-Tem certeza?

-Sim. –Falei fazendo juntamente o sinal com a cabeça.

-Tudo bem então eu a acompanharei até o carro.

Levantei-me da cadeira ainda procurando-o. Novamente não o enxerguei. Devia ter sonhado com o som de sua voz.

Entrei no carro e coloquei minha bolsa no banco do carona e saí.

_Sasuke

Entrei em meu GT-R da Nissan que estava na mesma vaga de sempre e segui o trajeto de minha casa.

“O que é isso?!” –Pensei, ao ver muitas pessoas juntas. Parece que rodeiam alguém.

“Oh meu Deus! Aquela é a Sakura? É claro que sim olha o cabelo rosa aparecendo! É ela! Estacionei meu carro na primeira vaga que vi pela frente. Saí do carro o mais rápido que consegui e fui na direção do restaurante. Sakura estava caída quase em frente da porta. Haviam algumas pessoas em sua frente, tive que passar por cima delas para chegar ao lado de Sakura. Quando consegui passar todos ajoelhei-me ao lado dela.

-Sakura! Sakura! Está me ouvindo? –Perguntei ofegante.        

-Sasuke? O que você esta fazendo aqui? –Era Hinata. Provavelmente ela estaria com Naruto.

-Eu estava passando, vi o tumulto e decidi ver o que estava acontecendo.

Hinata ficou me olhando da maneira mais seca que aquela criatura já havia feito na vida. Logo percebi que eles já deviam estar sabendo que a Sakura estava magoada comigo. Não quis pensar mais naquele assunto.
-O que ela tem? - Perguntei passando a ponta de meus dedos em seus fios de cabelo.
-Eu não sei, quando agente a viu ela já estava desmaiada. -Naruto falou fitando me.
-Temos que levá-la para um hospital. -Estava pegando ela em meus braços quando Hinata os segura com força.
-Você sabe que ela não iria querer isso. -Respondeu.
-Mas ela está em péssimo estado!
-Não importa. Eu cuido. - Respondeu friamente. -O que você precisa fazer agora é sair daqui.
-Vá com calma Hinata. -Falou Naruto.
-Você sabe que eu não suporto esse tipo de coisa. Especialmente quando são feitas com os meus amigos.
-Mas eu... -Comecei.
-Sai daqui Sasuke. É o melhor que você faz. -Falou Naruto calmamente.
-Deixe me ficar. -Supliquei.
Sakura repentinamente se mexeu. Eu logo minha preocupação voltou a tona.
-Ela acordará logo e ela não vai querer ve-lo.
-Tudo bem. Mas prometa para mim que quando ela acordar vocês irão me avisar.
Ninguém respondeu nada.
-Prometem? -Forcei.
-Tudo bem.
Então eu me levantei e segui para o meu carro. Quando adentrei em meu carro, os pensamentos confusos fluíam e não me deixei conter por eles. Eram questões que me interessavam.

Por que não me deixaram ficar? Por que não me deixaram cuidar para que Sakura ficasse bem?

Respirei fundo. Não sabia que pensar no nome de tal pessoa me deixava tão deprimido. Magoava-me saber que quando eu pensava nela meu coração doía de saber que ela não me queria mais. Eu vivia por ela e agora, por causa de um mal entendido, está tudo acabado.

Pensei um pouco......

-Estou decidido. –Falei para mim mesmo direcionando o carro até a rua que estava um pouco molhada por causa da chuva que agora saía com urgência de dentro das nubladas e escuras nuvens.

Não vou deixar que nada mude meus sentimentos por ela. Não vou deixar nada nem ninguém interferir nos meus sentimentos por ela. Vou reconquistá-la. Vou dar meu máximo para ela voltar para meus braços. Nem que para isso eu tenha que dar tudo de mim. Mas eu vou reconquistá-la. Nem que para isso eu tenha que entregar lhe o meu coração cem vezes.

_Sakura

Estava muito nervosa. Por que eu tinha que amá-lo tanto? Por  que? Por que eu não podia simplesmente tirar aquele enorme sentimento de meu pequeno coração? Argh! Que raiva! Por que ele tinha que beijar a quatro olhos? Por que tinha que ser ela?

Nessa hora eu quase bati em um carro que estava na minha frente. Dei uma freiadinha e consegui fazer com que meu carro brecasse e não fosse com a sua frenteira no outro.

Cheguei em meu apartamento e sentei no sofá. Precisava descansar depois de uma tarde tão difícil como essa foi. Decidi ligar ao meu pai. Eu não ficava um dia sequer sem me falar com ele. Procurei meu celular dentro de minha bolsa e liguei.

-Alô! Pai?

-Filha? Que maravilha você ter me ligado! E aí como vão as coisas?

-Bem! Eu saí do meu antigo emprego e fui trabalhar em um outro lugar.

-Hum, e como está indo você com o seu namorado? –Perguntou ele curioso.

Dei uma pausa. Aquilo estava me machucando mesmo.

-Agente terminou. –Falei deixando que uma lágrima escorresse sobre minha face inchada de tantas lágrimas escorridas em somente uma tarde.

-Sério filha?! Uma pena. Vocês formavam um belo casal. Mesmo eu não indo muito com a cara daquele Sasuke. –Continuei em silêncio.

-Filha, não fique triste. Eu sei que você gostava dele, mas bola pra frente.

-Tudo bem. –Falei secando as lágrimas. –Bom, e aí pai novidades? Como estão as coisas aí na Alemanha?

-Estão ótimas. Estou planejando fazer negócio com uma galeria muito famosa. A dona disse que viria aqui em casa ver as minhas obras. –Falou ele com um tom de animação.

-Que ótimo! Tomara que de tudo certo! –Tentei mostrar mais animação o possível.

-Filha eu te mandei um presente.

-Jura?!

-Sim! Acho que ele chegará aí semana que vem.

-Obrigada pai! Não precisava!

-Deixe os agradecimentos para quando você o receber!

-Tudo bem.

Eu amava meu pai. Ele sempre me animava qualquer fosse a situação. Ele sempre estava presente mesmo estando longe. Ele era a melhor pessoa desse mundo. Era nele em que eu confiava.

-Filha, tenho que desligar.

-Ah sim, claro.

-Beijos até mais.

-Beijos. –Falei. –Ah pai!

-Sim?!

-Eu te amo.

-Eu também filha. –Ele deu uma risadinha.

Desliguei o telefone e com ele ainda em minhas mãos fui até a pequena sacada que havia na sala. Fiquei olhando a paisagem que havia. O sol começava a sair das nuvens que antes não deixavam que seus raios sequer passassem por elas. Havia alguns pássaros voando longe e alto. Eu fiquei contemplando-os por muito tempo até eles desaparecerem no céu que agora estava um pouco mais azul.