Exílio escrita por Fantasy


Capítulo 2
IN Mente




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Ano:3025 – pós sucesso intergalático


Um silencio é quebrado após uma câmara de conservação ser expandida e aberta em meio a um bipe que se aciona na primeira inspiração forte de uma figura altamente trajada. Meio a uma fumaça iluminada pelo vermelho das luzes de emergência pode-se observar uma silhueta forte, um homem dentro de um traje espacial, fraco, confuso, com manchas por todo seu traje e um ferimento na sua cabeça ocasionada por impacto que recebido, outro bipe se ouve quando uma luz esverdeada acende na altura do pescoço do mesmo. A figura se soltava com certa dificuldade dos cintos que o segurava com segurança saindo enquanto se apoiava, não sentindo devidamente as suas pernas, pois elas formigavam, o levou ao chão. A visão estava turva e ele podia sentir o sangue de sua cabeça descendo até atingir os óculos que usava, mesmo com a máscara no rosto, conseguia sentir o cheiro de sangue no local. Em meio a movimentos para sair daquele local, sentiu algo estranho em sua mão, apertou levemente e arregalou os olhos, achando que era um animal e rapidamente se afastou, encostando suas costas na câmara criogênica em que havia saído. Este estava temeroso com que tocara, então com esforço e paciência a aguardar sua visão voltar à normalidade aos poucos viu o que o rodeava, era assustador, e aquilo que via lhe fazia se sentir no próprio inferno.

A nave estava completamente destruída, as poucas partes que restaram estava entre escombros da instalação de uma central da exploração científica, podia ser sentido um odor que emanava dos restos mortais de parte da tripulação que o acompanhava. Havia partes de peles por todos os lados, pedaços de corpos cortados e alguns de seus conhecidos estavam presos entre estacas de ferros, esmagados pelos destroços e um dos pesquisadores estava ajoelhado com algo em mãos, morreu com uma estaca de ferro que atravessou seu crânio completamente, ao se aproximar do homem para ver o que o mesmo segurava, pegou a foto, tentando limpar o sangue seco, era de sua família.

Uma luz fraca iluminou a sala onde estava, a uns metros de distância, com passos cuidadosos ele vai até ela e vê um braço que se localizado longe a um corpo esmagado, em um aparelho no membro decepado possuía uma mensagem avisando que a mensagem estava salva. Franzindo o cenho e tirando o chip que brilhava junto ao aviso, conecta em seguida num aparelho semelhante ao pulso dele, os óculos ficam numa cor cromada ao se conectar ao chip que colocara, então uma mensagem é aberta automaticamente.

 “Compatilhando com Comandante Smith”. O vídeo automaticamente se inicia.

“Capitã, vá. Está tudo bem” o olhar do tripulante era de carinho para a sua colega. “Comandante Smith, estarei aqui, só preciso que envie essa mensagem quando pousarmos. Podem descansar, eu assumo esse turno.” o homem volta o olhar ao drone “Olá meu amor, sim, é o Samuel se não estiver vendo direito, o sinal aqui é péssimo.” Soltando um riso baixo e triste por sentir falta de sua amante, continua. “ sei que deve estar chateada por que aceitei vir a essa missão, mas é para um bem maior, poderemos viver bem assim que voltarmos. Sabe… sem os cientistas batendo todos os dias em nossa porta. Voltarei em duas semanas.” dizia enquanto pilotava o transporte. “Só quero dizer que sinto sua falta.” um balanço é sentido, tarde demais a nave avisa que há uma falha nos amortecedores, a nave já atravessando a atmosfera, o homem arregala os olhos e aperta o alarme, fazendo os colegas irem em direção ao painel.

“O que houve Keitz?” O homem assistia a si falar no vídeo para outro tripulante, atento. Samuel esquecendo que a mensagem ainda estava sendo gravada olha a mensagem da central que recebera.

“Os amortecedores estão falhando, agora o controle da nave também. Foi de repente.” Diz Samuel aflito mas mantendo sua postura profissional, tentando pensar no que fazer.

“Verei com o Mike.” Diz rapidamente e um homem o acompanha.

“Petra… Acho que não vamos sobreviver, está muito rápido”

Um grito é ouvido, os tripulantes mandam todos irem as câmaras para se salvarem.

“Há algo! Não é humano” Fala outro tripulante.

O Comandante junto ao colega que o acompanhou voltam rapidamente.

“Comandante! Não Vamos conseguir” Diz Samuel, já sem o controle da nave, olhando o aparelho, 3 minutos para o impacto.

“Todos para as câmaras! Coloquem os cintos!” Ordenou o superior. Todos foram rapidamente para as câmaras.

“Obedeçam ao Comandante!” Disse Mike ao notar que Finn ainda se localizava na cadeira do navegador.

“Não consigo me soltar” Disse tentando tirar o cinto de segurança. “Vão!”

Mesmo hesitando ambos dos superiores vão o mais rápido que podem para a câmara, fica apenas o Finn sentado, aceitando a própria morte e levando suas mãos ao painel.

"Mensagem Finalizada" diz o equipamento localizado em seu pulso e falhando em seguida.

Os óculos do voltam a cor alaranjada de outrora, calado, ele olha em direção ao braço decepado e suspira lembrando vagamente quem é, mas sabendo que era o Comandante de algo. Olhando em direção a cada corpo, notando símbolos em forma de águia nos tripulantes mortos e nos cientistas, contudo, o que estava em seu antebraço era maior, a águia possuía detalhes brilhosos nos olhos, era mais robusta.

Olhando para o lado ele nota que há um nome em seu uniforme ao ver no reflexo de um espelho quebrado, seus olhos percorrem cada letra, seus lábios seguem e forma o sobrenome “Smith” pensou “como não posso nem lembrar do meu nome? Smith… certo, olá Smith” olhando o próprio reflexo o mesmo levantou os olhos para um local aberto entre os destroços e percorreu o caminho tentando encontrar a saída. Havia algumas frechas entre escombros que o levava a imaginar onde estaria a sairia, estando confuso sobre o que aconteceu, assustado por não saber realmente onde estava. Respirando fundo a cada passo, com cuidado, o mesmo permanece com a máscara para se proteger caso algo tóxico esteja na área em que está. Andando em direção a abertura entre os escombros, sentiu-se confuso, sentia falta de algo. Ele seguiu em frente pelo corredor, onde podia ver um brilho ao longe.

 Vendo mais câmaras abertas, imaginou se outra pessoa além dele havia sobrevivido a queda, se questionando sobre onde poderiam estar, mas a curiosidade de saber sobre isso não era sua prioridade. Ele estava cansado e faminto, suas pernas estavam sem forças pelo modo que estava posicionado até acordar, não se lembrava de quem era e nem sabia o que encontraria ao sair do recinto em que se encontrara.

O loiro ainda a procurar a saída se via em um labirinto, pois não sabia onde se encontrava, haviam várias salas por onde passava, alguns com laboratórios, com jaulas abertas e as paredes por onde andava estavam arranhadas com o que poderia lembrar garras de algum animal, isso o levou a pensar se o acidente causou isso ou se já acontecia algo de uma natureza suspeita antes do acidente. Cansado e mudando repetidamente sua rota, encontrou após longos minutos uma saída. Meio hesitante ele caminha ao brilho âmbar que vinha da brecha em que saíra, respirando fundo ao se surpreender com a paisagem rica que enchia seus olhos.

Smith se localizava em um campo aberto, no qual haviam destroços da nave sobreposta a uma grande edificação que tinha vários monumentos com desenhos de olhos, podia-se ver através de grades quebradas e monumentos ao chão, árvores de formas variadas cobertas de neve, que eram curiosamente em um tom champanhe, o caminho para a floresta lembrava um jardim lindo, inimaginável até para os mais renomados artistas seria um desafio ao os olhos humanos reproduzir tal beleza do meio, talvez houvesse na imaginação de uma criança que acreditasse ainda em florestas encantadas mas não saberiam reproduzir em desenhos.

Andando pelo campo, observava cada detalhe, tudo era colorido, como a terra no seu início, havia sempre detalhes cintilantes, animais familiares e outros nem tanto, alguns o olhando e outros focados em pegar seu alimento. O loiro arregala os olhos e olha para trás, então se deu conta que estava exatamente em um lugar que deveria estar, sua mente se abre em um flashback, uma mulher de cabelos negros, de costas para ele segurava uma pequena camisa “Salve-o. Erwin…” Falava entre soluços com olhos fechados, as lágrimas percorriam no seu rosto, a força com que segurava a pequena camisa em si era imensa.

 "Erwin... você é o culpado" ouvindo um sussurro próximo a sua orelha, sentindo um arrepio percorrendo sua espinha e refletindo em sua pele, o mesmo olha para o lado, mas ninguém se encontrava ao seu lado.

— Erwin… – O sussurro diferenciado de outrora ecoava entre o caminho das árvores. O loiro volta o olhar em direção a floresta, onde ele vê uma figura feminina, quase escondida por detrás de uma árvore. Os cabelos negros desciam pelas curvas da cintura, seu corpo era coberto por uma camada brilhosa de pele que cintilavam mesmo estando sob as sombras das árvores. O olhar que o capturava era capcioso e não confiando, hesitou bastante em ir enquanto sentia o olhar analítico em sua direção, após alguns segundos caminhou em direção a quem o observava.

 – Quem é você? –perguntou Smith, ainda distante.

 – Não se lembra de mim? - disse surpresa. Talvez ela estaria mais diferente do que imaginara, já que sua aparência mudara com o tempo que havia passado no território misterioso. Em um suspiro e um breve contato com o olhar de quem estava em sua frente pôde-se notar um descontentamento sobre Smith não afirmar que se lembrava dela. - Venha, aqui é perigoso, me siga. – disse a criatura, adentrando a floresta.

Seguindo cuidadosamente, ele continuava apreensivo, mas não pode deixar de notar melodias ecoando na floresta, era o vento ao movimentar as plantas daquele local, algumas eram semelhantes aos que ele conhecia, outras eram novas, umas brilhavam quando as tocava, outras possuíam de cores mortas e algumas se fechavam – isso está vindo das plantas? – pergunta curioso.

 – Sim, você nunca se sente só nessa floresta. Elas cantam sempre.

 – Cantam? E isso tem alguma finalidade? – Questiona, levando o olhar para o horizonte ele observa que o vento abre o caminho, como se os guiasse.

 – Sim, é um fenômeno que sempre acontece... Isso é um bom sinal, quer dizer que a floresta está segura, que não há perigo. Sentiria medo se não houvesse sequer um barulho. – Os cabelos negros se moviam com a intensidade do vento, seguindo o caminho que se formara.

 – Aonde estamos indo? – se aproximando da criatura, a vê encurtar os passos até parar, fazendo o mesmo e permanecendo ao lado dela. - Bem, eu sei que é na floresta, mas quero saber onde estou e por que vim parar aqui.

 – Oh... - ela sorri. – Suas perguntas logo serão respondidas, mas não por mim.

 –  Então por quem será respondida? – a voz saiu mais firme do que o loiro planejava, o que fez o semblante de sua dirigente escurecer.

 – Apenas me siga, ou deixarei você morrer aqui, não é seguro se não sabe por onde anda, suas escolhas são me seguir ou acabar morrendo no seu primeiro dia aqui. – disse voltando a caminhar entre a imensa floresta.

Após longas horas percorrendo mata adentro e pausas para que o homem viesse a se recompor por não estar acostumado com o ambiente do local, o mesmo recebeu conselho de se livrar do traje espacial pesado que obedeceu mesmo que duvidando de sua segurança, ao tirar a máscara e os óculos, notou que o ar era pesado, mas conseguia respirar normalmente que ocasionalmente ocasionou uma melhor locomoção. Ambos chegaram a uma caverna minutos depois, por não ser possível ver o que havia adiante, a mulher de nome ainda desconhecido tocou a mão de Erwin e o guiou, o corpo dela oferecia claridade para o local. O sujeito observou o corpo da criatura que mesmo sendo um corpo humano, a pele se tornara translúcida e era possível ver os ossos e órgãos, revelando uma coloração azulada que iluminava o breu da caverna, aquilo o deixara estupefato, aliás, nunca havia visto algo dessa natureza anteriormente. Já exausto, o loiro questionou-se sobre estarem perdidos em meio a tantos caminhos que percorreram dentro da caverna, mas em meio a tantas passagens o ser peculiar certeiramente foi a um caminho onde levava a uma saída, do outro lado da montanha.

Os olhos de Erwin arderam ao ver um caminho de pedras se abrir, fechando os olhos por segundos, ao se acostumar com a claridade vê uma área com vários seres diversos e com um meio repleto de beleza. As gramas douradas do grande campo refletiam o brilho das grandes rochas de diamante. Não havia briga por riquezas ou ambição dos mesmos que andavam e conversavam em cima de algumas rochas, treinando ou se alimentando. Mas ao andar entre os mesmos, ainda seguindo sua guia, podia ver que o encaravam, como se o mesmo fosse uma atração aguardada há muito tempo. A criatura o pediu para que aguardasse ali e foi ao encontro de seu líder que estava posicionado em um diamante observando seus semelhantes, seu povo.

Definitivamente isso é um sonho” Pensou Erwin.

Um homem foi ao seu encontro, a primeira coisa que o loiro notou foi que o indivíduo e andava em sua direção usava roupas leves mescladas com o que seria restos de nave formando uma armadura em lugares estratégicos, mas levar o olhar centímetros acima logo percebeu era alguém que conhecia, ele sentia isso, mas não recordava de quem se tratava. Fisicamente o chefe da resistência não tinha nada que o comandante considerasse anormal.

O líder tinha cabelos escuros como o da criatura que o recebera, descia pelo rosto a cada sopro de vento mesmo que tentasse levar para trás os fios rebeldes, mais alto e forte que seus semelhantes. A pele fosca e suja por cicatrizes entre manchas roxas e esverdeadas recentes remetiam a alguma luta que houve. A altura do mesmo impondo força na liderança ao ditar as regras e missões para quem que estava ao seu redor, podia-se ver respeito no olhar de cada presente.

A guia misteriosa ao chegar próximo ao seu líder se inclinou respeitosamente reverenciando-o e sussurrou algo, sorrindo em seguida e se afastando após dizer algo que o fez rir, caminhando em direção a cachoeira ao longe.

O olhar lívido do homem percorreu sobre o novato, então um sorriso tênue de cordialidade se formou em sua face. – Seja bem-vindo, Comandante Erwin Smith! - todas as pessoas ao redor e os seres começaram a rir, deixando Smith desconfortável- Espero que ame o conforto do melhor quarto que temos para você, soldado. – O aconchegante sorriso logo se transmutou para um impiedoso – prendam-no.

 – Não, espera! – o loiro se assustou, confuso- o que fiz pra você? Eu posso te ajudar se precisar! Eu nem sei quem você é!

—  Ah não lembra? Deixa-me dar uma...-respirou fundo, segurando sua fúria- um resumo a você. -Dois seres que possuíam parte do corpo humano, pernas de bode além de chifres que remetiam ao mesmo e olhos de cobra seguraram os braços de Erwin, fortemente impedindo que fugisse- Você, Erwin, trouxe o meu sobrinho para cá, o exilou... Já que não se lembra de nada, não é necessário para mim por enquanto. – Respirando fundo, ele faz um gesto. – A propósito, vamos ver se o nome Ackerman lembra você de alguma coisa.

 – Eu nem sei quem você é! Devem estar pegando a pessoa errada! – grita o loiro sendo arrastado pelos temerosos seres, a respiração do mesmo falhava pelo nervosismo, o enjoo que se apoderava do corpo do mesmo misturava-se com a dor na cabeça do mesmo, sem esperar, sentiu uma dor forte em sua cabeça e desmaiou.

— Para onde o levaremos? – diz uma garota, aparentando pouca idade, seu rosto, seu jeito era completamente angelical, sua voz expressava preocupação. – Senhor, se quer achar seu sobrinho, seria melhor aguardar um tempo para que ele se lembre do que aconteceu. –O toque dela tranquiliza o homem – Ele pode saber como nos tirar daqui Kenny.

Ao ouvir a mesma falar o primeiro nome dele, leva a mão até o pulso da garota, quebrando em seguida com um leve aperto, ouvindo um gemido de dor – Kuchel, se falar meu nome novamente, quebro o seu pescoço. Por sua causa estamos aqui. Volte para o seu canto. – Vendo a irmã o obedecer, nota que a machucara no instante que olha o pulso que apertou – Sabe que não é pra falar esse nome alto. – bufando ele vai até uma cabana próximo a um riacho, onde costuma organizar os seus planos.

Ackerman começou a pensar o que faria com Erwin, desmaiado e preso em uma cela subterrânea abaixo da estrutura da cabana, suspirando ao ter uma ideia que poderia trazer as lembranças de seu desafeto. Olhando para seu soldado de confiança manda soltar o prisioneiro.

 – Ymir. – Sem tirar os olhos do papel, pega um mapa que desenhou em longínquos anos que foi levado àquele planeta – Coloque um colete nele e deixe esse mapa dentro. Deixe-o seguir seu próprio caminho, ele pode não lembrar das coisas, mas no intimo dele, ele vai querer seguir um caminho que sente que conhece.

Olhando seu mentor, e entendendo o que ele quer dizer, Ymir faz o seu trabalho, mas após pegar o que era necessário para exercer honrosamente a missão que lhe foi dada. Roupas novas foram dadas ao prisioneiro junto ao mapa, colocado em carroças feitas de madeira e folhas, outros soldados acompanharam a moça seguindo em direção ao outro lado da montanha, o abandonando na floresta que outrora Erwin estava.

— A partir daqui eu os informo sobre a missão. – disse se despedindo dos soldados e ficando a espreita, aguardando o momento que o loiro acordaria.


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Notas finais do capítulo

Postarei sempre que der kkkkkkkkkkk momentos finais de semestre é complicado



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