No Rugido Do Leão escrita por Céu Costa


Capítulo 31
Ruínas


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pelo meu xilique no cap anterior, nenhuma desculpa neste ou em qualquer mundo pode justificar meu erro.



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O sol ainda não havia despertado na aurora, quando os amigos começaram a se preparar. O rei Eleothor presenteou-os com os melhores e mais bem-treinados cavalos de todo o reino, e também mantimentos suficientes para uma viagem de trinta dias. Muito embora, cinco das seis mochilas abarrotadas de lembas ainda estavam intactas.

– Tem certeza de que quer fazer isso? - Katherine aproximou-se de PL, segurando sua capa.

– Você sabe que não. Mas eu não tenho escolha. - ele pegou sua capa.

– Sempre temos uma escolha. - Katherine falou docemente, ajudando-o a vesti-la.

– Mestre Passo Largo! - Samantha gritou, assustando-os - Se tiver terminado, estamos prontos para partir.

Ele olhou para ela. Estava montada em um belo cavalo branco, com patas peludas, como se usasse botas ou algo do tipo. Mas diferente dos outros, desta vez, ele sentiu uma espécie de sentimento novo com relação a ela. Pela primeira vez, sua guardiã lhe pareceu ameaçadora.

– Sim, minha senhora. - ele sussurrou, temeroso.

– Melhor assim. - Sam pareceu feliz por intimidá-lo - Espero vê-la em breve, Lady Katherine.

– Assim espero, Lady Samantha. - ela retribuiu.

Samantha aproximou-se dos outros, enquanto o próprio rei Eleothor se aproximava dele, puxando um cavalo castanho-avermelhado.

– Este é meu cavalo preferido, Rúbeo. Tem sido muito leal. - ele acariciou o focinho do animal - Será de grande ajuda.

– Muito obrigado, majestade. - PL montou, enquanto o rei o ajudava - Prometo cuidar bem dele.

Ele cavalgou na frente, e logo os outros o seguiram. Os pastos verdes da terra dos senhores dos cavalos são os mais belos de toda a Terra Média, e seus desbravadores são considerados grandes heróis. Porém, de alguma forma, algo tornava tudo mais feio aos olhos dos primos. De alguma forma, nada era mais bonito que Nárnia, e isso cortava-lhes o coração. Não que aquele lugar não fosse belo, mas só que não era o seu lugar belo. Pela primeira vez na aventura, eles sentiram falta de casa. Horas passavam-se a fio, e a melancolia aumentava a cada trote dos cavalos, cada batida de coração.

– Samantha... - Belle cavalgou para perto da irmã - Estou morrendo de tédio! Não dá pra gente fazer alguma coisa?

– O que você quer? - Samantha a olhou.

– Edmundo me ensinou uma música semana passada. - ela sorriu ao lembrar dele - Quer ouvir?

– Tá, pode ser...

– Há um mundo bem melhor... - Belle começou a cantarolar baixo, apenas para sua irmã do seu lado ouvir - Todo feito pra você...

– Bonitinha. Pedro vivia cantarolando isso, até tirou no piano para me mostrar... - Samantha sorriu, boba, e acompanhou a irmã, continuando - ...É um mundo pequenino que a ternura fez.

– Isso! Esse era o final! - Belle riu, apontando para sua irmã.

– O final de quê? - Caspian aproximou-se, curioso.

– Não é nada, apenas Belle se empolgando com coisas bobas.... - Samantha desdenhou, corada.

– Mentira! Você cantou também! - Belle provocou.

– Cantou o quê? - Caspian perguntou novamente.

– Uma música infantil que Edmundo ensinou pra ela semana passada. - Samantha continuou a desdenhar - Coisa boba, eu disse.

– Música? Pode me ensinar também? - Caspian se empolgou.

– O grande rei de Nárnia quer aprender uma cantiga de ninar? - Samantha riu.

– Se um dos reis da Era de Ouro canta, eu também quero cantar! - Caspian retrucou, orgulhoso.

– Bom, ele só me ensinou o coro, é assim... - Belle respirou fundo, e começou a cantarolar novamente - Há um mundo bem melhor.... todo feito pra você....

– ... É um mundo pequenino, que a ternura fez! - Samantha não resistiu e continuou.

– Bonito. Uma canção de esperança vem bem a calhar nessas horas. - ele sorriu - Como era o início mesmo?

– Há um mundo bem melhor... - Belle puxou.

E logo, Samantha começou a cantar, e Caspian também, sussurrando o refrão continuamente. PL riu com a cena. Ver eles rindo e cantando era bom, aliviava o clima tenso que ele sentia. Era um bom conforto ouvir a voz dos três primos a cantar alegremente, eles eram boa companhia para se estar, quando de bom humor, é claro.

De repente, Samantha parou seu cavalo, com uma expressão assustada. Todos a seguiram no gesto, parando a cantoria. PL, preocupado com o que pudesse ser, aproximou-se de todos, e logo constatou o que viam. Era uma pequena cidade, um lugar em ruínas, apenas uma sombra do que poderia ter sido alguma coisa num passado remoto. Ao caminhar pela cidade, ele puderam identificar melhor as ruínas: casas destelhadas, pequenos prédios de dois andares que serviam de abrigo para pombos e ratos, fontes secas, chão de pedras, tudo muito ressequido pelo tempo. As paredes das casas estavam sujas, chamuscadas, e cheias de grama, musgos e ervas trepadeiras.

– Que lugar desolado... - Belle suspirou, triste.

– Esta era a vila de Anorien, o centro do comércio de Gondor. Daqui partiam os mercadores vindos de Edoras, Ithil e até Isengard, para Osgiliath, no rio, exportar suas mercadorias com os navegantes. - PL contou. - Agora, não passa de ruínas.

– Olhem! - Caspian chamou - Tem alguém lá!

Eles olharam para onde o rei apontava. Era uma esquina, que dava para uma ruela. Não havia nada. Caspian desatou a correr, e todos os seguiram, confusos. Samantha também viu a sombra, e decidiu seguir, tomando a dianteira.

Caspian parou sua perseguição. Estavam em frente a uma torre de vigia. Ela era de pedra, branca, porém suja pelo tempo, terra e chuva, e não era muito mais alta que qualquer outra construção daquela vila, sem telhas nem nada que aparasse a chuva.

– O que você achou ter visto? - PL perguntou.

– Eu não achei ter visto. Eu vi! - Caspian retrucou - Ele entrou aqui!

– Ele quem? - Belle perguntou.

– O idoso que passou por nós! - Caspian afirmou, descendo do cavalo.

– Idoso? - Belle sussurrou. - Caspian, você se sente bem? Talvez devêssemos passar a noite aqui antes de chegar a Minas Tirith...

Caspian tirou a espada da bainha e entrou na torre, desaparecendo de suas vistas.

– O que será que ele viu? - Abelle desceu do cavalo.

– Ele eu não sei. Eu vi uma sombra se mover lá dentro. - Samantha repetiu o gesto, sendo seguida de Passo Largo.

De repente, eles começaram a ouvir barulhos. Eram sons surdos de rochas caindo, passos, e metais se chocando um contra o outro. Com o coração em pulos, todos pegaram suas espadas em mãos, esperando apenas o momento certo para entrarem e defenderem o rei.

– Pare de resistir! - ouviram a voz de Caspian.

Ele veio para fora, segurando a tal sombra: era um homem, um senhor já idoso, que tinha cabelos brancos arrepiados e as roupas surradas. Ele se debatia, mas não muito, pois Caspian o segurava por trás, mantendo a espada em sua garganta.

– Tio Eliza! - PL guardou sua espada.

Caspian largou o velhinho, que jogou-se nos braços do sobrinho. PL ajoelhou-se, ajudando o velhinho a se sentar numa rocha grande próxima dali. Depois de alguns goles de água, as perguntas logo se iniciaram.

– Tio Eliza! - PL dizia, preocupado - O que faz aqui fora sozinho? Papai ainda te deixa como vigia?

– Onde está Katherine? - o senhor resfolegou - Onde está minha filha?

– Katherine está bem, está segura em Edoras, com o rei Eleothor. - PL respondeu.

O velhinho direcionou seu olhar para o rosto do rapaz. Seus olhos se encheram de lágrimas. Ele ergueu sua mão trêmula, e tocou o rosto do jovem.

– Gildarion! - ele sussurrou, emocionado - Você está vivo! Você voltou!

– Sim, tio! - ele sorriu, com lágrimas nos olhos - Eu voltei pra casa.

– O seu pai.... ele procurou tanto por você... - o velhinho continuou - Venha! Temos que falar com ele! Temos que falar com seu pai!


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Notas finais do capítulo

Eu também gostaria de pedir desculpas pela demora, e avisar q ainda demorarie para postar os caps, pq estou estudando pro vestiba, mas juro que sempre haverão caps fresquinhos, mesmo que demorem! :3



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