Wake Me Up - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 3
Something is wrong


Notas iniciais do capítulo

ALOU ALOOOOOOOOOOOOOOOOOOU!

Acharam que eu abandonei vocês? Não mesmo, amorecos! Infelizmente a tia Lovett tava cheia de coisas na faculdade e no trabalho por esses dias e não tive muito tempo pra escrever...

Mas consegui terminar esse caps, que teve um final um pouco melosinho, mas espero que agrade a todos vocês que estavam aguardando.

Vocês acharam essa Effie fofa? Porque eu to morrendo de vontade de apertar essa criatura! Gente, ela ta muito mordível!

Mas enfim, to enrolando demais e acho melhor deixar vocês com o capítulo!

Boa leitura! ;)



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CAPÍTULO III

A inesperada revelação de Haymitch deixara Beetee e Plutarch sem palavras. Após o observarem sair, trocaram um olhar de surpresa pelo que ouviram.

Uau! - disse Beetee, com os olhos vidrados. Plutarch assentiu com a cabeça, pensativo. Haymitch estava apaixonado.

Confesso que por essa eu não esperava - disse Plutarch.

Nem eu - disse Plutarch, voltando sua atenção para alguns equipamentos em sua mesa. - Bom, o fato é que Haymitch parece precisar de mais ajuda do que ela, então sugiro que descubramos o que a Srta. Trinket tem.

Acredito que a equipe médica estará começando os exames pela manhã. Então você - Beetee aportou o dedo indicador para Plutarch– irá acompanhar o resultados dos exames. Seja o mais discreto possível para que isso não chegue aos ouvidos de Coin. Ela não vai gostar de interferências no seu sistema.

Absorvendo tudo o que Beetee disse, Plutarch concordou com a cabeça e seguiu seu caminho até o compartimento onde estava Effie novamente. Ele precisava de uma boa desculpa para que a equipe médica não desconfiasse e isso não parasse nos ouvidos de Coin.

Parou de frente a porta do compartimento e percebeu que já havia alguém examinando-a. Plutarch observou a cena, notando o receio nos olhos de Effie enquanto parecia estar sendo interrogada. Com certeza era a última coisa que ela queria: um interrogatório. Ela provavelmente estava se lembrando do que passara enquanto estava presa, mas parecia não se recusar a responder as perguntas que lhe eram feitas.

Com licença - soou uma voz feminina por trás de Plutarch, fazendo-o dar um salto. - Foi permitida a sua entrada aqui? - ela o fitava com certa desconfiança.

Plutarch pigarreou antes de responder.

Na verdade estou aqui a pedido do Tordo - fez questão de dizer a última palavra com ênfase, notando, assim, o impacto que causou na enfermeira que deu um passo para trás. - Imagino que não contará isso a Coin, visto que, se isso acontecer, terá os seus dias contados.

Notando o estado assustado da mulher, Plutarch deixou escapar um sorriso e voltou sua atenção para o que estava acontecendo dentro da sala, até que finalmente pôde acompanhar os resultados dos exames junto ao médico que estava acompanhando o estado de Effie Trinket.

Horas se passaram até finalmente conseguirem chegar a uma conclusão sobre a situação daquela mulher. Plutarch, antes de seguir o médico, prometeu a Effie que voltaria com boas notícias e recebeu um pequeno sorriso um pouco cansado em troca. Ele retribuiu, não com tanto entusiasmo quando esperava, mas pareceu confortá-la.

Aguardaram para falar qualquer coisa que fosse quando encontraram uma sala vazia. Pelo visto a notícia não era das boas, Plutarch disse a si mesmo. Ao ver a expressão do médico ele teve certeza do que estava suspeitando: realmente não era boa.

Sentaram-se à uma mesa situada no centro da sala bem iluminada, onde o Dr. Croy pousou sua prancheta e mais papéis, todos relacionados a Effie Trinket.

Então, doutor - começou Plutarch, juntando as mãos em cima da mesa, tentando ler o que havia nos papéis, porém a letra daquele homem era indecifrável. - Acredito que os resultados não apresentam algo agradável, estou certo? Por favor - acrescentou - seja franco comigo.

Dr. Croy o fitou por alguns segundos e em seguida balançou a cabeça, concordando com o que Plutarch acabara de lhe pedir.

O caso da Srta. Trinket é simples e delicado ao mesmo tempo - começou, mantendo a postura. Lançou um olhar rápido para os resultados na mesa para poder continuar. - Conseguimos identificar o que ela tem porque lidamos com esse mesmo problema há pouquíssimo tempo, porém acredito que o caso dela seja bem diferente, o que o torna delicado.

Ela ainda corre o risco de morrer? - perguntou Plutarch, voltando a assumir sua seriedade. Ele estava bastante concentrado em obter tais respostas.

Felizmente, não - respondeu Dr. Croy, sorrindo rapidamente. - Porém, como eu lhe falei, o caso dela torna-se delicado por uma razão: a mente dela parece ter sofrido algum dano num local específico. Ela parece estar em perfeito estado, mas alega que não se lembra de quem é... como é mesmo o nome dele? - começou a procurar entre os papéis espalhados na mesa, até encontrar o que estava procurando. - Ah, Haymitch.

Haymitch Abernathy– completou Plutarch. Percebendo que o médico parecia não saber mais nada sobre Haymitch, prosseguiu: - Orientador dos tributos do Distrito 12. Trabalhou com ela durante, acredito, uns seis anos. Eu o ajudei a trazê-la.Foi ele quem trouxe aquelas flores que estão no compartimento dela.

Dr. Croy assentiu com a cabeça a cada palavra que Plutarch lhe falava, começando a entender toda a situação. Ele passou a mão no queixo e franziu o cenho, parecendo um pouco intrigado.

Estranho ela simplesmente ter "esquecido" logo dele - comentou, com a visão fixa num ponto distante. - Pelo que você disse, eles tinham uma relação digamos que forte.

Eu diria rotineira - interrompeu Plutarch. - Mas confesso que agora - acrescentou, mudando de posição na cadeira - as coisas podem ter mudado.

O que quer dizer com isso?

É delicado - retrucou, notando que o médico estava parecendo interessado demais no assunto. - Mas então, qual o diagnóstico?

Dr. Croy analisou Plutarch como se ainda estivesse decidindo-se entre dizer ou não. Percebendo, então, que não venceria este jogo, respondeu:

Ela foi telessequestrada– disse de súbito. Plutarch levou alguns segundos para processar a informação. - Ela teve a mente alterada por algum motivo que ninguém sabe. Snow pode ter planejado ou não isso.

Telessequestrada– repetiu Plutarch num sussurro. De repente aquela possibilidade pareceu óbvia, porém nenhum deles conseguia enxergá-la até ser dita. Agora ele só precisava tomar coragem para contar a Haymitch e fazer com que o impacto não fosse grande.

~*~

Após pedir ao Dr. Croy que não desse a tal notícia a Effie, Plutarch voltou diretamente a sala de Beetee, que, por sua vez, tirava um cochilo com a cabeça em cima da mesa, rodeado de equipamentos e papéis.

Plutarch sabia que eles tinham pouquíssimo tempo para ao menos tentar ajudar Haymitch, porém não vinha uma ideia útil na sua mente. Logo, Beetee e sua inteligência o ajudaria nesta parte.

É o meu bolo? - perguntou Beetee, lutando para se levantar da cadeira em que estava. Plutarch, por sua vez, fez menção para o outro voltar a ficar como estava. - Ah, é você - comentou, voltando a senta-se, agora com a cara fechada.

Plutarch riu brevemente da cena.

Sonhando, Beetee? - indagou, ainda com um sorriso no rosto.

Também tenho esse direito - retrucou.

Plutarch, notando o malhumor do colega por ter sido acordado, achou melhor ir direto ao ponto.

Trago notícias da paciente, se quer saber - ele diz, prendendo, assim, a atenção de Beetee, que mudou de posição na cadeira e cruzou os braços. - E, bem, não são tão agradáveis assim... - olhou em volta como se procurasse as palavras corretas para usar. - Effie Trinket foi telessequestrada.

Em resposta, Beetee apenas balançou a cabeça devagar. Passou, então, a mão no queixo, assim como fez o Dr. Croy mais cedo, mas sua expressão era de aceitação.

Confesso que acreditei nessa possibilidade, mas estava longe dos meus achismos - começou Beetee. - Estou bastante ocupado com a guerra para me preocupar com apenas a Srta. Trinket, por favor não entenda isso como egoísmo da minha parte, mas infelizmente ela não era a minha prioridade.

Eu entendo, Beetee– disse Plutarch. - Estou fazendo isso porque ajudei a começar. Isso sem contar que Haymitch precisa de ajuda, antes que ele se afogue no próprio whisky.

Beetee balançou a cabeça, concordando.

Se não se importa - ele prosseguiu - acho que seria bom que você conversasse com Haymitch, só vocês, a respeito disso. Você está mais ciente e acompanhou toda a situação até trazê-la aqui, então suponho que seja mais compreensível para ele.

Claro, claro, entendo sim– disse Plutarch, levantando-se da cadeira em que estava. - De qualquer forma, agradeço sua ajuda– estendeu sua mão para cumprimentar o colega.

Que a sorte esteja a favor de vocês - disse Beetee enquanto Plutarch saía da sala. Assim que este fechou a porta, voltou para os seus afazeres, dizendo: - Eu não acredito que disse isso.

~*~

Haymitch estava na sua segunda garrafa de whisky do dia, bebendo sem ao menos fazer uma careta. Para ele a bebida já não surtia tanto efeito a não ser deixá-lo bêbado. Mas sentir o líquido descer quente, ele não sabia mais o que era isso.

Estava num canto afastado de todos no salão. A outra garrafa jazia no chão, jogada. Plutarch o avistou e, logo em seguida, foi em direção a ele, a passos apressados.

Haymitch– chamou, sentando-se sem ao menos esperar o consentimento do outro. Haymitch apenas lhe lançou um olhar de desdém e deu mais um gole na sua bebida. - Precisa me ouvir. É sobre a Srta. Trinket.

De súbito, Haymitch parou do jeito que estava: a garrafa entre os seus lábios, mas não engoliu mais nada. Ele continuou a olhar para o nada, porém desta vez um pouco mais atento ao que estava ouvindo.

Talvez seja difícil de explicar... - tentou prosseguir, tentando encontrar palavras que não o afetassem tanto, porém parecia impossível. - Ou talvez não seja... - olhou, então, para Haymitch, recebendo seu olhar em troca. - Haymitch, talvez ela não... se lembre de você.

Disso eu já sei - retrucou, voltando a dar mais um gole. - Já percebi.

Não, não é disso que estou falando. Talvez ela não venha se lembrar de você em momento algum. Se você realmente gosta dela, terá que começar do zero.

Obrigado pela delicadeza - disse Haymitch, cuspindo as palavras. Por um momento Plutarch sentiu pena daquele homem na sua frente, bebendo até não conseguir mais, a ponto de desistir de tudo. - Agora pode ir.

Haymitch...

Eu disse que já pode ir - disse, aumentando o tom de voz. Sem pensar duas vezes, Plutarch bufou e se retirou, deixando um Haymitch solitário à mesa.

Ótimo, Effie– disse para si mesmo, virando a garrafa de whisky. - Agora isso.

~*~

A notícia de que a guerra acabara chegou aos ouvidos de todos mais rápido que pensavam. Logo as pessoas começavam a juntar o que tinham para ir a Capital assistir a cena da execução do presidente Snow. Coin, agora radiante, continuava dando ordens sem parar, ansiosa por estar próxima ao cargo que sempre quis ter.

Haymitch parara de levar flores ao compartimento de Effie, o que a deixara um pouco desanimada. Apesar de sentir-se um pouco desconfortável com sua presença, acordar e ver flores era o que a alegrava.

Talvez ele esteja achando que estava exigindo demais de você - dizia Plutarch quando ia visitá-la. Ela adorava sua companhia. Sempre discutiam sobre algo da Capital. Aqueles eram os únicos momentos em que Effie conseguia parar de se questionar sobre o que acontecera e realmente se divertia um pouco.

Naquele dia, Effie foi avisada que finalmente reveria Katniss e iria prepará-la para a execução, o que finalmente a deixou de fato animada. Ela já estava de alta e, após receber tal notícia, se adiantou em arrumar todas as suas coisas.

De alguma forma, ao colocar sua peruca de volta, sentiu-se um pouco estranha, pois passara aqueles dias no Distrito 13 sem peruca alguma, estava natural. A sensação era um pouco estranha.

Porém foi ao entrar no aerodeslizador, para seguir caminho até a Capital, que Effie acabou dando de cara com Haymitch novamente, agora com uma garrafa de whisky em uma das mãos, com uma expressão de cansaço no rosto. De alguma forma ela sentiu-se culpada, porém não encontrou razões plausíveis para isso.

Plutarch estava ocupado demais para dar-lhe atenção como quando ia visitá-la, o que deixou Effie sentindo-se abandonada. Ele era ser único amigo ali, o que a deixou com apenas uma opção de companhia: Haymitch. Ela olhou para aquele homem que a cada trinta segundos dava um longo gole na sua bebida e fez uma careta, pensando melhor em não ir até ele, porém ela voltava a olhá-lo e sabia que, lá no fundo, uma parte dela pedia para falar com ele.

Sentindo-se sem mais opções, Effie caminhou até Haymitch, sentando-se ao seu lado sem ao menos esperar por um convite. Ele apenas a acompanhou com os olhos, parecendo um pouco assustado com a atitude dela.

Não acha que está bebendo demais? - indagou apontando para a garrafa com a cabeça. Ao ouvir seu tom de voz, o sotaque da Capital, Haymitch, por um momento, acreditou que ela pudesse ter lembrado e virou a cabeça para fitá-la, mas se decepcionou ao ver a preocupação em seu olhar. Não, sua Effie nunca o olharia dessa forma. Ela o reprovaria por estar bebendo novamente.

Eu já me acostumei - retrucou, voltando a beber.

Você é o mentor do 12, não é?

Isso - virou a garrafa mais uma vez.

Effie respirou fundo e olhou ao seu redor, tentando encontrar uma forma de puxar assunto com aquele homem, mas nada lhe vinha à mente. Ficou um pouco irritada com a ignorância dele.

Olha, queridinha - ele disse, pousando a garrafa de lado, então puxou um pouco uma das mangas da sua camisa, deixando a mostra uma pulseira dourada da qual Effie não conseguiu tirar os olhos. Ele a retirou do pulso e esticou o braço. - Acho melhor ficar com isso.

Sem hesitar, Effie recebeu a pulseira e a fitou por bastante tempo enquanto Haymitch se levantava para sair.

Para onde você vai? - ela perguntou, tirando um pouco os olhos da tal pulseira.

Por aí... - respondeu e saiu, deixando Effie sozinha com aquela pulseira na mão. Sim, ela reconhecia aquela pulseira, porém não conseguia ligá-la aquele homem que acabara de sair.

Agora ela tinha certeza de que algo estava errado e ela precisava descobrir.


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Notas finais do capítulo

Entãooooooooooooooooooo, vocês acham que ainda há a possibilidade da Effie se lembrar? Olha que ta bastante difícil, hein? (eu acho que não COF COF spoiler COF COF)

Bom, é isso, gente... algo me diz que o Hayhay vai sofrer bastante e vai precisar de um colo pra chorar... alguém se candidata???