Demigods Avengers escrita por Hime


Capítulo 14
{Arco Gênesis} Capítulo Quatorze – Projetos e jantares [Percy]


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, conheceremos dois personagens novos em nossa história que irão estar presentes em vários momentos. Aqui deixo-lhes dois desafios o de adivinhar quem são seus pais piedosos e o de descobrir qual é a referência no colégio que Percy vai estudar, lembrando que uma dica já foi dada acerca da temática da série. Boa leitura.



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Casa do Percy, Manhattan – Horário: crepúsculo, às 17h35min P.M

Aquela fora a última vez em que soubemos do meu pai. Minha mãe e eu nunca descobrimos o motivo de seu sumiço, porém, sempre acreditamos que ele ainda estava vivo. Talvez estivesse ocupado demais lutando secretamente contra organizações terroristas no Oriente Médio ou ajudando as pessoas em zonas de conflito como a República Democrática do Congo. Sei que pode até parecer loucura, ou até mesmo estupidez para alguns, mantermos essa esperança viva após sete anos.

Mas, Edward James Howard Stark era o meu herói desde que me entendo por gente. Ele foi a pessoa a quem eu chamei de pai pela primeira vez. Aquela que me segurou junto com a minha mãe nos meus primeiros passos. A única pessoa que deu o devido valor a minha mãe, tratando-a como uma rainha. O cara que sempre me estimulou a ser melhor, não no sentido de ser arrogante e prepotente, e, sim, no sentido de me tornar um ser humano melhor.

Desistir de acreditar que ele ainda estava vivo e cuidando de nós a distância era como se eu estivesse desistindo de todas essas lembranças. De toda essa história. Ignorar todo o esforço do meu pai em se ajustar ao nosso estilo de vida para que fôssemos felizes com ele. Como se eu estivesse duvidando do amor do meu pai por nós. E isso era algo que eu nunca iria fazer.

A Stark crescia cada vez mais no mercado mesmo com as conjecturas acerca da identidade do presidente da empresa. Após o sumiço do meu pai, quem assumira a administração das Indústrias fora Nathaniel Richards – um dos dois melhores amigos dele – e ele fizera um excelente trabalho com a ajuda de John Wastend, o advogado e o outro melhor amigo do meu pai, aumentando os lucros e quase triplicando o patrimônio original.

Nathaniel, ou Tio Nate como eu sempre o chamei, sempre fez questão de cumprir à risca as ordens deixadas por meu pai antes de desaparecer. Ele depositava mensalmente uma espécie de “mesada” para mim e para minha mãe durante esses sete anos e nos visitava sempre que podia enquanto que Tio John sempre ficava com a parte de resolver a papelada relacionada à escolaridade, plano de saúde e seguro de vida, tanto meu quanto da minha mãe. Por estar tão ocupado quanto Tio Nate, as visitas do Tio John eram ainda mais raras que as do Tio Nate.

Eu não estava com cabeça para ser anfitrião hoje. Eu só queria ficar sozinho no meu quarto, ouvindo música e fingindo que não existo, até conseguir digerir totalmente a situação. Todo aniversário do desaparecimento, Tio Nate e Tio John nos ajudam a fazer uma ceia em homenagem ao meu pai, mas, esse ano não faríamos em casa e eu havia me esquecido desse detalhe totalmente. Só lembrei quando recebi um SMS da minha mãe:

“Querido, já estamos na W 86th St. Seu Tio Nate foi me buscar no condomínio e daqui a cinco minutos, estaremos te esperando no restaurante. John já está esperando na nossa mesa, foi o primeiro a chegar como de costume. Não se preocupe, seu terno está comigo.”

O pior é que minha mãe já havia me avisado disso há um tempo...

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Em algum lugar próximo de Portland, Maine – Horário: tarde, às 18h35min P.M

Eu estava exausto... porém, extremamente satisfeito com o resultado da minha busca, que estava indo relativamente bem. Faltava somente realizar o último trabalho, trazer do submundo o Cérbero do meu tio e, talvez, dentro de algumas semanas, já poderia pedir a mão de Annabeth em casamento. Só de pensar nisso já trazia um sorriso ao meu rosto.

No momento, estamos em um motel para podermos descansar antes de começarmos a viagem para Califórnia. Tinha terminado de tomar um banho quando recebi uma mensagem de Ísis.

―Oi, querido!―minha mãe me cumprimentava sorridente e de maneira extraordinariamente calorosa. ―Chamei-o em um momento ruim?

―Não, mãe. Na verdade, eu estava esperando o pessoal terminar de se arrumar para irmos comer algo. ― respondi dando de ombros antes de abrir um sorriso brincalhão ao dizer: ―Mas, eles podem esperar um pouquinho. Eu sempre tenho tempo para você, mãe.

―Eu queria perguntar se tem como você vir para Manhattan daqui a alguns dias. ― seu rosto escureceu consideravelmente enquanto sua voz adquiriu certa tristeza ao falar: ―É a sétima ceia, amor. Sete longos anos de ausência, mas, não vamos perder a esperança, meu bem. Seu tio queria que comemorássemos no Carmine’s, o restaurante favorito do seu pai.

―Sim, papai sempre adorou comida italiana por causa da vovó. Acho que ele iria gostar da escolha do Tio Nate e do Tio John. ―comentei com um sorriso agridoce enquanto ela me devolvia um sorriso triste. ―Eu vou dar um jeito de chegar a tempo do jantar. Só não garanto que as minhas roupas serão apropriadas para a ocasião. Acho que jeans e camiseta laranja berrante não serão muito bem-vistos no restaurante. ― tentei brincar com a situação para tornar a conversa menos dolorosa para minha mãe.

―Não se preocupe, querido. Eu levarei seu terno preto favorito. ― assegurou-me com um sorriso doce, porém, ainda assim era um sorriso triste.

Eu só queria trazer um sorriso verdadeiramente feliz para o rosto de minha mãe. Não precisava estar saltando de alegria, só um pouquinho de felicidade bastava. Então, decidi contar a ela sobre a novidade. Claro que de uma maneira enigmática.

―Mãe, eu tenho uma novidade-surpresa para te contar no jantar!― disse com meu melhor sorriso Colgate. Aquele em que você mostra os 32 dentes. ―Acho que você vai gostar muito da surpresa!

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Meu plano original era pedir sua benção no jantar com meus tios, contudo, agora, eu não tenho nem idéia de como irei explicar que a surpresa acabou me surpreendendo também. Ou seja, adeus banho quente, biscoitos azuis com gotas de chocolate e cama. Suspirei cansado antes de dizer ao taxista:

―Mudança de planos, preciso ir ao Carmine’s no Upper West Side.

―Pode deixar, chefe. ― respondeu-me enquanto fazia o retorno para pegar a Central Park West.

Eu fechei meus olhos, decidido a tirar um cochilo nem que fosse por míseros minutos. Quando os abri novamente, estávamos parados em frente ao restaurante. Paguei o táxi e mandei uma mensagem para minha mãe, avisando-a que já estava na entrada do lugar. Tentei entrar, mas, a mulher me barrou porque eu não “pertencia àquele ambiente” e eu quase a mandei enfiar aquela arrogância no lugar em que o Apollo não brilha. Porém, me controlei recitando o lema da família: Ab initio, in bona fide ad gloriam pro utilitate omnium creata est lex* e decidi esperar minha mãe do lado de fora.

De onde eu estava em pé, conseguia ver o CHR SUV cinza metálico, o mais novo bebê do Tio Nate. Infelizmente, houve um acidente com o último carro dele envolvendo um motorista bêbado que destruiu o carro dele, era um Ford Mustang GT350 azul-céu. Era meu carro favorito dentre todos os que ele já teve. De acordo com Tio Nate, um carro diz muito sobre a personalidade de um homem. Sim, ele é um viciado em carros assumido. Já o Tio John é o verdadeiro CEO workaholic, sempre com um terno feito sob medida do tecido mais caro e com o celular em mãos, tratando dos assuntos de ordem pública da empresa.

Quando minha mãe me viu, largou a sacola no chão enquanto abria um sorriso de orelha a orelha antes de correr para me abraçar e eu retribui seu abraço com igual feracidade. Parecia que estava há 6 anos sem me ver, ao invés de, 6 meses. Então, encheu todo meu rosto de beijos, realmente, nada se compara ao amor de mãe. Ela me entregou a sacola com as minhas roupas e entramos juntos no restaurante.

Os olhos da recepcionista faltaram só sair das órbitas, de tão arregalados que eles estavam, não era novidade para ninguém que meus tios e minha mãe exalavam dinheiro e poder, principalmente, nos ambientes mais requintados como esse lugar. Como o antigo provérbio nos ensina “Quem foi rei nunca perde a majestade” porque minha mãe continua com a mesma aura imponente que tinha ao lado do meu pai, até para quem não conhece seu passado como ‘Sra. Stark’. Fiz questão de lançar um sorrisinho sarcástico para a mulher que me barrou enquanto ia para o banheiro me trocar.

Fazia bastante tempo desde que usei esse terno, mais especificamente, um ano. Terminei de abotoar o paletó do smoking, respirando fundo antes de me olhar no espelho. Paletó preto feito sob medida, colete cinza-chumbo, camisa social branca, gravata cinza-chumbo, calças sociais combinando com o paletó e sapatos sociais negros perfeitamente engraxados. Guardei minha roupa do Acampamento Meio-Sangue – provavelmente, a última vez que usaria essa camisa – e me encaminhei para a mesa, carregando a sacola e minha mochila.

―Percy, meu super-gênio! ― Tio Nate me cumprimentou alegre com um aperto de mão bem firme e forte, testando minha força. Tradição nossa. ―Pelo visto, andou malhando, não é?Provavelmente, querendo impressionar alguma garota. ― disse sorridente, me puxando para um abraço e tapinhas nas costas.

―Nathaniel, para de envergonhar o garoto ou terei o prazer de te processar por dano moral. ―ameaçou Tio John com um sorriso mordaz antes de me tirar do abraço de urso do Tio Nate e me dar um abraço rápido. Ele não é muito de demonstrações de afeto, mas, isso não significa que ele nos ama menos.Como vai a sua vida, mini-hacker?

Esse é mais um da minha longa lista de apelidos vergonhosos. Essa lista inclui: mini-hacker, super-gênio, bolinho azul – longa história –, mecânico mirim, projeto de Einstein, entre outros. Era incrível como algumas coisas não mudavam mesmo com a passagem dos anos, por exemplo, Tio Nate continuava alto como sempre – com seus 1,75m de altura –, ainda estava tão musculoso quanto um campeão de fisiculturismo e sua característica barba por fazer. A pele bronzeada, olhos cinzentos e cabelo loiro-mel escuro extremamente curto. Ele tinha tudo para ser um surfista, mas, é um “rato de biblioteca” quase no nível do Tio John. Tio Nate seria o “sol” da amizade: alegre, bem-humorado, brincalhão e sorridente.

Enquanto Tio John é o completo oposto do Tio Nate, sendo um pouco mais baixo – com 1,65m de altura – um físico esguio, típico de corredor, o rosto sempre barbeado e o cabelo penteado com gel. Extremamente pálido, olhos tão negros quanto o carvão e o cabelo tão escuro quanto à própria escuridão. Ele também tinha tudo para ser emo-gótico, mas, é outro “rato de biblioteca” em um nível completamente assustador. Tio John é totalmente viciado em leitura. Todos os tipos de livros que você imaginar, ele já leu pelo menos uma vez. Ele seria a “lua”: sério, reservado, misterioso e sempre com o semblante inexpressivo.

―Sente-se, espero que não se importe que nós já fizemos os pedidos. Seus favoritos ainda são o Risoto, Tortellini de Bolonha e Nhoque, não é? ― Tio John perguntou enquanto nos sentávamos à mesa e eu assenti com a cabeça. ―Ótimo. Acertei os pedidos, então.

O restaurante estava vazio, o que era surpreendente para um sábado, meu tios provavelmente alugaram o lugar todo para nossa ceia. O que fez indagar-me qual seria o motivo de tal sigilo.

―Mini-hacker, você sabe que eu não sou de rodeios, então irei direto ao assunto, ou melhor, aos assuntos. Um deles em pauta é o fato de você ser um jovem de dezesseis anos, logo, seu tio e eu achamos que já está na hora de começar a conhecer o império que irá herdar quando terminar a faculdade. ― ele disse e esperou pela minha reação, que foi um rápido aceno de concordância.

―Eu entendo, tio. Afinal, é muito importante conhecer minhas futuras responsabilidades antes de sentar na cadeira do Poderoso-Chefão. Meu pai iria fazer da mesma forma, se... ― eu dei uma pausa para respirar fundo, engolindo o nó na garganta ao me lembrar, com tristeza, que não seria meu pai a ensinar-me sobre o comando da Stark.

Meu tio John apertou meu ombro enquanto tio Nate dava tapinhas nas minhas costas, em uma tentativa de consolo. Então, tio Nate assumiu as falas do tio John, dessa forma tomando a liderança da conversa, ao dizer:

―Olha, super-gênio, sabemos que não é fácil lidar com tudo isso. O sumiço do seu pai foi um baque para todos nós e entendemos que é difícil para você até porque você queria que fosse o seu pai e, não, nós a ensiná-lo. Queremos que saiba que, uma vez, aceitando, estará abrindo mão de muitas regalias que outros adolescentes estarão curtindo como: festas, namoros e a própria irresponsabilidade.

―Não queremos obrigá-lo a nada. ― Tio John explicou-me calmamente. ―Queremos que você saiba que iremos apoiá-lo em qualquer das suas decisões. Só esperamos que entenda o peso de suas decisões.

―Seu tio e eu somos solteiros não por escolha, mas, porque Stark exige muito de nosso tempo, inclusive nos dias de “folga” e nenhuma garota gosta de ficar em segundo plano em relação a uma empresa.

Eu sabia que uma empresa do calibre da Stark, iria requerer bastante do meu tempo livre e, talvez, fosse até bom não ter tempo para pensar em coisas como a fossa em que estava, meus problemas morais decorrentes do incidente na Colina Meio-Sangue e a minha necessidade de refazer minha vida.

―Eu sei, tio. Mas, já está na hora de assumir uma participação ativa na administração do meu patrimônio. ― respondi resoluto, fazendo minha mãe sorrir orgulhosa. ―Não vou ser como esses playboyzinhos que vivem do dinheiro dos pais sem estudar nem trabalhar.

―O que nos leva ao segundo tópico: a sua escolaridade. Sabe que nossa preocupação está sempre em lhe dar o melhor, infelizmente, nos últimos anos, sua educação tem deixado a desejar bastante com as escolas em que você foi matriculado. É por isso que... por essa razão que...

Era perceptível que meus tios estavam bem preocupados com meus estudos, mas, estavam desconfortáveis em discutir a possibilidade – que provavelmente, já fora planejada – para subir o meu CR e, assim, eu poder me inscrever em uma boa faculdade. Talvez, porque a Stark crescia a cada dia e deixá-las sob o controle de um néscio seria uma loucura. Ou seja, é essencial que eu saiba administrar os bens deixados por meu pai e necessito de uma boa escolaridade para isso.

―É por isso que queremos que você estude no Constance Billard School!Pronto, falei!― Tio Nate disse impaciente enquanto tamborilava os dedos na mesa.

Fomos interrompidos pelo garçom, que se aproximava, carregando os pratos de entrada enquanto outro garçom servia o vinho. Minha mãe agradeceu ao rapaz antes de dispensá-lo.

Eu só esperava terminar meu jantar e, principalmente, meu dia de uma maneira relativamente calma porque só Caos sabe o quanto eu estou precisando de um pouco de paz. “Talvez um banho quente e minha cama.” Pensei com uma expressão sonhadora. Porém, mal sabia eu que minha noite ainda estava longe de terminar.


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Notas finais do capítulo

*N/T: Desde o início, de boa-fé para honrar a lei criada em benefício de todos.
Qualquer erro gramatical ou de concordância, sintam-se livres para comentar. Comentem se estão gostando ou não desse novo rumo que a história está tomando.
Até o próximo capítulo de D.A., no qual, teremos um ponto de vista inusitado e possivelmente, uma morte dramática. Preparem-se.
Abraços da Lorem Lunar.



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