You found me escrita por TheEnemy


Capítulo 25
Capítulo 25 Sábado Parte 3 - Final


Notas iniciais do capítulo

Oi :D
Boa leitura .



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P.O.V. Lysandre .

É o Ed . Olhei pro outro lado , pra janela , porque não quero que pense que estou tentando ouvir a conversa , mesmo que seja impossível que eu não ouça .

– E-ele ta ai ?! – ela disse depois que algumas perguntas foram respondidas , falou um pouco alto , olhei pra ela e vi uma expressão de completa surpresa no seu rosto que estava completamente pálido , sem sinal de cor . – Ta ... Eu vou voltar pra casa , daqui a alguns minutos eu chego . – ela deu uma breve despedida e logo desligou o telefone , ainda sem reação .

– Aconteceu alguma coisa ? – perguntei , hesitante , sem ter nenhuma noção do que poderia ter acontecido de tão inesperado para que ela perdesse completamente o semblante feliz de alguns minutos atrás .

– Não ... – sacudiu a cabeça . – Talvez sim ... Eu preciso voltar pra casa . – percebi que engoliu em seco .

– Ta – concordei com um aceno positivo de cabeça – eu levo você .

Ficamos em pé e começamos o caminho de volta . Ela ainda segurou minha mão , como antes , mas dessa vez com mais força , como se tivesse urgência em sentir alguém perto , diria que poderia estar com medo ... Mas de quê ?

– Thalia , tem certeza que ta tudo bem ? – perguntei baixinho e franzi o cenho , a rua agora praticamente vazia , finalzinho de tarde .

– E-eu não sei ... – ela se aproximou mais de mim , sua cabeça na altura do meu ombro . – Eu não posso te explicar isso agora , é complicado ... – olhou pro chão e soube na hora que tinha a ver com sua família , porque era a mesma expressão triste e desconfortável de quando eu fazia perguntas sobre o assunto .

– Eu entendo... – apertei um pouco mais sua mão , queria abraça-la mas hesitei tanto que senti que a oportunidade não se fazia mais presente , então caminhamos apenas de mãos dadas , em silêncio .

Chegamos na sua rua , tinha um movimento estranho na frente da casa amarela e florida de sua avó . Olhei pra ela e não parecia surpresa com aquilo . Voltei a olhar pra casa e quanto mais nos aproximávamos , mais eu entendia melhor a cena .

Tinha dois carros esportivos e muito luxuosos parados na frente do portão , um vermelho e o outro preto . Dois homens de terno que tinham o tamanho de armários e usavam óculos escuros estavam na frente deles , na calçada, pareciam seguranças . Um deles é moreno e o outro é oriental , ambos com corte de cabelo super curto . Diria que eles realmente são perfeccionistas com sua roupa e , principalmente , que o dono desses carros é realmente rico ...

Thalia parece nervosa , mas mesmo assim decidida a continuar o caminho até a casa . Nos aproximamos do carro e os seguranças acenaram com a cabeça pra ela .

– Como vai Thalia ? – o moreno perguntou , parecendo simpático ao dar um leve sorriso , mas , como se isso fosse um erro , ele visivelmente se forçou a ficar sério novamente .

– Vou bem Boris ... – Thalia respondeu , o outro segurança apenas deu mais um leve aceno de cabeça que Thalia retribuiu . – Ele ta lá dentro ? – ela apontou pra porta da casa com o polegar e os dois disseram sim , em uníssono . Quem ta lá dentro ? Os seguranças me encaravam , parecendo desconfiados .

– Lys , acho melhor você ir agora ... – tava distraído , tentando entender aquilo tudo e quando percebi ela havia parado na minha frente , encarando meus olhos .

– M-mas você vai ficar bem , não vai ? – perguntei , com urgência pela resposta .

– Vou sim ... – ela me abraçou bem forte . – Eu te ligo , assim que der .

– Ta bom , vou esperar ...

Sempre fico sem jeito com esses gestos dela mas não pude deixar de retribuir o abraço com a mesma intensidade , sentindo meus braços envolverem seu pequeno corpo enquanto os dela estavam no meu pescoço . Ficamos assim por um tempo , mais tempo que um abraço normal , e então ela me soltou e eu fui obrigado a fazer o mesmo .

– Tchau Lys . – ela foi se afastando e acenando , logo passou pelo quintal e chegou na varanda , ainda olhando pra mim enquanto eu também acenava , depois sumiu pela porta de madeira ...

P.O.V. Thalia .

Não consigo acreditar ... Ele realmente veio pra cá ? Talvez , no fundo , eu quisesse que ele viesse , quisesse sentir que ele se importa e talvez até sonhar que sua vinda seja apenas uma visita , mas no fundo , no mesmo lugar onde se encontra a minha infantil esperança , eu reconheço que isso não pode ser apenas uma visita . Ele não fazia visitas nem no nosso quarto quando morávamos na mesma casa , então por que faria uma simples visita quando estamos morando em países diferentes ? Não , é impossível . Eu o amo , mas sinto muita raiva e uma grande mistura de sentimentos conflituosos , a raiva com certeza no topo dos outros ...

E ainda tem o Lys . Ele ta visivelmente preocupado . Estamos fazendo o caminho até minha casa e não consigo olhar pra ele , porque tenho certeza que se eu o fizer vou parecer frágil e não quero que se preocupe sem razões para que o faça , afinal de contas é apenas meu pai e não um psicopata pronto para me matar , quer dizer ... ele não me mataria mas com certeza também não me abraçaria . Então por que me importo tanto ? Por que me sinto extremamente nervosa desse jeito ? Não entendo .

Não nos vemos há meses , desde que essa coisa toda do divórcio começou e ele foi morar em uma outra casa , antes mesmo de eu e o Ed nos mudarmos pra cá . Ele não deu nem um telefonema , nem sequer uma mensagem . Acho que acabei criando um tipo de expectativa para esse encontro , e tenho medo disso porque não sei o tamanho dessas expectativas mas sei que existem , sei também que vão fazer com que me machuque , como sempre fazem ...

Chegamos na rua e logo vi a sua marca , carros luxuosos , dois pra ser mais exata , e também os seguranças . Boris é legal , simpático e divertido , costumava jogar video game comigo e com o Ed , mas o outro , Sam , é mais rígido e raramente abre a boca , ambos com o corte de cabelo e ternos impecáveis .

Nos aproximamos e Lys parece confuso , mas não consigo explicar isso agora , não mesmo . Perguntei dos seguranças se meu pai tava na casa , só pra ter mais certeza , e a resposta foi sim . Me virei pro Lys e pedi que fosse embora , ele perguntou mais uma vez se eu ia ficar bem e respondi que sim , prometi ligar , tinha tanta preocupação no seu olhar que me senti culpada por ainda não ter contado tudo pra ele . O abracei bem forte e ele retribuiu , fazendo com que eu me sentisse realmente pequena e protegida nos seus braços . Percebi que já estávamos juntos algum tempo então desfiz o abraço e ele também . Me despedi uma última vez e caminhei até a varanda , só parando de olha-lo quando fechei a porta .

– Cheguei ... – disse , em um tom normal , quase não querendo que alguém ouvisse .

– Aqui Thalia . – ouvi a voz do Ed e olhei pra esquerda , pra sala , onde ele tava sentado em um sofá e no outro sofá tinha vó Marie e meu pai ... Alexander Louise , olhando diretamente pra mim .

Me aproximei sem conseguir desviar os olhos da sua figura , ele ta de terno , como sempre , seu cabelo é castanho escuro e cacheado , porém está sempre muito bem penteado . Olhos cor de âmbar como os do Ed , mas sem a doçura e carinho que os do meu irmão possuem .

– Boa noite . – ele deu um leve sorriso , me pareceu natural e me surpreendeu um pouco .

– B-boa noite ... – me sentei do lado do Ed , que parecia tão tenso quanto eu e também olhava pro nosso pai . Marie apenas assistindo a cena mas não consigo decifrar a expressão no seu rosto , ela olha cada detalhe do rosto de seu filho , como se soubesse que ele talvez não apareça novamente por ali tão cedo e fosse importante manter o máximo de coisas possível na memória .

– Ouvi dizer que estava em um encontro – sorriu brincalhão , apoiando os cotovelos nas coxas – é verdade ? Está namorando então ?

Ele parece tão tranquilo e simpático que demorei a responder , não pela pergunta , mas por sua atitude ser completamente diferente e inesperada , agindo como se nada estivesse acontecendo , como se ele sempre tivesse sido assim e sempre tivesse conversado comigo sobre garotos .

– É ... – minha voz saiu baixa .

– Hum ... – voltou a colocar as costas no apoio do sofá , percebi sua mandíbula ficar tensa . – Você é uma jovem realmente bonita , imaginei que não demoraria para isso acontecer . Você gosta desse rapaz ? – o que ele ta fazendo ? Por que esse interesse na minha vida , assim , de uma hora pra outra ?

– Sim . – respondi , fazendo questão de não deixar dúvidas quanto a resposta .

– Você sabe que vai ter que voltar pra Nova York , não sabe ? – ergueu uma das sobrancelhas . - Tenho planos pra vocês ...

– Voltar ... – senti um peso enorme no peito . – No final do ano ... não é ? Planos ? – olhei pro Ed , seu cenho estava franzido , seus braços apoiados nas pernas , o deixando inclinado pra frente .

– Não . – meu pai continuou , sério , visivelmente não querendo ser contrariado . – Vocês sabem do divórcio , aliás , o país inteiro sabe ... – suspirou , pesadamente . - Vocês precisam voltar o mais cedo possível .

– Isso é entre vocês dois . – Ed disse , praticamente cuspindo as palavras . – Não pode simplesmente nos deixar aqui ? Nos ignorar , como sempre fez ?!

– É ai que você se engana . – meu pai não se abalou nem um pouco com a acusação ou o tom de voz elevado do Ed , apenas continuou , calmamente . – Vocês são a chave mais importante dessa negociação .

– Você ta falando de dinheiro , não é ? – senti como se tivesse acabado de levar um soco no estômago . É claro , só pode ser algum tipo de condição , ele nos leva pra lá , fica com nossa guarda e em troca ganha certa quantidade de dinheiro a mais .

– Sim querida , negócios . – seu sorriso ficou enorme . – Mas também me preocupo com vocês ... – olhou pra vó Marie , que parecia confusa , provavelmente sem entender nem um pouco da conversa , mas o que me surpreende mais é que ele tem amor nos olhos , tem sim ... Voltou a olhar pra mim e pro Ed . – Se voltarem comigo vão poder completar os estudos em uma escola melhor , faculdade , emprego , dinheiro ... Tudo vai ser mais fácil e a vida de vocês vai ter um rumo melhor . Se seguirem minhas regras ... – Ed o interrompeu .

– Nós só íamos voltar pra lá final do ano , por que tanta pressa ? – seu rosto ficando vermelho de raiva .

– Filho , já ouviu falar que ‘’ tempo é dinheiro ‘’ ? – riu , como se fosse a piada mais engraçada . – Que isso , cadê o humor de vocês ? – disse , assim que percebeu que ninguém tinha rido . – Tudo bem , tudo bem ... – suspirou . – O que querem que eu faça ? Hã ? – nos encarou , bem nos olhos , realmente esperando a resposta , já chega ...

– Quero que vá embora ! – disse , ficando em pé e sentindo mais palavras surgirem em minha mente , junto da raiva . – Qual o seu problema ? – uma vez que comecei a falar não consegui parar . – Nunca se importou conosco , sempre nos tratando como algo que não precisava de você , só do seu dinheiro . Sempre traindo , mentindo , sendo um ignorante idiota e sem coração ! – gritei , lágrimas surgindo nos meus olhos e pela primeira vez vi uma expressão de surpresa no seu rosto . – Você é um monstro ! – Ed também ficou em pé , colocando o braço ao redor da minha cintura , me segurando .

– Para Thalia ... – ele disse , calmamente , mas sei que também está com tanta raiva quanto eu .

– Eu te odeio ! – gritei . – Odeio você e a porcaria do seu dinheiro ! – continuei cuspindo as palavras enquanto Ed me puxava pra longe dali , quando percebi ele tinha me levado pra escada , eu apoiada na parede respirando pesadamente e a testa dele encostada na minha .

– Calma ... – ele sussurrou , também tão irritado quanto eu .

– Eu odeio ... – repeti , enquanto sentia mais lágrimas caindo pela minha bochecha .

– Vai ficar tudo bem . – Ed me abraçou e eu afundei o rosto no seu peito .

– Não vai não . – sussurrei , ainda chorando , posso ouvir a voz da vó Marie , murmurando uma despedida . – Ele vai nos levar , nos forçar a viver aquela vida que ele acha certa , nos forçar a ser o que não somos e a engolir seu dinheiro .

– Não pensa assim . – Ed disse , então ouvi passos se aproximando .

– Thalia . – ouvi a voz do meu pai , olhei pro lado , o Ed ainda me abraçando , vi meu pai parado na porta da sala , encostado na parede com uma expressão esquisita no rosto , quase triste . – Eu tenho planos bons pra vocês – ele disse , franzindo o cenho de um jeito apelativo , parecendo ser sincero mas só me deixando mais confusa . – Você poderia pelo menos me ouvir , ouvir a proposta que tenho ...

– A única coisa que quero de você é distância . – disse , firmemente , usando o máximo de frieza que consegui no olhar e me surpreendeu que tenha funcionado , ele simplesmente abaixou a cabeça e saiu pela porta , me deixando com os lábios partidos em surpresa .

– V-você viu isso ? – perguntei , olhei pro Ed e ele parece tão surpreso e confuso quanto eu .

– Ele ta armando alguma coisa ... – ele sussurrou , voltando a me apertar nos seus braços .

P.O.V. Autora , Hazel Levesque .

É difícil de acreditar que um homem como Alexander fosse desistir facilmente , digo ser difícil porque é impossível . Ele não deixaria um império de uma vida toda ser arruinado por causa de uma birra adolescente , não ...

Faria o possível para levá-los de volta , ter suas guardas e conseguir a maior parte do dinheiro . Por quê ? Porque é muito dinheiro , estamos falando de milhões e , por mais que não vejam dessa maneira , seus filhos também são donos desse dinheiro e também deveriam lutar por ele , e lutar ao lado de seu pai era tudo que Alexander queria que seus filhos fizessem , ganancia praticamente jorrava de suas veias .

Ele mal podia acreditar que sua filha tivesse arranjado um namorado tão rápido . O que diria a Gabriel ? O rapaz era filho de um de seus sócios e tinha pedido a mão de sua filha , seria um acordo milionário , não perderia essa chance , queria fazer a menina gostar dele , se apaixonar pelo garoto , mas como faria isso se ela já tinha outro de quem gostava ? Mas o casamento não é algo que vá fazer tanta falta assim , a sua guarda que é o problema , envolve muito mais dinheiro . Para que dê tudo certo os dois precisam voltar para Nova York , mas eles deixaram bem claro que não querem voltar . Porém , talvez se ele desse um empurrão , fizesse com que Thalia não tivesse nada que prendesse ela aqui , fizesse com que ela quisesse ir embora , ela poderia convencer o próprio irmão ...

– Preciso descobrir quem é esse rapaz . - Alexander tinha certeza do seu próximo passo ...


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Notas finais do capítulo

Kissus ...



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