A Pátria. escrita por A Pátria


Capítulo 9
Kendall Creech — Matt




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/498609/chapter/9

Assim que fui convocado, sabia que iria ser um treinamento pesado.Assim que a invasão começou, percebi que seria muito mais que isso."Vocês são só alguns que eu considero de um nível elevado aos demais. Temos três níveis aqui, e vocês passaram direito para o número três.", com essa frase de nossa treinadora, mais responsabilidade seria direcionada a nós, do nível três, o mais elevado.Afinal, esperam que sejamos impecáveis.

Victoria nos conduziu por um corredor um pouco precário, considerando que estamos em um centro de treinamento tão importante.Assim que ela abre a porta, me encontro em um sonho.Uma sala gigantesca com vários equipamentos eletrônicos, campo de arco e flecha, uma área reservado ao arremesso de facas e mais ao fundo, noto uma parte protegida que deve ser usada para armas.Tenho a impressão de que o que economizaram no corredor foi usado neste espaço, e eu os agradeço muito por isso.Uma palavra define este lugar:Incrível.

— Esse aqui é o centro de treinamento avançado. Avaliei atenciosamente a ficha de vocês enquanto estavam no caminho e achei vocês os mais capacitados para esse centro. Fiquem a vontade. — diz Victoria.Reconheço que ela é linda, porém não me deixo distrair, que nem observei alguns garotos fazendo.Meu foco é essa guerra.Ganhar.Ajudar minha nação, nada mais importa agora.

Sigo diretamente para a área de arremesso de facas.Para minha sorte, chego antes de todos.Noto que que poucas pessoas vão para o campo de arco e flecha.Tenho em mente que todas as armas são úteis, se souberem usar corretamente.Podem ser letais.Observo o campo.Há um computador no canto esquerdo, que define o nível de velocidade.Há três níveis:Iniciante, Mediano e Profissional.No meio, há um alvo tradicional.Escolho o mediano.Do lado do computador, estão as facas.A orientação do aparelho diz que precisarei de 5.Seguro 4 facas pelo cabo, com a mão esquerda e lanço a primeira faca com a mão direita.Acerto.Logo surge outro alvo, do lado do primeiro e percebo agora o porque dos níveis.Ao final de tudo, errei apenas um alvo.Há uma fila atrás de mim, mas o equipamento permite duas rodadas por pessoa.Mudo para o modo profissional e me preparo novamente.Desta vez, erro dois alvos e dou lugar ao próximo.Assim que vou me afastando do equipamento, observo que quase não há treinadores por aqui.Devem ter deixado a maioria deles para os outros dois níveis.Conto apenas 5 treinadores.Conheço dois deles:a mulher pequena de cabelos ruivos e curtos chamasse Alexandra e o homem mais gordo com cabelo espesso chamasse Joseph.Joseph foi meu instrutor na minha primeira guerra e é sempre muito eficiente e sempre disposto a ajudar quem precisa.Além disso, ele era amigo de minha mãe.Alexandra já um pouco mais fechada, porém também é uma ótima lutadora.Ambos já participaram de 4 guerras em sua vida e por esse êxito que tiveram durante elas, foram nomeados treinadores.Joseph se aproxima de mim e diz:

—Olá Matthew, como vai?Vejo que melhorou muito, durante esse período de tempo que não nos vemos—

—Oi Joseph, tudo bem sim e você?Ah obrigado, tenho treinado.—Não costumo me vangloriar de nada, não sou desse tipo, mas não vou negar que em minhas horas vagas tenho treinado para ficar melhor e isso vem surtindo efeito.Pelo menos nos treinamentos.

–Ah, vou indo.Fico feliz que tenham me colocado neste setor, pois assim posso te ver.Você me lembra muito sua mãe, Matt.

—É, valeu.-digo.Não me sinto muito bem falando neste assunto—Acho que vou ir para as armas agora, depois nos vemos.—Saio de lá, em direção ao setor de armas.

Assim que chego, me deparo com uma enorme fila.Uau.Acho que as pessoas realmente preferem atirar do que qualquer outro meio.Fico por lá mesmo,pois são quatro pessoas por vez e não deve demorar muito.Observo as pessoas atirando, até ficar monótono.Porém um barulho, que reconheço como um grito vem do meu lado direito, que vem logo seguido de um barulho de vidro quebrando.Olho para os lados:ninguém parece ter ouvido nada.Isto deve ser coisa da minha cabeça, penso.Porém,não.O choro continua.

Viro à minha direita e tento saber de onde vem o choro.Ninguém por aqui está chorando ou algo do tipo.Ando mais um pouco em direção à um corredor, que não havia reparado antes, por sinal.Do lado esquerdo, há uma porta e a cada vez que avanço em direção a ela, o barulho aumenta.Quando me aproximo, percebo que um bilhete está colado na porta:”Apenas Instrutores.Entrada Proibida”.Abro-a.É uma sala com mesa, cadeiras e uma geladeira.Além disso, havia uma garota.Ela era pequena, com a pele branca, olhos verdes e cabelos loiros.Ela era linda.Porém, havia um defeito em meio disto tudo:ela estava chorando, parecia desolada e apenas isso explicava o motivo de estar aqui.A garota ainda não me percebeu.Olho para o chão e avisto estilhaços de um vaso;o barulho de vidro se quebrando que ouvi antes.Finalmente, a garota olha para mim e se levanta rapidamente, enxugando os olhos e passando a mão na calça para limpar a poeira do chão.

—Olha, eu não estava fazendo nada demais, eu só...—diz ela, aparentemente nervosa.

—Calma, eu não vou te dar uma bronca, ou algo do tipo.Não sou treinador, também sou um guerreiro, assim como você—respondo, me aproximando.

—Eu não tenho certeza se sou também.—

—Como assim?Você está no nível 3.E mesmo que não estivesse, seria uma guerreira da mesma forma.—respondo.

—Pois é, mas acontece que não vim parar na zona 3 por mérito.Muito menos gostaria de estar aqui.—os olhos dela começam a se encher de água—Eu não consigo, não sou como vocês, isso não é pra mim e ninguém entende isso.—

A garota desaba a chorar.Pego em sua mão e digo:

—Ei, você não precisa ter medo de nada.A autoconfiança é, certamente, o melhor apoio que você pode ter aqui e agora.Conheci uma garota que, assim como você, tinha medo e não se achava ao nível dos demais guerreiros.Agora ela está mais confiante e você deveria tentar também—ela para de chorar como antes, mas seus olhos ainda lacrimejam um pouco—E se não por mérito, por que você estaria aqui agora?—

—Senta, por favor.—diz ela e nos sentamos no chão—Meu pai.Acho que você conhece.Joseph.—Uau, eles não são nada parecidos—Eu e ele tivemos uma séria discussão.Eu fui tola em dizer à ele que poderia, sim, ser uma guerreira da fase 3.Que entendia do assunto, que assumiria as responsabilidades que consequentemente viriam.Então, ele propôs um acordo:eu me inscreveria na guerra e ele me colocaria para o 3.Direto, sem olhar ficha.”Daria um jeito”, ele disse.E eu não acreditei e por isso aceitei.Mas ele conseguiu.E eu não sei nada, estou perdida, sem saber o que fazer no meio de tanta gente habilidosa.Como você.

—Quer saber de uma coisa?A gente ta nisso junto.Vou te ajudar a ser uma guerreira e você vai provar pro seu pai que você consegue.Todo lugar que eu for, você vai e vai aprender.Mas isso vai ficar realmente difícil se não soubermos nosso nome—me levanto e estendo a mão—Matt Winchester.

Ela se levanta, ri—ela tem um sorriso lindo—e aperta minha mão.

—Kendall Creech.Aliás, muito obrigado.—responde ela.

—Por nada—digo.

Kendall e eu saímos da sala, em direção ao centro de treinamento.Em direção também, à uma nova parceria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Pátria." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.