Demigods in... Brazil? escrita por brubs


Capítulo 4
Um filho de Zeus


Notas iniciais do capítulo

Gente, foi mal demorar todos esse anos pra postar outro cap aqui, É que eu ando meio esquecida e sem inspiração pra escrever. E a fic também não tem muitos leitores então...
Mas enfim, espero que gostem desse.



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– Olá. – Cumprimentou Sebastian. – Bem vindos ao Acampamento. Como foi a missão de resgate?

Os três amigos se entreolharam e depois se voltaram para Arthur.

– Foi... – Começou o sátiro. – complicada. Tivemos alguns probleminhas com Perséfone.

– Perséfone? Pensei que ela estava no Mundo Inferior. – Falou Finn.

– Estamos nos meses em que ela fica com Deméter. Acho que não vai ser só dessa vez que vemos Lady Perséfone por ai. – Responde Sebastian. O Conselheiro mais velho olha ora pra Lena ora para Daniel, analisando-os. – Já foram determinados?

– O que é determinado? – Pergunta Lena para Sophie sussurrando.

– Não sei. – A outra responde.

– Ainda não. Esperava que os deuses o fizessem assim que chegassem ao Acampamento.

– Bom... – Sebastian se levantou e parou na frente dos três. – Vamos esperar que não demore...

O Conselheiro focou o olhar um pouco acima da cabeça de Sophie. Uma coruja cinza se formava da névoa reluzente. A coruja abriu as asas e rodeou a morena, que olhava um pouco assustada.

– Uma filha de Atena. – Disse Sebastian, sorrindo de canto.

Lena se afastou de Sophie e Daniel a acompanhou. Os dois olharam estáticos para a amiga, enquanto a coruja se dissolvia e a névoa, aos poucos, sumia. Finn se levantou e ficou ao lado de Sebastian, com uma toalha no pescoço.

– Acho que eles estão fazendo tudo programado.

Os outros se entreolharam e um brilho verde tomou forma sobre a cabeça de Lena. A morena se abaixou e foi de um lado para o outro, mas o tridente brilhante sempre a seguia. Sebastian se levantou rapidamente e encarou Lena com o cenho franzido.

– Outra filha de Poseidon. – Murmurou.

– Pode crer. – Finn sorriu de canto e olhou para Daniel, mas nenhum sinal apareceu sobre o garoto. – Acho que seu pai ou mãe divino anda bastante ocupado.

Daniel olhou para o Conselheiro e baixou a cabeça. Estava se sentindo confuso e frustrado por não ser determinado como suas amigas. O tridente desapareceu de Lena e Arthur sorriu satisfeito.

– Eu disse que senti cheiro dos Três Grandes, não disse?

Sebastian revirou os olhos e Finn sorriu para Lena. Um sorriso acolhedor.

– Bem... Receio que já contaram pra vocês o que são, não é mesmo? – Perguntou o moreno.

– Não exatamente. – Respondeu Lena.

– Não tivemos tempo, Sebastian. Mason deu uma resumida, mas... Acho melhor vocês explicarem.

– Tudo bem. Pode ir, Arthur. Vamos cuidar deles. Vá olhar os outros semideuses e peça que Max se junte a nós. Ele precisa tirar um pouco a filha de Hades da cabeça.

– Sim, senhor. – O sátiro se levantou e sorriu gentil para os três amigos. – Nos vemos mais tarde!

O sátiro foi trotando até a porta de entrada e chamou Max para entrar. Rapidamente o loiro se juntou aos outros. Sebastian convidou Lena, Daniel e Sophie para sentar nos dois sofás, enquanto ele se apossava da poltrona e Finn e Max ficavam atrás dele, de brações cruzados, como dois guarda-costas.

– Bem... Por onde começamos? – Disse Sebastian. – Vocês já devem ter aprendido sobre as histórias da Grécia antiga e suas lendas, certo? – Os três assentiram. – Então... De vez em quando os deuses ou deusas gregas desciam a Terra e...

– Ficavam. – Completou Max, com um sorriso malicioso.

– Isso! Ficavam com mortais. Desses encontros, crianças nasciam. Meio humanas, meio deusas, essas crianças tinham sangue dos deuses correndo pelas veias. Algumas delas desenvolvem os poderes dos pais. Como os filhos de Ades, que tem o gênio do nosso deus da guerra. Ou os filhos de Poseidon – O Conselheiro moreno olhou para Lena, sorrindo. – que aprendem a controlar as águas e conversar com alguns animais.

– Ou os filhos de Hades, que controlam a morte e podem invocar exércitos de mortos e encontrar pedras preciosas. – Disse Max, com um sorriso sonhador.

– Ou os filhos de Dionísio, que tem o mesmo espírito bêbado do pai divino. – Finn interveio.

– Sim, sim. Isso, isso. Parem de falar dessas garotas por um minuto, por favor? – Pediu Sebastian.

– Então... Está dizendo que minha mãe é Atena? Deusa da sabedoria e estratégia de guerra? – Perguntou Sophie.

– Sim. – Respondeu Sebastian. – E o pai da sua amiga é Poseidon, deus dos mares e das águas.

– E seu amigo ainda é indeterminado. – Disse Finn. – Mas não se preocupe. Logo, logo você será determinado. Sabe qual de seus pais é divino?

– Talvez seja meu pai. Nunca o conheci. – Respondeu Daniel.

– Já que está tudo esclarecido, é melhor ligarem para seus pais mortais. Digam a eles que estão no Acampamento Hydra. Eles saberão do que se trata.

Finn conduziu os três amigos até um telefone fixo, no quarto ao lado. Sophie foi a primeira a ligar. Seu pai pediu desculpas por não ter contado e contou à filha que conheceu Atena no Campus na USP. Lena foi depois. A mãe de Lena chorou ao saber sobre a filha e implorou para que Lena a perdoasse por ter escondido isso dela. As duas choraram por um tempinho até finalmente Lena desligar. O último foi Daniel. Ele discou o número de sua casa hesitante e rezou para que a mãe não atendesse. Mas os deuses não estavam ao seu favor.

– Alô? – Daniel ouviu a voz de sua mãe.

– Oi mãe. É o Daniel.

– Olá, querido. Onde você está? O ônibus da excursão já voltou e eu não estou te achando aqui na entrada do colégio.

– Eu não estou no colégio, mãe. Estou em um Acampamento para semideuses gregos. Acampamento Hydra.

A mãe de Daniel ficou alguns segundos em silêncio. Ele a ouviu fungar e logo sua voz embargada voltou a falar.

– Eu... Não sei do que está falando.

– Mãe... Por favor... – O moreno suspirou ao telefone e viu de canto que Lena e Sophie o olhavam curiosas. – Eu já sei sobre meu pai. Não tem por que mentir mais. Eu só quero a verdade. Pode ser?

Mais alguns segundos de silêncio e Daniel ouviu o suspiro de sua mãe seguido de uma fungada.

– Está bem. Foi há alguns anos quando eu cursava a faculdade de economia, você se lembra, não é? Quando eu chegava depois da meia noite?

– Sim. Eu lembro. – Foram tempos difíceis para Daniel. Ele tinha apenas seis anos e ficava metade do dia com uma babá que sua mãe contratou. A babá não era ruim, ao contrário, mas Daniel não gostava por que nunca havia tempo para ficar com sua mãe.

– Seu pai... Foi dar uma palestra sobre as categorias que se tem na economia. E bem... Acho que se pode dizer que foi amor á primeira vista. Na época, seu pai era bem ocupado, eu o via muito pouco e quase sempre era por cerca de segundos. Mas ele era tão gentil, tão bonito, tão...

– Já entendi, mãe. – O garoto cortou a mãe, sorrindo de canto.

– Eu... Sinto muito ter mentido pra você, mas era necessário. Você não estava pronto para saber sobre seu pai. Não estava pronto para saber sobre o mundo dele.

– Está tudo bem. Eu sei agora. Continuo não estando pronto, mas sei agora.

A mulher ao telefone sorriu.

– Mas me conte: como é o Acampamento Hydra? Eu nunca pude entrar ai, mas seu pai me falou sobre ele.

– É lindo, na verdade. Tem bastante verde. Lembra muito a chácara em Atibaia.

– Então deve ser lindo. – Respondeu sua mãe. Daniel assentiu e ficaram em um silêncio confortável, mas ele ainda tinha uma pergunta que não saia de sua cabeça.

– Mãe?

– Sim, querido?

– Quem é meu pai?

Mais uma vez se fez silêncio até a mãe de Daniel voltar a falar.

– Zeus. Deus dos céus e deus dos deuses.

Quando sua mãe terminou de falar, uma águia azul apareceu do nada e rodeou Daniel. Uma névoa cinza circundou-o e foi ganhando consistência.

– Daniel? Filho? – Chamou a mãe.

– Oi... Eu... Preciso desligar. Te amo.

– Espera, você... – Antes que a mãe pudesse terminar a frase, Daniel desligou e se afastou do telefone, encarando a névoa.

Poucos segundos depois, Sebastian e Lily entraram na sala. Daniel corou só de olhar pra garota que acabará de chegar, mas logo voltou sua atenção para a águia que planava sobre sua cabeça. Finn, Max, Lena e Sophie chegaram segundos depois.

– Um filho de... – Sebastian perdeu a fala. Lily deu um passo á frente, olhando Daniel com o cenho franzido.

– Um filho de Zeus. – Disse por fim.

A águia planou por mais um tempo e desapareceu junto com a névoa. Daniel olhou para baixo, verificando seu corpo para ver se estava tudo no lugar, e estava. Lena e Sophie se aproximaram e passaram Lily, que recuou envergonhada.

– Zeus? – Perguntou Sophie. – Seu pai é Zeus! Demais!

– Por que é demais? – Daniel perguntou.

– Zeus é o rei do Olimpo. Deus dos Deuses. O mais velho dos Três Grandes. – Respondeu Sebastian. – São poucos os filhos de Zeus. Muito poucos.

Daniel se sentiu especial e deslocado ao mesmo tempo. Sem perceber, seu olhar foi atraído para Lily, que estava um pouco atrás de Sebastian, mas que ainda encarava o moreno com certo receio. Ele se sentiu mal por achar isso. Não queria que ela tivesse receio de se aproximar dele.

– Bom... – Começou Max, que parecia um pouco incomodado com o fato de Lily encarar tão intensamente o novo filho de Zeus. – Está quase na hora do jantar. É melhor irmos rápido, senão não vai dar tempo de jogar Canibal. – O loiro olhou de soslaio para Lily, que revirou os olhos e olhou para seus sapatos.

– Sim, sim. Vamos logo. – Disse Sebastian, saindo da Casa e sendo seguido pelos outros.

Todos saíram, menos Daniel e Lily. A morena parecia querer falar com ele, mas hesitava. Daniel nunca fora muito bom em dar o primeiro passo, mas sempre há uma primeira vez pra tudo.

– Zeus, hein? Irmão de Hades... Acho que somos primos agora. – Ele preferia ter ficado de boca fechado.

Lily o olhou, analisando cada centímetro que era Daniel e por fim, encarou os olhos castanhos do moreno. – Sim... Primos.

Um silêncio constrangedor caiu sobre eles, até que Sophie invadiu a sala, chamando Daniel. O moreno saiu, sendo puxado pela amiga e Lily ficou para trás. Várias coisas ocupavam os pensamentos da filha de Hades, mas uma pergunta não saia de sua cabeça: Por que justo ele faria isso?

Lily saiu da Casa e seguiu em direção ao Refeitório, mas no caminho, sentiu algo, ou melhor, alguém, puxando seu braço. Deu de cara com Max, que sorria brincalhão para ela. O Conselheiro agora segurava a cintura da morena, enquanto ela se apoiava nos ombros dele.

– Pronta pra perder? – Perguntou, lançando seu sorriso “te seduzi”.

Lily sorriu desanimada, e fitou os olhos verdes do Conselheiro. – Você sabe que nós nunca perdemos, não é? Tipo... Nunca!

O loiro riu com gosto e apertou a cintura dela. – As coisas mudam, pequena!

Lily estremeceu com as palavras dele e se arrepiou quando sentiu suas mãos subindo de sua cintura para seu rosto, acariciando sua bochecha.

– Sabe... – Começou Max, chegando cada vez mais perto. – Faz muito tempo desde que nós...

Lily, hipnotizada pelo olhar e pela carícia, não percebeu quando os lábios macios do loiro tomaram os seus. Não foi um beijo demorado, muito menos apaixonante. A morena logo o empurrou pra longe e desviou o olhar para o chão, com as bochechas levemente avermelhadas.

– Não... Não. – Murmurou, olhando pela última vez nos olhos verdes de Max e virou as costas, saindo correndo.

(...)

– Tenho certeza que não é isso, Dan. – Disse Lena, quando o amigo contou o que se passava por sua cabeça.

– Pode ser que seja por causa de seus pais deuses. – Disse Sophie, enquanto caminhavam para o Refeitório. – Eu li que Zeus e Hades não se davam muito bem desde que o Deus da Morte foi banido para o submundo. Talvez ela só esteja com medo do que Hades e Zeus possam fazer caso descobrissem.

– Talvez. – Disse pensativo.

Sophie sorriu para o amigo e disse que tudo ia ficar bem. Minutos depois, Finn se aproximou dos três e disse que eles tinham que se sentar á mesa de seu determinado pai ou mãe. Sophie foi até a mesa de Atena, que estava repleta de crianças e adolescentes. Lena foi até mesa de Poseidon, que não tinha ninguém e Daniel seguiu para a mesa de Zeus. Ele sentou-se sozinho, assim como Lena. A mesa da amiga era perto da sua, então os dois trocavam alguns sorrisos e palavras sem som.

Minutos mais tarde, Lily entrou no Refeitório, seguida por Bianca, que falava algo para a amiga enquanto gesticulava com os braços. A loira disse algumas coisas e no final Lily assentiu, olhando novamente para o chão. Bianca deu um abraço na amiga e foi para a mesa de Dionísio. Lily seguiu para a mesa de Hades, onde Ian a olhava preocupado. Como a mesa de Hades era perto da de Zeus, Daniel pode ouvir as frases “É por causa daquela maldita profecia sobre o filho do Um?”. “Está tudo bem, Ian.” e “Talvez Diana tenha errado. Talvez não seja ele, e sim outro desgraçado“.

A atenção de Daniel foi atraída para Sebastian, que estava em pé, com uma taça de vinho na mão.

– Olá, campistas. Primeiramente: quero fazer um brinde aos nossos novos recrutas. – Todos levantaram suas taças de vinho, água, refrigerante, suco ou o que for que estivessem bebendo e tomaram. Logo depois Sebastian prosseguiu. – Depois do jantar teremos o nosso costumeiro jogo de Canibal. – Vivas ecoaram pelo Refeitório e um sorriso de canto se formou nos lábios de Sebastian. – As instruções serão passadas por Ian e Lily na hora do jogo. Tenham um bom jantar, campistas e recrutas.

Um prato de macarrão com queijo surgiu na frente de Daniel, junto com uma latinha de Coca-Cola. O jantar foi seguido de muitas conversas paralelas e risadas. Mas Daniel estava mais preocupado em saber o que acontecia com Lily. A morena comia o mínimo de seu prato e sempre olhava discretamente para a mesa de Zeus.

Assim que todos acabaram de comer, Daniel se levantou, disposto a ir até a mesa de Hades, mas hesitou quando Bianca, Charlie, Mason e mais três chegaram primeiro começaram a conversar com os irmãos. Daniel saiu de fininho, fingindo que não tinha levantado, mas Lily o viu. Ela o viu se levantando para ir falar cm ela, depois o viu saindo atrás de Lena e indo embora. No mesmo instante ela se censurou por pensar que ele era o filho do Um.

Todos foram para a entrada da floresta e esperaram por Ian e Lily. Assim que os dois irmãos chegaram. Várias perguntas foram soltas, mas Ian pediu que todos ficassem em silêncio enquanto eles explicavam as regras. Lily foi quem começou.

– Canibal é um jogo bem parecido com polícia e ladrão. Mas é claro... Muito melhor! – Os campistas pareciam eufóricos para começar, e isso fez com que Daniel se sentisse receado. – Garanto que vocês vão gostar das regras que arrumamos. – A morena olhou para Daniel com um sorriso maroto no rosto e os olhos castanhos transbordando malícia. – Todos vocês!


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Notas finais do capítulo

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