O sol passava pelas frestas da cortina. Alguns raios atingiam a minha pele, mas não era isso que prendia a minha atenção,  sim seus olhos. Profundos sóis verdes focados em mim.

Estávamos os dois sérios, concentrados, avaliando cada traço do outro.

Uma rajada mais forte de vento balançou as cortinas e também seus cabelos negros, alguns fios mais ousados tocaram seus lábios, alguns fizeram-no fechar os olhos, sua boca sorri discretamente.

- não cansa de me olhar? – sua voz soou, rouca e sensual aos meus ouvidos.

- não. Você cansa?

- nunca! – seus olhos me coraram novamente e foi minha vez de sorrir. – não importa o quanto eu olhe, sempre parece surreal demais.

Minhas bochechas esquentaram e eu o abracei forte, cessando o contato visual, mas intensificando o contato físico.

Para mim, sentir seu toque era ainda mais surreal que observá-lo.