Fiquei sem graça por ter sido tão idiota e ele pareceu perceber o meu desconforto com essa situação.

– Eu acho melhor você desligar os aparelhos eletrônicos – Ele disse coçando a nuca, o que, nesse caso, significa desconforto – Caso a energia caia de novo... Melhor prevenir.

– Claro...

Fomos desligando as coisas da sala, depois da cozinha e por último do meu quarto. Bateu um pequeno frio na barriga, por isso achei melhor sair do quarto, porém fui impedida pelo toque da mão de Maurício com a minha. Senti uma explosão tomar conta do meu corpo, seu toque foi como um choque. Deixou-me desconcertada. Ao olhar para seu rosto iluminado apenas pela luz que vinha de fora da janela, pude perceber que ele sentiu o mesmo. Se for pra você ficar com o Maurício, você vai ficar. E aquela frase novamente ecoou em minha mente, só que dessa vez não era na voz de Dilan, era na minha voz interior.

A distancia entre nós dois era mínima, nossos corpos estavam tão colados que pude sentir seu coração bater de maneira acelerada acompanhada de sua respiração. Aqueles olhos azuis estavam me hipnotizando e sua boca parecia brilhar para roubar a minha atenção, fiquei naquela dúvida de pra onde olhar que quando dei por mim eu estava tomando a iniciativa de beijá-lo. Ele me recebeu com saudade, carinho e paixão. Quando nossas bocas se tocaram senti novamente aquela explosão em meu corpo, mas dessa vez mais intensa. Sua língua acariciou meu lábio inferior e pediu passagem, senti-me nas nuvens. Aquele beijo que começou inocente e carinhoso tornou-se profundo e cheio de saudades. Uma saudade que tanto eu quanto ele sentíamos. Saudade de nos beijar, de ficarmos tão perto um do outro, da troca de carinho, de sentir aquela paixão que ambos tínhamos pegar fogo. Poderíamos ficar daquela maneira por horas, sei que ele não se importaria. Queríamos recuperar o tempo que ficamos separados, sentir um ao outro, gravar mais vídeos, tirar mais fotos, ficar acordados em cima da cama cantando, rindo ou simplesmente como estávamos agora. Nos beijando. A cada toque eu me arrepiava e sentia-me amada. Estaria eu ficando louca ou era isso mesmo que ele estava querendo transmitir? Prefiro acreditar na segunda opção.

Maurício POV

Finalmente depois de três anos de dor, sofrimento e saudade a minha Anne voltou para mim. Não que um beijo é como o selo de um namoro ou noivado, mas pelo menos com esse beijo eu sei que ela também sentiu saudade e foi cabeça dura o tempo inteiro. Mesmo que essa Anne não seja a Anne pelo qual era absurdamente apaixonado. A Anne é a Anne, e eu poderia amá-la de qualquer jeito e maneira. Eu já nem lembrava como era beijá-la, não me lembrava do gosto de cereja que ela tinha causado pelo sabor do seu batom favorito. Já havia me esquecido de como o meu toque a deixava arrepiada. Já não me recordava que nosso beijo me deixava tão hipnotizado como eu estava. Esse beijo era a frase que ambos estávamos tentando dizer e nunca conseguíamos. Saudade.

Só pude afastar nossos lábios quando nossos pulmões suplicaram por ar. Nossos lábios estavam afastados, mas nossos corpos não. Enquanto ela encarava a minha boca eu tentava procurar pelo seu olhar. Queria ver se ela ainda mantinha o mesmo brilho quando nos beijávamos, o brilho que ela tinha nos olhos quando me amava. Eu daria tudo para tê-la novamente pra mim, de corpo e alma. Depois do que aconteceu hoje, não sei mais se consigo viver sem ela. Já não conseguiaantes, imagine agora que estava tão iludido por ela. Pelo seu beijo. Pelo seu toque.

Quando ela finalmente subiu seu olhar para encontrar o meu foi impossível não sorrir. Ela tinha o brilho. Ela ainda ficava ruborizada. Ela ainda me amava. Não precisava me dizer, eu sabia. Um beijo fala mais que mil palavras. O olhar diz mais do que um beijo. Anne me encarava com curiosidade, devia querer saber o motivo pelo qual eu estava sorrindo feito um bobo. Mas eu não disse nada, apenas tomei seus lábios novamente. Isso era como um sonho pra mim queria aproveitar cada momento como se fosse o último. Eu queria amá-la e tê-la em mim. Agora.

Depositei alguns beijos desde o canto de sua boca até a área do pescoço - onde se eu me lembro bem, era seu ponto fraco - e eu estava certo, por que senti ela abafar os gemidos. Dei impulso e ela entendeu o recado. Entrelaçou as pernas em minha cintura. Com cuidado a deitei em cima da cama. Subi seu vestido e fiz uma trilha de beijos da sua barriga até o fecho de seu sutiã, o abri delicadamente com os dentes e ela mesma fez o favor de tirar o vestido junto com o sutiã. Anne me puxou para ela e me atacou com um dos seus beijos que eu tanto adorava. Aquele que chegava surpreso e intenso. Enquanto nos beijávamos tirei meu blazer e minha camiseta. Os beijos ficavam mais agressivos e esquentavam assim como a temperatura do meu corpo. Sentou-se em meu colo e sem romper o beijo foi abrindo o zíper da minha calça. Coloquei minha mão em sua nuca e subi até seus cabelos afagando meus dedos neles e os puxando. Anne arranhava minhas costas desnudas implorando para me ter. Joguei-a em cama e me livrei de minhas calças, sorri maliciosamente para ela que me olhou com receio. Como eu já havia dito, não precisava de palavras para expressar o que queríamos ou o que iríamos fazer.

Abaixei a sua calcinha lentamente e penetrei um dedo enquanto subia em cima dela. Calei seus gemidos com um beijo enquanto movimentava meu dedo. Quando enfiei um segundo dedo ela mordeu meu lábio inferior com tanta força que pude sentir o sabor de sangue. Mas isso não me importava. Já estava acostumado com Anne e suas manias. A cada movimento eu me recordava das nossas lembranças e meu interior sorria ao saber que estava recordando cada momento em uma única noite. Anne arranhou minhas costas com tanta força que eu gritei de dor e prazer ao mesmo tempo, a vergonha que predominava o seu rosto foi substituída por um olhar que eu conhecia bem. Bem de mais. Ela inverteu nossas posições ficando em cima de mim, mostrando a mulher linda e determinada que era, desfez das minhas cuecas antes que eu percebesse e voltou a me beijar. Aquele beijo intenso foi substituído por um beijo urgente, com um ritmo veloz e cheio de desejo. Deslizei a mão sobre a cama a procura da minha calça, quando a senti tratei de apalpar o bolso a fim de pegar o preservativo. Não que esse momento já fosse um plano desde o principio, mas quando se tratava de Anne, as coisas não tinham um roteiro ou uma ordem certa. Ela era imprevisível. Talvez essa fosse essa a razão para eu gostar tanto dela. Coloquei a camisinha em meu membro e a olhei intensamente. Seu olhar agora estava sereno, nos seus lábios havia um sorriso que eu não soube decifrar. Sua mão deslizou sobre o meu braço e o apertou devagar, não pensei nem duas vezes e fiz o que ela estava me pedindo. Amei com todas as vontades do mundo a minha mulher.