The Bear escrita por JMcCarthyC


Capítulo 3
Dois - Aposta




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/49643/chapter/3

Capítulo DOIS – Aposta

 

 

 

“I’ll do whatever it takes

 

To turn this around.”

 

-       Whatever it Takes - Lifehouse

 

 

 

 

 

- Ei, McCarty!

 

Ainda com a mangueira nas mãos, eu me virei para a rua, dando de cara com Kevin em seu carro, passando bem devagar ao lado da calçada. Joguei a mangueira no chão e fui até ele, me apoiando na porta.

 

- Oi, Kevin... – eu abaixei a cabeça para ver quem estava no banco de passageiro – oi, Claire.

 

Ela sorriu tímida e eu dei uma piscadinha.

 

Não que o Kevin gostasse muito daquilo, mas eu simplesmente não conseguia evitar.

 

Então ele pigarreou e eu precisei voltar meus olhos para ele outra vez.

 

- Pois não, senhor. – eu brinquei forçando um sorriso torto que eu sabia que Claire estaria vendo.

 

- O pessoal está combinando de ir ao drive-in hoje à noite. – ele falou sério – Vai passar a Noiva do Frankenstein. Se você encontrar alguém com quem ir e quiser aparecer, estaremos lá.

 

Se você conseguir encontrar alguém com quem ir...” Como se ele não soubesse que eu realmente era capaz de encontrar qualquer pessoa para ir comigo naquele negócio.

 

- Tudo bem. – eu respondi sorrindo outra vez e consegui ver Claire sorrindo sutilmente também – Que horas começa o filme?

 

- Às oito. – Claire respondeu e eu assenti.

 

- Perfeito.

 

- Você vai? – ela continuou. Kevin lançou-lhe um olhar de indignação que me fez sorrir – É só... curiosidade. – Claire se defendeu, encolhendo os ombros.

 

- Eu sei, Claire. – eu respondi, endireitando-me e me afastando do carro – Vou sim.

 

- Então até mais tarde, Emm.

 

- Até, McCarty. – Kevin grunhiu emburrado e acelerou o carro.

 

Eu cruzei os braços e deixei que o eles se afastassem. Ainda rindo, peguei a mangueira do chão e voltei a enxaguar meu Ford.

 

- Emmett! – ouvi uma voz mais fina me chamar e estiquei o pescoço para a janela de casa.

 

- O que foi agora, Tanner? – eu perguntei terminando de tirar os últimos vestígios de espuma do capô da picape. Não que eu estivesse de mau humor, muito pelo contrário. Mas essa coisa de irmão mais novo idólatra tinha um certo limite.

 

- Eu ouvi você conversando com o Kevin. – ele começou e eu fui até a torneira desligar a mangueira. – Posso ir ao cinema com você?

 

Eu ri.

 

- Aquilo é filme pra adulto, Tan. É de terror. Monstros e essas coisas... – eu enfatizei, me aproximando dele – Se você assistir, vai fazer xixi na cama depois.

 

- Não vou nada! – ele gritou emburrado, fechando a cara – Eu já sou grande, não tenho medo de monstros.

 

- Acontece que o seu irmão aqui tem um encontro, moleque. – eu falei bagunçando o vestígio dos cachos que minha mãe o havia obrigado a tirar na barbearia – E, portanto, você não pode ir.

 

Ele franziu as sobrancelhas.

 

- Mas outro?

 

- Outro. – eu respondi saindo do parapeito da janela, indo até a porta da frente.

 

- Com quem dessa vez?

 

Eu sorri de leve.

 

- Claire McDonnel.

 

- Mas ela... –

 

- Vai sair comigo. – eu o interrompi e não deixei que ele continuasse a falar. Fazendo sinal de silêncio com o dedo sobre os lábios, e fui até a cozinha.

 

O cheiro de cookies invadiu minhas narinas assim que coloquei os pés para dentro. Como quem não quer nada, consegui chegar bem a tempo de ver minha mãe tirar a forma do forno.

 

- Sra. McCarty, cada vez mais se superando na cozinha... – eu brinquei e fui até ela, dando-lhe um beijo no rosto.

 

Desconfiada, ela sorriu de volta.

 

- Posso saber o que o senhor quer dessa vez?

 

- Como assim, quer? – eu falei com a boca cheia de um cookie que eu havia roubado da assadeira sem prévia permissão – Não posso mais elogiar a minha mãe sem querer nada em troca?

 

Ela ergueu as sobrancelhas e eu engoli o biscoito.

 

- Até pode, filho, mas eu te conheço há vinte anos e sei como o senhor é.

 

Eu forcei uma cara de falsa indignação.

 

- Mãe! Que absurdo! Eu... –

 

- Emmett.

 

- Vou sair hoje à noite. – eu respondi cruzando os braços, contrariado – Só estou avisando. Quer dizer... tudo bem, né?

 

Ela sorriu.

 

- Desde quando eu consigo controlar alguma coisa que você faz? Além disso, você já é adulto. Só tome cuidado, tudo bem?

 

Sorridente, eu fui até ela outra vez e lhe dei um beijo apertado na bochecha.

 

- Sim senhora. – eu respondi alargando o sorriso e dando uma piscadinha.

 

- Sabia que você é lindo? – ela perguntou terminando de colocar os cookies no pote – Sempre foi, desde bebê. Com essas covinhas, então...

 

- Eu sei, elas são umas gracinhas... – eu repeti com ar monótono. Minha mãe sempre repetia aquilo quando tinha uma oportunidade – Bom então acho que eu vou para o meu quarto tirar um cochilo. – eu mudei de assunto.

 

Ela assentiu com a cabeça e eu tentei não sorrir ou os comentários iam começar outra vez.

 

Pulando os degraus, eu subi para o meu quarto.

 

 

 

****

 

 

 

Quando parei o Ford no fim da rua de Claire eu sabia o que aquilo significava. Olhei para o relógio, ainda eram sete da noite. Com certeza, o Kevin ainda não estava lá.

 

Desliguei o carro e respirei fundo. Levantei os olhos para o retrovisor e dei uma ajeitada na boina.

 

- Desculpa, Kevin... – eu murmurei para meu próprio reflexo – Mas quando se trata da Claire...

 

Então eu ouvi a porta de uma das casas se abrir violentamente e bater em seguida. Alguém saiu e desabou no gramado ao lado da casa.

 

Era Claire.

 

Com um pulo, eu saí da caminhonete e fui correndo na direção dela.

 

- Claire...?

 

- Não quero conversar, Emmett. – ela falou entre soluços com o rosto enfiado nas mãos.

 

Em silêncio, eu me aproximei e me sentei ao lado dela.

 

- Posso pelo menos ficar aqui? – devagar, ela levantou o rosto. Os olhos castanhos estavam vermelhos, as lágrimas cortando suas bochechas – Eu fico quieto, prometo. – eu terminei sorrindo.

 

Ela sorriu de volta. Eu sabia que aquele era um efeito imediato das covinhas.

 

- Sabia que esse seu sorriso é muito injusto, McCarty?

 

- Olha, dona McDonnel, eu vou ter de discordar. – eu falei cruzando os braços – Eu acho perfeitamente justo.

 

Ela deu um tapa no meu ombro, rindo.

 

- Só você para me fazer rir, Emm...

 

- É o meu dom especial. – eu brinquei – Agora me diz... o que foi que aconteceu?

 

Claire desviou os olhos de mim e voltou a fitar o chão. Eu levei meus dedos até os cabelos dela.

 

- Talvez se você contar você se sinta melhor.

 

Ela respirou fundo.

 

- Foi o Kevin. A gente... a gente brigou.

 

Desci minha mão para as mãos dela.

 

- Mas... por quê?

 

Ela puxou as mãos da minha.

 

- É complicado, Emm... Eu... eu não sei... eu –

 

-Ei. – eu a interrompi – Você não precisa chorar. Você merece coisa melhor que o imbecil do Kevin. – ela balançou a cabeça negativamente, ainda soluçando – É verdade, Claire. Você é linda... sabe, deve haver um monte de caras aí fora que dariam tudo para estar com você.

 

Ela voltou a me encarar e eu levei meu polegar até a base de seus olhos, secando as lágrimas que ainda caíam.

 

- Mesmo? – ela falou com a voz rouca.

 

Eu concordei.

 

- Mesmo. Inclusive... – eu respirei fundo – inclusive essa aqui do seu lado.

 

Senti a respiração dela parar por um segundo.

 

- Emm, n –

 

- Shhhh... – eu murmurei descendo o indicador para seus lábios, aproximando meu rosto do dela. Claire não ofereceu resistência, então eu apenas continuei.

 

Devagar, eu senti quando os lábios dela, tão delicados, encostaram nos meus. Eu esperei por um segundo, tendo certeza de que ela não ia se afastar. Sorri de leve e levei minha mão até sua nuca, por baixo dos cabelos cacheados, fazendo-a se arrepiar. Ela não teve outra escolha senão se deixar levar e, daquela vez, pressionei meus lábios contra os dela com mais força.

 

- Claire!

 

Ela me soltou com tanta violência quando ouviu o nome que me desnorteei por alguns instantes. Ainda perdido, me virei para a direção da voz.

 

Era Kevin.

 

- Kevin, eu... – ela começou.

 

- Cala a boca, Claire! – ele gritou, vindo andando na minha direção – O meu negócio é com você, McCarty!

 

Com um movimento rápido eu me coloquei de pé e, assim que consegui me levantar, Kevin me atingiu com um empurrão no peito.

 

- Posso saber o que você estava fazendo com ela? – ele continuou.

 

- O que você nunca foi capaz de fazer. – eu respondi calmo, andando na direção dele.

 

- Ah, então você quer brigar... – ele provocou.

 

- Bom, agora que você mencionou, pode não ser uma má idéia.

 

- Parem vocês dois! – Claire gritou, as lágrimas outra vez cortavam seu rosto.

 

- Já mandei você calar a boca, Claire! – Kevin grunhiu outra vez.

 

- Não fala assim com ela!

 

- Kevin, Emmett, por favor!

 

Eu parei. Kevin olhou para Claire e depois se voltou para mim.

 

- Tive uma idéia, McCarty. – ele falou cruzando os braços – Nós podemos fazer uma aposta... Quem ganhar, fica com a Claire.

 

- Como é? – Claire perguntou, indignada – Quer dizer que a minha opinião não vale nada aqui?

 

- Ela está certa. – eu concordei – Nós não podemos simplesmente apostar a Claire como se ela fosse... sei lá, uma coisa qualquer.

 

- Quer dizer então que o senhor está com medo? – ele provocou e eu senti o sangue subir – Deve ser porque sabe que vai perder, né... Tudo bem, eu te entendo...

 

- Fechado.

 

- O quê? – Claire cuspiu, brava – Emmett, não! Você não pode...

 

- Tudo bem, Claire. – eu a tranqüilizei – Eu vou vencer, não se preocupa. Eu prometo. – eu me virei para o Kevin – Qual é a aposta?

 

Ele cruzou os braços, satisfeito.

 

- Ouvi dizer que tem algum animal aqui na floresta que está assustando os montanhistas e os caçadores. Tem gente achando que é um urso, mas eu tenho as minhas dúvidas... De qualquer forma, é o seguinte. Quem conseguir atravessar a floresta primeiro... e sair vivo do outro lado, fica com a Claire.

 

- Você sabe que isso é loucura, não sabe? – eu perguntei, desconfiado. Alguma coisa ali me dizia que ele estava tramando alguma.

 

- Quer dizer então que você não faria isso pela Claire? Qual é, McCarty, tem até uma trilha se esse for o seu problema.

 

- Emm, não. – Claire pediu – Por favor.

 

Eu respirei fundo. Olhei para Claire, depois para Kevin outra vez.

 

- Quando nós vamos?

 

Kevin abriu um sorriso desdenhoso.

 

- Agora mesmo, se você não estiver com medo. E aí?

 

Claire se levantou e senti sua mão em meu ombro.

 

- Por favor, Emmett... – ela murmurou – Fica.

 

Arfei uma vez e encarei Kevin.

 

- Vamos.

 

 

 

****

 

 

 

 

 

N/A: Hey, capitulo DOIS! o/

 

Esse capítulo é narrado do ponto de vista do Emm porque eu me senti meio que na obrigação de dar uma explicação do porquê ele foi se embrenhar no meio da floresta, né...

 

Pode parecer que eu viajei na batatinha e se pá eu até viajei mesmo, MAS, eu realmente acho que essa é uma possibilidade. Como ele mesmo diz, ele não foi nenhum santinho durante os 20 anos de vida humana dele, e o Emm adora uma aposta, então...

 

Outra coisa é que ele tinha uma família. Não sei se com irmãos, BUT, eu não resisti *-* Q – E pra quem não sabe, Tanner é o nome do irmãos mais novo do Kell, NHAC.

 

 

 

Sim, ele gosta da Claire. Não se esqueçam que, quando humano, ele ainda tem escolhas. Essa é chave da coisa toda. A partir do momento em que ele é transformado, essas escolhas diminuem.

 

 

 

Mas bom, falei demais. –Q

 

O próximo capítulo é da Rosalie again. Ainda estou pensando se vou colocar mais capítulos do Emm na fic... hehe

 

 

 

Por favor, comentem! *-*

 

 

 

Beijos gelados,

 

 

 

JMcCartyC

 

 

 

E me sigam no Twitter! @JullieMcCartyC


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!