As Marotas V escrita por Laura Dias


Capítulo 15
Capítulo 15 - Aliados


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei e peço desculpas por isso, sou uma pessoa preguiçosa principalmente nas férias e eu estava também totalmente perdida no meio da história sem saber como continuar. Bem, continuei e acho que esse capítulo ficou grandinho e interessante, vai saber kkkkkk. Para quem duvidava ou suspeitava do Faísca, leiam e descubram o que tinha naquela cerimônia. Beijinhos amo vcs, comentem o que acharam ♥



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Madison subiu correndo para a Torre da Grifinória mas não encontrou Nicholas na Sala Comunal. Bufou e pensou onde ele poderia estar. Podia subir no dormitório para verificar se ele estava lá mas não queria correr o risco de esbarrar em Adam. Caminhou até a sextoanista loira que vira conversar com Adam minutos antes e resolveu questioná-la sobre o paradeiro de Nick.

― Ei, meu irmão esteve aqui? ― ela perguntou e a garota ergueu os olhos para ela.

― Não ― disse sem emoção enquanto continuava olhando para ela friamente ― Mas eu queria mesmo falar com você ― Madison deu um sorriso nervoso mas deixou-a falar ― Se você não quer ficar com o Adam, diga isso a ele porque acredito que ele esteja se iludindo. E você esclarecendo tudo faz com que eu tenha ótimas chances.

― Olhe, não sei se você percebeu mas eu odeio que se intrometam na minha vida ― falou tentando manter a calma ― Parece que hoje todo mundo se achou no direito de palpitar sobre o que eu devo ou não fazer, sinceramente. Já parou para pensar que você pode não ter chances porque ele não sente nada por você? Ou talvez possa sentir sim, algo como indiferença.

A garota a olhou com raiva mas Madison apenas lhe lançou um sorriso calmo e voltou para o seu dormitório. Emma estava esparramada na cama com os olhos castanhos fixos no teto e parecia refletir sobre algo importante porque não pareceu perceber a presença da amiga ali. Safira estava remexendo em seu malão enquanto murmurava alguma coisa para si mesma. Madison não se importou, andou até a sua cama e resolveu dormir já que não havia nada mais a ser feito.

A noite já havia chegado quando a jovem Potter foi despertada sem nenhuma delicadeza. Faísca puxou-a pelo braço fazendo com que ela caísse no chão duro e abrisse os olhos alarmada. Ele murmurou um pedido de desculpas e ela apenas se levantou enquanto apalpava as costas que doíam. O vento que entrava pela janela era gélido e fazia com que as unhas e os lábios de Madison ficassem ligeiramente roxos.

― Está na hora ― Faísca anunciou.

― Ah, a sua festa ― Madison sorriu enquanto piscava inúmeras vezes para espantar o sono ― Vou me arrumar e logo iremos, certo?

― Prenda o cabelo ― ordenou.

― O que? ― ela achou o pedido estranho mas não gostou principalmente do tom que ele usara, foi como se ele mandasse e ela tivesse que obedecer ― Quer saber, não importa. Não quero discutir com mais ninguém hoje, já volto.

Ela mexeu em seu malão e tirou de lá o seu vestido. Entrou no banheiro e se trocou rapidamente. Voltou ao dormitório, pegou um casaco grosso e jogou sobre os ombros. Faísca olhou de uma forma penetrante e um pouco ameçadora para ela e a loira foi obrigada a prender os cabelos com um elástico.

― Vá até a orla da floresta e eu te encontro lá ― afirmou o fauno e Madison assentiu. Logo ele subiu na janela e se lançou no ar, desaparecendo instantes depois.

Madison respirou fundo e apertou o casaco em seu corpo. Desceu as escadas o mais silencioso que conseguiu e torceu para que não houvesse ninguém na sala comunal, mas infelizmente havia. E quem estava lá era a última pessoa que ela queria ver agora.

― Aonde você pensa que vai? ― Adam perguntou largando o livro que segurava e sentando ereto enquanto Madison parava em frente ao retrato da mulher gorda e olhava para ele ― Você sabe que é perigoso sair por aí sozinha e à noite! Aliás, seu irmão disse que não ligava, mas ele liga.

― Não importa onde eu vou ― ela respondeu cruzando os braços ― E como tem certeza que eu vou sozinha? E quanto ao Nicholas, falo com ele depois. E o que você tem a ver com eu correr perigo ou não? Não estou arriscando a sua vida, estou arriscando a minha e de quem mais estiver indo comigo.

― Eu me preocupo com você ― ele insistiu se levantando e ela respirou fundo ― E por favor, para de agir como se aquele beijo nunca tivesse acontecido. Eu quero falar com você mas você não deixa! Madison, você não vai se arriscar lá fora, eu não deixarei. Nem que para isso eu tenha que amarrar você nessa poltrona.

― Eu sei me virar sozinha ― garantiu e tirou a varinha das vestes ― E não se aproxime.

― Você não teria coragem de lançar um feitiço em mim ― ele disse seguro enquanto cruzava os braços.

― Você tem razão ― ela bufou e abaixou a cabeça ― Eu queria poder não ligar para você, para o que você diz ou faz, mas eu não consigo ― ela ergueu a cabeça ― Não faria nada que machucasse você.... Mesmo que eu quisesse e você merecesse.

Ela deu um sorrisinho e ignorando a expressão de felicidade que se formou no rosto de Adam, virou as costas e saiu pelo buraco do retrato da Mulher Gorda. Ouviu Adam gritar seu nome mas assim que pisou para fora da Torre da Grifinória se apressou a correr para fora do Castelo. Precisava chegar na orla da Floresta, prometera à Faísca.

***

Assim que chegou na orla da Floresta sentiu-se vulnerável. Olhou para a cabana de Hagrid mas as janelas estavam fechadas e as luzes apagadas. A brisa que vinha de dentro da floresta fazia cócegas no pescoço nu de Madison e ela quis soltar os cabelos para que eles a protegessem um pouco da corrente de ar frio. Faísca surgiu num redemoinho abaixo dos pés dela e logo em seguida os dois desapareceram pelo mesmo redemoinho.

Quando finalmente estava fora da terra novamente, Madison parou para observar onde estava. Se encontrava onde a névoa cobria-lhe os pés e o ar parecia mais denso: no meio da floresta negra. Faísca a guiou até uma espécie de acampamento e mais de uma dúzia de faunos se encontravam ao redor de uma fogueira. Todos eles olharam para a garota com um olhar de espanto e em seguida direcionaram seus olhos para Faísca. No entanto, o olhavam com admiração.

Um fauno com a pelugem mais escura e com algumas marcas no chifre se aproximou de Madison e Faísca caminhou até a fogueira. Ela sentiu um pouco de medo uma vez que ele era maior que ela e não tinha certeza se era confiável. Ele fez uma reverência e Madison sorriu educadamente.

― Não está acostumada a atrair tantos olhares, está? ― ele brincou com um tom de voz misterioso.

― Na verdade, não ― Madison corou e ele indicou com a cabeça para que ela fosse para perto da fogueira. Ela obedeceu e logo um outro fauno se aproximou e lhe ofereceu um copo feito de madeira que continha um líquido verde ― Desculpe, mas o que é isso?

― Leite de botão de rosas ― Faísca explicou ― É uma bebida muito apreciada pelos faunos. É como o suco de abóbora dos bruxos, senhorita.

Madison deu um sorriso tímido. Não sabia se iria gostar daquela bebida mas pensou que seria falta de educação recusar. Para quem já encarara a comida de Hagrid, tomar um pouco de leite de rosas não seria um grande desafio. Pegou o copo com as mãos trêmulas pelo frio e deu um gole. Até que não era tão ruim.

― A cerimônia vai começar logo ― Faísca garantiu se aproximando dela e pegando o copo vazio ― Só precisamos que os líderes, os músicos e os dançarinos cheguem. Está com frio? ― perguntou verificando que as unhas dela estavam muito roxas ― Fique perto da fogueira. Não temos casacos ou cobertores, sabe, nos viramos com nossa pelugem.

― Tudo bem ― ela afirmou.

Ela se sentou em um dos troncos posicionados perto da fogueira e tentou se aquecer. Estava arrependida de ter prometido a Faísca que compareceria. Estava arrependida de estar ali. Suspirou e percebeu que chegavam mais faunos. Talvez fossem os líderes, dançarinos e músicos que Faísca falara. Alguns deles traziam flautas feitas de bambu e pararam perto da fogueira para começarem a tocar. Logo todos os faunos estavam dançando ― uns melhores que os outros. Madison ficou admirada e sorria ao ver o quão bonita era a cena que presenciava, deveria ser a primeira bruxa a ver uma festa desse tipo. E pelo que Faísca havia dito, ela realmente era.

Foi servido mais três copos daquele leite de botões de rosas e Madison aceitou todos. Comeu também umas ervas que serviam e que tinha um gosto refrescante. Logo o líder que havia cumprimentado Madison pediu que todos ficassem em silêncio e se acomodassem porque iriam começar a cerimônia de "formatura" dos Faunos Elementares. "Graças a Merlin" pensou a garota enquanto centrava sua atenção no líder dos faunos.

― Queria parabenizar a todos os faunos pela dedicação em aprender a manusear os quatro elementos: fogo, água, terra e ar. Como recompensa, vocês ganharão marcas em seus chifres que simbolizarão a sua graduação ― ele afirmou e Madison percebeu que Faísca sorria orgulhosamente ― E de agora em diante vocês, jovens e formados, serão os novos guardiões do nosso povo e do nosso acampamento.

Eram seis faunos os que estvam se formando. Eles se levantaram e caminharam em direção ao líder que segurava uma adaga e fazia marcas nos chifres dos faunos. Madison achou interessante toda aquela cerimônia e mal podia esperar para contar à Safira, ela ficaria fascinada. Assim que todos estavam devidamente marcados Madison se ergueu pronta para ir embora. A lua brilhava acima de sua cabeça e o vento continuava soprando frio.

― Você não vai ainda ― Faísca anunciou chegando perto dela.

― Por quê não? A cerimônia acabou, Faísca e está tarde. Além do mais eu estou com frio! ― ela argumentou batendo os pés no chão e todos os faunos olharam para ela ― Vamos, me leve para o castelo.

Faísca fez uma careta que Madison não soube decifrar e ela ouviu alguém se aproximar de suas costas. Virou-se rapidamente e encontrou o líder dos faunos olhando para ela com a adaga na mão. Outros faunos apareceram e agarraram os pulsos de Madison. Ela gritou mas Faísca não fez nada, apenas se afastou.

― O que está acontecendo? ― ela perguntou tentando se soltar.

― Apenas fique quieta e vamos te soltar logo ― afirmou o líder passando uma espécie de erva atrás da orelha da garota. Havia ficado uma mancha que instantes depois desapareceu ― Bem, parece que você não está envolvida com os assuntos das trevas.

― Claro que não ― respondeu amedrontada.

O líder pegou seu pulso e fez com que ela virasse a palma da mão para cima. Ele ergueu a adaga e fez um corte na palma da mão dela e Madison deve de segurar o grito de dor. O sangue começou a sair de dentro do corte e o fauno segurou a mão dela acima da fogueira fazendo com que as gotas de sangue caíssem no fogo.

― Que o sangue de um bruxo puro de coração nos proteja contra o mal ― ele murmurou enquanto as gotas vermelhas caíam e queimavam na fogueira ― Que a mãe natureza nos abençoe com a dádiva da coragem para podermos nos defender contra as trevas.

Todos os faunos murmuraram as mesmas palavras e Madison foi solta. Ela caiu para trás com as costas nas folhas e olhou para a mão. O corte parecia bem fundo e ardia. Fechou a mão tentando parar o sangramento e olhou para os faunos diante dela. Faísca se aproximou novamente mas ela lhe deu um chute.

― Senhorita, não fizemos por mal ― ele garantiu ― Precisavámos do seu sangue para garantir nossa proteção. Foi uma oferenda. Há muito tempo fomos amaldiçoados a não conseguirmos lutar contra os que nos ameaçassem e só o sangue de um bruxo puro de coração poderia nos libertar para que pudéssemos nos defender.

― Se você tivesse pedido o meu sangue, eu teria dado para salvar seu povo! ― Madison gritou argumentando e os faunos a olharam surpreendidos ― Você pode me levar para o castelo agora? ― ela tirou a varinha com a mão boa e apontou para ele ― Se não puder, eu acho o caminho ― mas estava claro que não era um pedido e sim, uma ameaça.

O líder se aproximou com um recipiente de madeira nas mãos e algumas folhas.

― Vou cuidar do seu corte ― anunciou se abaixando ao lado dela e Madison deixou já que estava doendo e perdendo sangue. Ele derramou um líquido na palma da mão dela e depois começou a envolver o corte com folhas ― Faísca não se aproximou de você para trazê-la aqui, se é o que está pensando. Ele já era bem, seu amigo quando tivemos a ideia. Tentamos por vários anos quebrar a maldição que nos deixava vulneráveis mas nunca nenhum bruxo aceitou dar seu sangue em nossa ajuda. Uns não nos achava dignos de confiança e outros achavam que o sangue bruxo era algo que não podia ser desperdiçado. Quando soubemos de você, vimos a chance. Faísca recusou mas era pelo bem do nosso povo e logo o convencemos disso. Você nos salvou, Madison Potter. Peço perdão por ter assustado e ferido você mas achamos que você não concordaria, a subestimamos.

― E como meu sangue irá ajudar? ― ela perguntou se erguendo já com a mão enfaixada com folhas ― Sabe, tem o meu dna naquela fogueira.

― Ah ― o fauno líder riu ― Não é algo como poderes místicos porque isso nós temos, temos o poder de controlar os elementos. É mais uma dádiva. Dádiva de coragem, clareza, estratégia para nos ajudar na proteção de nós mesmos contra a força das Trevas. Nas outras duas batalhas que ocorreram, os comensais vieram até nós para que nos juntássemos a eles. Recusamos. Não íamos lutar ao lado das trevas. Eles mataram boa parte da nossa espécie e nos sentimos fracos. Com o seu sangue, a quebra da maldição e a dádiva que vamos receber, vamos nos sentir mais confiantes para lutar do lado dos bruxos do bem caso haja outra guerra.

― Posso considerar vocês como aliados se precisarmos? ― Madison perguntou.

― Sim ― o líder confirmou e se virou para Faísca ― Leve-a de volta ao castelo, em segurança.

Faísca assentiu e segurou na mão que não estava ferida de Madison e novamente sumiram num redemoinho de terra.


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