POV Camille

Eu não sei o que me fez querer começar nesse negócio! Seria minha paixãozinha ainda não resolvida com Liam, ou seria o desejo de vingança por Margo?!

A única coisa que sei, é que eu tive o impulso de coragem de ir me juntar a eles e agora eu corria o risco de ser expulsa da universidade por causa daquele grupinho de retardados.

Margo e Liam eram problemáticos, Ellis era uma vadia, Zack vivia cheirando o rabo de Liam, Lola e Louis tinham um caso mal resolvido, Harry era apaixonado por aquelazinha e Chris era muito quieto, parecia uma múmia.

Eu os detestava, e provavelmente, eles me detestavam.

Tudo se encaixava, eu NÃO devia estar aqui com eles.

Depois que saímos, os meninos pularam o portão para abrir do lado de fora.

Nós saímos e eu sempre tentei me afastar mais deles, sendo que eles montaram uma escolta para que eu não fugisse, o que me dava certa raiva.

– Tem certeza que esse é o desafio Margo? - Perguntou Ellis, aquilo era preocupação na voz dela?

– Claro, por quê?

– Poxa, não quero que ela se machuque muito... Não teria graça sem as frescuras dela! - Falou Ellis, agora com um sorriso estampado no rosto.

Eu estava me segurando para não falar nada. Eu não queria que meu princípio de amizade com Liam terminasse de novo.

Eles continuaram andando até chegarmos à ponte.

POV Lola

Margo ficou de pé na beirada da ponte. Fechou os olhos e abriu os braços.

– Finalmente livre novamente.

Margo tinha um sério problema. Ela se sentia presa na universidade. Sem bebidas, sem festas, sem sair a hora que quisesse há não ser nos feriados, quando podíamos ir para casa.

Olhei para o rio. Uma correnteza se formava, Camille merecia, ela quase matou Margo.

– Bem queridinha... E então?! - Falou Margo, pulando de volta para o asfalto.

– Eu... Eu não quero fazer isso...

– Hm, ótimo... Lola...

Eu tinha trago a máquina, em caso de desistência.

– Tudo bem! Eu vou fazer!

Camille olhou para todos nós e tirou os tênis. Subiu no parapeito, olhou para baixo.

– Sério? - Ela perguntou, olhando para nós.

– Prometeu concordar... Cumpra o acordo! - Falou Margo.

Margo conseguia ser má, mas tudo isso era vingança por Camille ter feito o que fez.

De vez em quando, eu sentia pena de Camille, mas então a cena de Margo deitada no chão do banheiro vinha a minha cabeça e minha pena se dissipava.

Camille respirou e pulou. Todos nos debruçamos para olhar.

– Não consigo vê-la. - Falou Chris.

– Calma... Ela tem que nadar! - Falou Zack.

Ficamos ali mais uns dois minutos.

– Ninguém consegue ficar mais de um minuto embaixo da água! - Falei.

Eu e Liam nos olhamos e começamos a descer o desfiladeiro ao lado da ponte, onde dava para a margem do rio.

A correnteza arrastou o corpo de Camille para a margem.

– Camille. Camille... - Liam falava, dando tapinhas em seu rosto. - Ela não está respirando.

Fiz massagem cardíaca e nada. Camille não voltava a respirar por nada.

– O que a gente fez? – Falei, sem tirar os olhos do corpo inerte de Camille

– Não... Nós não a matamos, não!

Liam tomou o meu lugar, ele apertava o peito dela tão forte, que os ossos estalavam. Eu segurei o choro. Nunca tinha visto ninguém morrer na minha frente.
Os outros desceram.

– O que houve? - Louis perguntou.

– Camille... Está... - Eu ia falando.

– NÃO, ELA NÃO MORREU! EU SEI! CAMILLE PARE DE FINGIR! - Liam gritava.

– Sh, Liam, por favor! - Falei, já chorando.

– NÃO, ELA ESTÁ BEM! ELA NÃO PODE TER MORRIDO!

– LIAM, PARA! OLHA PRA MIM! - Falei pegando o rosto dele.

Os olhos dele estavam cheios de desespero. As íris não paravam, as pupilas minúsculas em seus olhos castanhos.

– Ela não está mais aqui. - Eu falei, calmo e baixo.

Liam começou a chorar e eu o abracei. Eu não sei por que, mas eu também estava me sentindo mal com a morte de Camille.

Lou estava ali, paralisado, olhando o corpo inerte de Camille no chão. Ela já estava fria, os olhos ainda abertos.

– Fecha os olhos dela. - Ellis falou, sem expressão.

– Liam, por favor... Eu preciso fechar os olhos dela. - Falei.

Liam levantou e andou na direção de Zack.

O silêncio que estava ali era perturbador, eu não consegui nem pensar.

– Louis...

– Eu estou aqui. - Ele falou, enquanto eu me ajoelhava ao lado de Camille.

Camille não era mais uma de nós. Ela se fora.

Fechei seus olhos azuis, agora sem brilho nenhum.