Raio de Sol escrita por Han Eun Seom


Capítulo 14
Brigas?


Notas iniciais do capítulo

Eu não postei antes porque queria fazer mais do que isso, apesar de ter saído algo minúsculo, creio que é melhor do que deixá-las meses sem nenhuma atualização. Estou feliz, mesmo, queria que isso me desse pelo menos criatividade.
Aproveitem!



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Capítulo 15 – Brigas?

Haviam voltado do parque antes que escurecesse, passaram em um shopping para comprar algumas roupas para Ismael e acabaram em uma confeitaria para comer um bolo. Comiam tranquilamente até que o celular de Ismael tocou. Ele o tirou do bolso e sentiu sua pressão cair ao ler o nome.

– O que foi Ismael? – ela não podia ver isso. Ele negou com a cabeça e deixou o celular na mesa disposto a ignorá-lo. Vendo isso, Raiane apertou os lábios. – Não vai atender?

– Não.

– Por quê?

– Por que eu não quero – ele revirou os olhos e comeu mais uma garfada de bolo.

– O que você é? Uma criança? Atende esse celular! Esta me irritando! – ela disse e ele negou de novo. – Pois bem, eu atendo.

– O que?!

Raiane pegou o celular da mesa antes que Ismael pudesse tirar, havia sido pego pelo choque e agora tudo estava indo por água a baixo. Estava pronto para implorar a ela para que não atendesse, mas já era tarde demais.

– Alô – Caralho, Raiane, por que você é tão teimosa!, pensou irritado.

– Alô? – uma mulher falou, parecia embriagada. – Quem é você? Quero falar com o meu filho!

– Filho? – Raiane olhou com o canto do olho para um Ismael pálido. – Quem seria seu filho?- Pare de provoca-la! Ele queria dizer isso, mas não conseguia pronunciar as palavras. – Pelo que eu sei você não tem nenhum filho – o medo de Ismael sumiu e agora estava muito confuso.

– Do que está falando? Olha aqui sua puta, eu sou a mãe do Ismael! Passe-me para ele!

– Olha aqui você! – Raiane estava ficando nervosa e Ismael tentou imaginar o que sua mãe tinha dito. – Quem você pensa que é para tratar um filho assim e ainda ficar xingando a namorada dele? Quer saber? Vá se foder.

E desligou o telefone. Ismael queria perguntar o que tinha acontecido, mas a palavra “namorada” ficou rodando a cabeça dele. Eram namorados! Foco Ismael, disse para si mesmo, foco.

– O que...

– Sua mãe ainda se atreve a ligar para você! Estava bêbada eu aposto – ela enfiou dois pedaços de bolo na boca e Ismael não conseguiu não rir. – Do que está rindo?

– Do jeito que você está me defendendo – ele continuou a rir e Raiane começou a ficar vermelha. – Calma! Não disse por mal – ele riu e ele bufou. – Não está com raiva não é...

– Eu?! Eu não estou, mas você deveria estar! Sua mãe acabou de ligar e tudo que fez foi ignorá-la!

– E que direito você tem para me dar bronca? – ele disse. – Pelo que eu sei você ignorou muitas ligações de seus pais!

– É diferente!

– Diferente porra nenhuma! – não gritou, mas teria se não estivesse com bolo na boca. – Não fale de mim porque você e sua família não estão muito melhores!

– Ah é?

– É! – agora eu não tenho como responder, pensou ela.

Então os dois se calaram, alguns clientes da confeitaria observaram o pequeno conflito, mas logo voltaram ao que estavam fazendo. Raiane suspirou.

– Não vou pedir desculpas – ela estava emburrada? Depois ele que era a criança.

– Não quero suas desculpas – ele disse terminando seu bolo.

Terminaram em silêncio, pagaram em silêncio e saíram dali em silêncio. Para falar a verdade, a atitude dos dois era infantil e ambos estavam cientes disso. Ismael queria morrer naquele momento. Ela tinha acabado de dizer que eram namorados e já tinham brigado. Suspirou pesadamente. Não vou pedir desculpas, ele bufou, ela é quem está errada!

Olhou para ela com o canto do olhou e a viu com uma expressão furiosa. Por que está brava?! Não faz sentido! O caminho para a casa dela foi um misto de desconforto e tensão por parte dos dois. Raiane sabia que não deveria ter dito aquilo, mas tinha ficado com muita raiva da reação dele.

“Não fale de mim porque você e sua família não estão muito melhores!” Ele tinha razão. Raiane olhou para ele rapidamente e não parecia que ele estava muito melhor. Para falar a verdade os olhos castanhos dele mostravam uma batalha interna e confusa. Eu tenho que voltar para a faculdade, pensou do nada e suspirou¸ não vou conseguir me concentrar brigada com ele.

Ela tinha noção que a relação deles não seria apenas “bom dias” animados e beijinhos. Não se importava de terem brigas, diziam que era saudável, não é?Brigar de vez ou outra era bom, disse para si mesma. Passou a mão nos cabelos e teve vontade de gritar.

Por que relacionamentos são tão complicados! Sabia que isso também era um exagero. Fora apenas uma briguinha e não seria a última. Muito mais fácil ficar sozinha.

Surpreendeu-se com o próprio pensamento. Era isso mesmo que achava? Sim, era mais fácil estar sozinha, mas... Ela olhou para o rosto de Ismael, que olhava para frente, e pensou se estava melhor sem aquele garoto de dezenove anos. Estava melhor sem aqueles olhos cor de chocolate? Estava melhor sem a presença constante dele?

Ele percebeu o olhar dela quando saíram da estação. Ele parou e a olhou com um olhar questionador. Os dois ficaram frente a frente e Raiane respirou fundo.

Não, ela não pediu desculpas. Ela o abraçou e enlaçou os braços na cintura dele encostando a testa no ombro dele.

– Raiane? – ele perguntou com um tom confuso, ela não via seu rosto, mas podia imaginá-lo franzindo as sobrancelhas.

– Não vou pedir desculpas, mas... – ela respirou o cheiro dele. Estava começando a lembra-la de sua casa e essa mistura era maravilhosa. – Mas obrigada por estar ao meu lado.

Cacete Raiane, você me vem falar isso na rua? Ele suspirou e a apertou. Estava de frente a estação, mas isso era detalhe.

– Vou aceitar isso como um pedido de desculpas.

– Idiota! – ela se afastou e socou de leve seu ombro.

Foram de mãos dadas para casa. Ismael já não conseguia dizer “a casa de Raiane”, sentia-se desconfortável assim. Eram namorados, certo? Entraram no prédio e o porteiro os cumprimentou dizendo seus nomes e Ismael sentiu uma estranha, mas confortável, sensação... Uma sensação de estar em casa.

O que mais faltava? Para ele estava tudo perfeito, não sentia falta de absolutamente nada. Sabia, entretanto, que não seria um mar de rosas para sempre, sabia que muitas outras coisas ainda estariam por vir, mas para ele... Ismael não se importava desde que estivesse com ela.

Entraram no apartamento fazendo tudo como o de costume. Tinham conseguido uma rotina nesse curto espaço de tempo e Ismael era apaixonado por ela. Ela conseguia deixar tudo melhor. Se “ela” era Raiane ou a rotina Ismael não sabia dizer, mas acreditava ser um pouco das duas. E estava ótimo assim.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que seria meio que um "Brigas - parte 1", mas não quero garantir nada, então vai assim mesmo (huehuehue)