[Should I Trust You?] escrita por Grani008


Capítulo 9
You don't come back home


Notas iniciais do capítulo

Oie, mals a demora. Espero que gostem do Cap. e Obrigada pelos comentários animadores ^^' Bom, mais um pouquinho de Percabeth sofrendo para vocês ;)
~nolita



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Cap.09 You don't come back home

Depois daquela noite eu acordei na minha casa, com as mãos pinicando sujas de sangue – mas não doía -, os cabelos bagunçados e olhos cansativos, eu me levantei e percebi que não tinha ninguém em casa, me esgueirei até o banheiro trombando em tudo que tinha no caminho. Lembro-me de ter quase escorregado e de ter batido o quadril em algum lugar, mas apenas continuei andando. Tirei minhas roupas e tomei um banho que não sie quanto durou, vesti um moletom pesado, liguei o ar-condicionado do meu quarto no máximo e me joguei debaixo dos lençóis.

Acordei um dia depois. A luz que ultrapassava as cortinas pesadas pareciam cortar meus olhos, então eu tomei isso como um sinal do universo de que eu devia levantar e ir viver a meia vida que ainda tinha. Aquela noite de dor e ilusão, foi toda feita de erros por que, se eu dei parte de mim para ela, também tinha lhe dado todo o direito de levar essa parte com ela. Algumas pessoas podem viver sem um rim, ou sem um pulmão, e eu parti meu coração em dois para poder dar uma parte para ela, então teria de viver só com meio disso.

Tomei um banho rápido, coloquei jeans e uma camiseta. Olhei no espelho e puxei minha mochila surrada sobre o ombro. Olhos verdes, pele quase morena, cabelos bagunçados que nem ao menos tentei arrumar, um tom de arrogância no sorriso forçado, a interrogação nas sobrancelhas. Eu podia fazer isso.

Pedi para minha mãe as chaves do carro e ela mal levantou os olhos para mim. Quem cala consente. As chaves dançavam entre meus dedos quando saí e entrei no carro, dirigi até o colégio e estacionei no estacionamento dos professores, como eu sempre fazia a um ano atrás. Decidi que ao menos hoje, tudo seria como algum tempo atrás.

Passei os dois primeiros horários no telhado, pensando em nada, e devo ter cochilado um pouco em cima da mochila. Um pouco antes do sinal do terceiro horário tocar eu desci para os corredores, evitando a sala dos professores ao em dirigir ao meu armário. O sinal tocou e os corredores lotaram de adolescentes das mais diversas situações e classes, com os mais diversos problemas e novidades, mas apesar de não achar que seria muito ruim se não acontecesse, de todos aqueles projetos de adultos, eu queria ver só dois. Um loiro que parece a versão adolescente do Super-Homem e um gótico baixinho.

Ao invés disso, Drew me parou no corredor. “Parou” talvez não seja a palavra certa para quando ela fechou a porta do meu armário em dando um segundo para tirar a cara do caminho. Colocou as mãos delicadas de unhas perfeitamente vermelhas no meu peito e me lançou um olhar que eu ainda não decidi entre os termos assassino e sedutor para descrever. Os olhos cheios de maquiagem pesada, os cabelos jogados para o lado direito, a boca vermelha se preparando para falar alguma coisa.

Alguns anos atrás ela seria tudo, seria gata, sexy, a melhor, mas agora? Por mais que eu quisesse me convencer de como era antes, ela não era nada. Nada para mim. Apenas uma garota afogada em maquiagem fútil.

Mesmo assim sorri ao dizer:

– Hey Drew.

Ela levou a mão que estava no meu peito até meu cabelo e começou a tentar organizar o emaranhado. Isso me irritou só um pouquinho.

– Hey Percy. – Nunca ouvi meu nome ser pronunciado de um jeito mais meloso possível. – Sabe...

– Sei? – Disse afastando a mão dela.

– Vai ter uma festa de boas vindas hoje, vai ter bebida, música, o que acha?

De novo com o tom de açúcar.

– Bom. – Comecei com a voz um pouco rígida. – Boas vindas?

– Sim. – Ela abanou as mãos como se não fosse nada importante. – Parece que um bando de manés sentimentais vão até o aeroporto receber a Piper hoje, lembra que ela fez aquela viagem pra Paris?

– Não.

– Bom ela fez. É um fato.

– E você não gosta dela. São dois fatos.

– Não nego. – Ela olhou as próprias unhas com as sobrancelhas levantadas, como se tivesse planejando como matar a manicure.

– Então?

– Então oque? – Ela questionou como se tivesse amnésia e não lembrasse do restante da conversa.

Eu olhei para ela com pena daquela pobre alma, suspirei e abri meu armário, peguei meus livros e fechei a porta de metal.

– Tudo bem.

– Eu te pego na sua casa às sete, então vamos ao aeroporto. – Dito isso, ela saiu rebolando pelo corredor, abrindo espaço entre as pessoas que estavam ali.

–----------

Combinei com Jason e Nico de encontra-los no aeroporto, o que não foi muito difícil, já que tinha um aglomerado de gente com cartazes dizendo ‘Bem vinda de volta Pipes’ ou coisas assim, e um deles era segurado por Jason, ao lado de um Nico um pouco desconfortável.

No caminho para o aeroporto mal troquei uma palavra com Drew. Não sabia se aquilo era um encontro, mas sabia que ela tinha arruinado qualquer chance de conversa quando ligou algum tipo de música de uma garota de voz aguda que cantava sobre ex-namorados. Coloquei meus fones e só abri a boca para agradecer quando chegamos, e agora me sentei no canto das fileiras de cadeiras enquanto todos se organizavam e as garotas davam gritinhos enquanto passageiros começavam a chegar. Eram cerca de cinquenta pessoas ali, e algumas nem chegaram a conhecer Piper, mas deixei essa informação de lado.

– Hey.

Jason se aproximou sem eu nem perceber.

– Oi.

– Você parece melhor.

– Deve ser verdade.

– Qual o lance com Drew?

Direto ao ponto, podia não parecer as vezes, mas afinal, era o sangue dos Grace nas veias dele.

– Não tem lance.

– Ah. Bem vindo de volta cara.

Talvez essas palavras não fizessem sentido, mas agora, eram tudo oque Jason podia dizer e me fez me sentir melhor.

Depois de um minuto Nico apareceu como se surgido das sombras e cochichou alguma coisa com Jason. Jason acenou para mim e foi para a frente da multidão, e quando começou uma chuva bagunçada de palmas, gritos e coros mal planejados eu sabia que ela tinha chegado. Decidi esperar as coisas amenizarem para depois ir dizer algo como ‘bem vinda de volta para ela’.

A gritaria cessou um pouco mas toda a conversa continuava, decidi levantar e falar alguma coisa agora. Meu casaco ficou esgarranchado na cadeira de metal e me virei para soltá-lo, quando o burburinho cessou. Achei estranho e me virei, curioso, o casaco ainda me prendendo à cadeira.

Eu acho que podia ter caído naquele momento, mas não aconteceu. Primeiro pensei que meus olhos estavam pregando uma peça mas, pela reação geral, acho que não.

Annabeth apareceu no Hall segurando uma pequena maleta entre as mãos e parecendo envergonhada no meio de tanta gente, Piper era a única que não parecia chocada, provavelmente por que vieram no mesmo avião, ela já sabia de tudo.

E mais uma vez eu digo o que todo mundo já sabe, ela estava linda. Mas tão linda. Os olhos cinza fitando o chão, os cílios escuros lhe dando cobertura. A pele branca um pouco vermelha agora, a boca comprimida em uma linha fina, que era um meio sorriso. Os cabelos caíam em ondas loiras até o queixo, onde ela o cortara e um colar de uma pedra vermelha pulsante no pescoço.

Jeans justos e escuros, uma blusa larga branca de pontinhos pretos e um casaco preto leve por cima. Botas pretas de salta médio.

As pessoas começaram a sair do choque inesperado e a se mover, e ela se virou para trás como se para apresentar uma pessoa. Um cara loiro e alto saiu do corredor de desembarque, calando a todos mais uma vez. Ele disse um ‘oi’ cheio de sotaque para todo mundo e acenou com uma mão, e nessa mão tinha um anel.

O anel, que eu percebi, fazia par com o que estava na mão dela.


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Notas finais do capítulo

Bom, agora é com vocês! Comentem, compartilhem com amigos, recomendem. Bjos.
~nolita