O Despertar do Comensal escrita por Bia Salvatore, Ingrid Callado


Capítulo 3
O grande dia


Notas iniciais do capítulo

Oii, esperando que vocês gostem dos meus capítulos. Vou contar a história pelo ponto de vista da Cleo. Uma bruxa bem... desastrada!



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P.O.V Cleo

Acordei com o sol no meu rosto. Se hoje não fosse um dia tão importante para mim, provavelmente eu teria me virado e voltado a dormir. Mas não posso fazer isso. Hoje não

Me sento na cama e olho para as vassouras que varrem meu quarto.

–Começaram cedo, não foi?- Pergunto olhando-as juntar as embalagens de sapos de chocolate que eu joguei no chão ontem.

As vassouras não me respondem. Então me levanto, calço minhas pantufas de coruja e vou para a escada que leva a cozinha.

Porém, eu sou Cleo Martins, então, quando estou no meio da escada, torço meu pé direito e rolo pelos degraus que faltam. Fico um tempo deitada no chão olhando para o teto, viro a cabeça para o quadro que fica na parede perto da escada e vejo mais um traço surgir. Com essa, são 37 quedas, só essa semana. E hoje ainda é quarta-feira.

Ouço a risada da minha mãe.

–Você está bem, Cleo?- Pergunta ela.

–Eu disse que esse quadro enfeitiçado era uma boa ideia.- diz meu pai

–Só se for para vocês.- Digo, enquanto me levanto.- Não vejo motivo para isso. Eu sou desastrada, vocês amam rir de mim. Que família normal nós somos, não?

–Cleozinha- meu pai diz.- O seu desastre e a alegria da casa.

Caminho em direção a cozinha e me sento na mesa.

–O que tem para o café da manhã?- sorrio enquanto balanço os pés.

–Cereal, sanduiche, ovos e bacon, suco, leite...

–Eu quero cereal.

–Tudo bem.-Minha mãe faz um leve movimento com a mão e uma tigela sai do armário e a caixa de cereais e o leite já estão se derramando dentro dela.

Enquanto como, meu pai pega as cartas que estão ao meu lado. Ele analisa uma a uma de forma dramática.

–Vejam só, parece que alguém vai para Hogwarts.

–O quê?- grito- Já chegou? Pensei que só ia chegar semana que vem.

–Não. Normalmente é no aniversário de 11 anos.

–Mas meu aniversário foi semana passada. Atrasou?

–Na verdade foi bem pontual. –Minha mãe sorri co malícia e meu pai dá uma risada.

–Vocês esconderam a carta?- Pergunto perplexa- Porque vocês fizeram isso?

–Para dar mais emoção – Dizem em uníssono.

Balanço a cabeça e começo a rir. Meus pais não tem jeito mesmo.

***

Chegamos ao beco diagonal rapidinho.

Eu já tinha vindo aqui antes. Muitas vezes, por sinal. Mas hoje era diferente. Hoje é o meu dia. Eu não acredito que vou para Hogwarts!

Depois de comprar meus livros, fomos comprar minhas roupas. Eu sempre sonhei com o dia em que seria a minha vez de usar essas vestes.

Estávamos indo comprar uma coruja quando uma mulher alta, com cabelos pretos na altura dos ombros nos parou e perguntou ao meu pai onde ficava a loja da Madame Malkin.

Meu pai sorriu e falou:

–Ah, acabamos de sair de lá. Fica logo ali.- Ele apontou para a loja.

A mulher agradeceu e seguiu, notei que ela estava acompanhada de uma garota, provavelmente da minha idade. Ela tinha cabelos pretos e lisos, olhos castanhos e pele clara. Sorri para ela e me virei para acompanhar o meu pai.

–Uma trouxa.

–Não julgue as pessoas, Cleo. Ao que parece aquela garotinha vai ser sua colega esse ano.

–Ela parece legal.

Assim que chegamos a loja meus olhos se focam em uma coruja em particular. Ela é marrom e tem algumas manchinhas pretas nas asas.

–Eu quero aquela.- Aponto

–O.K.

Com meus livros, minhas roupas e uma coruja, nos dirigimos para o Olivaras.

Assim que entro na loja suspiro. Finalmente terei minha varinha.

–Sr. Martins, a quanto tempo.- Diz um senhor de óculos. –Essa deve ser a pequena Cleo.

Sorrio

–Eu quero uma varinha.- Falo empolgada.

–Claro.- Ele sorri.- E pelo que posso ver a mocinha está empolgada.

–Empolgada? Ela não fala de outro coisa desde os cinco anos.- Diz meu pai.

–Tente essa minha jovem.

Ele em entrega uma caixinha comprida, eu a pego com as mãos tremendo.

–Essa é feita de Oliveira, tem 20 cm.

Pego a varinha e a admiro por alguns minutos.

–É mais leve do que pensei.- Digo.

Meu pai sorri e acena para que teste.

Com um movimento rápido aponto para uma vassoura que está escorada na parede. Ela explode em vários pedaços, e eu começo a rir e dar pulinhos.

–Isso é incrível!

–Com certeza essa não.- O senhor pega a varinha da minha mão, em seguida, com leve aceno, os pedaços da vassoura voam em direção a uma lixeira.

–Tente esta outra. É de Salgueiro, flexível, tem 26 cm. É menos... perigosa.

Meu pai dá uma risada, e eu o olho de cara feia.

Assim que seguro a varinha faíscas douradas saem da ponta. Começo a girá-la.

***

Chegamos em casa e já está quase na hora de jantar.

–Pai, posso fazer uma pergunta?

–Claro.

–Por que ele me mediu?

–Sinceramente?- Ele sorri.- Eu não sei. Fiz essa mesma pergunta ao meu pai e ele também não soube como responder.

–Todos os bruxos agem como loucos?

–Claro que não. Muitos deles são normais. Como eu e sua mãe.

Reviro os olhos.

***

–Que nome você vai dar a ela?

–Cookie!

Minha mãe levanta as sobrancelhas.

–Sério? Por quê?

–Ah, ela é marrom e tem manchas pretas nas asas. Me lembra os cookies de chocolate que você faz.

–Essa menina só pensa em comer?- pergunta meu pai

–Não, ela também pensa em corujas.É só olhar o quarto dela.- Diz minha mãe.

–Verdade. Corujas e embalagens vazias dominam o lugar.

Reviro os olhos.

***

–E se eu não me encaixar em nenhuma casa?- Pergunto.

–Você vai se encaixar. Você é inteligente, bondosa e companheira. O Chapéu Seletor vai saber onde é o seu lugar.

Estávamos na plataforma 9 ¾. Eu nunca tinha vindo aqui antes. É enorme e... lindo.

Para todas as direções que eu olho tem bruxos e mais bruxos. Alunos novos e veteranos, todos esperando o Hogwarts Express.

Estou ansiosa e empolgada. Para qual casa será que eu vou? Grifinória? Sonserina? Corvinal? Lufa-lufa? Meu pai foi da Corvinal, até hoje ele usa gravatas azuis. Minha mãe foi da Lufa-lufa.

–Nós temos que trabalhar, Cleozinha. Você vai ficar bem?

–Claro.

Abraço meus pais e caminho pela plataforma. Vejo várias grupinhos de garotas sussurrando e rindo, alguns meninos correndo, outros comendo sapos de chocolate. Mas logo minha atenção se volta para uma garota em particular.

A garota do Beco Diagonal. A trouxa. Eu a reconheci por causa de sua mãe.

Ela tem um olhar assustado e não parece se sentir a vontade.

–Oi.- Falo- É seu primeiro ano?

–S-sim- ela gagueja.

–O meu também. Prazer, meu nome é Cleo.

–Carly, essa é minha mãe, Sarah.

–Prazer. Você está nervosa. Não se preocupe, vai correr tudo bem. Bom, a não ser que ainda tenham aquele salgueiro lutador...

Percebo que ela arregalou os olhos e começou a ofegar.

–Calma.- digo rindo. –É brincadeira. Quer dizer, em parte. Fica comigo que você logo se adapta.

Ela apenas sorri e balança a cabeça.

***

–Então... Você é trouxa, mestiça ou sangue puro?- pergunto.

–O quê?

–Uau. Você sabe alguma coisa sobre o mundo dos bruxos?

– Na verdade não.- Ela sussurra sem graça.

– Então vou te explicar um pouco. Trouxas são as pessoas que não são bruxos. Mestiços são os que são filhos de um trouxa com um bruxo. E sangue puro é quem vem de uma família inteiramente mágica.

–Sou mestiça.

–Legal. Seu pai é um pai-bruxo legal? O meu é louco.

–Não sei, ele... ele morreu.

–Desculpe. Vamos mudar de assunto?

–Como você sabe que o meu pai que era bruxo, e não minha mãe?

–Simples, sua mãe não tem a menor pinta de bruxa. Vocês duas parecem estar no meio de dinossauros. Olhos arregalados e com medo.-Ela me olha com uma expressão estranha.- Me fale sobre você.

–Meu pai morreu quando eu tinha 5 anos. Depois disso eu e minha mãe nos mudamos para Londres.

–Só isso?

–Acho que sim.

–Que vida chata. Vou resumir a minha para você ver o que é uma vida emocionante e cheia de adrenalina. Moro em Londres desde que nasci, cresci na mesma casa, com o mesmo quarto. Meu pai é Auror e minha mãe tem uma loja no Beco Diagonal. Sou um desastre, vivo caindo ou esbarrando em alguma coisa. Sério. Meus pais até criaram alguns quadros para contarem, por exemplo, quantas vezes eu caio da escada, ou caio da cama, ou derramo alguma bebida em mim. Eles amam rir dos meus pequenos desastres diários.

Nós duas rimos. Depois conversamos sobre assuntos aleatórios pelo resto do caminho.


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Notas finais do capítulo

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