Fique Comigo escrita por Mariii


Capítulo 11
Rendição


Notas iniciais do capítulo

Ahhhhhhhhhhhhhhh esses dois!

Música: http://www.youtube.com/watch?v=K2qr0GKzre4



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Ao ver Sherlock entrando no quarto parecendo tímido, Molly cedeu espaço para ele sentando-se mais perto da parede. Ele aproxima-se sem jeito e ocupa o canto que agora parecia ser dele, sem questionar. Quando a luz é apagada, Molly deita-se automaticamente procurando pela mão de Sherlock, que faz leves carinhos nela quando seus dedos se juntam. Ela respira fundo, achando que talvez vá falar uma grande besteira.

– Sherlock... O que está acontecendo entre a gente?

Ele não responde por um longo tempo, mas continua acariciando sua mão. Molly pensa que ele não ouviu a pergunta dela e está quase chamando quando ouve sua voz em um tom baixo, bem mais baixo que o normal, quase um sussurro... Como se ele tivesse dificuldades em dizer.

– Eu não sei...

Molly espera que ele diga mais alguma coisa, mas os minutos se passam e tudo que fica é o silêncio. Ela ainda pensa nas palavras de Mary antes que ela saísse do quarto. Tinha que admitir que realmente parecia que Sherlock gostava dela, mas se ele só estivesse agindo por compaixão? Não, não parecia ser o tipo dele. Teria que descobrir e ao pensar nisso as borboletas em seu estômago deram lugar a um enxame de vespas assassinas se debatendo como em um pequeno pote de vidro.

Seria extremamente constrangedor se eu estivesse entendendo tudo errado... Dane-se.

Ela solta a mão dele, percebendo que ele fica tenso com isso, talvez pensando que ela estivesse rejeitando-o. Vira-se de lado, encarando o rosto dele na penumbra. A pouca luz que entrava no quarto era oriunda dos postes de iluminação da rua. Uma das mãos dela sobe até o rosto dele e traçou com os dedos todas as linhas que compunham aquele rosto singular que tanto a encantava. Surpreendeu-se quando ele segurou seu pulso, afastando-a de seu rosto.

– Molly...

A voz dele sai carregada de sofrimento como se estivesse sentindo algum tipo de dor perfurando-o.

– Você precisa saber que não sou a pessoa ideal. Nunca vou ser.

– Eu não quero saber, Sherlock... – Sua voz quase falha.

– Você precisa saber... Está fragilizada agora, mas quando estiver melhor vai ver que eu não sirvo para você e vai me deixar...

Don't get too close

It's dark inside

It's where my demons hide

Molly balançou a cabeça como se não entendesse onde ele queria chegar.

Sherlock estava dizendo isso mesmo? Ele estava com medo de que eu o deixasse? Como se eu estivesse com ele só porque estou triste? Espere... E ele aceita isso? Ele acha que está sendo usado e mesmo assim se preocupa e infringe regras por mim?

Ela podia sentir seu coração acelerar ainda mais, se é que isso era possível. Como podia estar tão apaixonada por ele, conhecendo-o há tão pouco tempo? Não tinha uma explicação, só podia sentir. E o que sentia fazia todo seu ser implorar por Sherlock.

Molly solta seu pulso da mão dele e voltou a acariciar seu rosto, chegando até seus cabelos e deixando os dedos afundarem ali.

– Molly... Isso não é seguro... – Sherlock está com os olhos fechados e os aperta. A dor em sua voz ainda é perceptível.

– Para quem? – A voz aveludada de Molly faz um arrepio subir pelo corpo de Sherlock.

– Para você. Para nós. Não sou uma boa companhia. Eu vou machucar você, Molly.

Don't want to let you down

But I am hell bound

Though this is all for you

Don't wanna hide the truth

– Me deixe fazer uma escolha quanto a isso... Se alguém vai me machucar no decorrer da vida, eu quero que seja você. Permita que seja você.

Sherlock abre os olhos e a encara. Molly amaldiçoa a escuridão por não poder vê-lo tão bem quanto gostaria, mas percebe que ele está surpreso. Talvez surpreso por ela não empurrá-lo e sair correndo. Ela sorri ao pensar que Sherlock acha que é um monstro. Ele pode até ser, mas não é um monstro que a assusta. É um mostro que a atrai.

Ela se aproxima sobre ele, colando seus corpos. Ele não tenta impedi-la agora, e contrariando tudo que tinha dito, quando seus lábios se tocam ele a enlaça pela cintura, puxando-a para si. Sherlock aprofunda o beijo, com uma das mãos segurando-a pela nuca. Ele queria isso desde que a tinha visto pela primeira vez, ainda que não assumisse. Agora, seu coração batia acelerado e pela primeira vez sentia-se completo. Tinha tentado evitar isso (mais ou menos), mas agora sentia-se entregue a ela. Era um caminho sem volta.

Quando se separaram, Molly olhava para Sherlock e sorria, ao que ele respondeu com um discreto sorriso de canto. Ela adorava quando Sherlock ficava tímido. A cada segundo parecia gostar ainda mais dele.

– Você tem certeza que me quer ao seu lado? – Ele pergunta enquanto enrola entre os dedos uma mecha dos cabelos dela.

– Você não quer?

Sherlock suspira profundamente, preparando-se para dizer algo que nunca imaginou que falaria antes.

– Não sei quanto tempo você vai me aguentar, mas... Eu quero você comigo, Molly.

Ela ri para ele e o beija rapidamente.

– Então... Eu vou poder te abraçar quando tiver vontade, te beijar e tudo o mais? – Molly aproveita o escuro para que ele não veja seu rosto enrubescendo.

– Tudo o mais? Se você tiver coragem de mostrar para todo o campus que está com o cara mais estranho de lá...

– Você tem dúvidas?

Ao invés de responder, Sherlock a puxa, beijando-a e a pegando de surpresa. Ela acalmava seus demônios, e despertava outros.

– Devemos dormir?

– Eu não quero dormir agora... – Molly responde, enquanto beija a bochecha e o queixo dele.

– Acho que podemos dar um jeito nisso, então...

Molly ri ainda mais quando Sherlock vai para cima dela e dá início ao uma longa série de beijos apaixonados. Ainda tem, lá no fundinho, o medo de que ela o deixe quando cansar de todas as suas esquisitices. Mas nunca tinha conseguido ficar longe dela, e duvidava muito que conseguiria fazer isso agora. Ainda era um risco, mas era um risco que ele queria correr.


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Notas finais do capítulo

So???



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