7º desafio Sherlolly escrita por Clara Mikkelsen


Capítulo 1
Ela não vai te morder,é só a Molly




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/498338/chapter/1

-Só mais uma! Sherlock ouviu Molly gritando do outro lado da sala. A festa de comemoração do aniversário de Mary estava saindo do controle, pelo menos para Molly,que estava bêbada até as pontas dos cabelos. Ela havia terminado seu noivado com o tal sósia, Tom. Ela disse que tinha o direito de ficar bêbada, e ficou. –Shhhherlock! Ela gritou e Sherlock revirou os olhos.

-Molly,chega. Mary falou tirando o copo da mão dela. Ela se levantou reclamando e andou até Sherlock que só a observava de longe,ele não queria se envolver naquele drama.

-Shherrloock. Ela falava arrastado sorrindo.

-Molly Hooper. Ele falou sério e ela sorriu mais ainda.

-Ah Sherlock.

-Sim.

-Sherlock Holmes,o grande Sherlock Holmes. Ele estava achando aquilo tudo muito ridículo e constrangedor.

-Sou eu. Ele disse ainda sério, Molly se sentou ao lado dele, tão próximo que ele sentiu o cheiro de álcool que se misturava com o perfume doce que ela sempre usava.

-Por que tão sério, grande Sherlock Holmes?

-Eu sempre estou assim.

-Acho que você precisa de um drink. Ela falou se levantando mas caiu em cima de Sherlock, ela caiu na gargalhada e ele não entendia o motivo.

-Molly,vou te levar para casa. John apareceu falando ,Molly o empurrou para longe e disse que podia ir sozinha. –Você só saí daqui com alguém. John falou e ela encarou Sherlock.

-Não finja que não está prestando atenção aqui, Sherlock Holmes. Você vai me levar para casa.

-Não acho que isso seja possível. Sherlock falou ,ele não sabia lidar com bêbados com suas verdades cuspidas em cada frase mal formulada.

-Sherlock. John falou e ele revirou os olhos. Molly sorriu satisfeita, sabia que conseguiria a companhia de Sherlock.

-John...

-Sherlock!

-Eu não sei o que fazer nessas situações. Sherlock disse se afastando de Molly que agora procurava alguma coisa no sofá.

-Você vai a levar em casa,não vai a deixar fazer nenhuma besteira,do tipo que eu ou Mary não concordaria, vai fazer um café bem forte pra ela,a colocar na cama, e pronto.

-Isso não parece ser fácil.

-Não é impossível, você consegue.

-Isso não é uma boa ideia. Sherlock falou tentando em vão se livrar daquilo.

-Ela não vai te morder,é só a Molly.

-Exatamente, é a Molly .

-Então se trata disso? Não fuja de mulher. Por isso Mrs. Hudson acha que somos gays. John disse rindo e Sherlock não riu, ele estava nervoso demais para rir.

-Sheeerloock? Molly chamou rindo.

-Não faça nada que eu não faria,ok?

-Ok.

-Cuida bem dela,e por Deus, não a magoe! John falou antes que Molly puxasse Sherlock até a porta,ela estava muito animada. Até demais para Sherlock que suava frio e tentava demonstrar aquela frieza normal de sempre.

Enquanto ambos estavam dentro de um táxi, Molly sorria o tempo todo, como uma criança que ganhará um novo brinquedo. Quando finalmente chegaram ,Molly tentou abrir a porta ,mas não conseguiu. Sherlock pegou a chave a abriu a porta rapidamente, não queria que ela tivesse tempo de falar ou fazer nada. O apartamento era bonito ,organizado e amplo, muito diferente da bagunça organizada e poeirenta de Sherlock. Molly sorriu enquanto Sherlock ia até a cozinha, preparar o tal café forte que John falou.

-Eu trouxe um presente para nós. Molly falou tirando da bolsa uma garrafa quase cheia de whisky . –Traga copos. Ela praticamente ordenou, mas Sherlock ignorou enquanto esperava o café. –Vamos lá, Sherlock Holmes. Quero ver do que você é capaz, venha beber também. Ela gritou.

-Estou preparando sua ultima bebida da noite ,fique parada e muda até eu chegar ,se não for pedir demais. Ele falou e Molly foi até a cozinha ,se aproximou de Sherlock que tentou se afastar, levando Molly a se aproximar mais ainda.

-Sherlock, sabia que você é muito sem graça? Sempre tão sério ,com essa cara de nada, como consegue? Ela o questionou.

-Eu sou assim, Molly.

-Eu amo o jeito que fala meu nome.

-Aqui seu café. Ele disse quando entregou uma caneca cheia pra ela.

-Eu não vou beber isso, Sherlock. Eu quero o que está na sala. Vamos lá, me acompanhe. Ela disse puxando Sherlock pelo braço, ele a seguiu com a caneca na mão.

-Eu não vou beber. Muito menos você. John disse que você precisa de café.

-John...John!! Sherlock, você é gay? Ela perguntou sem rodeios e Sherlock a encarou.

-Não, Molly. Eu não sou gay.

-Então por que Sherlock?

-Por que o quê?

-Por que você não me ama? Ela perguntou nervosa, parecia que ia chorar e Sherlock não sabia como lidar com aquilo. Ele não podia ver Molly chorando.

-Você não está bem, precisa desse café. Vamos ,beba. Ele pediu ignorando a pergunta.

-Sherlock, você sabe o que sinto. Por que não me fala logo que não me quer, ou simplesmente me dá um sinal, só um sinal! Ela gritou enquanto jogava a caneca de café no chão sujando tudo. Era isso o que Sherlock temia, ser confrontado por ela e não saber como ela mesmo disse ‘simplesmente’ dar um sinal, qualquer que fosse.

-Molly...

-Sherlock!

-Eu não sei...

-Não sabe o que? Se fosse só isso eu já me sentiria satisfeita, pelo menos a dúvida ia ser melhor que o nada que temos.

-Eu te amo Sherlock Holmes. Ela falou encarando ele como se fosse desmoronar a qualquer momento.

-Eu..eu...Sherlock começou, ele ia falar ,ele tinha a coragem naquele momento, por uma fração de segundo ele teve coragem, mas Molly acabou com o clima quando vomitou em cima dos sapatos dele.

-Merda! Ela gritou e caiu no choro. –Eu te odeio Sherlock Holmes!

-Molly ,calma. Ele falou enquanto a seguia ,ela correu para o banheiro, fechou a porta e se sentou no chão e chorou muito mais ,chorou o que estava segurando desde muito tempo. Chorou por Tom, chorou por amar Sherlock e chorou por se deixar chorar na frente dele. –Molly. Ela ouviu Sherlock do outro lado da porta.

-Saí daqui Sherlock!

-Eu não vou a lugar nenhum. Por favor ,abre a porta. Ele pediu calmamente, Molly então abriu a porta, tentou parar de chorar e não conseguiu.

-Eu ainda te odeio. Ela falou enquanto ele entrava e ligava chuveiro, ele a pegou pelas mãos e a guiou até onde a água caía. Ele tirou seu grande sobretudo e se sentou no chão deixando a água quente cair e o molhar, ela se sentou ao lado dele ainda chorando e também se molhou.

-Não ligo se me odiar ,pelo menos ainda sentirá algo por mim. Ele falou e Molly o encarou. –Agora você precisa de água quente, isso relaxa. Molly chorou mais ainda, ela odiava o poder que Sherlock tinha sob a vida e os sentimentos dela. Depois de meia hora de silêncio total, de ambos apenas ouvindo a água caindo, Sherlock se levantou todo encharcado e pegou uma toalha para Molly e uma para ele. Molly saiu do banheiro para mudar de roupa, ela ainda não se sentia bem, mas era capaz de fazer isso sozinha. Depois de botar uma roupa quente, procurou algo para Sherlock, mas só achou uma calça de moletom, que era de Tom.

-Se quiser,pode usar isso. Molly falou entregando a calça para Sherlock que a encarava procurando qualquer sinal de tristeza nos olhos dela. Molly foi para a sua cama, ouviu Sherlock batendo na porta.

-Você precisa tomar isso. Ele falou entregando um comprido na mão dela, junto com um copo de água.

-Obrigada. Ela falou o encarando,e ele estava com a calça, sem blusa. Ela poderia o olhar assim pelo resto da vida, ele era realmente lindo.

-Boa noite, Molly. Ele falou com um sorriso de lado, quase imperceptível, mas não para os olhos dela, os quais já haviam decorado cada feição do rosto dele.

-Sherlock, fica aqui. Ela pediu e ele sem pensar por muito tempo se deitou ao lado dela, ele ficaram se encarando por um tempo, sem dizer uma só palavra, apenas ouvindo suas próprias respirações que agora estavam em sincronia.

Sherlock não sabia o porque estava fazendo aquilo, na realidade sabia, mas tentava ainda negar que não a amava. Molly sorriu e naquele momento Sherlock viu que não podia ficar mudou como sempre ficou, não podia fugir do óbvio. Calmamente, ele se aproximou de Molly e a beijou ternamente, ele não sabia bem como fazer aquilo, mas tentou ao máximo ,não parecer tão inexperiente quanto era na realidade.

Molly se surpreendeu, mas não se negou ao beijo, pois sabia que se ele estava fazendo aquilo, é porque tinha certeza do que estava acontecendo. Depois do beijo calmo e doce, ambos voltaram para o silêncio de antes, apenas se encarando ,se deliciando com a presença de cada um.

Sherlock sabia que depois daquela noite, as coisas nunca mais seriam as mesmas, seu mundo passaria a ser muito menos entediado, agora teria Molly, a quem nunca deixou de o surpreender e o encantar sempre que se viam. A única que sempre foi importante para aquele Sherlock, que nunca se importou com os outros.

Naquela noite ,Molly adormeceu sorrindo, e Sherlock sonhou com aquele sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "7º desafio Sherlolly" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.