You found me escrita por TheEnemy


Capítulo 11
Capítulo 11 Chuva


Notas iniciais do capítulo

Oi :)
Posto o próximo amanhã ! Continuem comentando , ta ? Muito feliz com vocês *---*
Boa leitura !



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– Ei ! Thalia ! – me virei e vi uma figura , correndo até mim com um grande guarda-chuva . Pensei em continuar andando mas , quando percebi , ele já tava junto de mim , me protegendo da chuva . – E-eu posso te levar pra casa ...

– Lysandre .... – disse , voltando a me abraçar , com frio . – N-não precisa . Pode ficar longe pra você voltar pra casa ...

– Eu insisto . – ele disse , franzindo o cenho , teimoso . – Não posso te deixar sair assim ... - olhei pra rua , não queria incomoda-lo ...- Por favor .

– Ta ... – disse , baixinho . Porque decidi confiar nele , que sorriu timidamente , mas parecendo satisfeito .

– Vamos ... – ele disse e então nós começamos a andar , um do lado do outro .

A chuva ta ficando mais forte , assim como o vento , me fazendo tremer de frio por causa da roupa molhada . Percebi seu olhar preocupado mas ignorei , olhando apenas pro chão , atenta ao meu próximo passo . Mas ele fez uma coisa que me deixou surpresa . Colocou um dos braços ao redor de mim , me puxando pra perto , em um abraço delicado . Recuei um pouco , olhando pra ele .

– Desculpa . – ele disse , sem tirar o braço da minha cintura . – Mas seus lábios já estão roxos de frio ... – seu rosto ta vermelho apesar do clima frio . – Eu moro ali , naquela rua – paramos de andar e ele apontou pra uma rua menor , do outro lado da principal . – A-acho melhor irmos pra lá e esperar a chuva diminuir ...

– P-pra sua casa ? – disse , e ele pareceu ficar mais vermelho ainda .

– N-não . – ele disse , mas logo sacudiu a cabeça , como se tivesse dito alguma coisa errada . – Quer dizer sim ...

– E-eu acho melhor não . – me afastei dele , um pouco nervosa , não to acostumada a ter um menino me abraçando ... – Eu não te conheço direito e não parece certo ... – me afastar não foi uma boa ideia , seu corpo era a única coisa que tava me impedindo de ter tanto frio , fazendo com que eu volte a tremer agora que ta longe .

– Minha mãe vai estar em casa , não vamos ficar sozinhos ... – ele insistiu , me olhando de um jeito preocupado . - Você ta congelando . – Não posso ir pra casa dele .

– Eu consigo chegar em casa ainda . – insisti . – Melhor você ir pra casa ... – já ia voltar pra chuva , mas ele me segurou pelo pulso , me virei e olhei pra ele .

– Não vou te deixar até que chegue em casa ... – olhei pra sua mão no meu pulso , mas ele não a tirou .

– Você é realmente teimoso ... – suspirei , nem sinto mais os lábios .

– Você vai acabar ficando doente . – Lysandre ignorou o que eu disse , tímido , mas o que mais se sobressai é sua preocupação .

Por que se importa comigo ? Vejo que esta sendo sincero , posso ver isso nos seus olhos ... Apenas fiz que sim com a cabeça , ele soltou meu pulso e voltou a me abraçar , hesitante , como se achasse que eu fosse me afastar de novo , mas dessa vez não recuei .

A rua ta completamente deserta , então atravessamos sem dificuldade . Ele respira pesadamente , como se estivesse sem fôlego , ou estaria nervoso ? Olhei pra cima e percebi que continua vermelho ... Ta assim por minha causa ? Não vou perguntar mas , a julgar pela sua atitude , posso considerar que sim . Mas ter ele tão perto também me deixa nervosa , não costumo ser abraçada assim , por tanto tempo , a não ser pelo Ed ...

Ele é bem mais alto do que eu , acho que tem pouco mais de 1,80 , já que minha cabeça fica na altura do seu peito . Posso sentir seu perfume , é doce e diria ser amadeirado , um cheiro que me agrada muito ...

– Estamos quase chegando . – ele disse , depois de poucos minutos .

– Q-qual delas é a sua casa ? – perguntei , já que estamos numa rua onde existem várias .

– É aquela azul ... – ele apontou , mas a chuva diminui a visibilidade .

Continuamos andando , logo paramos na frente de uma cerca branca e fomos até a varanda da casa , finalmente abrigados da chuva , mas ele continuou com o braço ao redor de mim . Deixou o guarda-chuva no chão e colocou a mão no bolso , mas acho que esqueceu a chave , porque acabou tocando a campainha .

– Sua mãe não vai se irritar ? – perguntei , baixinho . To com muito frio .

– Nem um pouco ... – ele sorriu , gentil . Me encolhi um pouco , mais pra perto dele , encostando minha cabeça no seu peito , mas só pelo frio , então ele colocou o outro braço ao meu redor , hesitante .

– Já vai ... – ouvi passos vindo de dentro da casa , uma mulher abriu a porta , suponho ser sua mãe . Ela aparenta ter quarenta anos , tem cabelos castanhos na altura dos ombros e olhos verdes , ta usando um pijama vermelho , que tem a estampa de um coelhinho na frente .

– Esqueceu a chave de novo Lysandre ... – ela ia falar alguma coisa , mas parou assim que me viu . Achei que ia perguntar quem eu era , mas a primeira coisa que fez foi se aproximar e passar a mão no meu rosto . – Coitadinha , ta congelando ! Como você deixou isso acontecer ?! – ela disse , olhando indignada pro filho .

– E-eu ... – ela o interrompeu .

– Vem , entre querida . – ela me puxou , me afastando do filho . – Você precisa trocar essas roupas . – ela disse , percorrendo os olhos por mim .

– N-não precisa . – disse , tentando fazer ela parar de se preocupar . – Eu já vou pra casa , só vou esperar a chuva ... – ela me interrompeu .

– Você vai trocar de roupa , agora . – ela insistiu , sinto que ela ta mais preocupada comigo em apenas dois minutos de conversa , do que minha mãe esteve comigo ao longo de quinze anos . Tirou minha mochila das minhas costas , colocando ela em um canto do chão .

– Mãe ... – Lysandre interrompeu . – Você ta deixando ela sem jeito ...

– Pode até ser . – a mulher disse , já me puxando escada acima . – Mas o plano é deixa-la sem um resfriado , isso sim !

Ela me levou pro andar de cima , é um corredor bem parecido com o da casa da vó Marie , duas portas de cada lado , piso de madeira , mas sem janelas .

– Eu to bem ... – continuei , tentando convencê-la . – Não precisa se preocupar .

– Querida , você ta mais gelada que o sorvete que comi de sobremesa . – ela disse enquanto me fazia entrar em um quarto que tem uma grande cama de casal , suponho ser o seu , não pude evitar rir da comparação . – Então eu preciso me preocupar sim .

Ela me deu uma toalha e roupas limpas e secas , me forçando a entrar no banheiro . Realmente não é o tipo de pessoa que muda de ideia facilmente , então apenas fiz o que mandou . Fiquei com vergonha de estar no banheiro de uma desconhecida . Onde tava com a cabeça ao aceitar vim pra cá ? Achei que só chegaríamos e esperaríamos a chuva passar , quando eu finalmente poderia ir pra casa ...

Tomei um banho quente e rápido . Ela me deu uma calça de moletom rosa e uma camiseta branca , que ficaram grandes , mas não muito . Deus , ela me emprestou suas roupas . Fico com vontade de me esconder de vergonha , principalmente por estar dando tanto trabalho .

– Oi ? – disse , assim que sai do banheiro .

– Já ? – ela tava sentada na cama , ficou em pé assim que apareci na porta. – Viu ? – ela disse , sorrindo . – Não é bem melhor assim ? – fiz que sim com a cabeça , sem jeito . – Vamos , me dê suas roupas , vou coloca-las na secadora .

– T-ta ... – entreguei as roupas pra ela .

– Vem comigo . – ela foi saindo do quarto . – Vou te servir um chá quente .

Voltamos a descer a escada . Ela virou a direita , onde tinha uma sala de estar , que tem cores claras , com dois grandes sofás bege , TV e uma estante de madeira escura em uma das paredes .

– Thalia . – Lysandre tava no sofá , ficou em pé assim que me viu .

– O-oi . – disse , muito sem jeito .

– Sente-se . – ela indicou o sofá , sorrindo . – Já volto com alguma coisa bem quente pra beber ... – ela entrou em outra porta , onde suponho ser a cozinha .

Me sentei em um dos sofás e Lysandre voltou a se sentar , do meu lado . Ele parece ansioso , mexe as mãos , as colocando no bolso e por vezes passando elas no cabelo , como se não soubesse o que fazer . Abracei os joelhos e fiquei olhando pra ele , tentando compreende-lo .

– D-desculpa por isso . – ele disse , depois de alguns segundos .

– Isso o que ? – perguntei , por estar cuidando de mim ?

– Sei que minha mãe é exagerada . – ele olhou pra mim , franzindo o cenho . – Você parece chateada ...

– Chateada ? – disse , rindo .

– É ... – ele pareceu ficar confuso , apertando as próprias mãos .

– Só estou intrigada ... – o deixei mais confuso ainda , depois de alguns segundos continuei . – Não entendo como pessoas que nem conheço podem se importar tanto comigo . - principalmente quando meus próprios pais não se preocupam ...

– Você esqueceu o seu fone comigo ... – ele disse , ficando em pé de repente , cortando o assunto .

– Serio ?! – nem percebi .

– Sim . – foi até sua mochila , que tava em cima do outro sofá . – Aqui ... – me entregou o fone

– Obrigada . - olhei ao redor . – Viu minha mochila ?

– Eu pego . – se afastou no mesmo instante .

Olhei ele fazer o caminho até a porta da frente e voltar segurando a bolsa marrom .

– Obrigada . – disse , quando ela a colocou do meu lado .

– De nada . – voltou a se sentar do meu lado , mas dessa vez ficou me olhando , como se quisesse ver o que eu ia fazer.

– O que foi ? – perguntei , abrindo o zíper da bolsa , mas logo me arrependi , as caixas de chocolate e os cartões ficaram visíveis .

– Nada . – ele disse , desviando o olhar .

Coloquei o fone apressadamente dentro da bolsa , voltando a fecha-la em seguida .

– Não pude deixar de perceber que ganhou muitos cartões ... – ele disse , olhando pras próprias mãos , que roçavam uma na outra .

– É ... – também desviei o olhar , porque algo nisso é constrangedor .

– E gostou deles ? – perguntou , como quem não quer nada .

– Gostei de um . – disse , sorrindo ao lembrar do desenho . – Era um desenho ...

– D-desenho ? – ele olhou pra mim , bruscamente , me fazendo estranhar seu interesse .

– É . Quer ver ? – perguntei , já mexendo na mochila . – É muito lindo ...

– N-na verdade eu adoraria vê-lo ... – ele ajeitou a postura , olhando pra mim , como se estivesse mais interessado na minha reação do que no próprio desenho . Ele realmente tem atitudes peculiares .

– Aqui . – tirei o envelope da bolsa e abri o papel , voltando a percorrer os olhos pelo desenho . – Foi o primeiro que abri ... – sorri ao ler a mensagem de novo .

– Você ta sorrindo ... – ele disse , também abrindo um sorriso .

– É ... – estranhei o que ele disse , sorrir é normal ... – Achei muito lindo ... – olhei pra ele . – Não to dizendo que me acho super bonita nem nada . – disse , com medo que me achasse convencida . – Mas acho ele muito bem feito ... – comecei a percorrer os dedos levemente pelas linhas do desenho . – Não sei quem foi mas ... – demorei alguns segundos pra continuar . – Mas essa pessoa com certeza conseguiu passar pro papel cada detalhe . O simples fato de ter pensado em mim pra isso me deixa feliz ...

– Mas é só um simples desenho , não chega nem perto da beleza da pessoa que o inspirou ... – olhei pra ele , que me encara , serio . Ele acabou de dizer que sou bonita ? Corei violentamente . Acho que só agora ele percebeu o que disse , porque ficou muito vermelho ...

– Chá ! – sua mãe disse , entrando na sala .

Ajeitamos a postura , olhando pra outro lugar , sem jeito .

– Espero que goste de chá de hortelã . – ela colocou uma bandeja com canecas em cima da mesinha de centro . – Desculpe , esqueci de dizer meu nome , não é ? – ela se sentou no outro sofá . – Me chamo Michele . – me deu uma das canecas e depois outra pro Lysandre .

– Prazer . – disse sorrindo . – Me chamo Thalia ...

– Thalia . – ela sorriu . – É um nome muito bonito , combina com você . – também pegou uma caneca pra si .

– Obrigada . - comecei a tomar o chá . Aquela sensação boa de beber algo quente depois do frio ...

– Acho que já te vi em algum lugar ... – ela estreitou os olhos , em seguida seu olhar parou no desenho , que havia ficado no meu colo . – Ei – ela ia dizer alguma coisa , mas Lysandre a interrompeu .

– É só impressão . – ele olhou pra Michele e ela franziu o cenho , sorriu e acabou não falando nada . Fiquei curiosa , mas Lysandre parecia desconfortável com o assunto , decidi ignorar .

– Desculpa pedir isso ... – coloquei a caneca na mesinha . – Mas será que poderia usar o telefone ? – perguntei . – Preciso falar com meu irmão ...

– Claro que sim . – ela indicou a cozinha . – Lysandre , mostre pra ela onde fica .

– O-ok . – ele ficou em pé , desajeitadamente .

O segui até a cozinha , é menor do que a da vó Marie , mas também tem bastante coisas , suponho que Michele goste de cozinhar , porque também vejo vários livros e revistas de receitas em cima de um balcão . Lysandre me indicou um telefone que fica na parede .

– Eu vou te deixar sozinha ... – ele já ia sair .

– Não , fica , posso precisar de você . – disse , já discando o número , e ele ficou , apoiado na parede .

Disquei o número do Ed .

– Alo ? – ele atendeu .

– Oi Ed , sou eu . – disse .

– Thalia ! – ele deu um grito , me forçando a afastar o telefone do ouvido . – Cara , onde você ta ?! To te ligando e não atende , tem noção de quantas coisas ruins se passaram pela minha cabeça ?!

– Calma Ed ! – gritei , tapando a boca em seguida . Droga . – Escuta .

– Ta , me diz onde ta , vou te buscar . – podia ouvir seus passos pesados do outro lado da ligação .

– Tava chovendo e ... – como vou falar isso sem que tenha uma segunda interpretação ? – Um amigo me trouxe pra sua casa e eu to esperando minha roupa secar ...

– Você ta nua ?! – ele gritou .

– Claro que não Ed . – disse , me forçando a não gritar . – A mãe dele me emprestou uma roupa ... – olhei pro Lysandre , que agora ta na pia , pegando um copo de água .

– E onde é essa casa ? – ele perguntou .

– É ... – a única rua que sei o nome é a nossa , então , onde eu to ? – Espera ... – afastei o telefone . – Lysandre . – chamei e ele logo olhou pra mim . – E-eu preciso que explique onde estamos ... – apontei o telefone e ele se aproximou .

Começou a explicar o endereço e eu fiquei esperando , parada , encostada no balcão .

– Ele quer falar com você ... – Lysandre disse depois de um tempo , voltando a me entregar o telefone .

– Oi Ed .

– Esse cara é confiável ? – ele perguntou , com um tom desconfiado . – Thalia , qualquer coisa sai correndo , você só pode ser louca de ... – o interrompi .

– Você vai vim ou não ?! – disse , ficando irritada .

– Vou . – ouvi barulhos de chaves . – Chego em alguns minutos , mas lembra do que eu disse ...

– Ta Ed , ta ... – revirei os olhos .

– Até daqui a pouco .

– Até . – desliguei o telefone .

Suspirei .

– Vou ver suas roupas . – Michele disse , aparecendo na cozinha .

– Obrigada . – ela entrou numa porta do lado dos armários , deve ser a lavanderia . Odeio estar fazendo ela ter tanto trabalho ...


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Notas finais do capítulo

Curtiu ? COMENTA ! Necessito do retorno de vocês , preciso trocar ideias com as minhas leitoras ! u_u