Segredos de um passado obscuro escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 13
Liberdade


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo ficou... Diferente dos outros kkk. Aproveitem!



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Bucky não fica tão contente em me ver, e acabamos apenas fazendo uma refeição antes de nos deitar. Quando estou tentando dormir, vejo que Steve está um pouco inquieto do meu lado.
— Está acordado?
— Mais ou menos. O soro não funciona completamente em mim, mas às vezes recebo algumas imagens.
— Imagens do que?
— Muita coisa. Peggy...
— Sua ex-namorada. — por que, de todas as coisas, eu me lembro disso?!
— Isso aí. E você também.
— Me ver faz você ficar inquieto. De um jeito bom ou ruim?
— Sabe, ainda não me decidi quanto a isso.
Ele abre um meio sorriso, que parece iluminar o cômodo.
— Você me deixa intrigada. Eu sinto como se...
— Como se gostasse de mim? — Há uma esperança estranha em sua voz, e eu rio baixinho.
— Talvez.
Ele tensiona os músculos de repente, e sinto um ímpeto de ir até lá e cuidar dele, que repreendo imediatamente.
— Concentre-se em alguma coisa boa, Steve, algo que o mantenha aqui.
— É assim que você faz? - a ironia em sua voz deve vir da irritação, não espero que ele esteja bem comigo, afinal é por minha culpa que ele está aqui.
— Foi assim que tentei. Pensei em você. - me arrependo de dizer isso, mas ele me pressiona a dizer mais. — Pensei que você viria me salvar, que iria destruir esse lugar a tempo de eu não me tornar uma pessoa horrível. Mas eu estava errada. Você não veio.
— Natasha, eu tentei! Juro por Deus que tentei, mas...
— Não importa mais.
Ele abre a boca para replicar, mas somos interrompidos por um "psiu" insistente. Nós dois procuramos por todos os lados, até eu colocar os olhos em um Tony Stark extremamente pálido e mal humorado.
— Stark.
Steve sorri levemente. Tony se aproxima e tira com dificuldade as amarras nos pulsos de Steve. Eu me sinto dividida. Será que devo lutar contra eles? Dedurá-los? Impedi-los? Ou será que devo me juntar a eles?
— Ruivinha, você vem ou não?
Os dois já estão prontos para sair. Eu ainda não havia tomado uma decisão. Então me lembrei do que Steve falara, sobre eu estar sendo manipulada. Seus olhos azuis suplicam que eu volte para ele. Eu assinto, de modo quase imperceptível.
— Beleza!
Antes que Tony abra a porta, eu o impeço. Steve se prepara para lutar contra mim, mas eu levanto as mãos e digo:
— Só acho que seria mais inteligente chamar alguém para abrir.
— Por que acha que alguém vai abrir?
— Não vai. Mas vamos obrigá-lo.
— Excelente ideia.
Eu grito por ajuda, e felizmente, apenas um cientista magrelo vem me atender. Quando repara que estamos de pé, é tarde demais, já o golpeamos. Uso sua mão para desbloquear a passagem e abrir a porta. Nós passamos com tranquilidade.
Caminhamos com passos largos, porém silenciosos, pelos corredores tétricos da base. Encontramos a sala em que Sam estava sendo mantido separadamente, e o libertamos. Ele parece doente, mal consegue nos identificar.
Um guarda vem ao nosso encontro sozinho, e nos escondemos bem a tempo. Porém, nossa ausência foi notada. Alarmes disparam e as luzes começam a piscar.
Nós não nos incomodamos, e agora começamos a correr. Os guardas nos cercam, mas não são páreos para nós. Eu puxo o braço do primeiro e o torço atrás da cabeça, chuto o da esquerda na altura do peito e amarro as linhas em mais três, que se engalfinham por si próprios. Fico contente de não ter tirado o uniforme em situação alguma.
Quando estou prestes a atacar o próximo, uma dor excruciante invade minha cabeça. Eu arqueio as costas e coloco as mãos pressionadas dos dois lados da cabeça, e não consigo evitar alguns gemidos e gritos.
Os homens se aproveitam da situação e chutam meu rosto, depois o lado direito do meu corpo. Não consigo revidar. Porém, Steve se infiltra na luta e os afasta, depois segura meus braços que ainda estão na cabeça e tenta me acalmar.
— Natasha, vai ficar tudo bem. Eles colocaram um dispositivo na sua cabeça, mas vamos sair logo daqui, e vamos tirá-lo. Fique calma.
— Isso dói muito. - eu resmungo, finalmente o encarando. Eu retiro as mãos e envolvo Steve, ele me levanta sem dificuldades enquanto Tony abre espaço para que ele passe.
A dor lancinante também é incessante. Só não estou gritando porque não quero parecer fraca. Quando estamos tão perto das portas que já consigo vizualizar a liberdade e a neve lá fora, o Soldado Invernal bloqueia a saída.
— Largue-a, Capitão Rogers.
Steve comprime os braços com ainda mais firmeza em volta do meu corpo. Eu sussurro em seu ouvido que ele me largue. Primeiramente, a decepção é evidente em seu rosto, mas quando anuncio com apenas uma troca de olhares que tenho um plano, mesmo hesitando, ele me coloca no chão.
Não preciso fingir muito que estou tonta e não consigo me colocar de pé. Bucky prontamente coloca os braços rígidos ao meu redor, e com avidez, eu puxo a arma de choque e pressiono contra suas costelas. Ele treme e cai no chão com um baque.
Nem consigo acreditar que o plano realmente deu certo. O poderoso Soldado Invernal, finalmente fora derrotado. Poderíamos ter o abatido ali mesmo, como Sam e Tony desejavam, mas eu ainda tinha dúvidas sobre meus sentimentos quanto a ele, e Steve, além de ser um homem nobre, já o considerou melhor amigo, um irmão, e essas coisas não mudam de um dia para o outro.
Quando estamos fora dos portões, eu percebo que estava certa. Está nevando. Isso me faz sorrir, mas eu não deixo com que os outros vejam. Cato um pouco de neve e esfrego nas mãos, para ter certeza de que é real, e não mais um sonho.
— Vamos, Natasha. É por aqui.
Sam ainda está em estado de torpor. Nós andamos por bastante tempo até entrar na cidade. Era Nova York. Algumas imagens da invasão passam pela minha cabeça.
— Ótimo, vamos para minha casa. Chame um táxi.
— E pagaremos com que dinheiro? - contrargumento. Tony não tem resposta.
Nós andamos até sua mansão. É difícil me concentrar, mesmo que a dor tenha diminuído. Logo que chegamos, Pepper nos atende com satisfação e com grande alvoroço. Ela nos enche de perguntas, das quais eu mal tenho forças para responder.
Minha visão está ficando novamente embaciada. Eu tento me apoiar na mesa, mas acho que erro o lugar e meu corpo quase tomba para a direita, mas sou envolvida por braços fortes, nos quais eu me apoio totalmente.
...
Acordo embasbacada, confusa e dolorida. Tento me sentar e me situar, e percebo que estou em uma suíte espaçosa, numa cama enorme e recheada de travesseiros macios.
Me coloco de pé devagar, e quando percebo que não vou mais desmaiar, ando até o banheiro. Fico impressionada com o tanto de dinheiro que Tony deve ter. Se apenas no quarto de hóspedes ele colocou uma banheira de hidromassagem do tamanho do meu antigo quarto no apartamento de Washington, imagino o que tem no dele.
Eu fico horas relaxando na banheira. Massageio meus cabelos, que já cresceram bastante desde que os cortei, e tento lavar os ferimentos nos braços, pernas, abdome e costas.
O corte que Bucky fez já não passa de uma cicatriz seca. Eu me curo facilmente. Os outros são mais superficiais, mas não deixam de arder.
Depois que já penteei os cabelos e fiz os devidos curativos, eu volto a suíte para me vestir. Há um roupão felpudo e uma bolsa. Eu olho o conteúdo. São roupas femininas, embora um pouco diferentes das que costumo usar, mas servem. Coloco um short e um sutiã e procuro uma blusa com um decote menor, e é quando a porta se abre.
Steve entra e só então percebe que não estou totalmente vestida. Ele vira o rosto, enrubescido.
— Desculpe, eu devia ter batido...
— Sim, você devia.
Mas não estou brava. Visto a primeira blusa que minhas mãos trêmulas encontram, que é bastante decotada.
— O que quer?
— Eu só vim checar se está bem.
— Estou.
— Então, eu vou... — por algum motivo, eu não quero que ele vá. A presença dele me faz sentir segura...
— Pode ficar um pouco. Se quiser. — eu acrescento. — Podemos jogar videogame. — eu aponto para o X-Box.
— Tudo bem. Mas devo dizer que não sou muito bom nessas coisas.
Eu e Steve nos sentamos na beirada do colchão e pegamos os consoles. Ele está usando uma camiseta que destaca todos os seus músculos... Por que estou reparando nisso?!
Meu ódio por ele diminuiu a ponto de uma certa admiração? Eu não queria que fosse o caso, porque fui treinada para não amar, eu não saberia como fazê-lo. Meu coração sempre foi muito fechado, e eu nunca pensei que iria acabar gostando do Capitão.
O que estou pensando?! Eu não o amo. Ponto final.
— Eu fiquei preocupado com você. Pensei que a perderia para sempre. — eu abro a boca para replicar, mas ele coloca um dedo nos meus lábios. Não consigo não prestar atenção nesse gesto... — Eu devo sinceras desculpas a você. Disse que você era falsa, que era superficial. Mas você não é.
— Tudo bem, eu sou. — minha voz fraqueja mais do que eu gostaria. — Fui criada assim, não posso evitar.
— Mas... Quando estamos juntos, eu sinto como se você fosse real, sabe? Como se você deixasse de ser a " Viúva Negra" e passasse a ser a Natasha. Só a Natasha.
— A Natasha é uma pessoa ruim. Você não gostaria de conhecê-la.
— Eu não só gostaria de conhecê-la, como quero mostrar a ela que ela é uma boa pessoa.
— Talvez seja você que me faça boa. — imediatamente quero retirar o comentário. O que eu estava pensando?
Nós ficamos em silêncio por um instante, e Steve abre um sorriso. Eu ruborizo.
— Não precisa ser boa agora.
Antes que eu pergunte o que ele quer dizer, sou silenciada com um beijo. Não é um beijo como aqueles que trocamos antes de eu ser capturada, esse é mais urgente, mais intenso. Deslizei as mãos por suas costas por baixo da camiseta. Ele fez o mesmo comigo, depois me puxou para seu colo.
Me afasto e olho fixamente em seus olhos. Estão concentrados. Steve me abraça forte, e posso sentir seu coração acelerar contra meu peito. Levada por um desejo profundo, começo a arrancar sua camisa.
Ele beija delicadamente meu pescoço, eu sorrio. Gosto daquilo, gosto dele. Com mais verocidade, ele beija minha orelha, minha bochecha. Corro os dedos por seu abdome, impressionada com sua força. Quando meus dedos chegam ao seu cinto, não hesito em soltá-lo.
Ele abre um sorriso malicioso e desliza as mãos pela minhas pernas, parando confortavelmente sobre a coxa. Steve me coloca deitada no meio da cama e fica por cima, arranca minha blusa com uma só puxada, e sussurra:
— Não há nada que queira dizer?
Eu sabia que ele estava se referindo ao tão esperado "eu te amo". Eu não queria ser a primeira a falar, queria que ele tivesse a iniciativa, porque se não me amasse, eu não queria oficializar meu amor por ele. Mas sei bem o que sinto.
— Não há nada que você queira dizer?
— Por que você não diz primeiro?
Eu sorrio e o beijo novamente, seus dedos tocam minha pele até chegar a abertura do sutiã, e é quando ouvimos uma batida na porta.
— Já vai! — eu grito.
Tento vestir minha blusa novamente, mas está rasgada. Pego outra rapidamente e nem tenho tempo de arrumar os cabelos. Steve vestiu a camiseta, mas seu zíper está escancarado.
Pepper fica parada a porta, observando, boquiaberta.
— Eu não quis interromper, só...
— Não foi nada.
Pepper deixa alguns sapatos no criado mudo e saí sem dizer mais nada. Eu e Steve nos entreolhamos e rimos. Ele sai primeiro, e já somos bombardeados de perguntas de Tony Stark.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Natasha e Steve tão com fogo kkk. Agora que eles finalmente capturaram o Soldado, o que vocês acham que vai acontecer?