A Reconstrução dos Jones escrita por Gabe Zamolodchikova


Capítulo 2
Capítulo 1 - A Primeira Pista


Notas iniciais do capítulo

Oi, eu sei que eu demorei, mas eu tenho algumas outras fics para atualizar, mas eu juro que vou tentar postar o próximo o mais rápido possível.



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Depois de finalmente chamarem a polícia, Alicia não parava de soluçar. Seu pai, Cristopher, era policial, trabalhava muito, e passava noites e mais noites tentando resolver casos impossíveis, raramente via os filhos e a esposa, motivos de alegria para ele. Mas agora, seu primeiro e último amor estava em uma cena de crime. Morta. E ele tinha ido lá para fazer um relatório.

O homem também não conteve suas lágrimas. Assim que viu Alicia e Andrew, correu para abraçar os filhos, que retribuíram com um choro desesperado de cada um.

– Pai, quem fez isso? – Andrew perguntou soluçando.

– É o que vamos descobrir, filho. – o menino voltou a chorar no ombro do pai, e o homem, que estava com seus 45 anos, tremia.

Alicia já conseguia se controlar um pouco mais, mas as lágrimas continuavam caindo sobre o pijama.

Ela só estava com um pensamento na cabeça: Descobrir quem fez isso.

Depois de seu pai levar ela e o irmão até a delegacia, ela prestou depoimento.

– Eu estava cuidando do meu irmão, como eu sempre faço as terças, quartas e sextas, que são quando minha mãe volta tarde do trabalho. Quando eu fui tomar um banho, a luz acabou, e eu chamei o Andrew para tomar banho enquanto ainda havia claridade suficiente para ele poder enxergar o chuveiro. Depois fizemos um lanche com o que dava para comer gelado, e já que eu sabia que minha mãe chegaria muito tarde, eu pus Andrew na cama, e fui dormir porque eu estava com dor de cabeça... – Alicia fez uma pausa, ela se lembrava de ouvir murmúrios a noite, mas de voltar a dormir por achar ser Andrew tendo um pesadelo, e que os murmúrios, deviam ser de sua mãe acordando o menino.

– E então.. ? – o policial chegou.

– Eu ouvi murmúrios.. mas eu achei que eram de Andrew.. ele costuma ter pesadelos, e é normal minha mãe acordar ele, então eu voltei a dormir. Eu voltei a dormir.. se.. se eu tivesse me levantado a tempo..

– Srta. Rossi, eu entendo que sua mãe era alguém muito especial para você, mas precisamos saber o que aconteceu.

– Se.. eu.. tivesse me levantado..

– Você também poderia estar morta. E seu irmão e seu pai iriam sofrer mais. Agora me conte o resto da história.

– E-eu.. eu acordei com um som mais alto no meio da noite. Achei que a luz devia ter voltado, e talvez Andrew estivesse no videogame. Eu fui lá para manda-lo de volta para cama. O som.. parecia que tinha alguém correndo, mas.. correndo na própria sala de estar. E quando eu cheguei na sala.. e-eu vi ela caída no chão.. cheia de sangue.. mas não tinha mais ninguém comigo na sala. – a garota já tremia novamente, tinha dado a ela um cobertor, mas ela não tremia de frio. Ela tremia por dentro, seu coração palpitava, e ela tremia de raiva e tristeza.

– Então.. você ouviu passos? – o policial perguntou.

– Eu ouvi passos sim, mas eu os ouvi dentro da casa. – a garota respondeu afastando o cabelo loiro do rosto.

– Dentro da casa.. tem certeza? – o policial perguntou.

– Sim. Eu tenho absoluta certeza.

1 mês depois.

“Os policiais do Departamento local, mais uma vez, mandam um caso de assassinato para debaixo da pilha. O Chefe de policia, Cristopher Jones, marido da vítima, Andréa Rossi Jones, teria tomado o caso, como um particular. Andréa Rossi Jones era italiana, nascida em Veneza, e quando morreu, tinha 41 anos. Andréa era uma estilista muito bem sucedida, e tinha junto a Cristopher, 2 filhos. Alicia Rossi Jones (14), e Andrew Rossi Jones (8), que agora passam muito tempo na delegacia com o pai, tem tido problemas com pesadelos, e com sons estranhos a noite. Cristopher decidiu não se pronunciar em questão aos filhos, e faz de tudo para que nenhum dos filhos da famosa estilista, não façam nenhum tipo de entrevista.” – leu Alicia em sua mente e rasgando o jornal logo em seguida.

– Estúpidos jornalistas que se intrometem em tudo – Alicia balbuciou e se levantou do sofá, subiu as escadas, rumo ao chuveiro.

Depois de tomar um banho curto, colocar a calça jeans mais surrada que tinha, e uma camisa de flanela vermelha, prender o cabelo em um rabo de cavalo podrinho, ela foi rumo ao colégio com seu irmão Andrew.

Era horrível. As pessoas apontavam na rua, cochichavam, e nem ao menos se importavam se estavam atrapalhando ou não a vida dos Jones. Alicia nem se importava, o que a preocupava, era Andrew. O menino andava tendo muitos pesadelos, muito mais do que a menina.

– Tenha um bom dia. – Alicia disse chegando na porta do colégio de Andrew, o menino acenou com uma expressão indiferente e seguiu para os grandes portões de ferro da escola.

Tudo que podia fazer era retomar o seu caminho, pensando em outra forma de fazer seu irmão se esquecer. Mas como se esquecer? Como era possível esquecer? Alicia não chorava na frente do irmão, e fazia de tudo para que o menino também não chorasse.

Ela chorava sozinha, ou simplesmente chorava com as amigas. A amiga. Quando o momento duro veio para Alicia, ela preferiu afastar todo mundo, mas uma única pessoa se recusou completamente a desistir da amiga. Não havia amiga melhor do que Halle no mundo, era o que Alicia dizia. Halle era o tipo de menina que estava lá, para o bem – ou mal – independente da situação.

Era uma menina alta comparada a Alicia, tinha cabelos ruivos e super cacheados. Os olhos super cinzentos chamavam atenção, e as curvas eram muito evidentes para seus 14 anos.

Alicia botou os pés no colégio e logo foi recebida por um daqueles abraços apertado que Halle sempre dava.

– Eu li os jornais. Eu sinto muito. – Halle disse, pondo alguns cachos ruivos atrás orelha. Suas roupas eram sempre mais arrumadas do que as de Alicia. Hoje não era diferente, apesar do frio, Halle usava uma regata rosa com corações pretos, uma calça jeans colada, e um par de sapatilhas vermelhas e brilhantes.

– Deixa pra lá.. Eles são.. apenas uns idiotas que não sabem cuidar das próprias vidas. – Alicia disse em voz alta, tentando convencer a si mesma de que não ligava.

– Exato! E você apenas tem que fingir que eles não existem. – Halle falou.

– É.. eu apenas.. eu apenas tenho que fazer isso.

Após buscar Andrew, Alicia fez o que tinha feito no ultimo mês, e o levou ao parque para brincar com alguns amigos. E Halle, como a boa amiga que era, ia junto.

– Ok, eu tenho que te contar uma coisa. – Halle disse com um sorriso que mal cabia no rosto, e Alicia assentiu para que a amiga continuasse. – O Carl Harris me chamou para sair.

– Hm, emocionante. E você disse.. ?

– Eu disse que minha agenda estava cheia, e que eu veria se conseguisse arranjar um tempo. E ele me disse para avisar a ele.

– Isso é.. – não encontrando palavras, Alicia abriu um grande sorriso e disse: - demais..

Alicia não se importava com Carl Harris. O menino, era o mais alto da sala, e talvez o único garoto que Halle pudesse namorar. Ele era poucos centímetros mais alto que Halle, tinha cabelos muito escuros, e olhos azuis. Mas Halle não via o quão ele era idiota. Era o tipo de garoto que jogava bolinhas de papel nos professores, e que tinha a inteligência equivalente a um vácuo. Ele era basicamente um idiota bonitinho.

– Ok, você não achou demais. – Halle falou olhando para Alicia de um jeito acusador.

– É que, na realidade, ele é um... um menino muito.. idiota pra você. Você consegue alguém melhor.

– Estamos no primeiro ano do colegial. Isso devia servir de alguma coisa! Porquê eu não posso ter a sua altura.. ?

– Porquê você pareceria uma anã ruiva. Você é linda do jeito que você é.. – Alicia disse para a amiga, se levantando do banco do parque. –, vamos para casa. Nós podemos comer alguma coisa gostosa, ver um filme, e você pode dormir lá.

– Eu bem que gostaria, mas eu tenho que ir em uma reunião do Conselho com a minha mãe – Halle murmurou. A mãe da menina fazia parte de um grupo que discutia sobre sexo com os jovens, usando músicas e coisas estranhas. – Me deseje sorte.

Alicia deu uma risada leve e acenou para a amiga que se afastava olhando para trás.

Logo depois das 20h, Andrew já estava na cama, e Alicia assistia a um filme tranquilamente no sofá. Seu pai, chegou pouco depois das 20h30, e ele estava muito agitado. Os cabelos castanhos bagunçados, e a barba sem fazer. Os olhos castanhos esverdeados passeavam pela casa, e Alicia não pôde deixar de notar um certo desespero na expressão do homem.

– Pai, o que foi?

– Ali, eu preciso te mostrar uma coisa. Urgente! – ele disse.

O pai levou a menina até o escritório da casa. Lugar que era proibido para ela e seu irmão. Alicia estanhou quando o pai a deixou entrar lá, mas ela o seguiu mesmo assim.

O escritório era bem organizado, continha um computador Apple, e algumas estantes cheias de relatórios separados por casos resolvidos; casos absolvidos; casos novos; e casos em processo. A mesa de Cristopher, onde o computador Apple ficava, tinha algumas canetas, cadernos, e uma pasta. A pasta do “Caso Rossi”, que era como chamavam.

No canto esquerdo do cômodo, tinha uma porta para um banheiro, e no canto direito um grande painel, onde havia uma foto de Andréa, com fios vermelhos ligados a algumas anotações.

– Pai, o que é isso? – Alicia perguntou, analisando as anotações que diziam horários e lugares.

– O caso da sua mãe. E, eu descobri uma coisa muito importante.

– O que foi, pai?

– Ela não foi trabalhar naquele dia, e então eu procurei em câmeras, de lugares que diziam ter visto ela passar e eu descobri, que a meses, ela vinha sendo perseguida.

Alicia tremeu, e o pai lhe lançou um olhar preocupado.

– E você também.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)