A Orquídea da Colina escrita por Andrew Drehmer


Capítulo 7
Capítulo VII Seguir em frente


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos leitores, agradeço as mais de cem visualizações que só obtive graças a todos vocês, bem, durante o tempo em que o Nyah ficou fora, acabei não escrevendo nenhum novo capítulo, peço desculpas. As coisas não têm andado fáceis. Sou grato pela compreensão de todos e espero que gostem do próximo capítulo. Aviso antes que a história está para dar uma grande virada. Esse capítulo não ficou extenso, tenho andado sem muito tempo para escrever. Um grande abraço meu para aquecer a alma.



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Um dia havia se passado, a brisa soprava quente e o sol estava quase por se por. Na frente da estalagem, na calçada de pedras brancas, Nicolle se despedia de suas duas grandes amigas:

– E não importa o que aconteça, jamais deixe de acreditar que os teus sonhos podem virar realidade!

Quem disse isso foi Jacobienne que dava um apertado abraço na amiga e do pescoço desamarrava um cordão grosseiro que prendia um delicado crucifixo de ébano.

– Minha amiga! Não posso aceitar!

–Por favor, aceita! Para que a luz de Nosso Senhor Jesus Cristo guie teus passos daqui pra frente e que encontre um bom lugar para ficar, já que daqui foste banida.

Nicolle pegou aquele crucifixo nas mãos e amarrou no próprio pescoço, tinha lágrimas nos olhos e a voz já debilitada pelas lágrimas que insistiam em escorrer.

Dn. Edmonda estendeu os braços para Nicolle e ela correu para aquele abraço rechonchudo e aconchegante:

–Filha! Que Deus te abençoe!

Nicolle olhou fundo nos olhos de Dn. Edmonda, ela sempre o fazia, porém desta vez era especial, desta vez era a última:

–Não imaginava como necessitava da tua benção, Dn. Edmonda!

E estendendo um pequeno cesto coberto com um pano branco, Dn Edmonda disse:

– Pegue, isto é para não passar fome no caminho.

– A mãe colocou queijo, pão e uma garrafa de água. Tomei cuidado para adicionar um potezinho de manteiga que fiz e algumas frutas silvestres.

Nossa Nicolle envolveu a cesta num dos braços, agradecendo mais uma vez. Suspirou, na tentativa de conter as lágrimas. Deu uma olhada rápida com a cabeça para o prédio da estalagem, um prédio de dois andares, construído em pedra cinza.Sobre a porta principal, a placa de metal exibia “Estalagem Desmoulin” , Nicolle abriu os braços para um abraço mais uma vez dizendo:

– Bem... Que tal um abraço em trio agora?

As três mulheres abraçaram-se, lágrimas escorriam dos olhos de Jacobienne e sua mãe enquanto Nicolle dizia:

–Sou e serei eternamente grata a vocês duas por terem me acolhido em sua casa, mesmo sabendo de todas as circunstâncias que me trouxeram até aqui! Com vocês duas eu conheci a verdadeira amizade e creiam que não vou esquecer-me disso. Aqui eu aprimorei meus conhecimentos do bordado, aprendi a cozinhar diversos alimentos, aprendi as noções de matemáticas ministradas por Dn. Edmonda... E o mais importante: Aprendi a viver novamente! Saibam que por onde eu andar, carregarei vocês duas aqui dentro do meu peito.

E foi acabar de falar, para resmir-se a lágrimas. Todas elas choraram. Jacobienne hesitou, abraçando Nicolle fortemente mais uma vez:

– Vai minha amiga, o sol logo se põe e é preciso que esteja já fora dos limites do território.

– Vai sem olhar para trás... Esquece tudo de ruim que viveu aqui, procura um novo rumo para a tua vida.Parta com a consciência de que aqui dentro te tenho muito além de uma desconhecida violada, te tenho como uma filha amada!

Limpando as lágrimas, assumindo uma postura séria e determinada, Nicolle pôs sua “mala” no ombro. Levava apenas alguns vestidos que tinha quando ainda era moça, outros que ganhara de Jacobienne e claro, o que ela mais estimava: O que havia ganhado de presente em seu aniversário. Deu alguns poucos passos de costa, acenando lentamente, antes de virar, com a mão jogou um beijo no ar para as amigas queridas que fizera e elas lhe retribuíram. Quando virou-se de frente, o sol quase morto bateu-lhe nos olhos e ela teve que fechá-los.

E assim ela deixou aquela aldeia, mas não era só a aldeia que ela deixava. Deixava para trás todas as decepções que tivera. Deixava para trás, o corpo morto de seu pai. A repúdia de sua mãe. Deixava os pais de Rosella e também a própria Rosella. Deixava a ignorância alheia, a capacidade estéril das pessoas e finalmente: Deixava para trás tudo de ruim que a vida lhe propusera, todas as lembranças desprezíveis e as pessoas postergáveis. Deixava para trás a vida que vivera até agora. Estava renovada, pronta para trilhar novos caminhos e sair em busca daquilo que se tornara sua principal prioridade: A felicidade.


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Notas finais do capítulo

Nicolle relembra:

Apesar de toda firmeza que mostrava naquela partida, minha alma estava cheia de dúvidas e meu coração cheio de espinhos: O que aconteceria comigo a partir daquele momento? Eu estava sem ninguém, não podia contar com ninguém. O amor que me fora jurado um dia por meus pais havia se exaurido, assim como evapora uma folha de outono.
Eu partia cheia de dúvidas, e as respostas para elas eu sentia que estavam muito longe. Precisava de certezas para servirem à mim como respostas, precisava de algumas certezas para poder continuar vivendo.

Do autor: Muito obrigado pela leitura, comentários?



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