Aos olhos de Alasca escrita por Vold


Capítulo 8
Trevo de quatro folhas


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal espero que gostem, agora vou atualizar a fanfic todos os dias 3 ou 4 Capítulos



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Acordei troquei de roupa e me encaminhei para a sala de aula, era aula de religião. Sentei-me próximo ao Coronel e fiquei ouvindo a aula do velho.

Quando eu estava desenhando no final do caderno ouvi o velho gritar com o Gordo:

–Sr. Halter, estou aqui forçando meus pulmões em benefício da sua instrução. E, no entanto, algo lá fora parece ter chamado sua atenção de uma maneira que não fui capaz de fazer. Por favor, me diga: o que descobriu de tão interessante lá fora?

Fiquei apenas observando como Gordo iria respondê-lo.

–Bem, é que eu estava olhando pela janela, sabe, olhando para o morro e estava pensando que, bem, as árvores e a floresta, como o senhor estava dizendo antes...

–Vou pedir ao senhor que se retire da sala, Sr. Halter, para que possa ir até lá e descobrir a relação entre as bem-árvores e a sabe-floresta. E, amanhã, quando estiver pronto para levar esta aula a sério, será bem-vindo.

Não aguentei a intolerância daquele velho então me levantei, joguei a mochila nos ombros e comecei a discutir:

–Desculpa, mas isso é ridículo. Não pode simplesmente expulsá-lo de sala. O senhor fica aí falando nesse tom monótono durante uma hora todos os dias, e não temos o direito de dar uma espiada pela janela?

O velho me olhou com cara de quem queria me matar, então finalmente ele respondeu:

–Durante cinquenta minutos por dia, cinco dias por semana, vocês seguirão as minhas regras. Ou serão reprovados. A escolha é de vocês. Saiam os dois.

Depois de ele acabar de falar sai da sala, quando Miles saiu dei um sorriso para ele e finalmente disse:

–É o truque mais velho do universo, mas todos caem. Falei que ele era um babaca.

–Ainda acho que ele é um gênio. Ele estava certo. Eu não estava prestando atenção.

–Tudo bem, mas ele não precisava ter sido tão estúpido. Como se tivesse de humilhar os outros para mostrar poder?! Além do mais, os verdadeiros gênios são os artistas: Yeats, Picasso, García Márquez ˗ gênios. Sr. Hyde ˗ velho amargo. Ei tive uma ideia, o que você acha de procurarmos trevos de quatro folhas até a aula acabar?

–Bem, pode ser.

–E depois vamos fumar com o Coronel e o Takumi. Tremendos idiotas por não terem marchado para fora de sala junto conosco.

Então me sentei de pernas cruzadas para apanhar alguns trevos e Gordo se sentou para me ajudar.

Um tempinho depois finalmente achei um trevo de três folhas, mais havia uma minúscula folha no meio dele, eu já estava com as unhas sujas de terra então finalmente disse:

–Você obviamente não se esforçou para encontrar o trevo, seu tarado, mesmo assim, eu lhe daria este aqui. Só que sorte é coisa de otário.

Então arranquei o trevo e disse:

– Pronto – Joguei o trevo no chão - Agora você não é mais uma anomalia genética.

–Hmm, obrigado.

Foi quando o sino tocou, então Coronel e Takumi se aproximaram, olhei com cara de raiva para eles quando Coronel disse:

–Que foi?

Revirei os olhos e comecei a andar, olhei para trás e sim, eles estavam me seguindo então cruzei um gramado e passei por um campo de futebol, entrei em um bosque e comecei a seguir uma trilha ao redor do lago quando cheguei até uma estrada de terra, Coronel correu para meu lado então começamos a discutir enquanto andávamos. Então depois de tanto andar chegamos até o buraco do fumo.

Coronel começou a entregar cigarros para todos. Mais o chato do Takumi não quis, então acendemos os cigarros. Então continuei a discussão com Coronel:

–Só acho que ele não tem o direito de nos tratar com tanta arrogância, o Gordo não vai mais olhar pela janela, e eu não vou mais me exaltar por causa disso, mas ele é um péssimo professor, e vocês não vão me convencer do contrário.

–Está bem. Só não faça outra cena. Santo Deus! Você quase matou o velho!

Então Takumi se intrometeu:

–É verdade, você só tem a perder deixando o Hyde zangado. Ele vai comer sua cabeça, depois vai cagar e mijar em cima. O que, por sinal, é o que devemos fazer com quem dedurou a Marya. Ouviram alguma novidade?

Então eu disse:

–Deve ter sido um dos Guerreiros de Dia de Semana. Mas, pelo visto, estão pensando que foi o Coronel. Vai saber. Talvez o Águia tenha dado sorte. Ela foi burra; foi pega; foi expulsa; fim da linha. É isso o que acontece com quem é burro e se deixa apanhar.

Tentei sem sucesso fazer anéis de fumaça com a boca. Então Takumi voltou a conversa:

–Poxa! Se algum dia eu for expulso, me lembre de ir à forra sozinho, já que não posso contar com você.

–Não seja ridículo, Só não entendo por que você fica tão obcecado, querendo desvendar tudo o que acontece por aqui, como se tivéssemos de solucionar todos os mistérios. Deus do céu! Já passou. Takumi, você precisa parar de roubar os problemas dos outros e arranjar seus próprios problemas.

Takumi quis dizer mais alguma coisa mais fiz sinal para que a conversa tivesse sido encerrada.

Então sem assunto disse ao Gordo:

–Que seja não gostei do jeito como ele tratou você. Deu vontade de chorar. Quase dei um beijinho para ver se passava.

–Pena que não deu.

Começamos a rir.

–Você é uma gracinha – Vidrei os olhos nele mais ele desviou o olhar - Pena que gosto do meu namorado.

Então Takumi foi até Gordo e começou a bagunçar seu cabelo cantando:

–Yeah! O Gordo é uma graça./ Mas é boa-praça./ Não faz arruaça./ E o Jake... Droga. Droga! Quase consegui quatro rimas com 'aça'! Pensei em carpaça, mas isso não é palavra.

Comecei a rir.

–Só por isso já não estou mais zangada com você. Rap é tão sexy! Gordo, sabia que estamos na presença do melhor MC do Alabama?

–Hmm, não.

Então Takumi disse:

–Faz uma batida, Coronel-Catástrofe.

Então Coronel começou a fazer barulhos como: Puh-chi. Puh-PuhPuh-Chi. Então Takumi começou a cantar:

–Aqui, perto do rio, pediram para eu arrasar./ Se fumaça fosse doce, eu comia até enjoar./ Sou bom, rapaz, se liga./ Meu rap é clássico, à moda antiga./ A batida está mais morta que o caixeiro-viajante./ Às vezes me acusam de ser meio arrogante/ Porque eu falo devagar, EuFaloBemDepressa./ Não gostou, por quê? Sai dessa!

Ele parou por um tempo e depois continuou:

–Na rima imperfeita, da Emmy DickinSON/ O rap acabou, se liga, meu irmão.

Então Gordo olhou para mim enquanto eu fumava e disse:

–Por que você fuma tão depressa?

Abri um sorriso e disse:

–Vocês fumam para saborear. Eu fumo para morrer.


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