RUE - As flores, O pássaro e A música escrita por Serena Bin


Capítulo 4
CAPÍTULO III - A Música parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá lindezas. Demorou mas chegou, a última parte.
O capítulo é beeem grande.
Quero agradecer a Filha do Mewtwo e ao AFilho pelos comentários.
Esse capítulo dedico a vocês.
:) Boa leitura



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Eu olho em volta. Uma sala pequena com um tubo condutor que me levará até a arena.

– Não saia de seu pedestal antes de soar o sinal, caso contrario eles explodirão voce. Érida me lembra. Ela tem o olhar baixo, sinto algo próximo a tristeza em seu rosto. - Seja forte. - Ela ordena. Em seguida nos abraçamos. Entro dentro de meu tubo esperando a hora em que estarei na arena.

Dez segundos é o suficiente para me transferir do subsolo para a arena. Enquanto subo, me coloco em um estado de catatonia. Não penso, não reajo. Apenas espero o momento em que não serei mais a responsável pela escolha de viver ou morrer.

Antes que eu perceba, já estou na arena. Reconheço ser um ambiente de floresta. Visualizo árvores altas, isso é bom. Muito bom. Olho ao meu redor e, vejo a maioria dos tributos. Há a cornucópia, uma enorme cobertura em forma de chifre que contém em seu interior utensílios de sobrevivência, armas, roupas e comida. Mas também há coisas espalhadas pelo chão verde. A minha frente existem uma caixa de fósforos e uma pequena zarabatana com cinco dardos. Eles serão meus quando eu puser os pés no chão.

A voz de Claudius Templesmith soa como trovões pelo espaço aberto.

– Que a sorte esteja sempre a seu favor!

Volto minha atenção para o enorme cronômetro projetado no alto da cornucópia. Não posso ver Thrash de onde estou, provavelmente estamos em lados opostos um do outro.

Cinco, quatro, tres, dois, um. O relógio zera.

Basta um sinal e o banho de sangue na cornucópia começa. Imediatamente agarro a caixa de fósforos e a zarabatana. Sem pestanejar apanho uma mochila qualquer e corro no sentido contrário à luta. Enquanto os tributos se matam pelos suprimentos e melhores armas, eu repasso a pequena lista que Chaff me orientou.

Corro o mais veloz que consigo, aparentemente não fui seguida. Adentro a floresta densa e num piscar de olhos me lanço em uma árvore altíssima, e ali fico.

Não demora muito para que os canhões comecem a soar. Conto ao todo oito. Oito tributos já estão mortos. Continuo imóvel em minha árvore. A noite rapidamente cai, o que me faz julgar que seja uma ação dos gamemakers para fazer com que o jogo ande depressa.

–--

A floresta e densa. Muitas árvores, flores, algumas plantas medicinais, outras comestíveis, alguns pequenos animais como lebres e esquilos, e pássaros. Muitos pássaros. Reconheço a melodia de um deles. São Mockingjays, copiadores natos de harmonias.

Muito tempo se passa até que finalmente as coisas se acalmem. Me pergunto onde estará Thrash, será que sobreviveu? É difícil imagina-lo sendo morto por uma daquelas crianças amedrontadas. Imagino que os únicos que lhe apresentam algum risco sejam os carreiristas e quem sabe os tributos do 12. Quando me preparo para repousar um pouco, a arena é inundada pelo hino nacional, e imediatamente um holograma se forma no céu. Então um a um, os rostos dos mortos se projetam no ar, e nem Thresh, nem os carreiristas nem o casal do 12 aparecem. Sinto uma ponta de medo ainda maior, eu não esperava realmente que algum carreirista fosse morto logo no primeiro dia, mas está pior do que eu pensava. Todos os que são realmente mortais ainda estão vivos.

"Suba na árvore mais alta que encontrar. E fique lá até que todos estejam mortos." Lembro-me das instruções de meu pai. E é exatamente o que pretendo fazer. Se ninguém me encontrar, talvez eu consiga ser a vencedora. Eu posso acompanhar o obituário pelo céu, e posso comer os suprimentos que eu encontrar na copa das árvores. Sim. Esse é um bom plano.

Amanhece e anoitece algumas vezes. Meu plano permanece firme. Eu observo o céu esperando pelos mortos, como as frutas que encontro nas árvores e descanso. Mas pouco a pouco meu organismo começa a sentir falta de algo. Garganta seca, coceira nos olhos, lábios rachados. A sede acaba por me tirar de minha zona de conforto. Preciso colocar em prática a primeira recomendação de Chaff. Procurar água.

Observo a floresta que, está assustadoramente calma. Não vaçilo. Acredito ser pouco mais de cinco da tarde. Pelo que sei pode haver alguém escondido à escória só esperando por uma um oportunidade de me matar. Pulo de uma árvore para outra com cautela. As folhas balançam e o vento faz chiar a copa das árvores o que de certa forma camufla meus movimentos. Avanço algumas árvores quando finalmente ouço uma movimentação suspeita. Olho para baixo e no chão vejo o que parece ser uma garota baixa de cabelos longos e cacheados, não acredito que seja uma carreirista pois se movimenta muito vagarosamente, e embora seja minha inimiga a deixo seguir em paz. Não quero matar nenhuma pessoa inocente, deixo essa tarefa cruel para quem tenha mais malícia do que eu. Continuo a andar pelas árvores e ao passo que a noite cai, a temperatura também despenca drasticamente. Decido parar e repousar, não é seguro andar à noite, mas a sede corta minha garganta, então faço a única coisa que posso fazer para dissipa-la. Eu durmo.

Um sono conturbado e alerta. Acordo com gritos e pedidos de socorro.

– Nao me mate! Por favor! - Suplica alguma voz no meio da floresta. Me encolho ainda mais em minha árvore. Os gritos perduram por alguns instantes e quando param me ponho a prestar atenção a espera do canhão, mas ele não toca.

Imagino que a pobre garota possa ter sido somente torturada e deixada para morrer aos poucos. Penso em descer e ajuda-la, mas ouço vozes alteradas. Alguém está zangado pelo fato de a garota ainda estar viva.

– Pensei que ela estivesse morta, por isso parei de golpeá-la! - Argumenta uma garota cujo rosto não decifro.

– Agora teremos de voltar para ter certeza de que a matamos! Mas quem? - uma garota loira fala. Os carreiristas se entre olham e dirigem seu olhar para um quinto indivíduo. Ao que parece fizeram aliança com mais um. Procuro pelo rosto do escolhido mas falho.

– Tudo bem, eu checarei a garota e a matarei se necessário. - Indaga uma voz macia e rouca. O rapaz se lança para o meio do mato e minutos depois o canhão anuncia o inevitável, e o rosto aparece no céu. Trata-se da garota que vi mais cedo.

Os passos firmes indicam que o assassino está de volta. Há um toque sombrio em mim quando vejo seu rosto. Ali, loiro e com feições gentis eu o reconheço. É Peeta Mellark. Procuro por sua namorada, a garota do 12, mas ao que parece ela está sozinha na floresta. Julgo que possam ter se perdido um do outro, como aconteceu comigo e Thresh.

O grupo caminha cada vez mais em direção ao centro da floresta e ali levantam acampamento. Eles tem comida e água o que me faz pensar em ataca-los mas decido esperar a hora certa. Felizmente ninguém fica de guarda, o que me garante um plano.

Espero que todos adormeçam e formulo uma pequena armadilha. Uma espécie de anzol que uso para puxar o cantil de agua que encontra-se bem visível e livre. Mas não é fácil consegui-lo, ao mínimo toque a garota morena se mexe. Suor corre por meu rosto, mas não desisto. Minutos de agonia se passam. Temo que alguém acorde e decida puxar o pequeno cipó de minha mãos e eu morra vítima de uma queda de 15 metros. Mas para meu alívio tudo dá certo. No momento em que recebo o cantil em minhas mãos, me sinto uma vitoriosa. Roubei os carreiristas duas vezes. Me movo rapidamente para longe do bando, me fixando em um pinheiro enorme a vários passos de distancia do perigo.

–--

Amanhece um dia frio. O canto dos pássaros é o que me tira de minha inércia. Sobrevivi a mais um dia na arena. Estou feliz por conseguir ir tão longe. Sentada num galho forte, decido pela primeira vez verificar o que há dentro de minha mochila. Eu abro o zíper e me deparo com uma pequena faca, um pacote de cereal, um pequeno rolo de arame e surpreendentemente uma garrafa de café. Nunca imaginei que pudesse haver tal bebida na arena. Como os cereais e tomo o café. Termino meu pequeno banquete e me coloco a mover-me por entre as árvores. Chego ao local onde vi os carreiristas na noite anterior e noto que já se foram. Mas há alguém a espreita. Observo atentamente e logo eu a percebo. É a garota do 12 se movendo atentamente pela folhagem seca no chão. Ela não possui nenhuma arma, exceto uma pequena faca. Ela não deve ter visto os carreiristas, porque está indo na direção deles. Decido me manter em um ipê bem florido, acredito ser um bom esconderijo. Assim, camuflada entre as flores posso descansar.

Tudo é tão silencioso na arena. Pelas minhas contas já estamos no sexto ou sétimo dia de competição e desde a garota de cabelos cacheados, não ouço mais nenhum canção. Eu adormeço, mas ao entardecer sou despertada por gritos. Uma correria estranha no meio da floresta me faz subir para uma árvore mais alta. Procuro por algum tributo me vigiando mas não vejo ninguém. As vozes são alteradas e então como num piscar de olhos me surpreendo. A garota do 12, perseguida pelos carreiristas pula a todo vapor em uma árvores próxima a minha. Ela parece exausta. Os lábios estão rachados e há um pequeno ferimento em sua perna, mas não acredito que seja decorrente de algum ataque do bando. Ela respira ofegante. Olha fixamente para baixo. A carreirista loira atira flechas na tentativa de acertar a pobre menina encurralada. Dou um jeito de me dispersar e me ponho a uns cinco metros de distancia do bando, mas ainda sim posso ouvi-los.

– Sabe de uma coisa? - diz uma voz feminina que acredito ser da garota morena - Voce não parece tão ameaçadora agora.

– Desça! Para que eu possa te matar! - Indaga o rapaz do distrito 1, enquanto atira uma lança na direção da árvores.

Todas as tentativas de atentado à garota do 12 são frustradas. Ela permanece ilesa na copa de uma árvore muito alta. É quando o rapaz do distrito 2 toma a iniciativa de escalar a grande árvore.

Me apavoro.

Se ele me vir, morrerei também. Me encolho cada vez mais mas felizmente não sou percebida por nenhum deles. Quando o garoto alcança a metade da árvore, o garoto loiro do 12 o impede:

– Cato! - diz calmo - Não é necessário. Pegaremos ela amanha.

Há desconfiança no olhar dos carreiristas e em meu olhar também. Estaria ele tentando matar a própria namorada? Peeta continua:

– Quer dizer, ela vai ter de descer em algum momento, então nós a pegaremos. Vamos descansar por hoje e quando amanhecer nós resolveremos isso.

Cato. O nome do garoto do 2. Ele é o mais mortal de todos e olha com olhos desconcertados mas acaba concordando. Então logo que a noite cai os carreiristas armam um acampamento.

Há conversas. A garota morena traça algum plano para matar os outros tributos. Observo o rapaz do 2 e a garota do 1. Percebo risinhos e olhares. Ao que parece os tributos do 12 não estão sozinho no trem do amor. Essa é com certeza a versão mais romântica dos Jogos Vorazes. Eventualmente alguém olha para cima só para checar se a vítima ainda está ali. Mas a medida que a noite cai e a temperatura despenca, todos se aconchegam em volta de um fogo ralo, em especial os casal recém-formado por Cato e a garota do 1, que se aninha nos braços do rapaz na tentativa de proteger-se.

Como da outra vez que os vi, os carreiristas não montam guarda, mas quando olho para o chão para me certificar de que todos estão dormindo, me deparo com a figura baixa e pálida do rapaz do 12, observando a garota na árvore, mas não com olhos de caça ou raiva. Há ternura em seu olhos. É então que percebo o que está tentando fazer. Protege-la talvez de uma ataque surpresa dos carreiristas ou se certificar de que ela será esperta o bastante para fugir.

A noite passa e quando desperto de madrugada, ele ainda está lá. Imóvel em seu propósito, a garota entre tanto continua na árvore. Que pretende ele com tal atitude? Provar que gosta dela de verdade? Não parece funcionar, pois acredito que a qualquer momento ele mesmo pode mata-la, no entanto ele não o faz. Ao perceber o mínimo sinal de que alguém irá acordar, o rapaz deita-se no chão e descansa por algumas horas. Eu faço o mesmo. Enquanto os carreiristas estiverem dormindo, estarei um pouco mais segura, mas sei que preciso fazer um pouco mais do que apenas ficar por cima das arvores se eu quiser vencer, mas não posso ser tola o bastante para me lançar à luta sozinha. É hora de fazer aliados. Não que eu queira que alguém morra, mas é preciso.

Olho para a árvore ao lado e vejo a garota do 12. Ela acaba de acordar. Está bem fraca, no entanto segura firme o tronco da árvore. Ela me vê. Por entre as folhas me encara com apreensão. Eu lanço um sorriso e aponto para sua árvore. Ela demora a entender, mas logo repara para o que estou apontando.

Dois galhos acima de sua cabeça. Ali imóveis e relativamente quietas.

Teleguiadas.

Uma picada é capaz de causar alucinações, e ,várias picadas simultâneas, a morte.

Uma enorme colmeia contento centenas de pequenos insetos mutantes. Eu a olho e aponto para o chão, indicando para que corte o galho. Ela imediatamente retira uma faca da cintura e se põe a cortar a madeira grossa. Mas fraca como está, rapidamente é tomada pela fadiga. Eu mesma a ajudaria, mas me mover a esse ponto causaria nossas mortes. Por isso eu a observo de longe.

A garota do 12 permanece firme. No chão o bando ainda dorme como se não houvesse arena ou perigos. Mas o perigo mora acima de suas cabeças.

Quando a faca alcança o meio do galho, acontece o inevitável. As teleguiadas começam a injetar seu veneno letal pelas partes do corpo da garota que, mesmo atordoada pela dor finaliza suas intensões e num pulo mais forte, elas caem. Olho para o chão e vejo a colmeia caída no meio do bando e o enxame já em alto número envolvendo a maioria dos tributos que repousavam ali. Eventualmente os garotos escapam primeiro. As meninas se debatem e tentam fugir, mas a garota loira do 1 tropeça em algo e cai por terra.

Há gritos de dor, desespero. Ninguém volta para ajuda-la e ela sucumbe diante das centenas de picadas. Minutos depois o som do canhão anuncia. A primeira carreirista está morta.

–--

Depois do episódio com as teleguiadas não vejo mais a garota do 12. Eu temo que ela possa estar a beira da morte. Eu a procuro mas é inútil porque a noite cai e preciso estar segura em cima de uma árvore. Na manhã seguinte, decido procurar por Thrash. Não nos encontramos desde o inicio dos jogos.

Eu adentro pela floresta. A fome aperta meu estômago então monto uma pequena armadilha com o arame que encontrei dentro de minha mochila. Funciona. Consigo capturar uma pomba. O gosto não é dos melhores afinal, decido come-la crua pois acender uma fogueira não é uma boa ideia.

Eu caminho cada vez mais para o norte. Quando julgo ser próximo do meio dia, ouço passos. Me escondo logo na copa de uma árvore. Mas a voz me é familiar. A figura grande e robusta me dá a certeza. Thrash. Imediatamente eu desço da árvore. Nos abraçamos e ele diz ter procurado por mim durante todo o tempo. Digo a ele que estive segura na copa das árvores. Ele me olha com aprovação. Seguidos durante algumas horas, com passos leves e sem fazer barulho. Mas a floresta está infestada de tributos, o risco de encontrar-se com algum deles é grande. E é exatamente o que acontece. Do nada uma garota ruiva com cara de raposa pula em minha frente. Thrash no entanto a imobiliza, e quando está prestes a mata-la ele solta uma ordem:

– Fuja Rue! Fuja!

Eu não olho para trás. Corro o mais rápido que posso. Espero pelo canhão mas ele não toca. Thrash não a matou. Ele é incapaz de fazer isso, eu acho. Ao passo que a noite cai me embrenho na copa de uma árvore. Antes, porém monto mais uma armadilha, na tentativa de obter alguma comida. Anoitece e eu adormeço sob a luz da lua.

Acordo com uma fisgada no arame da armadilha.

Funcionou. Penso.

Ando atentamente em direção ao fio, pensando em um coelho como presa, mas me surpreendo. Minha pequena e rústica gaiolinha prendera algo muito maior. Um tributo.

Mesmo sabendo que serei incapaz de atacar, eu empunho minha faca em defesa, mas logo baixo a guarda, porque é ela. A garota do 12. Olhando assim, bem de perto me lembro de seu rosto brilhando em chamas e me recordo o seu nome. Katniss.

Ela está desmaiada e têm erupções terríveis na pele decorrentes das picadas de teleguiada. A febre faz com que suas roupas pinguem suor, mas ela está viva e fora de perigo. Fico aliviada em saber que nenhum outro tributo a tenha encontrado antes de mim, pois em seu estado atual, ela seria uma presa fácil. Corro meus dedos pela picadas. Estão inchadas e purulentas. Mas felizmente sei de algo que pode ajudar.

A aula sobre plantas medicinais me vale muito agora. Caminho pela área próxima a nós e encontro algumas folhas de açafrão, que segundo o professor do treinamento, é muito boa para picadas de inseto. Volto ao local da armadilha e deposito as folhas sob as picadas da garota. Ela geme um pouco mas logo que a dor é liberada suas feridas param de incomodar. Troco as folhas tres vezes até que ela desperta. Com o olhar assustado ela observa as folhas em suas mãos, pescoço e braços.

– Não se preocupe. Eu troquei as folhas, não vai coçar mais. - Digo me sentando ao seu lado. Ela ainda mantém a expressão de dúvidas, mas logo cede. Acho que nesse momento consegui uma aliada. Em primeira instancia e a queria por acha-la forte, mas passei a confiar nela. Senti em seu olhar uma proteção de mãe, ou melhor de irmã mais velha. Acho que foi esse seu instinto protetor que a colocou nessa situação.

– Eu dormi por quanto tempo? - Katniss pergunta já um pouco mais recuperada.

– Por muito tempo . - Respondo dando risada.

Quando sua pele está melhor e febre baixa, Katniss, que agora tem um arco, caça para nós um esquilo. Nós o comemos e quando termino minha parte, ela gentilmente me cede a sua. Sorrimos uma para a outra, então eu pergunto sobre o garoto de seu distrito. Pergunto se é verdade tudo o que ele disse na TV, no entanto Katniss não responde. Apenas contemplo um sorrisinho tímido sair de seus lábios e percebo, mesmo sendo jovem, que ela nutre algum tipo de sentimento por ele, mas não toco mais no assunto. Há coisas mais importantes para nos preocupar-mos.

No decorrer da tarde, traçamos um plano para acabar com os carreiristas.

– A floresta está calma. - Digo - Provavelmente estão na cornucópia. Ela concorda.

– Temos de bolar uma estratégia para engana-los e dispersa-los. Sozinhos são menos fortes. - Ela exalta.

Pensamos. E a ideia surge ao olhar para nossa pequena fogueira.

–--

O plano está pronto. Consiste em acender-mos fogueiras pelo caminho. Assim a fumaça atrai-rá os carreiristas atras de nós, nos permitindo destruir os suprimentos da cornucópia.

Sem comida, sem água e sem abrigo, o bando com certeza se lançará na floresta. E é onde nós os pegaremos. Um a um se necessário. Katniss e eu juntamos dessa forma folhas de palmeira e galhos secos e montamos algumas fogueiras.

– Façamos assim - Katniss diz me olhando nos olhos - Voce acende todas as fogueiras e se esconde em algum lugar seguro. Quando tudo estiver feito nos encontraremos aqui, nesse mesmo lugar.

Eu ouço atentamente, mas concluo que precisamos de um sinal para saber-mos de que tudo deu certo. Então eu o faço.

– Precisamos de um sinal - Digo puxando-a para um canto - Um código. Para nos comunicar-mos sem que nos percebam.

– Alguma ideia? - Ela pergunta.

Eu observo em volta. Talvez um som mas qual? Então, escondido por entre suas roupas eu o vejo preso a jaqueta. Um broche de algo que parece ser um...Mockingjay.

– Já sei - respondo entusiasmada - Escute isso.

Eu assovio.

Imediatamente a melodia emitida por mim é copiada por um pássaro, mas não qualquer pássaro e sim um Mockingjay.

Katniss me faz sinal de aprovação. Nos despedimos e ela me abraça. - Cuide-se - Diz - Eu volto logo.

Então se lança pelo meio da floresta.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler.
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:)