Apaixonados por maçãs escrita por Caramelkitty


Capítulo 10
Sedução... ou não!


Notas iniciais do capítulo

Postei dois caps quase de seguida, para vos compensar de ter esquecido essa fic. ;-;
Desculpem mesmo, perdoem-me. É mt fic, mt site de fanfic, depois eu penso que postei num lugar e afinal foi no outro, eu sabia que uma hora isto havia de acontecer.



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Raito estava intrigado. Ele nunca prestara muita atenção em Kaori, para ele, ela era apenas uma das suas muitas fãs na escola e uma das mais insignificantes, deveria ele acrescentar. Mas, de há uns tempos para cá, a sua intuição tinha lhe dito para ele prestar mais atenção na rapariga. Era como se ela se tivesse tornado, subitamente, alguém importante em toda aquela trama do Death note e Raito, simplesmente, não conseguia perceber porquê.

Ryuuku, vendo que o rapaz tinha parado de escrever e mordiscava a ponta do lápis num estado de grande concentração, perguntou:

– Raito, no que estás a pensar?

– Na Kaori! – Respondeu simplesmente fazendo o Shinigami começar a suar frio.

– Eu pensei que não gostavas dela! – Replicou, tentando disfarçar o nervosismo.

– E não gosto! Mas há qualquer coisa nela... qualquer coisa me diz que ela está ligada a toda esta história do Death note.

Ryuuku não sabia como responder àquela afirmação, qualquer coisa que dissesse podia entregá-lo. Mas Raito estava tão mergulhado em pensamentos que não estranhou o silêncio do shinigami. Ele normalmente era um tagarela. Relembrou tudo o que sabia sobre a menina. Tudo o que de invulgar ela tinha. Não demorou muito, para Raito ela era ordinariamente comum... mas alguns dos seus comportamentos eram o mais incomum possível como que para contrastar com a aparência.

No dia da apresentação, primeiro dia de aulas, o professor de Biologia tinha pedido para todos dizerem alguns dados sobre eles próprios, entre eles: nome e profissão dos pais. Na vez de Kaori, ela recusou-se a dizer o nome e a profissão do pai dela. Ele apercebera-se também que, ultimamente, Kaori estava a sofrer de Bullying por parte de duas garotas. A popular líder de torcida e a sua guarda-costas, o famoso trator, ou bucha de canhão, como lhe chamavam alguns. Isso não originara qualquer sentimento de pena em Raito, ele apenas reparara pelo facto de um dia elas terem se aproximado da carteira onde ela estava sentada (e consequentemente, Raito também, já que eram colegas de carteira) e a líder de torcida, a qual Raito não se dera ao trabalho de decorar o nome ameaçara Kaori com as palavras: postar o nome e a foto do pai de Kaori num dos sites de apoio a Kira.

Raito agora não tinha dúvidas. O pai da Kaori só podia trabalhar na investigação. Era isso mesmo! O pai de Kaori era detetive, e, estava Raito a apostar, só podia ser aquele que o andava a vigiar já há um bom par de dias. Seria um tremenda coincidência, algo quase absurdo, poderia qualquer um pensar. Mas Raito tinha as suas razões para pensar tal coisa. Observava disfarçadamente o homem pela janela do seu quarto e reparara bem nas suas feições. Cabelos loiro baço, olhos verdes, era de estabelecer algum parentesco.

Agora, só tinha de pôr a sua mente brilhante a funcionar e achar um plano em que descobrisse o nome do homem para poder assim, provocar a sua morte em nome de Kira. Passou a noite acordado a pensar e, por fim, achou um plano à prova de falhas. Ele tentaria seduzir Kaori e, com alguma persuasão, conseguiria a partir desta qualquer informação que necessitasse. Por outro lado, mesmo que ela fizesse a difícil, só o simples ato de se aproximar da garota, faria uma certa líder de torcida morrer de ciúme. Motivada por esse mesmo ciúme ela não hesitaria em fazer vazar a informação. O mais difícil seria apenas encontrar a informação correta na imensidão de sites que apoiavam Kira. Mas com algum esforço, conseguiria. Era um plano fantástico, uma faca de dois gumes. E ninguém poderia associá-lo ao crime.

No dia seguinte, ele foi para a escola e sentou-se ao lado de Kaori como era habitual. O que já não era tão habitual assim foi o cumprimento inicial.

– Bom dia, Kaori! Como estás?

Ela não deixou de ficar surpresa, mas o terror foi bem maior. Era a primeira aula de Biologia a que vinha desde que descobrira que Raito era Kira e logo nessa primeira aula, em vez de a ignorar, ele falava com ela? Isso logo fez a menina desconfiar que ele sabia de algo. Mas obrigou-se a respirar calmamente e responder, o mais educadamente possível.

– Bom dia, Raito! Eu vou bem, sim!

Raito não pôde deixar de notar que ela tentava cortar conversa. Mas pensou que isso se devia ao fora que ele dera nela há cerca de duas semanas atrás. Tudo bem, um coração magoado, Raito sabia lidar muito bem com isso. Não ia ser difícil fazer Kaori esquecer-se disso, Raito tinha plena noção da paixão que a menina sempre alimentara por ele.

– Desculpa por ter-te tratado tão mal naquele dia! É que eu estava confuso,entendes? Mas eu não devia ter descarregado em ti os meus problemas. Eu queria pedir-te desculpas desde aquele dia, mas eu não tive a coragem. A verdade é que eu gosto muito de ti, Kaori, és uma pessoa maravilhosa.

Se fosse antes, Kaori ter-se-ia derretido toda ao ouvir isso, mas ela sabia agora que aquele Raito, o rapaz por quem ela sempre tivera um fraquinho era na verdade um assassino. E bem dissimulado por sinal. Kaori conseguia enxergar para além daquela conversa quase que enternecedora. Raito estava a planear algo. Apesar de achar perigoso (talvez ela devesse fingir apenas que ia levada na onda) ela voltou a cortar.

– Eu já te desculpei por aquele dia!

– A sério? Então podemos sair após as aulas?

– Ah, lamento, Raito, mas agora quem precisa de um tempo sou eu!

– Certo. – Conteve-se o rapaz. Ele estava a avançar demasiado rápido. A sua ânsia por descobrir qual o nome do indivíduo que sempre o seguia estava a fazê-lo perder a cabeça. – Se precisares de ajuda em algum trabalho, não hesites em pedir-me.

– Fâ-lo-ei! – Mentiu antes de dedicar toda a sua atenção (pelo menos aparentemente) à matéria que o professor principiara a explicar.

Ryuuku entretanto começava a perceber o plano de Raito e não estava a gostar nem um pouco do facto do rapaz se estar, praticamente, a atirar para cima de Kaori. Não gostava nem um pouco, porque sabia que Kaori sempre gostara dele e vai que ela tinha uma recaída. Poderia ser perigoso para ela. Ah, e também havia o facto de que estava a morrer de ciúmes, mas isso era secundário comparado com o risco que a menina corria.

Kaori desenhou alguns rabiscos no caderno. Foi quando o professor começou a falar de uma visita de estudo a um parque de diversões. Ela pensou que fosse algo longínquo, então, ficou surpresa em saber que a visita seria naquele mesmo dia. O professor mandou os alunos guardarem os materiais, pegarem as mochilas e irem para o autocarro.

– Não sabias que íamos em visita de estudo hoje, pois não? – Sussurrou Raito próximo a ela. Demasiado próximo na opinião dela. – Não tens a autorização, pois não? Deixa comigo!

Ele piscou-lhe o olho e foi falar com o professor. Kaori nem fazia muita questão de ir a essa visita, mas teriam de fazer um estudo sobre o movimento da montanha russa ou roda gigante. A sua nota já estava bem murchinha, ainda mais devido aos dias de ausência. Pensar em ter boas notas de admissão na faculdade com tudo o que estava a acontecer em redor dela parecia ser algo completamente fútil, mas ainda assim, Kaori se importava com as notas.

Pouco depois, estava sentada junto de Raito na parte traseira do autocarro, incrédula com a facilidade com que Raito conseguia tudo dos professores. Apostava que, se quisesse, Raito conseguiria sacar as respostas do próximo teste. Não que ela fosse lhe pedir algo assim de qualquer maneira. Já ficara contrariada o bastante por ter de agradecer a Raito o favor.

Chegados ao parque de diversões, Kaori não pode deixar de se maravilhar um pouco. Raramente ia a lugares tão animados, coloridos e movimentados. Mas a presença omnisciente de Raito ao seu lado, não a deixava descontrair. Tinha a certeza que no dia seguinte lhe iriam doer os ombros de tão hirta que passara toda a viagem.

Raito sorriu satisfeito. O plano podia não estar a resultar com a facilidade com que esperava, mas estava a resultar minimamente. Notara os olhares de inveja de muitas alunas no autocarro, por estar sentado ao lado de Kaori. Mais, pelo facto de ter estado a tentar estabelecer uma conversa com ela. Só precisava de envenenar um pouquinho mais aqueles corações fracos. Comeriam a pobre Kaori viva, só para poderem ter a atenção dele. Era patético, mas tão útil!

Sem deixar tempo para argumentos, levou Kaori à roda gigante, sempre tentando estabelecer um ponto de conversa. Primeiro coisas mais informais, como a escola e as ambições futuras. Logo, logo, com alguma sorte, passariam para os passatempos e a família, sendo o último assunto de extrema importância para Kira. Kaori era cuidadosa e atenta. Cortava as respostas, mas não tão cruamente que desse para perceber que o ela mais queria era desaparecer dali.

Raito era muito carismático, sabia conduzir muito bem a conversa e Kaori percebia que facilmente poderia ser enrolada na teia. Mas ela simplesmente não acreditava que isso pudesse acontecer com ela, já que, mesmo que quisesse, não conseguia parar de olhar para Raito e ver nele o sangue de todos aqueles criminosos. Não conseguia esquecer que estava no cimo da roda gigante, acompanhada por um assassino que não hesitaria em ceifar-lhe a vida, sem qualquer remorso, se descobrisse o quanto ela sabia.


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Notas finais do capítulo

Comentem, onegai!
Eu esqueço-me deste site, precisamente por ter poucos leitores e poucos comentários. Dou prioridade ao Spirit aonde tenho a maior parte deles.



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