Garota Irresistível escrita por Mera Mortal


Capítulo 14
Capítulo 14 - Altos e Baixos:


Notas iniciais do capítulo

Hey guys estamos na reta final de Garota Irresistível. Mais uns dois capítulos e a fic termina. Tive uma ideia para outra fic Clace então se quiserem saber me perguntem deixando reviews que nas notas inicias do próximo capítulo eu conto. Beijos



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Capítulo 14 – Altos e Baixos:

Tris:

Meu sangue brilhava em um escarlate intenso. Lágrimas deslizavam e queimavam minha pele como fogo. Deus, eu passei por tanta coisa. Essa criança é tudo que eu tenho. Eu preciso de sua ajuda. Ela precisa nascer. Minha menininha precisa nascer.

Levantei meu olhar e encarei a face de preocupação de Tobias.

– Hospital – Consegui murmurar ainda caída. Ele limpou minhas pernas rapidamente. Deixei meu vestido manchado com sangue em meu corpo. Me apoiei nele e fomos de táxi até o hospital mais próximo.

O médico, vendo que era uma emergência, atendeu-nos rapidamente.

Fiquei deitada na maca pensando sobre tudo que já havia passado. Ele e Tobias podiam ser vistos por mim por um retângulo de vidro presente no quarto.

Assim que a boca do médico começou a se mexer, a expressão de Tobias foi mudando.

Vi ele com as mãos no rosto em seguida Tobias socou a parede em sua frente.

O médico e ele entraram no quarto. Ele tinha a expressão cansada, muitas noites de plantão talvez.

Tobias tinha marcas de lágrimas em seu rosto formando pequenas cicatrizes brancas.

– Senhorita Prior?

Assenti mordendo minha boca com nervosismo.

– Eu sinto muito. Fizemos o possível para salvar a criança mas infelizmente...

Sangue ressoava em meus ouvidos. As palavras do médico se perdendo em meio a confusão de meus pensamentos.

Imagens de Tobias admirando as roupinhas, Tobias e eu tentando inutilmente montar o berço. Ele beijando minha barriga, já com seis meses de gestação. Minha mãe e Evelyn comprando brinquedos adoráveis. Tobias pintando o quarto do bebê. Nós comprando nossa grande e confortável casa.

Fechei meus olhos e os apertei na esperança de que se os abrisse novamente o pesadelo acabaria. Encontrei Tobias e o médico me encarando.

Ele disse algo e Tobias assentiu. Nos dois dias seguintes escutava aleatoriamente palavras de enfermeiras, Tobias, minha mãe e Evelyn. Elas geralmente consistiam em ‘’descanso, tristeza, recuperação’’ e às vezes frases ocasionais com o mesmo teor. Tudo entre ‘’ela não pode ficar sozinha’’ e ‘’sempre acompanhada’’.

Temiam que eu tentasse suicídio. Por sorte ou azar eu não conseguia fazer mais nada além de respirar e piscar os olhos.

Saí do táxi acompanhada de Tobias.

Entramos na nossa casa, que agora não parecia tão bela e encantadora como antes. Tinha aparência sombria.

Fui me escorando nas paredes até o quarto onde ela ficaria. Estava pintado de rosa envelhecido. O berço, o pequeno guarda-roupa e a cômoda eram brancos.

Peguei um ursinho dentro do berço e o apertei contra meu peito. Toda a raiva, toda a mágoa e tristeza foram expulsados para fora de mim com um grito esganiçado e alto. Caí de joelhos no quarto e murmurei uma série repetida de ‘’por quê?’’ que parecia assustadoramente infinita enquanto lágrimas brotavam dos meus olhos em um espaço absurdamente curto de tempo. Senti braços ao redor do meu corpo.

Não percebi que fazia movimentos de ‘’vai e vem’’ até que Tobias me parou.

Ele beijou o topo da minha cabeça afetuosamente. Sua voz saiu com uma dor que parecia terrivelmente palpável.

­– Eu sei que ninguém está sofrendo mais do que você mas eu tenho culpa nisso tudo. Se Nita não fosse apaixonada por mim nada disso nunca teria acontecido. Pode me odiar. Você tem o direito de fazer isso.

Me virei para encarar seus olhos, nossos joelhos no chão se encontrando, nossas mãos interligando um ao outro. Peguei seu rosto com as duas mãos e encostei minha testa na dele. Minha voz aparentava ser de uma gravação: com falhas e baixa. Ou de uma pessoa que há muito não falava.

– Se tem alguém que deve ser odiado, este alguém sou eu. Eu daria um família. Um filho para você e falhei miseravelmente. Eu sinto tanto, tanto.

Ele me beijou suave e calmamente.

– Estamos ambos errados. Culpa não nos fará nenhum bem agora. Vamos descansar amor.

Fomos para o nosso quarto e para nossa surpresa, conseguimos dormir. Acho que os abraços, os beijos e os mais pequenos sorrisos que trocávamos nos deram uma espécie de garantia de que tudo ficaria bem.

5 meses depois:

– Dezembro de 2013. Neve fazendo tudo ficar majestoso e magnífico, estátuas e monumentos com ar de divindade e eu aqui, fazendo um pasta que sequer pode ser considerada como macarrão.

– Tem certeza que não quer virar colunista do The New York Times? Aposto que suas reclamações poéticas seriam adoradas pelo país inteiro – Disse Tobias mordendo uma maçã e se aproximando para ver meus dotes culinários.

– Bem, para isso precisaríamos morar em Nova York, e não é um dos meus planos pelo menos por enquanto. E eu duvido que eles queiram mais uma estagiária com apenas dois meses de curso de jornalismo – Acrescentei pimenta ao macarrão enquanto Tobias me abraçava por trás.

– Esqueci de perguntar. Como vai a faculdade?

– Com tarefas, anotações, avaliações e trabalhos. Mas acho que é assim que deve ser – Respondi com um sorriso – Melhor colocar uma camisa antes que os convidados cheguem – Adicionei olhando para seu peitoral.

Como uma deixa, a campainha tocou. Apontei para a porta e sorri, vitoriosa.

Tobias pôs a mão no coração teatralmente e antes de correr para o quarto sugeriu.

– Talvez você deva exercer seus talentos de vidente em troca de dinheiro.

Falei alto o bastante para que ele ouvisse do outro cômodo.

– Isso já existe. Se chama charlatanismo!

Escutei sua risada e limpei as mãos para atender a porta.

Abri a porta e encarei Caleb fingindo estar brava.

– Não precisa segurar o botão apertado ou seu dedo vai cair.

Tobias chegou atrás de mim e avisou em uma voz grave.

– Cuidado. Os poderes dela têm aumentado visivelmente essa semana.

Caleb sorriu.

– Olá casal 20. Podemos entrar ou irão contar a novidade no hall?

Rimos e demos espaço para que os dois casais entrassem.

Abracei minha amiga e falei em um tom de brincadeira.

– Susan, você precisa ensinar seu marido a usar a campainha.

– Estou tentando mas Caleb é impossível de treinar.

Eles tinham namorado por três anos e ninguém sabia, até que há alguns meses atrás Susan me contou. Eles se casaram em novembro. Foi uma cerimônia simples mas fofa.

Abracei Caleb e sussurrei.

– Ela é incrível. Nunca magoe esta mulher ou eu quebro sua coluna – Ele respondeu em tom amigável.

– Adoro as ameaças de Tobias mas as suas me dão medo.

Ri enquanto abraçava Marlene.

– Como você está?

– Curiosa para saber o que tem a nos dizer.

– Mais uma hora e vocês saberão.

Dei um daqueles toques de mão com Uriah e nos abraçamos.

– Como está o namoro?

– Mar tem sido uma ótima influência pra mim.

– Espero que ela tenha feito você parar com aquele vício – Sussurrei enquanto dava tapinhas em suas costas.

– Não fumo há duas semanas – Respondeu com um daqueles sorrisos sinceros e brincalhões.

– Graças a Deus! E a Marlene – Falei com verdadeira felicidade.

Uriah sorriu e eu terminei de fazer o almoço. Susan e Marlene insistiram para me ajudar enquanto os três homens assistiam a um jogo de futebol americano.

Preparamos tudo e começamos a refeição. Em meio à conversas, risos e brincadeiras decidi que era a hora.

Bati levemente em uma taça até que todos parassem de conversar.

– Cavalheiros... – Comecei olhando para Caleb e Uriah – e damas – continuei desta vez encarando Marlene e Susan – é com muita felicidade que eu...

– Não vai mais cozinhar! – Brincou Uriah. Marlene o olhou de forma furiosa.

Pigarreei para continuar.

– É com muita felicidade que eu anuncio uma boa nova. Fiz os exames essa semana e... – parei misteriosamente. Todos me olhavam com expectativa – Estou grávida! – Completei entusiasmada.

Todos ficaram em alvoroço. Fizeram tanto barulho que parecia ter vinte e não cinco pessoas comemorando.

Susan me olhou e perguntou.

– Será que é menino?

Marlene pareceu com ar sonhador.

– Imagine uma princesinha...

Caleb e Uriah parabenizavam Tobias.

– Que legal cara! Você vai ter um moleque pra ensinar basquete – Disse Uriah animado.

– Basquete, tsc tsc...coisa tosca! Tio Caleb vai ensinar pra ele como se prende malandro.

Susan balançou a cabeça exasperada. Eu e Marlene reviramos os olhos.

Ri e olhei para os rostos dos meus amigos, um de cada vez. Podia com certeza dizer. Todos nós éramos uma família. Uma bagunçada e feliz família.


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Notas finais do capítulo

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