Autocontrole escrita por PseudologiaFantastica


Capítulo 9
Capítulo 8: Sígmia letal




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/499212/chapter/9

Seguimos a casa de Lucca, eu já sentia falta do casarão. Já ia escurcer.
–Você não acha que está tarde para um treinamento?
–Claro que não, se estivesse até seria bom. Quero trabalhar com você o sono e resistência.
Não gostei disso. Eu descobri mais tarde que tinha razão, eu não gostei disso.
Lucca me fez vestir uma malha ultra fina "para deixar o corpo mais leve" com cor "neutra", ou seja, eu parecia estar nua. Fui para a área verde e fechada nos fundos da mansão como combinado. Destacava-se um tronco e uma bola cinza no centro do gramado. Mas quando olhava para cima, eu via um vasto céu e sua escuridão, o teto era de vidro, e muito alto, acredito que seja blindado para aguentar pressões. As luzes lembravam-me luzes que foram recém acesas de um estádio. Esperei alguns minutos por Lucca, e ele não aparecia. Então sentei no tronco. As árvores lá atrás me deixaram com uma tranquilidade na alma, eu senti muito sono, os portões estavam fechados. Lucca apareceu, calmo, parecia ter acordado de um bom sono, ou acabado de passar a noite com a mulher de sua vida.
–Olá.
–Olá? Estou aqui tem o que? 2 horas?-respondi.
–Por aí, é... 2 horinhas.
–Você devia ter mencionado que paciência também seria trabalhada.-disse furiosa e cansada.
–Ah, não disse?
–Não!
–Bom, sem enrolação, vou passar sua tarefa/teste para essa noite. Suba no tronco.-ordenou.
–Ei, quando você disse resistência, você...-eu não estava confortável com aquilo, mas assim fiz.
–Toque esse pé no joelho.-bateu com força no joelho. Obedeci. Segurou a bola no meu joelho e esperou que eu a segurasse com o tronco. Agora sim, isso era uma posição terrível. Minhas pernas formavam um "4".
–Fique aí o quanto puder.
–E se eu puder permanecer assim só por alguns segundos?
–Aí eu mando você repetir o processo. Sentou na grama com perna de borboleta e me encarou. Agora sei por que dormiu e me deixou aqui!-Ele me observaria a noite inteira em pé, segurando uma bola de queimada com o tronco do corpo. Passou a conometrar o tempo.
A noite foi caindo... E eu estava exausta, Lucca já havia comido um sanduíche e uma torta, e eu estava com frio, com fome, o que me acalmava era as árvores da zona de treinamento. Lindas árvores verdes, grandes margeavam a grama, nunca tinha entrado na floresta, mas receava que seria difícil de sair dela.
Passado algum tempo...
Os mosquitos estavam me apavorando, tentando picar meu corpo, que estava vulnerável com minha roupa fina.
–Lucca.-ele não respondeu.-Lucca!-gritei.
–O que você quer?
–Traga uma manta, os mosquitos estão me comendo viva, e eu estou com dores.
–Dores? Não deve ser nada.-Lucca levantou. Após sair da área, Chloe caiu do tronco de joelhos na grama e cuspiu sangue. Lucca voltou e a viu daquele jeito, andou mas depressa com a manta nas mãos, deixou o portão que dava acesso à área de treinamento aberta e foi me socorrer, jogou a manta em minhas costas,segurou meu rosto, e viu o sangue. Jogou-me em suas costas fortes cobertas pela blusa preta, e me conduziu até o sofá dentro de casa.
–Ana! Ana!-gritou pela irmã.
–O que foi?-respondeu Ana sonolenta.
–Desça rápido!-Ana pegou o um kit com remédios comuns e desceu. Eu estava desacordada e miha boca excretava sangue.
–O que há com ela?-perguntou Lucca apavorado.
–Deixe-me pensar!
–O que?-eu disse baixo.
–Ai meu Deus! Veneno!
–O que disse?
–Ela está passando por uma crise de envenenamento!-Ana correu para a cozinha onde ficava uma plantinha roxa não desconhecida. Colocou no meu nariz me fazendo espirar e eu parei de sangrar, feichei os olhos e... A planta era conhecida como planta sígmia, a do supermercado.
–--
Acordei às 10:47 do dia seguinte e Lucca estava vestindo uma camiseta vermelha, estendeu os braços e vestiu por completo. Deu para ver novamente as marcas em suas costas. Virou-se e me viu acordada.
–Oh, você me assustou.
–Desculpa, eu ainda estou usando aquele roupa indiscreta?-olhei embaixo da coberta. Lucca ignorou a pergunta.
–Você falou com alguém ontem?
–Não.-respondi.
–Aceitou algo de um estranho?-ele continuou.
–Não.
–Ah, bem. Algo você fez, você foi envenenada.
–Eu soube.
–"Eu soube"?!
–Sim, eu escutei.- ele sentou na beirada da cama e pensou com as mãos no rosto. Comecei a rir baixinho.
–O que foi?-perguntou para mim.
–Você não me deixou morrer.-eu disse.
–Sabe o que aconteceria a mim se você morresse?
–Nem vem com essa. Você gosta de mim.
Lucca ignorou a pergunta e prosseguiu:
–Ana acredita que foi usada planta sígmia.
–Espera. Planta sígmia não foi o que me salvou?
–Sim, mas usada de forma errada é letal. Ana diz que você ingeriu a raiz e com sal.
–Eu realmente não lembro.
–E não deve mesmo. Bem, você deve ficar na cama um pouco.
–Mas eu vou para a faculdade, certo?
–Acho que sim, não sei.
A conversa durou pouco eu comi a comida que a Ana trouxe numa bandeija, torrada, maçã e suco de tomate.
Eu dormi o resto do dia com alguns intervalos para o banheiro ou para olhar a janela e admirar o jardim no canteiro, eu ainda iria para o jardinzinho no canto esquerdo da casa. Na noite daquele dia pacato e misterioso...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Autocontrole" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.