Comer, dormir, acordar.

Comer, dormir, acordar.

Durante seis meses foi isso que eu fiz.

As vezes os guardas vinham me interrogar para estragar a rotinha, mas sem isso era sempre comer, dormir e acordar.

Fui feita prisioneira do reino de Doryan, bem longe de qualquer reino mágico, porém sua população, e de outros reinos, saibam que mágica existia, mas é nunca vimos um feito dela, até que um dia...o meu esperado dia.

Fazia um quatro meses que eu arquitetava esse plano, observar os guardas, do que eles gostavam, o que faziam, a troca de turnos. Em pouco tempo já sabia de tudo sobre cada um deles. Depois disso foi só eu ficar ouvindo tudo, por exemplo, fiquei sabendo um dia antes que seria interrogada pelo rei.

Você deve estar perguntante por que eu fui feita de prisioneira. A resposta é simples, eu roubei do rei e de várias pessoas, mas nada tão simples, roubei joias e objetos raros, como feijões mágicos.

Assim que eu voltei do interrogatório, cansada e machucada em vários lugares, eu aproveito e uso minha tática e leveza nas mãos para roubar a chave, tão simples e delicado que o sonolento guarda não notou.

Esperei ele dormir para abrir a cela e vagar pelo castelo com todo o cuidado, e tudo estava dando certo até que a última porta das masmorras se encontra fechada e nenhuma das chaves queria abri-la.

Chegar tão longe para ficar empacada, foi o que eu pensei, até que...uma voz esganiçada e cheia de loucura aparece atrás de mim:

–Hahaha, olá, queridinha

Quem não saberia quem é ele? Uma pessoa que aparece em momentos difíceis e com essa voz louca, todos sabem quem seria esse homem.

–Rumpelstiltskin

–Isso, mesmo. Está com um problema com essa porta? - Ele diz isso rindo de minha cara.

– Nada que não possa ser resolvido – Respondo sem ser atingida pelas palavras dele.

–Nada que eu não possa resolver, você quis dizer.

– Eu posso arranjar outro caminho ou voltar e pegar a chave. Sempre tem uma saída.

Nesse exato momento ouvimos gritos de aviso dos guardas.

Eles haviam descoberto minha fuga.

– Então, você ainda quer tentar encontrar uma saída ou ouvir o que tenho a dizer? – Rumpelstiltskin ri e sua voz louca penetra na minha cabeça. Eu não respondo a sua pergunta – Você pode pegar minha mão e irei leva-la para longe daqui.

– Sem truques?

– O que prometi irei cumprir, isso é o que eu sempre faço.

Os passos se aproximavam a cada segundo, os gritos e as vozes. Tudo ecoando na minha cabeça junto com aquela risada demoníaca.

A adrenalina deve ter tomado meu corpo, fazendo-me correr na direção de Rumple e segurar sua mão com toda força.

Teve que ser a adrenalina.

Nunca iria fazer algo tão idiota.

Algo que poderia ter acabado com minha vida inteira.