Tudo aconteceu tão rápido, eu não esperava pela convite de casamento, e então do meu jeito todo atrapalhado de ser eu respondi:

–Não!

Will me olhou com uma cara de espanto, mas logo falei de novo:

–Sim é claro que sim, como eu sou louca mesmo.

Ele colocou o anel em meu dedo, eu não me aguentava de tanta felicidade, mal esperei ele terminar e já o beijei.

Will interrompeu o beijo:

–May eu adoraria ficar mais aqui com você, mas já está muito tarde e você precisa ir dormir porque amanhã será um longo dia.

Eu não entendi o fato de que amanhã seria um longo dia, mas não quis perguntar. Will me deixou no hotel e foi embora sem falar uma única palavra, quando eu cheguei no quarto, Mary e Rodrigo já estavam dormindo, e então foi minha vez de deitar na cama e dormir, todo seria muito bom se eu não tivesse pesadelos.

Acordei e o sol brilhava intensamente, aquele dia tinha tudo para ser tranquilo e normal, mas não foi. Primeiramente porque minha mãe invadiu o meu quarto:

–Oi minha filha, não aguentei de saudade e vem visitar você, e o mais importante eu soube das novidades, parabéns filha.

Eu sinceramente corei, não sabia o que dizer, eu ia falar algo, quando Mary entrou no quarto com um vestido na mão:

–May você ainda está de pijama? assim você vai se atrasar, levanta logo dessa cama, aqui está o seu vestido, quero você arrumada em dez minutos nada mais.

Elas só podiam estar de brincadeira comigo.

Fui para o banho, e coloquei o vestido, ele era lilás como de costume, só que ele parecia aqueles vestidos de gala e festas de quinze anos, o que me causou uma certa confusão, Mary me ajudou com a maquiagem, quando eu perguntava o que estava acontecendo, ela e minha mãe respondiam:

–Você logo vai saber.

Desci as escadas do hotel, e quase cai se não fosse minha mãe me segurar, na sala de esperas no hotel estavam meu pai, Rodrigo e o pai de Will, sim você não está enlouquecendo, era o pai de Will sim, todos falaram ao mesmo tempo:

–May, você está linda.

Meu pai veio me abraçar, e o pai de Will se desculpar:

–May sei que eu e você começamos errado, mas quero me desculpar por tudo o que causei de mal á você, se você não quiser me perdoar eu entendo, eu só quero que você e meu filho sejam muito felizes.

Eu o abracei e espero que ele tenho entendido aquele abraço como um perdão, tudo estava tranquilo quando Mary gritou:

–Está tudo muito bonito, mas May vai se atrasar, vamos logo, Ah! só mais uma coisinha, May você vai ter que colocar essa venda nos olhos, e só vai tirar quando eu mandar, ok?

Eu concordei, mas para falar a verdade eu estava com muito medo.

Com a venda nos olhos eu era um perigo para a sociedade, todo momento Mary e minha mãe tinham que me segurar, tudo acalmou quando eu entrei no carro, a viajem demorou um pouquinho e depois Mary falou:

–Agora sim May, pode tirar a venda.

Como vou explicar a sensação que aquele momento causou na minha vida, Will me esperava no altar improvisado na praia, haviam várias pessoas assistindo ao "casamento", até surfistas que pararam seu esporte para olhar, havia várias flores espalhadas pelo cenário, uma tenda foi montada no altar, eu estava no mundo da lua completamente quando meu pai me cutucou:

–Vamos May, ou você não vai casar?

Meu pai me levou até o altar, uma música suave estava sendo tocada por alguns músicos, minha mãe não parava de chorar, e então eu cheguei ao altar:

–Depois você me paga, Will.

Ele me lançou um sorriso:

–Eu vou ter toda a eternidade para pagar essa dívida com você.

Eu deixei escapar um belo sorriso, e quando vi o padre já dizia:

–Pode beijar a noiva.

Tudo estava muito bem, mais isso não é normal na vida de May Simon e nunca será:

–Pombinhos me desculpe interromper, mas está acontecendo um assalto á joalheria da cidade, você tem que ir agora Will.

Rodrigo já se aprontava no carro, Will me olhou com um olhar triste, mas eu sabia que casando com ele eu teria que dividi-lo com a sua vida de super-herói:

–Vai lá meu cara da máscara, mas depois volte, porque eu preciso muito de você.

Ele me beijou e também disse:

–Eu também preciso muito de você.

Meses depois...

A faculdade acabou e foi a hora de eu conseguir um emprego, minha mãe e meu pai queriam que eu continuasse morando com eles, mas como agora eu era casada com Will ia se tornar um pouco chato. Eu descobri minha vocação e fui trabalhar como bióloga marinha, naquela mesma reserva de peixes que eu conheci, Will se tornou um grande físico e trabalha em um laboratório na cidade, e nas horas vagas trabalha como salva-vidas e super-herói.

Sim a gente mora na mesma cidade em que se casou, Mary e Rodrigo agora dão aula na faculdade em que a gente se formou, todo final de semana eu e Will vamos visitá-los e aproveitamos e visitamos o pai de Will e meus pais.

Vou mentir se dizer aqui que a nossa vida era perfeita, porque quando se casa com um super-herói nada é tranquilo, espero um dia quando estiver bem velhinha que Will se aposente e descanse, mas duvido muito.

Um dia quando Will chegou do trabalho:

–May cheguei, e trouxe café para nós, sim aquele mesmo café de quando a gente se conheceu, mas vou ter cuidado e não vou derramar em você.

Eu olhei apreensiva para ele:

–Will?

Ele me olhou espantado:

–O que foi May?

Eu não sabia o que dizer, e então criei coragem e falei:

–Sabe aquela história de casar e ter filhos? casar a gente já casou, e ter filhos, a gente vai ter também, eu estou grávida.

Por um instante eu achei que ele fosse desmaiar, ele estava ficando branco como a neve e então ele disse:

–Será que ele ou ela vai gostar de café?