A Viagem escrita por Daughter of Zeus


Capítulo 6
Capítulo 6 - Vila


Notas iniciais do capítulo

Bom, demorei para postar os capítulos pois estou com uma gripe terrível. T.T



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Emma POV:

Eu e Matt pegamos o mapa e uma lanterna e fomos até a floresta.

– Bem, se o mapa estiver correto... Temos de atravessar a floresta, até algo que parece um risco? Uma cerca? – Disse ele.

– Parece mais um risco. – Eu disse.

– Ok, então, vamos. - Disse ele.

Atravessamos a floresta, e finalmente chegamos ao ponto que o mapa dizia. E realmente era um risco, um risco que parecia ter sido feito com um graveto.

– Esse mapa parece ser antigo... Como esse risco ficou ai até hoje? – Perguntou Matt.

– Não sei. – Respondi.

– Agora, de acordo com o mapa e só mais uns passos e chegamos à vila. – Ele disse.

Caminhamos um pouco e conseguimos ver umas casas, eram bem simples, diferente da mansão de James.

– Tem certeza que devemos ir por aqui? – Perguntou Matt.

– Digo, como diz no diário do velho, eles estão na casa no final dessa vila. – Ele disse.

– Mas parece não ter ninguém. – Eu disse.

– É, mas eles podem aparecer do nada e as coisas ficarem piores para a gente. – Ele disse.

– Olha ali, tem uma menina. – Eu disse, apontando para uma menina que estava carregando um saco cheio de plantas.

– Oi, por favor, será que pode nos ajudar? – Perguntei indo em direção a ela, ela era uma menina loira com os olhos castanhos, vestindo um vestido branco com detalhes em branco, parecia ter uns 14 anos de idade.

– De onde vocês são? – Ela perguntou.

– Na verdade, nós não somos daqui, nosso carro quebrou e um fazendeiro nos ajudou. E então nossa amiga ficou doente e... - Ela me interrompeu.

– É, tem muitas coisas ruins na casa daquele homem. – Ela disse.

– Como assim? Você sabe de alguma coisa? – Eu perguntei.

– Se eu sei? Todos nos sabemos! Eles são cruéis, mas são nossa única salvação. Vai me dizer que não sabe oque acontece aqui? Oque vive no pântano?! – Ela disse.

– Eu só quero sair daqui! Será que dá para me dizer onde fica a saída deste lugar? – Eu disse.

– Se eu dissesse, eles iam me punir. Não posso ajudar vocês. – Ela disse.

– Por quê? – Eu perguntei.

– Porque os forasteiros devem morrer! Os forasteiros devem morrer para que nossa família sobreviva, para que todos sobrevivam. – Ela disse.

– Anna? – Uma mulher idosa chegou chamando a menina.

– Quem são estes? – Ela perguntou.

– Forasteiros, vovó. – Disse a menina.

– Eu já lhe disse para não conversar com eles. – Disse a mulher.

– Eu não os ajudei. – Ela disse.

– Ótimo, então vá para dentro. – Disse a mulher.

– Porque vocês fazem isso? Porque não nos ajudam?! – Eu disse.

– Porque há coisas ruins que precisam ser exterminadas na casa daquela família. Algo que passa despercebido entre vocês, e oque passa despercebido é muito pior do que nós podemos ver. – Disse a velha.

– E o único modo de fazer aqueles monstros nos deixarem em paz, são vocês. – Ela disse e entrou na casa com a menina.

–... Significa que vamos virar almoço de sereia ou sei lá oque? – Eu disse.

– Não ainda. Tem que ter um jeito de sair daqui. –Disse Matt.

O mapa dizia que em frente às montanhas, havia uma estrada que levava até a cidade. Era possível ver as montanhas, mas estavam muito longe e eu tinha medo de James ou Alfred aparecerem, porque provavelmente nós teríamos de passar pela casa deles.

Caminhamos de volta a casa principal, no meio do caminho, perto do risco que separava a vila e a mansão, tinha uma placa.

‘’ Cemitério da família Talmadge’’

– Não tem isso no mapa. – Eu disse.

– É. Talvez tenha um caminho por lá? – Matt perguntou.

Entramos no cemitério, a placa indicava que era à direita do risco. Tinha um caminho de pedra, vários túmulos cravados no chão e no fim destes túmulos à direita, havia uma placa em forma de uma casa que dizia:

‘’ Que nossa família esteja protegida eternamente de todo o mal ’’

De baixo da placa, havia uma chave cor de cobre, eu peguei a chave.

– Tem um caminho por aqui também. – Disse Matt.

– Não sei se devemos deixar a Cath sozinha tanto tempo. – Eu disse.

– É, é melhor voltar. – Disse Matt.

Voltamos à casa principal, coloquei o mapa e a lanterna na mesa e fui a cozinha ver se ainda tínhamos comida suficiente. Matt foi ver Cath.

– E então, como está Cath? Ficou melhor? – Perguntei.

– É... Sim. – Matt disse.

– Porque está com essa cara? – Perguntei.

– ... Porque eu acho que Cath não está muito bem. – Ele disse.

– Como assim? Oque ela tem? – Perguntei, indo em direção ao quarto de Cath.

– Não, não entra lá! – Ele disse.

– Por quê? – Perguntei, abrindo a porta de Cath.

– Ah... Meu deus! – Eu gritei e fui para perto da cama dela.

Cath estava numa poça de sangue, ela tinha sangue por todo o corpo até mesmo nos olhos. Sua pele ainda estava roxa do mesmo jeito, mas parecia estar menos inchada.

– Emma, calma. – Disse Matt.

– Porque todas essas coisas ruins tem que acontecer justo com a gente? Porque nós? – Eu disse, chorando.

– Como isso aconteceu, como ela foi acabar nessa poça de sangue? – Eu perguntei.

– A pele dela estava sensível demais, e por ficar muito tempo no frio e depois se aquecer tanto houve isso. – Matt disse.

– E porque você não me avisou?! – Eu perguntei.

– Não tinha jeito, eu sabia oque ela tinha, mas das duas formas ela ia acabar morta. Se você não acendesse a lareira iria demorar mais, mas ela ia morrer da mesma forma. – Ele disse.

– E temos que sair daqui se não vamos acabar do mesmo jeito que ela! – Ele disse.

– E David? – Perguntei.

– Eu não sei onde ele esta, talvez ele tenha se perdido por ai sem um mapa. Mas não podemos morrer aqui por causa dele. – Ele disse.

– Porque estão gritando? – Disse David na porta.

– David? Onde você estava? - Perguntou Matt.

David saiu correndo para ver a Cath.

– Oque aconteceu com ela? Ela esta morta?! – Perguntou David.

– David... Nós tentámos fazer o máximo, mas ela ia acabar morrendo, não tinha jeito de parar isso. – Disse Matt.

– Eu falhei... EU FALHEI. – Disse David, que saiu correndo.

– David, espera pra onde você vai? – Disse Matt, segurando ele pelo braço.

– CALA A BOCA! Me solta. – Gritou David.

– Porque você está assim? Você some, depois diz essas coisas sem sentido e sai correndo? Se acalme, vamos sair daqui. – Disse Matt.

– Não há como sair daqui! – Disse David e empurrou Matt.

– Emma? – Matt me chamou.

– Vamos arrumar nossas coisas e sair daqui amanhã. – Eu disse.

– Como? Não tem pra onde ir, é verdade. – Disse Matt.

– Eu vou sair e achar um jeito de sair daqui. – Eu disse, me levantando.

– Fica calma, vamos comer e esperar até amanhã. – Disse Matt.

– Ficar calma? Como eu posso estar calma na casa de um assassino que pode voltar a qualquer momento para nós matar e que tem monstros no pântano? – Eu disse.

– Eu sei, mas se a gente não se acalmar vamos acabar ficando loucos como o David! – Ele disse.

– E se a gente ficar aqui vamos acabar mortos como a Catherine! – Eu disse e fui em direção à porta, mas parei quando vi sangue escorrendo da porta da sala de jantar.

– Oque... Aconteceu? – Eu perguntei.

Matt abriu a porta e David tinha cortado a própria garganta com uma faca de cozinha.

– David? – Disse Matt que foi correndo em direção a Matt tentando estancar o sangue.

Ele ainda estava vivo.

– Por quê? Porque você fez isso?! – Gritou Matt.

– Vamos... Morrer... De qualquer forma. – Disse David.

– Que droga! – Disse Matt, largando o pescoço de David.

Matt o cobriu com um lençol depois.

– Porque ele tinha que fazer isso? – Ele disse, sentando no chão.

– Ele fez isso por causa da Catherine? – Eu perguntei.

– Matt disse que gostava dela, mas ele disse que ela nunca ia dar atenção pra ele. – Matt disse.

– Mas eu não pensei em nenhum momento que ele ia ter coragem de se matar por ela! – Matt disse.

– Catherine nunca comentou nada sobre isso. – Eu disse.

– David havia dito uma vez, mas só isso. Ele não parecia ser obcecado por ela. – Disse ele.

– Eu não consigo esperar amanhecer. Não vou conseguir dormir nessa casa cheia de cadáveres. – Eu disse, abrindo a porta e saindo em direção ao quintal.

– Emma? Emma espera! – Disse o Matt.

– Esperar oque? Vamos acabar todos mortos desse jeito! – Eu disse.

– Eu sei... Mas é perigoso sair agora de noite. – Ele disse.

– Mas também é horrível ficar nessa casa! – Eu disse.

– Eu vou contigo! Você nem sequer pegou a lanterna e o mapa. – Ele disse.

– Espera só dois segundos, tá? Eu vou pegar a lanterna e o mapa. – Falou ele, correndo em direção a casa.

Eu esperei.

– Para onde vamos ir agora? – Perguntou ele.

– Não tenho certeza. Eu estava pensando em ir pelo caminho do cemitério. – Respondi.

– Tudo bem, mas lá é cheio de arbustos. Precisamos de algo para cortar. – Ele disse.

– Tem uma caixa de ferramentas lá no quarto do velho. – Lembrei.

Voltamos para tentar ver se tinha uma tesoura de jardinagem, ou qualquer coisa que pudesse cortar os arbustos. Tinha uma tesoura de jardinagem de ferro com o cabo de madeira.

Fomos até o quintal novamente e fizemos o caminho até o cemitério, cortando os arbustos. Chegamos até as montanhas, mas vimos James e o seu irmão numa varanda em uma casa de madeira e eles tinham uma arma.

– Ah meu deus. – Eu sussurrei.

– Temos que sair daqui, antes que eles nos vejam. – Disse Matt.

Corremos em direção à casa principal, procurando fazer menos barulho possível. Entramos na casa. Eu ouvi vozes na frente da casa e quando fui ver pela janela James e Alfred estavam lá, falando com outros dois homens.

– O que vamos fazer? – Perguntou Matt.

– Não tem para onde se esconder... – Ele disse.

– Exceto o pântano. – Eu disse.

– Você está louca? Tem monstros e pessoas mortas lá dentro. – Ele disse.

– Eu sei, mas você se lembra do oque estava escrito no diário? Eles não podem chegar perto do pântano. – Eu disse.

– Temos pouco tempo, Matt.

– Ok. – Ele disse.

Corremos para os fundos da casa e pulamos no pântano. A água estava fria.

– Todos estão mortos? – Alfred perguntou para James, já nos fundos da casa.

– Não, não. Aquela senhora nós disse que havia um menino e uma menina que pediram ajuda. – Disse James.

– Mas o menino e a menina estão mortos! – Disse Alfred, segurando a espingarda.

– Eu sei, mas eu trouxe quatro pra cá, só tem dois mortos. – Disse James.

– Me surpreendo deles terem conseguido achar a vila. – Disse Alfred.

– Onde estão os outros dois? – Perguntou Alfred.

– Não sei, eu olhei pela casa toda, é impossível eles terem conseguido abrir todos os cômodos e a antiga casa esta trancada. – Disse James.

– Eu estou com preguiça de procurar. Nem acabei minha bebida aqueles homens enchendo o saco... ‘’ Ohhh, forasteiros, como conseguiram escapar? ‘’Blá, blá, blá. – Disse Alfred.

– E, além disso, foi ideia sua os deixar morrerem de fome! Eu falei pra matar de uma vez, não matando logo da nisso! Quer que eles escapem e contem pra todo mundo feito àquela vadia que você deixou escapar?! – Gritou Alfred.

– Eu não deixei escapar! Você que ia matar ela. – Disse James.

– Mas eu mandei você ficar cuidando a porta, mas nem isso você consegue fazer! Não parece mesmo ter o mesmo sangue que eu. – Disse Alfred.

– Você tem dó de sujar suas mãos de sangue, prefere que todo mundo morra. – Berrou Alfred.

– CALA A BOCA! É sua culpa destes monstros terem tanta raiva de nós! – Disse James.

– Quem você pensa que é para me mandar calar a boca? Eu fiz isso pela ciência, para melhorar a nossa espécie! Já pensou o quão ricos seriamos se eu tivesse descendentes sobre-humanos? – Disse Alfred.

– Eu cansei Alfred. Já fazemos isso há anos e mesmo assim eles nunca se satisfazem. – Disse James.

– Mas oque nos podemos fazer? O único jeito de parar isso é matando pessoas, e preferimos matar estrangeiros a conhecidos. E para acabar com o sofrimento que eu e você não tivemos filhos. – Disse Alfred.

– Vamos voltar para casa, está frio aqui. Amanhã nos procuramos. – Disse James.

Eu coloquei a cabeça pra fora da água.

– Vou sair daqui, eu estou congelando. – Disse Matt.

– Espera, deixa-me ver uma coisa. – Eu disse, mergulhando no pântano de novo, fui em direção ao fundo, onde tinha uma coisa brilhando. Era a chave da segunda casa, ela era dourada e tinha pedras verdes em cima.

– A chave da segunda casa. – Disse eu, já na superfície.


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