So Damn Confusing escrita por ohhoney


Capítulo 8
Eighth


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei.

Como estou literalmente no meio da semana de bimestrais e o país está um caos por causa da copa, a fic pode ficar meio abandonada até o final de junho, mas NÃO VOU LARGÁ-LA! Além do que, preciso saber o final dela.

Sim, eu não tenho o final planejado. Vou escrever e ver o que sai.



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No último capítulo: Hyuuga deixa seu irmãozinho, Daichi, na casa de Riko enquanto sai para conversar com Izuki, e lá ele percebe que está muito atrás de Kiyoshi. Riko conversa com Daichi e ele lhe conta que seu irmão gosta muito dela. Kiyoshi dá um ursinho de pelúcia para Riko e eles saem para tomar sorvete. Riko finalmente percebe que gosta de Hyuuga e de Teppei. Acompanhe agora a continuação.

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O que se faz quando se gosta de duas pessoas ao mesmo tempo?

Conheço Hyuuga-kun minha vida inteira; nós sempre fomos próximos, mas eu nunca pensei nele desse jeito. Teppei, por outro lado, ficou próximo rapidamente, apesar de termos nos conhecido somente ano passado, mas eu também nunca pensei nele desse jeito.

Porque agora eu penso?

Isso 'tá me tirando do sério. A situação está péssima. Mas pelo menos de uma coisa eu tenho certeza: Teppei gosta de mim. Daichi disse que Hyuuga-kun gosta de mim também, mas não sou louca de acreditar plenamente nas palavras de uma criança de cinco anos, Jesus.

Eu... Eu só queria saber se Hyuuga-kun gosta de mim. É tudo o que eu quero.

Além disso, resolvi seguir o conselho de Daichi. Vou esperar um tempo e ver de qual eu gosto mais, e assim... Bom, talvez eu fique com ele.

O que eu acho fofo (e meio constrangedor também) é o fato de Teppei pegar na minha mão em toda oportunidade que tem. Não me leve a mal, as mãos dele são legais, mas isso me deixa com uma sensação de culpa imensa.

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Eu poderia ter mandando a mensagem. Era só apertar o botão, e tudo estaria pronto.

Mas não. Eu fodi tudo. De novo!

Droga, eu preciso de mais coragem. Aquela noite eu estava preparado, mas não consegui mandar a mensagem. E depois, quando Daichi chegou no quarto, perdi a oportunidade. Quando ele foi embora, já estava tarde demais e ela estava dormindo.

Eu tenho que parar de ser tão idiota.

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Quando Izuki-senpai chegou em mim e disse que tinha um plano, eu achei estranho. Quando ele disse que era para ajudar o capitão, eu desconfiei mais ainda.

Não é como se Izuki-senpai criasse ótimos planos.

–Qual é, Kuroko, você tem que me ajudar. Só sua falta de presença pode salvar aquele quatro-olhos.

–Pensei que Izuki-senpai estivesse torcendo para Kiyoshi-senpai.

Ele desvia o olhar para a janela.

–Bom, não estou torcendo. Só acho que ele vai ficar com ela... - sacode a cabeça e volta a me olhar - Mas esse não é o ponto. Eu conheço Hyuuga a tempo demais, e sei que ele é um idiota. Por isso eu vou dar uma mãozinha, e preciso da sua ajuda.

Suspiro.

Sei que Kiyoshi-senpai está ganhando essa disputa, e não gosto de ver Hyuuga-senpai tão atrás assim.

–Ok, qual é o plano?

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"Ei, tá a fim de sair comigo? A gente bem que poderia ir no fliperama ou sei lá"

Foi o que recebi no meu celular no meio da aula de Japonês, e juro que até deixei cair o lápis.

Hyuuga-kun está me chamando para sair.

De repente, fica muito calor. Meu rosto pega fogo e o lápis escorrega de novo das minhas mãos. Tsuchida-kun me olha com curiosidade enquanto o professor continua explicando a matéria. Mal consigo olhar para frente.

Esperei até o fim da aula para responder que sim.

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Izuki e Kuroko vão treinar até morrer e você anote estas minhas palavras.

Eu estava DE BOA lendo meu novo livro quando Izuki chega e começa a falar coisas sem sentido, tipo como o tempo estava frio e que ele tinha completado mais um caderno de trocadilhos, e eu soube que alguma coisa estava suspeita.

Olhei para trás um segundo, e peguei Kuroko NO FLAGRA, com meu celular na mão digitando rapidamente alguma coisa. Ele largou o aparelho com o berro que dei, mas a mensagem já tinha sido enviada. Logo depois os dois voaram porta afora cada um para sua classe, bem na hora de o sinal da aula bater.

Miseráveis.

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Eu vou no fliperama com Hyuuga-kun.

Sei que não é exatamente um bom lugar para um encontro, mas não ligo. Estou feliz. Combinamos amanhã (sexta) depois da escola.

Tsuchida-kun continua me olhando como se eu fosse meio louca. Deve ser porque minhas bochechas ainda estão vermelhas, mas tudo bem. Vamos para o ginásio começar o treino da tarde.

Hyuga-kun está gritando com Izuki-kun e Kuroko-kun e diz alguma coisa sobre eles correrem até as pernas caírem quando assopro o apito e mando todo mundo para o chuveiro.

Pego Nigou e nós dois vamos dar uma volta lá fora. Não venta muito, apesar de estar realmente frio. As árvores já não têm mais folhas e todo mundo na rua passa com toucas e cachecóis e milhares de casacos; não vejo muitos pássaros.

Nigou está indo no jardinzinho quando sinto a minha blusa ser puxada e a única coisa que vejo são cílios castanhos bem, bem próximos.

Quase engasgo. Não é como se eu estivesse acostumada com essas coisas de beijo surpresa, sabe. Quase que grito se não tivesse reconhecido Teppei bem na hora.

Ele segura minhas bochechas com as duas mãos e me beija suavemente. NO QUE DIABOS ELE ESTÁ PENSANDO?!

–T-Teppei! - empurro o peito dele para trás. Droga, minhas bochechas 'tão ardendo.

Ele coloca a mão na nuca e ri descontraído.

–Desculpe, desculpe. Eu só achei que você estava super fofa hoje - faz um biquinho e desvia o olhar.

N-Não sei o que falar, mas está me batendo pânico. Hyuuga-kun e o encontro. Hyuuga-kun e o encontro.

–H-Hm... Bom, está super frio aqui fora, você vai ficar doente, Teppei.

Eu só preciso sobreviver a esta tarde.

–Certo - ele sorri - Vou tomar banho. - ele abaixa e beija o topo da minha cabeça.

Hyuuga-kun e o encontro.

Estou com vontade de chorar de novo.

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"Tá pronta?"

Não.

Não estou pronta. Primeiro, eu não sei o que vestir. Segundo, estou absurdamente nervosa.

Patético, eu sei...

"Mais cinco minutinhos"

NÃO CONSIGO ACHAR UMA BLUSA DECENTE!! A que eu queria usar está lavando e eu não acho nada que combine com essa saia. Estou a ponto de me descabelar.

–Pai. PAI! - grito, olhando fixamente para minha cama.

Ele abre a porta de supetão e olha ao redor, aflito.

–Que foi? Barata?

–O que? Não. Rápido, qual delas você prefere? - aponto para as duas blusas na cama.

–...Isso é sério?

–PAI.

–Ok, ok... Hm, a amarela. Você fica bem de amarelo.

–Valeu.

Ele cerra os olhos e fecha a porta.

Então amarelo será. É um moletom simples, até; com alguns detalhes nas mangas e na barra, nada de mais. Saia e meias pretas. Acho que estou bem.

Porque estou nervosa? Eu sou otária? Jesus. Só estou saindo com Hyuuga-kun, o cara que eu conheço minha vida inteira. N-Não é grande coisa... Não é?

"'To aqui em baixo".

Meu coração dispara DE NOVO. Droga. Ok, vamos lá. Coloco o celular e a carteira dentro da bolsa e paro na frente do espelho.

Não me sinto bem. Definitivamente. Estou super insegura. Droga, nunca me senti assim antes. Mas que se dane. Respiro fundo e apago as luzes. Desço as escadas e dou de cara com papai ao lado da porta.

Ele me olha de cima a baixo algumas vezes e caminha na minha direção. Coloca a mão na minha cabeça e diz:

–Não vá chegar muito tarde. E você sabe, qualquer coisa...

–Papai...

Qualquer coisa...

–Ok, ok, eu entendi - dou um beijinho na bochecha dele.

Abro a porta de casa e fecho o mais rápido possível. Hyuuga-kun está encostado no poste na frente de casa, de costas para mim, e só vira quando percebe que estou chegando.

–Oi - digo tentando ao máximo me manter calma.

–Oi - ele também me olha de cima a baixo - V-Você 'tá ótima.

Olho para baixo instintivamente e seguro as mangas da minha blusa. Não me sinto mais insegura.

–Obrigada. - sorrio.

–Vamos indo?

Balanço a cabeça e nós vamos seguindo pela rua num silêncio que não é desconfortável. Na verdade, o bom de se andar com Hyuuga-kun é esse: nós nos conhecemos a tanto tempo que nada mais é estranho. Ficar em silêncio é tão normal quanto engajar num papo aleatório.

Nós nos dirigimos àquele fliperama perto da rua da escola. Não está muito cheio ainda, o que é bom. O lugar é iluminado por uma luz azul e tem vários corredores cheios de jogos e várias máquinas de atirar e etc. Uma música eletrônica toca no fundo enquanto várias pessoas correm de um lado para o outro.

–Você, hm, já jantou? - Hyuuga-kun me pergunta quando passamos ao lado do balcãozinho da lanchonete.

–Ainda não, mas não estou com fome agora. Vamos jogar e depois comemos, ok?

–Ok.

Nós vamos para o caixa pegar algumas fichas. Há mais quatro pessoas na nossa frente. Hyuuga-kun está me falando como quase quebrou os óculos ontem, sentando neles por acidente. Olho para ele e reparo que seus óculos estão mesmo meio tortos. Rio.

–Você tem que prestar mais atenção - digo e dou um passo para frente.

–Eu sou cego sem óculos! Como que ia saber que eles estavam lá?

–Sei lá! - dou mais um passo; somos os próximos.

–O que eu mais odeio é quando eu fico que nem louco procurando por eles e eles estão na minha cabeça.

–Meu Deus - rio e pego a carteira, parando na frente da moça do caixa - Oi, eu quero... Ahn... - viro a cabeça para trás - Quantas fichas?

–Hm, 50? - ele ergue as sobrancelhas.

–Ok, me vê 50 fichinhas, por favor.

Entrego o dinheiro para a moça e ela me dá um saquinho e o troco.

–Obrigada. - e vou para o lado esperar por Hyuuga-kun.

–Ei, acho que o troco 'tá errado.

Hyuuga-kun coloca a mão na minha cintura e me puxa de volta. Ele se inclina para frente, quase apoiando o queixo no meu ombro.

–Não 'tá faltando dois?

–D-D-Dois?

–Sim, sim - a moça do caixa me entrega uma nota - Desculpe.

–T-Tudo bem.

Hyuuga-kun sorri para mim e solta minha cintura, e eu vou para o lado. Meu coração 'tá batendo incrivelmente rápido agora.

Ele pega e paga suas fichas e me pergunta em qual quero jogar primeiro.

–Ahn, sei lá. - respondo, olhando ao redor.

–Vamos no de zumbi.

Sorrio e ele sorri também. Corremos para a máquina; duas armas pretas enormes estão em cima dela, e na tela lê-se Resident Evil 4 - Scape From Hell. O jogo consiste em você e seu parceiro saírem da mansão infestada de zumbis.

Colocamos nossas fichas e começamos o jogo. Não sou exatamente boa com jogos de tiro, mas Hyuuga-kun, do jeito mais excêntrico possível, é ótimo nessas coisas e acaba com todos os zumbis enquanto xinga em voz alta e narra o jogo, arrancando muitas e muitas risadas de mim e de qualquer passante.

Por outro lado, ele é péssimo em jogos de lutinha, e eu ganhei dele algumas vezes no Street Fighter. O de dança foi a coisa mais engraçada do mundo; Hyuuga-kun não tem o mínimo de coordenação pra essas coisas e eu ganhei de lavada. Ri tanto que acho que desloquei uma costela, e ri mais quando ele disse que não era engraçado.

–Vamos no de basquete - ele diz e arruma os óculos - Porque é hoje que eu bato o recorde naquela máquina.

–Haa, duvido! - digo - Olha só, 'tá em 201 pontos, acho que é impossível.

–Hooooooooohohoo - ele arregala os olhos - Isso é um desafio?!

–Pode apostar.

Hyuuga-kun arregaça as mangas e coloca uma fichinha na máquina.

–Manda ver - ele diz e soca o botão. Um apito soa.

As bolas rolam até suas mãos e ele faz várias e várias cestas seguidas, sem errar nenhuma. Mesmo quando o aro começa a se mover, Hyuuga-kun não erra e continua jogando uma atrás da outra conforme o tempo no cronômetro vai acabando.

–Vai, vai, vai! - digo - Dez segundos!

Ele está nos 190 pontos.

–Não vai conseguir! - debocho dele.

–Cala a boca!

Ele continua arremessando.

–Cinco segundos! Quatro, três, dois...

O apito soa e o cronômetro para.

Hyuuga-kun sai berrando e pulando quando vê que fez 220 pontos, e ri da minha cara.

–Acha que é fácil, né? Tenta aí então! - ele diz enquanto pega seus tickets.

–Eu amo basquete, mas não sei jogar - digo.

–Qual é, eu te ensino.

Dou de ombros e coloco uma fichinha na máquina. Aperto o botão e as bolas rolam na minha direção.

–Ok, faz assim - ele para atrás de mim e coloca uma bola nas minhas mãos. Consigo sentir a respiração dele no meu cabelo - Segura do lado.

–Assim?

–Não. Assim, ó - ele pega na minha mão com a dele e a ajeita ao redor da bola laranja - A esquerda é de suporte, 'tá vendo? Com a direita você empurra. - ele ajeita a mão embaixo da minha e me ajuda a fazer o lançamento.

Ainda bem que ele não consegue ver minha cara.

–Entendeu?

–U-Uhum.

Pego a segunda bola e erro feio o aro.

–Primeiro, vem pro meio, né.

Ele coloca as duas mãos na minha cintura e me puxa para o meio. E deixa as mãos lá.

Pego a terceira bola com medo de que ela escorregue por causa do suor das minhas mãos.

–Não precisa usar tanto o cotovelo, usa mais o pulso.

Ele entende que é difícil quando suas mãos 'tão tremendo?

Sigo a dica dele e (uau) a bola entra. Infelizmente, o tempo esgotou e eu só ganhei três tickets.

–Da próxima vez você consegue mais. - ele diz - Quer ir onde agora?

–H-Hm... - olho ao redor para não olhar para ele - No de corrida.

–Tem certeza? Você vai perder tão feio...

Soco o braço dele.

–Ai!

–Cala a boca, você sabe que eu nunca perdi uma corrida na vida. - rio.

–É hoje que tu perde, garota. - ele ajeita os óculos.

–Veremos.


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Notas finais do capítulo

Eu quero ir num encontro no fliperama. Fim.