[Should I Trust You?] escrita por Grani008


Capítulo 1
Trato feito?


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, é bom estar de volta!
Aqui começa “Should I Trust You? ”, e eu espero (quase desesperadamente) que vocês gostem! Enfim, esse Piloto é uma complementação para a sinopse que, provavelmente, te trouxe aqui, então, sim, a leitura é necessária para entender a história.
Estou sempre aberta para os comentários de vocês, boa leitura ♥



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Piloto: Trato Feito

Annabeth me jogou contra a parede. Os cabelos loiros esvoaçaram no ar com um brilho repentino.

Era o intervalo entre o quarto e o quinto período, e eu não entendi muito bem quando ela me puxou, me forçando a entrar em uma das salas do corredor, e me empurrou com tudo o que tinha contra a parede, fazendo minhas omoplatas doerem.

 Quando ergui os olhos, o rosto dela estava tão próximo que era quase um incômodo. Eu podia ver cada detalhe. O contorno preto do delineador nos olhos, os cílios grandes e loiros, a pele muito branca, que deixava as sardas da bochecha transparecerem. E, por fim, o sorriso travesso, a boca vermelha de gloss.

Olha, eu nunca me dei bem com a Chase. Ela era inteligente, a melhor da sua turma, e, surpreendentemente, carismática e gata, tudo ao mesmo tempo. Mas para mim era apenas a Chase. Eu nunca tive muito tempo para me importar com ela, nem ela comigo. Era como se tivesse uma barreira entre nós, eu respeitava seu espaço, ela respeitava o meu. Nossos mundos não colidiam.

Mas ela acabara de forçar uma colisão.

— Você vai me ajudar, Jackson. - Ela sussurrou no meu ouvido, enviando arrepios pelo meu pescoço.

Era uma afirmação. Eu não gostava de ela pensando que mandava em mim.

— E por que faria isso, Cheese? - Ela me lançou um olhar irritado quando usei o apelido de infância.

— Droga Jackson – ela suspirou, frustrada, como se estivesse cansada. Como se não tivesse sido ela a me puxar aleatoriamente do corredor sem motivo algum. Ela me soltou, só então eu pude respirar direito -, preciso que saia comigo. Tenho alguém de quem preciso me vingar, e você pode escolher o que quiser em troca.

 Passei a mão nos cabelos, os dedos ficando presos nos fios emaranhados. De repente tudo pareceu confuso demais, exaustivo. Algo me dizia que era mais fácil só aceitar, quase como um impulso pressionando meu cérebro. Deixei as mãos caírem ao lado do corpo e encostei-me na parede, relaxado.

— Porque eu?

— Porque sim. – Os olhos cinza ficaram tempestuosos, me fitando com afinco, e eu soube que poderíamos ficar ali por horas, nesses mesmo ritmo.

Depois de uma pequena pausa, ela terminou:

— Não quero perguntas.

— Tudo bem.

Ela mudou o peso do corpo para o outro pé, o rosto se franzindo por apenas um milésimo de segundo.

— Tudo bem. – Ela repetiu, cautelosa. – E o que você quer em troca?

— Quero que saia comigo. – As palavras saíram calmamente da minha boca, devagar, e, por algum motivo que eu não consegui entender, não consegui entender o que eu havia acabado de dizer. Um segundo depois, parecia que a minha cabeça ia explodir.

— Isso já fazia parte do plano. – Ela piscou, inclinando um pouco a cabeça.

Senti meu peito expandindo, e então contraindo novamente, mas não ouvia nada dela.

— Tudo bem. – Mais uma vez.

Por alguns segundos isso foi tudo. Mas então me afastei da parede, tomando um impulso com o pé, e me aproximei dela. Ela tropeçou quando coloquei as mãos na sua cintura e a empurrei, mais gentilmente do que ela fizera comigo, até que ela esbarrasse em uma cadeira e parasse.

Ela tinha cheiro de gloss de cereja e sabonete de limão.

Uma mecha tinha caído sobre seus os olhos e eu a coloquei atrás da orelha. Annabeth não reagiu, parecia congelada, as írises cinzentas me encarando, enormes. Sua boca estava entreaberta, eu podia ouvir sua respiração ficando pesada.

Eu não sabia mais o quanto disso ela já havia calculado. Havia algo errado. Algo muito errado.

 Dei um passo para trás, depois outro. Chase se levantou também, arrumando a blusa e pigarreando.

Oque acabou de acontecer?

— Então, isso é um trato. – Ela afastou outra mecha de cabelo do rosto e o ergueu, tinha as rédeas da situação novamente.

Só consegui me sentir mais confuso.

— Sim. – Sussurrei, o cenho franzido.

Ela saiu pelo corredor e foi como se nunca tivesse entrado. As coisas ficaram opacas, os móveis mais sólidos, a luz que vinha das janelas compridas agora machucava meus olhos.

Não era parte do plano eu me tornar tão vulnerável. Também não era parte do plano eu me apaixonar. Definitivamente não era parte do plano que fosse de mim que ela queria se vingar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor, comentem!



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