Assim que chegamos ao restaurante, pedimos uma mesa para dois. Nos sentamos e antes que um garçom viesse nos atender resolvi puxar conversa.

Patrick: -Então, como anda o trabalho no FBI?

Teresa: -Acho que é um pouco mais calmo do que era na CBI, até porque não tenho mais um encosto para me preocupar.- ela disse em tom de brincadeira.

Patrick: -Oh, vai dizer que não sente a minha falta Lisbon?- indaguei sorrindo.

Teresa: -Nem um pouco, agora não tenho que ficar até mais tarde preenchendo milhares de papéis com reclamações de você.- respondeu ela retribuindo o sorriso.

Patrick: -Então quer dizer que você nunca gostou da minha companhia?

Quando perguntei, ela me olhou surpresa e um sorriso de desconforto se formou. Enfim quando ela ia responder a minha pergunta, um garçom surgiu para nos atrapalhar.

Ele anotou nossos pedidos e disse que logo retornaria com o vinho que eu havia escolhido. Enquanto ele não voltava, fiquei encarando Teresa a espera de uma resposta, que eu já sabia, mas queria ouvir dela. Ela então, não respondeu e logo chegou o vinho que havia pedido. O silêncio tomou conta de nossa mesa, então decidi questiona-lá novamente para força-la a me dizer.

Patrick: -Então Teresa, não vai responder a minha pergunta?

Ela tomou um pequeno gole de seu vinho e olhou para mim.

Teresa: -Que pergunta Jane?- perguntou se fazendo de desentendida.

Patrick: -Ora Teresa, não se faça de desentendida. Sabe muito bem do que estou me referindo..- falei olhando em seus belos olhos verdes.

Teresa: -Sim.- pronunciou essas palavras e instantaneamente ruborizou.

Patrick: -Sim o que?- agora quem estava se fazendo de desentendido era eu.

Teresa: -Sim, eu senti a sua falta.- respondeu com mais firmeza mas desviando seu olhar para baixo.

Patrick: -Viu, não foi difícil.- disse sorrindo.

E ela só me retribuiu com um sorriso tímido.

Quando iria começar outro assunto, o garçom novamente nos interrompeu trazendo os nossos pedidos.

Durante o jantar passamos em silêncio, apenas as vezes trocando leves olhares e sorrisos.

Assim que terminamos o jantar, paguei a conta e nos retiramos do restaurante. Ela já estava seguindo rumo ao seu carro, quando pedi que ela esperasse.

Patrick: -Teresa espera. Será que podemos dar uma volta no parque antes? Nem pudemos conversar direito..

Teresa: -Não sei Pat.. Jane.

Patrick: -Pode me chamar de Patrick, não estamos mais trabalhando juntos. Esqueça essa formalidade.

Teresa: -Tudo bem Patrick. Mas acho que já está ficando tarde..- a interrompi.

Patrick: -Que isso Teresa, nem está tão tarde assim. Você está querendo dar desculpas para não conversar comigo?

Teresa: -Não é isso, só está tarde mesmo.

Patrick: -Mentirosa.- falei apontando pra ela e rindo. -Vamos, por favor?

Teresa: -Está bem, mas só um pouco.

Patrick: -Certo.

Então caminhamos até o parque, que era praticamente a frente do restaurante, e nos sentamos em um dos bancos que ficava em frente a um lago.

O céu estava limpo, estrelado e com a lua cheia, que com o seu brilho refletia na água, fazendo com que a paisagem que estava bem a nossa frente se tornasse maravilhosa.

Patrick: -Me fale mais da sua vida, o que você fez durante esses 2 anos. Não pudemos conversar melhor hoje mais cedo..

Teresa: -Só fiz o que lhe falei. Após você partir, Abbott me chamou para formar uma equipe no FBI, e imediatamente aceitei. Então estou lá desde então..

Patrick: -Hm, e Cho? Grace? Wayne?

Teresa: -Grace e Wayne, tiveram uma filha e ainda moram aqui em Sacramento também. Cho está trabalhando no FBI também, mas está em outra equipe e não tenho mais tanto contato com ele.

Patrick: -Entendi..

Teresa: -Agora me fale um pouco de você, como foi essas suas "férias" de 2 anos?

Patrick: -Como eu já havia dito, estava em uma ilha no México. Tinha um pequeno quartinho alugado, fazia pequenos trabalhos para ter um pouco com o que viver, na maioria do tempo passeava na praia e tomava café em um bar de um amigo.

Teresa: -Uau, Patrick Jane tomando café?

Patrick: -Foi um hábito que peguei, pois fazia me lembra de você.- disse olhando para o lago e jogando algumas pedrinhas.

Teresa: -Sério?- me perguntou com um pequeno sorriso no rosto.

Patrick: -Sim. Você acha que eu me esqueceria de você?

Teresa: -Foi o que eu pensei, 2 anos sem dar notícias.. Pensei até que você estivesse..- ela não completou a frase e se conteve para não expressar mais seus sentimentos.

Patrick: -Desculpa, eu pensei que seria melhor me afastar e deixar você seguir sua vida. Eu somente te trouxe problemas.

Teresa: -Não é verdade..Quando eu tive os meus problemas, que não te envolviam, você me ajudou, assim como eu sempre te ajudei.- agora quem encarava o lago era ela. Você não precisava ter ido.

Patrick: -Eu achei que era o certo para você.

Teresa: -E desde quando é você quem escolhe o que é melhor para mim. Já sou bem crescidinha.

Patrick: -Nem tanto.- falei me referindo a sua altura, assim tirando um sorriso dela que antes estava séria.

Teresa: -Eu realmente senti muito sua falta..- notei que em seus olhos se formavam algumas lágrimas.

Patrick: -Eu também.

Então em um impulso eu a abracei com firmeza, que logo ela retribuiu com a mesma intensidade. Ficamos abraçados por segundos.. minutos, nem sei, mas foi um abraço que explodiu milhões de sentimentos que eu reprimia dentro de mim. E assim que nos soltamos olhei em seus olhos, limpei algumas lágrimas que escorriam por sua face e então me aproximei lentamente, e para minha surpresa ela não recuou. Logo que nossas bocas estavam a milímetros, eu finalmente a beijei. Que logo foi correspondido, nossas bocas se moviam lentas em sincronia. Ela logo passou seus braços em volta do meu pescoço e eu a segurei pela cintura, a trazendo o máximo que podia mais perto de mim.

Ficamos ali em frente ao lago, com a lua e as estrelas como testemunha do amor que emanava de ambos. Apenas um beijo demorado, que demonstrava o quanto um se importava com o outro, quanto nos amávamos.

~Continua..