Depois daquele dia no meu apartamento nós saímos mais algumas vezes, mas não chegamos a ir para lá de novo. Me pergunto se fiz algo de errado aquela noite para ele fugir daquele jeito. Obvio que eu tinha percebido a desculpa, e justo quando as coisas estavam ficando quentes. Ficar pensando naquilo tudo já estava me dando dor de cabeça e eu não sou o tipo de pessoa que curte se prender em algo e ficar se torturando. E por falar em tortura, eu estava apanhando na escola. Não, não no sentido literal. Eu estava cada vez mais perdido nas matérias e cada vez me ferrando mais. Pode não parecer mas já estava quase no inicio das primeiras provas e eu estava completamente perdido, porque tudo que eu sabia fazer era me preocupar com aquele bosta de ruivo. Era quase umas oito da noite quando resolvi ligar para ele.

– alooou? – ele atendeu quase gritando e eu escutei uma musica e muita conversa no fundo.

– Tiago? Onde você ta? Pode falar agora?

– eu to de fotografo numa festa, se for rápido eu posso sim, oque foi?

– eu to muito mal em matemática, e você disse que podia me ajudar se eu precisasse, quer passar aqui amanha de tarde e me ajudar?

– aaaah! Claro, passo sim. – a gritaria ficou menor, pelo jeito ele foi até alguma parte mais silenciosa para falar comigo – lá por umas 18h eu estou ai okay?

–okay, obrigada e desculpa por ligar assim do nada hehehe...

–tudo bem – ele riu – beijos.

O dia custou a passar e por algum motivo eu fiquei ansioso a tarde toda para ele chegar. Era a primeira vez que ele iria vir na minha casa. Quando ele chegou nós subimos direto para meu quarto e ele começou a me ensinar, ou tentar me ensinar. Eu realmente estava tentando me focar, mas não estava conseguindo.

– eu já te expliquei três vezes e você ainda não entendeu?? – ele ria

– só mais uma vez! Eu juro!

– hey, vamos tentar de novo outro dia – ele fechou o livro – ficar forçando assim só vai te deixar cansado e não vai ajudar em nada.

– ahhh... okay. – encostei minha cabeça em seu ombro e suspirei.

Sim. Eu estava sim tentando fazer algo acontecer. Não que eu seja uma pessoa que viva disso, mas já fazia um tempo que estávamos nessa e não havíamos transado. E eu que estava acostumando a no mínimo no segundo encontro com alguém já ir para cama, esse tipo de relacionamento estava me torturando. Ele passou a mão pelos meus cabelos carinhosamente. Porra, ele estava pedindo não é? Me inclinei e beijei ele e apoiando minhas mãos em seu peito tentei subir para seu colo, mas ele não deixou, bloqueando minha perna com sua outra mão. Puxei então essa mão pela minha coxa e ele parou o beijo. O empurrei e levantei.

– se você não quer me comer, então fala de uma vez. – caminhei até a minha cama e me joguei nela.

– hey, não é isso! – ele caminhou até mim e subiu na cama me puxando pelo ombro, forçando meu corpo a se virar para ele. – eu só queria ir mais devagar, eu não quero ser só mais um daqueles idiotas que só vai te “comer” e depois vai embora.

– verdade? – o encarei serio sentando na cama.

– sim

Ele soltou aquele sorriso lindo e me beijou. Mas dessa vez foi diferente, suas mãos pegavam meus cabelos, mas não do mesmo jeito delicado de antes. Havia uma certa força nos puxões oque deixava oque era uma sensação maravilhosa. Eu então fiz algo que tinha vontade desde quando vi ele sem camisa pela primeira vez na praia. Passei a minha mão por baixo da camiseta dele, sentindo aquele tanquinho pouco definido. Cara, eu estava nas nuvens. Quando as coisas estavam esquentando escutei alguém bater na porta do quarto, e o Tiago deu um pulo, levantando-se.

– Nakata? A mãe esta pedindo pra você e seu amigo descerem para a janta.

– já vamos! – falei com raiva. Ele começou a rir e se aproximou de mim afagando meus cabelos gentilmente.

– continuamos outro dia...

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