Filhas das Trevas escrita por Histórias da Joaninha


Capítulo 9
09 - Alma quebrada


Notas iniciais do capítulo

Olá para todos!! Agradecimentos para Stella!! Valeu por indicar DOIS nomes para o casal Henry S2 Gwyneth!!

Se alguém quiser opinar, basta discar 0800-0005-00003 para doar... Brincadeira!
Agora sério, se quiserem opinar... No comentário, digite 1 para Henryneth ou 2 para Gwynenry (não precisa escrever mais nada se a preguiça apertar).



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Frio e seco como a lâmina de uma espada, Heny anda de um lado a outro, taciturno, no quarto. Os instantes de silêncio são transformados em anos pela apreensão de Gwyneth. A moça precisa usar o treinamento que recebeu dos Gatos Negros para não transparecer o medo e agonia que sente neste momento.

Odiava aquelas sensações, quando mais nova, antes de ingressar no clã de mercenários, vivia com medo. Conforme foi ensinada e moldada para se tornar uma assassina perfeita, aprendeu a aniquilar qualquer tipo de sentimento. Conseguiu, ou ao menos pensava que tinha conseguido.

Lembrava-se do mestre Shanguin dizendo:

“Compaixão, medo, qualquer sentimento e, principalmente, o amor são fraquezas que você deve evitar. Sua maior lição aqui, neste clã será aprender a extinguí-las. O maior guerreiro vira uma simples formiga quando se permite sentir. Escute o que digo, menina indesejada… Emoções são as armas mais poderosas e eficazes contra qualquer guerreiro, você deve se proteger mais destas armas, do que de uma espada habilidosa.”

Era bom que já não estivesse no grupo de mercenários, ter sido pega após se render a uma noite de paixão seria uma vergonha. Dentro do clã, se esta falta fosse descoberta, receberia uma punição severa e vergonhosa. No momento, lamentos ou preocupações de sua vida nos Gatos Negros não importava. Seu futuro se limitava a poucos dias de vida.

No quarto ainda estavam, além do príncipe, Teles Kam, André Quoa e Umbo Sois. Teles estava parado guardando a porta, para inibir qualquer tentativa de fuga da moça. André estava na janela, também para impedir uma fuga, para vigiar qualquer aproximação suspeita e para ficar o mais longe possível daquela beldade mortal.

Gwyneth estava sentada em uma cadeira, com as mãos amarradas, por uma corda, pousadas em seu colo, as pernas atadas, com trapos, aos pés do assento. Não conseguiria escapar. Mesmo assim Umbo, o Cavaleiro mais próximo de Gwy, não deixou sequer por um segundo de apontar sua alabarda para o pescoço da prisioneira.

Henry estava em modo de luta, o escudo nas costas e a espada abaixada em seu punho. Finalmente se pronuncia tirando todos os presentes de seus próprios pensamentos.

– Sois, vire-a e me mostre as costas dela! Quero me certificar se ela é, ou foi, mesmo dos Gatos Negros. Não pude notar isso ontem. - Esta última parte foi dita com aroma de vergonha.

Depois de comprovado o vínculo da mulher com os mercenários mais temidos e competentes, o príncipe continua.

– Vou fazer algumas perguntas, se destino dependerá das respostas e da sinceridade com que elas serão ditas. Uma resposta errada, ou qualquer cheiro de mentira você será enviada para meu pai, para uma execução sem julgamento. Não tem nada a perder, então sugiro que responda e seja sincera!

– E o que ganho lhe dando informação e verdade?!

“Como ela pode ser tão petulância e ousada estando nestas condições? E como mesmo sabendo que ela é uma criminosa que está me desrespeitando eu estou excitado com ela?” - Pensa Henry.

– Ainda não sei. Aceite o acordo e seu futuro dependerá de quão satisfeito estarei ao fim deste interrogatório. Aceita? Posso contar com sua colaboração?

– Se existe uma chance de eu sair com vida… Tudo bem, pode perguntar.

– Ótimo! Primeiro vamos confirmar o que está escrito aqui. - Henry levanta o comunicado de procura-se e começa com as perguntas. - Já sabemos que você é uma Gato Negro. Qual é o nome de sua mãe?

– Gwen Treni, mais conhecida como Lua Vermelha.

– Onde você nasceu?

– No reino de Protegat, vilarejo de Góile.

– Você assassinou estas pessoas? Keegan, Moira, Swon e outros seis habitantes de Góile.

– Sim.

Umbo não gostava da mulher que mexeu com os nervos de seu amigo, Henry. Contudo, tinha que admitir para si mesmo que ela era corajosa, uma guerreira destemida. Ela não vacilou por um segundo até agora mesmo sabendo que suas respostas apenas afirmavam a própria culpa.

– Obviamente você é culpada… Isto é ruim… - Diz Henry pensativo.

“Eu não sei o porquê, mas estou, com este interrogatório, quero encontrar uma desculpa para não enviá-la a meu pai. Parece que tenho fé de que ela seja apenas uma vítima, que seus atos condenáveis tenham alguma justificativa, mesmo que torpe, e me dêem uma razão para não mandá-la a corte Protegat para morrer. O problema é que está difícil, você Gwyneth não está ajudando.”

– Agora quero saber suas motivações. Por que voltou para Góile e matou membros respeitáveis da aldeia? Estava a serviço dos Gatos e foi coincidência ser em sua vila natal?

– Não estava a serviço, tirei uma dispensa do clã para resolver assuntos pessoais, assuntos do passado. Matei por vingança.

– E diz assim, com toda esta frieza? Sem um pingo de remorso! Por que os matou? O que de tão ruim fizeram para serem alvos de sua vingança e espada?

– Não os matei com espada, não uso espada. Matei com minhas wakizashis, queria sentir de perto a vida esvaindo deles. Qual a finalidade destas perguntas se serei morta de qualquer maneira? Por que perder tempo e fingir que se importa com minhas causas?

– Se não me importasse não teria perguntado, não acha? Pensa que gosto de atitudes desnecessárias? Eu não gosto. Agora, responda!

– Vocês chamam aquelas pessoas de inocentes… Moira Dompstey era minha professora e me maltratava, humilhava e me separava do restante da turma. Eu tinha apenas nove anos! E ela é considerada inocente?!

– Eu sinto por sua infância difícil, mas isso não é motivo para um assassinato!

– Você, com sua infância dourada e perfeita, nunca poderia chegar perto de compreender minhas atitudes. Nem tente, príncipe!

– E os outros?

– Minha avó tinha morrido há três meses, eu estava sozinha no mundo. E bem no dia do meu aniversário de treze anos, os respeitáveis e inocentes representantes de Góile, o senhor Keegan Foyer como porta-voz, fizeram questão de me expulsar do vilarejo, da minha casa, sem qualquer auxílio ou lugar para ir.

Neste momento, Gwyneth se sentiu vitoriosa. Ela podia sentir o desconforto daqueles guerreiros, eles estavam culpados por tratar alguém que sofreu tanto na vida como uma prisioneira. Ela viu no vacilo deles a possibilidade de sair livre dali.

Após alguns instantes, Henry retoma:

– Por que nos seguiu? Está trabalhando para sua mãe?

Gwyneth, contra todos os treinamentos e ensinamentos que teve nos Gatos, perdeu o controle. Eles encontraram seu ponto fraco: a relação, ou falta de relação, com sua mãe. Perdeu as estribeiras e respondeu em gritos desafinados. Ali não era a exímia mercenária, era uma garota chorona, quebrada e medrosa.

– Eu fui abandonada por minha mãe quando tinha quatro anos! Nunca, desde então, eu a vi novamente! Segui vocês pois ouvi que vocês sabem como matá-la e iriam atrás dela! Quero encará-la, saber a razão de ter me deixado para trás, saber o porquê todos me perseguiam, saber o que ela ganhou! Talvez, eu esteja seguindo vocês para eu mesma matá-la!

Os homens presente, mais uma vez, estavam desconsertados. Gwyneth, desta vez, não se sentiu vitoriosa. Estava chocada com a própria reação. Mais uma vez aquele príncipe a fez se afundar e extrapolar-se nas emoções. Estava chorando, há muito tempo não o fazia.

– Acredito ser o suficiente. Tive minhas respostas e já tomei minha decisão.


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Notas finais do capítulo

Eu voto em Henryneth! E vocês? E para Henry S2 Lyra?
Até!!



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