Resilience escrita por lilithfx


Capítulo 8
Pesadelo!


Notas iniciais do capítulo

"Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolou um consolo."

Poema-Cazuza



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New York – NYADA – Escritório de Carmem Tibideaux

O escritório fervilhava, e naquela alegre confusão, Carmem reinava absoluta.

Finalmente poderia dedicar tempo para outros projetos, agora que sua mais talentosa estudante recebia orientação da sua melhor professora.

Carmem pensa o quanto foi arriscado tudo que fez. Colocou em perigo seu emprego e o prestígio que tem na Broadway.

Mas, como negar-se a ajudar uma amiga?

Agora não tinha jeito, era torcer para tudo dar certo.

Como se o universo tivesse todas as respostas do mundo para suas angustias, o telefone dispara, tocando a canção principal do filme “Fronzen”, não era só Rachel afinal de contas, que gosta de metáforas.

Ela sabe quem está do outro lado da linha, por isso não demora em atender.

__Oi, diz uma Carmem levemente aborrecida.

Ela ouve a outra pessoa, desandar a falar, num ritmo cada vez, mais nervoso.

A diretora de NYADA pensa, como a natureza e o DNA são impressionantes.

Mesmo se não soubesse que Shelby e Rachel são mãe e filha, depois desse monólogo da morena mais velha ao telefone, seria impossível não perceber que compartilham o mesmo DNA, já que ambas tem a mesma atitude, quando nervosas.

Cortando o discurso de Shelby, Carmem, finalmente fala:

__Chega Shelby, eu sei que você está nervosa, mas agora é a hora certa. Não tem mais como fugir. Sou sua amiga, há mais de 20 anos, ajudei você em tudo que eu podia e até onde não poderia. Agora é sua vez de fazer o certo, elas merecem a verdade.

A professora solta um profundo suspiro e com a voz mais baixa e carinhosa, diz pra sua aluna e amiga querida.

__Eu sei o quanto tem sido duro pra você Shel. Está na hora de esclarecer o passado. Eu estarei do seu lado, em qualquer resultado que tiver. Elas são pessoas incríveis e capazes de perdoa-la.

__Amanhã será um ótimo dia. Rachel estará ensaiando no Teatro, vou passar o endereço. E pode deixar, darei um jeito de Cassie não estar lá. Só preciso descobrir como.

Carmem se cala, sabe que ao dizer o nome Cassie, a outra faria mil perguntas de uma vez só.

__Respira morena, diz Carmem, entre divertida e assustada.

__Faça a coisa certa, e quem sabe o que pode acontecer, poderá se surpreender. Sou sua amiga e independente do resultado, estarei aqui, como fiz durante todos esses anos. Não tenha medo de ser feliz.

__Se precisar desabafar, estarei esperando, como sempre, boa sorte.

Carmem despede-se da sua amiga, com um frio na barriga. Sabia ao longo dos anos, o quanto ela tinha sofrido e feito pessoas que amava sofrerem. Torcia pela verdade, elas mereciam isso.

Ela também precisava desamarrar os nós do passado e ser feliz. Sabia o que precisava fazer, mas, precisava do primeiro passo da Shelby, o resto, seria uma reação em cadeia, de proporções gigantescas, onde poderia obter a redenção ou queimar no infinito. O jogo foi feito, agora é esperar pelo final.

Apartamento de Rachel.

Rachel é uma pilha de nervos, e seus amigos não sabiam mais o que fazer. Quanto mais perto chegava o dia da sua estreia, mais insana ficava a pequena diva.

Santana e Kurt não conseguiam mais pregar o olho, a diva acordava aos gritos, pontualmente às três da manhã, num pesadelo totalmente simbólico e cheio de mensagens implícitas e explicitas.

Quando perguntavam sobre o pesadelo, ela balbuciava pequenas partes, voltando a dormir em seguida. Ao acordar, fingia não se lembrar de nada, o que estava deixando seus amigos malucos e apreensivos.

Esperou-se a baixinha sair para o teatro e foi convocada uma reunião de cúpula.

Seus amigos do coral, sempre estariam ali pra ela, por mais inacreditável que fosse para Rachel acreditar, ela tinha amigos fiéis, conquistados por atitudes como: companheirismo, dom do perdão, determinação de buscar seus sonhos e capacidade de ajudar sem esperar nada em troca.

Características inerentes à pequena judia, responsável por deixar seus companheiros de coral profundamente envergonhados, por tantos anos de abuso e danos causados.

Os pequenos atos da baixinha fizeram toda diferença na vida de cada um deles. Ao ponto de deixarem a segurança de uma vida monótona, para buscar um futuro incerto em New York.

Todos eles sabem exatamente onde o furação Rachel Berry mudou o curso de suas histórias.

Kurt se lembrava da diva talentosa, que o visitava constantemente, quando foi obrigado a mudar do Mckinley, ao ser ameaçado por Karofsky ou dá baixinha que deu uma verdadeira lição em seu irmão Finn, quando o mesmo não o defendeu, da homofobia reinante no colégio.

Ali, Rachel ganhou seu coração em definitivo, tornando-se, sua melhor amiga e superando Mercedes na sua preferência.

Santana lembrava-se das brigas e das humilhações impostas por ela, a Rachel. E como a diva respondeu esse comportamento com amor, ao apoia-la quando tornou pública sua condição de lésbica, brigando com seu namorado e dando-lhe outra lição de moral inesquecível.

Como esquecer, o fato da baixinha deixa-la morar em seu apartamento, quando resolveu tentar a vida em New York. Ou ajudar, abrindo seus olhos e dando coragem, para paquerar Dani, sua atual namorada.

Mesmo sua última briga com a diva, resultou na baixinha saindo do seu próprio apartamento e deixando Santana lá. Santana sabia que a diva, abandonou o apartamento por sua causa, para não deixa-la na rua. Por mais raiva que Rachel sentisse, nunca deixaria uma amigo sem teto. Santana era sortuda ao ter em sua vida, alguém tão especial, apesar de não admitir isso para ninguém.

Cada um, naquela pequena sala, teria mais de um milhão de coisas para falar sobre a judia, mas agora era hora de ajuda-la.

__O que faremos?Não consigo ver a Rachel assim, ela acorda devastada, e não quer falar sobre os pesadelos, como podemos ajudar? Pergunta um Kurt angustiado.

__Calma Porcelana, daremos um jeito, diz uma Santana, também preocupada.

__Vocês estão fazendo tempestade em copo d’água, vamos ligar para Cassandra July. Apesar dos arrepios que ela me causa, Rachel e ela têm uma química e entendimento difícil de explicar, diz Mercedes.

__Cassandra July é quase uma versão de Quinn mais velha e com mais experiência, talvez, seja por isso que ela tenha tanta influência na hobbit, diz Santana, surpreendendo o restante dos colegas, com essa argumentação.

__Você tem um ponto, Santana, não sei por que, não pensamos nisso antes, respondem ao mesmo tempo, um Kurt e uma Mercedes, levemente chateados.

__Eu sempre tenho razão, diz Santana, com um sorriso presunçoso no rosto. Agora vamos ligar e resolver de vez esse assunto preciso dormir uma noite inteira novamente. E não quero ver o hobbit sofrendo, mas se alguém falar isso com ela está morto, diz a latina, já discando para Cassandra July.

Teatro

Rachel estava em seu elemento natural, o palco.

Depois de mais uma noite conturbada, pontilhada pelo mesmo pesadelo que se repetia há quase uma semana, ela estava uma pilha de nervos.

Agora, que faltava menos de uma semana para estrear e começar a realizar seus sonhos, todas as suas inseguranças repercutiam com força dobrada, resultando nos pesadelos repetidos.

Ela não sabia mais o que fazer ou como contar aos seus amigos, que seus pesadelos consistiam na tortura sistemática dela, por eles. Como dizer, que todos os anos sofrendo bulliyng, deixaram marcas difíceis de curar e um coração desconfiado.

No seu sonho, todos os amigos zombavam da pequena cantora, durante sua apresentação, gritando apelidos como mãos de homem, trilha do tesouro, RuPaul e tantos outros apelidos odiosos, que fizeram parte da sua adolescência inteira.

E quando finalmente achava que o martírio ia acabar, eis que é ovacionada por dezenas de slushs de todos os sabores, que cobrem seu corpo inteiro.

Finn seu namorado, como sempre nada fazia, só olhando sem tentar uma aproximação. Rachel lembrava a sensação de frio, dominando seu corpo, ela deitada no chão, toda encolhida, de olhos fechados.

Sentia a aproximação de alguém, o cheiro e que essa pessoa era delicada ao tirar seus cabelos do rosto. Na hora de abrir os olhos e agradecer ao seu salvador, ela acordava banhada em suor, com uma sensação ruim na boca.

Ela precisava limpar a cabeça e nada melhor que cantar, mas não queria nenhuma música da peça teatral. Precisava sentir normalidade. A velha Rachel, cantando no espelho, com seu microfone dourado.

Sentou ao piano, dedilhou algumas notas e começou a cantar:

Story Of My Life

Written in these walls are the stories

That I can't explain

I leave my heart open

But it stays right here empty for days

She told me in the morning

She don't feel the same about us in her bones

It seems to me that when I die

These words will be written on my stone

And I'll be gone, gone tonight

The ground beneath my feet is open wide

The way that I been holdin' on too tight

With nothing in between

The story of my life, I take her home

I drive all night to keep her warm, and time

Is frozen (the story of, the story of)

The story of my life, I give her hope

I spend her love, until she's broke inside

The story of my life (the story of, the story of)

Written on these walls

Are the colors that I can't change

Leave my heart open

But it stays right here, in its cage

I know that in the morning now

I'll see us in the light upon your ear

Althought I'm broken

My heart's untamed still

And I'll be gone, gone tonight

The fire beneath my feet is burning bright

The way that I been holdin' on so tight

With nothing in between

The story of my life, I take her home

I drive all night to keep her warm, and time

Is frozen (the story of, the story of)

The story of my life, I give her hope

I spend her love, until she's broke inside

The story of my life (the story of, the story of)

And I been waiting for this time to come around

But, baby, running after you

Is like chasing the clouds

The story of my life, I take her home

I drive all night to keep her warm, and time

Is frozen

The story of my life

I give her hope (give her hope)

I spend her love, until she's broke inside

The story of my life (the story of, the story of)

The story of my life

The story of my life

The story of my life

The story of my life

Naquele instante, Rachel estava protegida em sua bolha, ela e a música, mantinham um diálogo único, compartilhavam desilusões, tristezas, alegria e esperança. Estava em outra dimensão, outro plano, onde a dor vira música e volta como cura.

Não percebeu uma latina e uma loira, observando, encantadas, a baixinha derramar sua alma, através da música. Cada uma, presa em suas próprias emoções, sentindo a música tocar sentimentos guardados por longo tempo e que ambas nem sabiam existir.

A única certeza é a sensação de vergonha mútua, por perceberem que tinham causado tanta dor na baixinha. Trocaram um olhar profundo, nunca mais, alguém machucaria a diva, essa era a promessa das duas.

Foram conversar no camarim, deixando Rachel entregue a sua música e ao seu mundo.

Ao fundo, sentada escondida na plateia, uma morena alta, conseguia conter suas lágrimas, com muito custo.

Hoje seria um dia de fortes emoções para Rachel Berry.


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo,muito obrigada pela repercussão da fanfic,não esperava tanto.
Um agradecimento especial a todos que perdem seu tempo em comentar, como diz a Rachel,"Sou igual Sininho,preciso de palmas, para existir". :-)
Postei hoje domingo e quem sabe amanhã tem bônus,vai depender do interesse. (Risada maléfica de fundo).
Por fim,boa semana e vamos em frente!