Milo é um jovem rapaz de 17 anos que estuda no terceiro ano do ensino médio, ele possui longos cabelos azuis, e olhos da mesma cor. E como qualquer outro dia da semana, o jovem rapaz enfardado, caminha normalmente na direção de sua escola, entrando no corredor e entrando na sala do 3° ano A, se sentando na terceira cadeira da segunda fila, botando a sua bolsa atrás do mesmo.

- Olá, alunos! – O professor saudou, entrando na sala, e se sentando na cadeira do seu birô. – Vocês sabem que dia é hoje?

- O dia da sogra. – Um aluno do fundão respondeu.

- Isso mesmo, hoje é o dia da sogra!

- Corrigindo, hoje é o dia da cobra. – Um aluno ao lado de Milo debochou, rindo com os seus colegas.

- Professor, por que hoje se comemora o dia da sogra? – Milo indagou.

- Boa pergunta Milo. Bem, a história começa em 1957 quando um industrial inglês um tanto excêntrico tinha um pequeno zoológico em sua casa, e adepto às caçadas e safáris na África, resolveu que gostaria de ter uma sucuri em sua coleção, após conseguir seu exemplar que ele o chamou se “sogra” acredita-se que ele não entendia a pronúncia correta e assim ficou (ou algum funcionário resolver trollar com o chefe e contou errado), o então presidente Jânio Quadros organizou num domingo um grande café da manhã e estendeu o convite aos demais familiares e benfeitores do seu governo, quando disse ao industrial “pode levar sua esposa e sua sogra…” o homem levou sim a sua esposa e a sucuri, que foi responsável pelo desastre do café do presidente, inclusive devorando sua cadela perdigueira de estimação, este que acabou sendo conhecido como o Dia da Sogra, não se sabe o que aconteceu com o industrial após esse episódio, mas sabemos que o Dia da Sogra começou em 1958 após este Domingo desastroso. (Talvez seja daí que vem os costumes das sogras de fazerem visitas aos domingos)

- Pena que o Milo e nem sua namorada podem comemorar o dia da sogra. – O jovem sentado perto de Milo comentou.

Ao ouvir aquilo, Milo abaixou a cabeça entristecido, pois nem ele e nem sua namorada conheciam seus pais. Quando a aula acabou, o jovem rapaz saiu de sua escola, se dirigindo até a casa de sua namorada, tocando a campainha á espera de sua parceira.

- Olá Milo, que bom que você chegou. – A garota abriu a porta, saudando o seu namorado. A jovem possui belos cabelos verdes, seus lábios coberto por Baton vermelho, expondo o seu belo corpo de cintura fina para o seu namorado.

Milo entra na casa, sentando em uma das cadeiras ao redor de uma bela mesa repleta de comida, e enfeitada pela moça.

- Shina, sem querer me aprofundar muito, mas o que aconteceu com seus pais? – Milo perguntou, curiosamente.

- Por que está fazendo essa pergunta, Milo?

- É que... , bem, hoje é o dia da Sogra, é estranho ser diferente de outros casais de namorados por ai. Pois nem eu e nem você temos pais.

- Eu te entendo. – Shina sentou-se no colo do seu namorado, movendo sua boca contra a boca de Milo.

De repente, no momento em que os dois estão prestes a se beijar, o teto da casa desmorona, junto com uma velha bruxa de manto preto, que cai em cima do casal.

- Aaarg. – A bruxa rapidamente se levanta, ficando na frente dos dois. – Obrigada por amortecer a minha queda.

- Quem é você? – Milo se levanta junto de sua namorada, indagando.

- Eu sou Hecáte, a bruxa da lua. E por acidente a minha vassoura quebrou, pois eu resolvi dar uma saidinha da lua, estava muito tédio, mas diversos corvos me atrapalharam e quando fui ver eu colidi contra um prédio e acabei caindo aqui. Mas por terem amortecido a minha queda, eu tentarei dar algo em troca, e então?

- Eu pediria um momento de dia das sogras, mas creio que isso não seja possível. – Milo comentou, subestimando a bruxa.

- Tudo bem, que assim seja. – A bruxa estrala os dedos, emitindo um grande brilho em todo o local, que em questão de segundos, a mesma desaparece, deixando a casa toda decorada.

- Cadê ela? – Shina indagou, observando a casa ao seu redor. – Parece que ela deu uma decorada no local.

- Espere Shina... – Milo olha fixamente para a porta a sua esquerda, caminhando até a mesma. Que ao abrir a porta, duas mulheres se encontra no local, preparando uma refeição.

- Olá, filho. – Uma das mulheres olha para Milo, lhe chamando. A mesma possui cabelos castanhos, usando um belo vestido vermelho, lhe deixando mais elegante.

- Filho? – Indignada, Shina adentra a cozinha, olhando fixamente para as mulheres desconhecidas.

- Olá, filha. – A outra mulher sorriu, chamando a atenção da garota.

- Vamos, se sentem. Afinal, hoje é Dia da Sogra. – A mãe de Milo foi até o casal, puxando ele até as cadeiras ao redor da mesa. – Filho, você achou uma bela nora para mim, nada mal.

- Ela é minha sogra? – Shina corou.

- Isso é impossível, você sabe disso, Shina.

- Tudo bem. – Shina segurou na mão de Milo. – Mesmo sendo ilusão, pelo menos estamos tendo um Dia da Sogra com as nossas sogras, não é?

- É, tem razão.

- Que tal assistirmos um filme? – Shina se levantou da cadeira, pegando um disco e botando no aparelho DVD.

Botando o DVD pra iniciar, todos se sentavam no sofá juntamente com as sogras, comendo pipoca e bebendo refrigerante. Após terminarem de assistir o filme, eles conversavam e brincavam de baralho. O dia já estava prestes a dar meia noite, o casal e as sogras se divertiram muito e estavam exaustos.

- Acho que quando o dia acabar, voltamos as nossas vidas normais. – Milo comentou, olhando para o relógio na parede.

- Mas valeu a pena. – Shina comentou, beijando Milo, amorosamente.

- Foi muito bom conhecer vocês. – Milo abraça a sua falsa mãe. – Obrigado.

- Estou orgulhosa de você, cuide bem da minha nora.

- Pode deixar.

O casal se senta no sofá junto com suas falsas sogras, e quando dava meia noite, eles abriam os olhos, e em questão de segundos a ilusão acaba. Eles estavam exatamente no mesmo lugar em que estavam antes da ilusão.

- Sabe Shina, mesmo não conhecendo a minha sogra, eu agradeço a ela por ter botado uma pessoa tão maravilhosa nesse mundo.

- Digo o mesmo.

Com a chegada de um novo dia, Milo novamente se direciona no caminho da escola. No caminho dois de seus colegas para na sua frente, um deles se chama Shura, um jovem rebelde da mesma idade de Milo.

- E então Milo, como foi o seu Dia da Sogra? – Shura debochou.

- Ótimo.

- Se você tivesse sogra, não diria isso.

- Eu acho que nem todas as sogras são assim, também depende do jeito que você a trata, e dependendo dela, você deveria agradecer a ela por cuidar de sua namorada, fica a dica. – Milo revidou, continuando o seu trajeto. Ao adentrar na sala, o rapaz se deparava com Shina, que teria mudado de escola só pra ficar perto de seu namorado.

- O que você tá fazendo aqui?

- Eu mudei de escola.

De repente, o professor chega na sala acompanhado de uma mulher de cabelos verdes, sendo reconhecida por Milo e Shina.

- O que?! Mas aquela não é a minha sogra? – Milo exclamou, indagando. – O que está acontecendo?

- Milo, eu acho que ainda estamos na ilusão... – Shina retrucou. – Talvez nois tenha achado que saímos da ilusão, quando na verdade fizemos foi dormir juntos.

- Genro, você se esqueceu do trabalho de Geografia em casa! – A sogra foi até o rapaz, entregando as folhas, e indo embora logo após.

- Professor, eu e a Shina podemos sair pra beber água? – Milo perguntou, levantando a mão como reverencia.

- Pode.

- Vamos Shina. – Milo se levantou da cadeira, puxando Shina pelo braço até a saída da sala.

- O que fazemos agora, Milo?

- Com certeza é uma ilusão bem poderosa, pois vem de uma bruxa.

- O que você vai fazer?

- Dependendo do nível da ilusão eu não tenho escolha, tenho que tentar essa solução.

- De onde você tirou essa solução?

- Animes.

Milo corria até a cantina, pegando uma pequena faca, segurando o objeto firme em sua mão direita.

- O que você vai fazer? – Shina indagou, espantada.

- Veja e faça o mesmo que eu. – Milo pega outra faca, entregando para a sua namorada.

- Parem! – De repente, a sogra de Shina chega na cantina, interrompendo. – O que estão fazendo? Esse não era o desejo de vocês?

- Não desse jeito, foi bom passar o Dia da Sogra com você, mesmo sendo uma ilusão, mas não viver em uma ilusão, temos nossas vidas. – Shina argumentou, erguendo a faca.

Sem hesitar, Milo movia a faca contra a sua perna, e em questão de segundos ele abria os olhos, se liberando da ilusão. Shina fazia o mesmo, se liberando logo após. Os dois acordavam na casa de Shina, suados e livres da ilusão. O local estava do mesmo jeito que eles deixaram, incluindo o buraco no teto.

- Parece que deu certo. – Milo comentou, saindo da casa e fixando o seu olhar no céu.

- Sim. – Shina o seguiu.

- Vamos nos conformar com isso, tendo sogra ou não, isso não vai interromper no nosso namoro.

Os dois olham um para o outro, dando um longo beijo de língua, significando o amor que um tem pelo outro.