguém por perto. Pessoas são muito irritantes.

– Alice, sonhando com o país das maravilhas?

– Ah, oi Pedro. Não te vi atravessar. Estava pensando.

– Sempre pensativa. E nunca revela o que passa por essa cabecinha.

– Não acho que seja da sua conta. Quer dizer, me desculpe. Era besteira.

Uma dica: Se você quer alguma coisa, se faça de meiguinha. Isso deixa todo mundo derretido. Por isso que, na frente de pessoas com quem tenho menos convívio, sou boazinha e amável. Com os meus pais e a Melissa não me importo de fazer isso, primeiro por que acho que não ia aguentar ser fofinha por muito tempo, e segundo porque não importa o quão má eu seja, eles sempre vão me dar o que quero. O Pedro é um abestalhado, mas não acho que a esse nível.

– Você está esperando alguém? Seu namorado?

– A Melissa. Você sabe que não namoro.

– Sei, porém linda do jeito que é podia arranjar alguém rapidinho.

Quando eu estava prestes a vomitar, um ‘uno’ parou em frente a minha casa. Um uno modelo novo, mas ainda um uno. O motorista da Melissa desceu do carro e abriu a porta da frente para mim. O belo carro só tinha duas portas. Bufei. Empurrei o banco e quase cai em cima da Mel. Entrei e olhei para a Melissa com um olhar que esperava que expressasse bem os meus pensamentos “que droga de carro é esse? Cadê aquela BMW preta dos seus pais? Porque demorou tanto?”. O motorista ligou o carro e foi embora. Graça aos duendes, agora eu estava livre do Pedro! Suspirei, e foi aí que percebi que a Melissa falava desde que entrei naquele maldito uno azul.

– Ele é tão lindo!

– Quem?

– O Pedro, ué.

Tive uma crise de riso. O Pedro? Lindo? Só o som das duas palavras em uma mesma frase já é sem sentido. A menos que a frase seja “o Pedro com certeza NÃO é lindo”. Ele é tão bronzeado quanto uma tapioca, seu cabelo é preto e bagunçado (acho que nunca viu um pente), seus olhos tão escuros quanto o cabelo e ele ainda tem um sorriso super-retardado. Parece que passou em uma esteira, daquelas que esticam, pois é magrelo e gigante. Age sempre como se tivesse cinco anos, quanto na verdade tem dezesseis. Fala uma média de 20 besteiras por minuto. E eu ia contar a real para a Melissa, que parece que ficou cega de uma hora para outra, mas ela não parava de falar. Onde fica o botão desligar, por favor?

– CALA A BOCA! Cara, para. Fica quieta por um minuto, pelo amor de Deus!

– Foi mal, Alice. Mas você podia ter sido mais gentil. Que tal “silêncio, por favor.”?

– Eu não estou em uma sala de aula. Agora, stop. Primeiro: qual é a do carro?

– Ganhei do meu pai. Mês passado, você não tinha visto ainda?

– Porque diachos não pediu algo melhor? Um carro com quatro portas pelo menos.

– Para de ser reclamona. Eu estava falando do seu vizinho. Ele não tem namorada, tem?

– Bom, provavelmente não, porque o imbecil vive dando em cima de mim. Mas, sério, acho que você merece alguém melhor. Mesmo sendo... Estranha e chatinha. E o Pedro não é meu vizinho, ele só mora no mesmo condomínio que eu. Infelizmente.

– O que?! Eu daria tudo para ter alguém pelo menos bonitinho no meu prédio, e você tem um deus grego quase ao seu lado! Um deus grego que você esnoba, ainda por cima. All, você é maluca.

– Deus grego? Tomou seu remedinho hoje? E não me chama de All, eu detesto.

– Ta, que seja. Não to mais nem aí para você!

– Graças aos duendes! Finalmente chegamos! Ai obrigada, obrigada! Amo vocês, seus divosos.

Pulei do carro e saí correndo. Entrei no shopping e respirei forte. Ahh, cheiro de perfume. Roupas novas. Garotos bonitos. Sapatos novos. Sério, eu amo shoppings. Compras, compras e depois sushi. A vida tem como ser melhor que isso? Fui dançando até minha loja favorita, que tem as roupas mais perfeitas do universo. Estava olhando uns vestidos floridos muito lindos, quando senti alguém puxar meu cabelo. Gritei, meio que por instinto.

– Melissa, sua cobra!

Ouvi uma risada. Mas não era a risada da Melissa, ela ri igual a uma hiena. Era uma risada masculina, bonitinha até. Virei-me e vi um anjo. Loiro. Cabelos lisinhos. Olhos verdes. Sorriso perfeitamente alinhado, dentes brancos e certinhos. Fiquei tonta de uma hora para outra. O anjo então falou comigo. Belisquei-me rapidamente, só para ter certeza de que não era um sonho.

– Me desculpe. Não queria te assustar.

– Você malha?


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Notas finais do capítulo

Acho que a formatação do texto ficou uma droga, mas tudo bem, né? Duendes malvados, fazendo a Alice pagar mico. Oi, oi galera! Espero mesmo que tenham gostado! Eu fiz uma conta no polyvore, gente esse site é vida, e criei mais ou menos como imagino o look da Alice nesse capítulo. Sabe, o vestido rosinha. Eu usei uma foto da Tay Swift como exemplo, mas acho que a Alice ta mais para a Taylor Momsen (quando ela era fofinha, quer dizer, mais nova. Na época de gossip girl por aí). Se bem que eu acho que a Alice é better than everyone else. Procurei, procurei, e nada de achar a gêmea da Lilice. Imaginem uma garota loira, de olhos azuis e bem gata, apenaxxxx. Confiram minha criação: http://www.polyvore.com/cute/set?id=119360761