Filhas das Trevas escrita por Histórias da Joaninha


Capítulo 2
02 - Vingança


Notas iniciais do capítulo

No link abaixo estão os nomes dos quatro reinos e os sobrenomes das respectivas famílias reais.
Reino - Sobrenome
https://docs.google.com/drawings/d/1AOCbhiHwOIEOJhjiRwtX-3Xpsl8Y-BKrTZGiimt1iQU



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Em uma taberna frequentada predominantemente por homens. Onde todas as mulheres presentes são funcionárias, onde nenhuma dama respeitável poria os pés.

Ela estava lá, sentada alheia a todos, atenta a tudo e olhos focados apenas na bebida a sua frente. Sua roupa preta colada ao corpo invejável, mesmo sendo linda e sedutora nenhum homem do local ousou chegar perto. Era dona de uma aura aterrorizante e um arco e flechas, deixados no banco ao lado, tão mortais quanto ela. Estava no vilarejo há poucos dias e muito se especulava sobre a estadia da moça.

– Eu soube que ela é uma assassina de aluguel, que faz parte dos temíveis Gatos Negros.

– Se ela for mesmo, não gostaria de ser o alvo. Com certeza este estará morto em breve. Mas como soube que ela é uma Gato?

– Quando fui fazer entregas na hospedaria, que a forasteira está, ouvi o pessoal de lá comentando. Se apresentou como Sadie, uma mentira claro. Disseram tê-la visto sem aquela roupa estranha dela, a garota tem a marca deles ocupando toda as costas, o desenho de dois gatos negros se encarando, um na esquerda e outro na direita.

– Então ela é mesmo uma Gato Negro, coitado de quem ela está atrás. Espero que não seja eu!

– Fique tranquilo Keegan! Você nunca saiu do vilarejo e nunca fez mal a alguém!

Sem perceberem a mulher se levanta da cadeira, movimentos de uma caçadora, passos lentos e seguros. Chega por detrás de Keegan e com sua wakizashi corta a garganta do homem. Matou-o ali mesmo deixando a todos perplexos e paralisados. Parece estar se divertindo com a situação, sobe na mesa e se apresenta.

– Muito prazer em reencontrá-los! Antes de dizer meu verdadeiro nome peço que fiquem tranquilos… Não matarei mais ninguém daqui, daqui da taberna quero dizer! Posso lhes adiantar que mais alguns deste vilarejo de merda morrerão. Meu nome irá esclarecer tudo a vocês… Me chamo Gwyneth Treni, muitos me conhecem como filha da Lua Vermelha. A filha pródiga retorna e traz consigo a vingança!

Gwyneth matou outros oito moradores da vila em pouco menos de vinte minutos. A professora, que um dia a expulsou da escola, estava entre os assassinados.

Enquanto caminhava pelo deserto, Gwy pensava na terceira parte de sua vingança. Encontraria sua mãe e, mesmo sem saber como, no momento certo acharia a resposta, a mataria também. Se vingaria por ter sido abandonada ainda tão pequena, por ter sido tão maltratada e renegada em seu próprio vilarejo, por ter sido enviada e criada por matadores sem compaixão e cheios de regras e, finalmente, por ter sido, mesmo tão jovem, transformada em uma arma.

Depois… Não sabia, não tinha ideia do que fazer. Não pensou nisso pois possuía a convicção de que não haveria depois para ela. Era uma missão suicida desde o começo, não esperava viver muito além de seus atuais vinte e três anos.

Já estava escurecendo, a temperatura caia drasticamente, Gwyneth estava preocupada por ainda não ter encontrado um local seguro e em breve chegaria uma tempestade de areia. Os instintos de Gwy avisavam-na de que algo mais perigoso estava por perto. Tarde demais… Sentiu a pancada e apagou.

Gwyneth sempre fora a aluna mais aplicada e promissora dos Gatos Negros, usava sua fúria, ira e ódio a seu favor. Era a melhor em caçadas, fugas, combates, rastreamento, tinha a melhor mira, enfim, era a melhor em todos os sentidos. Era disciplinada e obediente ao extremo. Tinha apenas um defeito, o pior defeito que um Gato poderia ter.

Os Gatos eram assassinos, sim, mas tinham seu código de conduta e honra. O grupo era mais importante que o indivíduo, eram unidos em uma força coletiva. Gwyneth odiava demais, odiava tudo, odiava pessoas, odiava socializar e não não se importava com ninguém além dela. Este defeito era relevado pois ela era a arma mais mortal que tinham e, afinal, sua obediência a mantinha controlada.

O que os Gatos Negros não sabiam era que, a aparente disciplina e obediência escondiam o verdadeiro motivo da permanência de Gwy no grupo. Ela queria ser treinada, queria ser a melhor assassina existente e quando estivesse pronta fugiria da gataria e se vingaria.

Os Gatos Negros não toleravam desertores, caçavam-nos e os matavam. Estavam atrás de Gwy e a encontraram no deserto.

“Eu sempre soube que esta seria uma missão suicida… Acabou...”

***

– Pai, já disse que detesto tudo isso?! Toda esta babaquice de ser anfitrião… É tudo ridículo e uma enorme perda de tempo!

– Você é o príncipe! Faz parte de suas obrigações como tal!

– Além de príncipe, possuo o sangue de dois dos Cavaleiros de Gaia! Sou descendente de dois deles! Minha maior obrigação é acabar com as Luas Vermelhas de uma vez por todas!

O rei George Cayla tenta se acalmar para contornar a teimosia do filho, tão parecido com sua esposa, vinda da realeza de Vis, Mirelle Garrow Cayla. A tranquilidade firme de George sempre deu certo com o temperamento explosivo e passional de sua mulher e filho. Henry Cayla às vezes era impulsivo e uma dose de calma sempre foi certeira para colocá-lo de volta ao prumo.

– Meu filho… Precisamos de estratégias políticas para mantermos nosso reino forte. E, apenas com o reino forte, poderemos continuar na caçada da Lua Vermelha. O reino Diviti, dos Hupper, é o mais abundante em comida e precisamos deles para alimentarmos nosso povo e tropas!

– Está certo meu pai. Peço desculpas.

– Tudo bem. E não se preocupe, a comitiva desta vez é pequena. Dos nobres, apenas o rei Leon e a princesa Lyra virão. Há rumores que a beleza e doçura da princesa são incomparáveis! Uma ótima pretendente para você, não acha? Você já está com vinte e cinco anos… - Comenta o pai brincalhão.

– Ora meu pai! Então esta visita é mais ridícula do que eu imaginava! A finalidade disto é me vender para o rei mais rico?!

– Como ousa pensar tão mal de seu próprio pai e rei? - Pergunta risonho e com falso ar de ofendido. - A visita é para tratar de assuntos comerciais… Mas, em todo caso, se algo sobre casamento surgir… Não seria ruim vê-lo casado com um reino tão rico.

Gargalhadas de ambos.

– Casado com um reino rico, e não com uma mulher que amo? Vejo que me quer muito bem!

Mais gargalhadas.

– Além disso, meu filho, não se esqueça que a moça também é uma descendente! O filho de vocês teria o sangue de três dos quatro Cavaleiros de Gaia!

– Pai! Ainda nem vi a garota e você já nos oferece filhos!

Mais risos.

***

“Minha nossa! É a primeira vez que um rumor está completamente certo! Ela é a mulher mais perfeita que eu já vi! Direi a meu pai que ele tem minha permissão para mostrar interesse na união dos reinos! Eu deixaria o reino para casar-me com ela se fosse necessário! Henry Cayla, você precisa se casar com Lyra Hupper!”


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Notas finais do capítulo

Até mais!!



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