Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olááááááá! Como estão minhas flores? Eu sei que demorei um pouco mais neste cap, mas andava com falta de inspiração para acaba-lo. Mas finalmente consegui!
Bem, aqui está a prepectiva do Kentin sobre o que aconteceu, espero que gostem! Boa leitura! ^^
Ps: Beta23 onde andas linda? estou com saudades! :c

[obs: capítulo editado e corrigido a 14 de novembro de 2014]



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Kentin’s P.O.V

Não sei mesmo o que me deu hoje de manhã… Quando vi a Anne dormir tão serena, pensei até que não fosse a mesma pessoa hiperativa com quem tenho convivido. Se é que se pode chamar de convívio, estamos sempre a discutir… Só sei que quando entrei, em vez de a ter acordado aos berros como pretendia, vi-me a fazer caricias naqueles cabelos chocolate, sem realmente me aperceber do que estava a fazer… Não posso negar que ela é bonita, linda aliás, mas enfim… Eu não gosto dela e vice-versa. Além do mais nós não nos acertamos, nem sei ao certo porque é que aceitei fazer parte desta merda… Devia ter recusado quando podia…

Quando voltei a olhar para ela, sorria. Sei que não era para mim. O máximo que podemos sentir um pelo outro é atração. Também não era para menos, à maneira como falo para ela. Eu tenho a noção que sou horrível com a Anne, ok? Mas tanto faz. Afinal não quero casar com ela. Gosto, quer dizer, amo a Matilde. E é com ela que vou casar um dia, quando finalmente olhar para mim e vir o homem que sou. Só espero que um dia isso aconteça… Afinal, desde o sexto ano que gosto dela e já estamos no fim décimo segundo! Ela nunca demonstrou nada por mim…

As vezes gostava de ter o jeito que o Germano tem para conquistar miúdas. Em menos de um mês, desde a apresentação, a Anne já parece bem seduzida por ele. Será que ela pensa que eu não vejo a troca de olhares, maioritariamente maliciosos, entre eles?

Nem sei como é que a minha mãe não nota, até um cego pode ver! Já para não falar que ela parece ter um grande carinho pela Annelise, mesmo com a possibilidade de não nos casarmos.

Aliás, toda gente aqui em casa gosta dela. Até o Castiel que é sempre rabugento a trata bem. Se calhar é só pela beleza, mas acho estranho. A Matilde também é bonita e ele trata-a mal. Nunca hei-de perceber aquele rapaz, nem gostar dele. Ainda me lembro das coisas que ele me fazia quando ainda era o fracote do Ken. Basicamente fazia o mesmo que a Ambre fazia à Matilde, tirando a parte de roubar. Ruivo nunca me roubou, quase sempre empurrava-me ou dizia coisas horríveis… Mas tudo isso passou quando voltei da escola militar. Não que ele tenha medo de mim. Obviamente nunca vai ter, mas talvez por eu ter mudado. Também há a possibilidade de ter sido ele a mudar, mas acho muito improvável. A Matilde sempre tentou aproximar-se dele, mesmo comigo a dizer que não gostava do arruivado. Chegou até a acusar-me de ter medo dele. Eu não tenho medo da cabeça de tomate, ou melhor, não tenho medo de ninguém! Será que não percebem que eu mudei?!

Tenho de parar de pensar nestas coisas. Já há algum tempo que não ficava tão centrado nestas porcarias… Mas parece que desde que conheci a Annelise, o passado voltou a atormentar-me. A culpa é dela ser tão curiosa! Devia parar de se armar em beata com o German para tentar descobrir coisas que não lhe dizem respeito e que não quero que voltem à “vida”. Coscuvilheira de merda!

Já que ela voltou ao assunto, hoje de manhã, quando ela me “despertou” com a sua voz doce. Quer dizer voz rouca, sim rouca! Fiquei de tal maneira atrapalhado que só queria enfiar-me na cama e não sair pelos próximos cem anos! Porra! Eu até gaguejei! E para melhorar ainda me fui esquecer das roupas quando fui tomar banho! Aquilo foi mais que ridículo! Como pode deixar que ela me visse daquela maneira? Não quero que ninguém conheça esse meu lado, o envergonhado. Agora eu sou forte, convencido e inabalável. E não vai ser a Annelise que vai arruinar todo o meu trabalho durante a temporada na escola militar.

No pequeno-almoço tentei não parecer nervoso com aquilo que tinha acontecido, não queria perguntas. Mas apercebi-me que ela não ia falar nada, principalmente com a minha mãe ali. E ainda bem! Eu quero que a minha pense que eu me esforço nisto, mas também não vamos exagerar! Apaixonar-me por ela nunca! Nem mesmo a fingir. Eu sei que sou repetitivo, mas o coração já tem dono e assim pretendo que fique. A Matilde é mulher perfeita para mim. Eu só queria que fosse ela no lugar da Anne. Que houvesse uma oportunidade para fazê-la apaixonar-se por mim, assim como tenho agora com a morena. Eu sei que pode parecer estúpido, mas na escola não tenho oportunidade nenhuma! Ela anda sempre de um lado para outro, acompanhada com alguém diferente a cada intervalo. Uma espécie de hiperatividade estranha, que me faz gostar dela a cada segundo.

Também acho que a Anne sofra do mesmo. Porém no seu caso não me cativa. Pelo contrário até. Enerva-me! Irrita-me! Tira-me do sério! Faz com que queira berrar para que pare quieta, que se cale, que pare de respirar até! Que ódio de miúda! Então quando ela disse aquelas porcarias todas! Só Deus sabe o esforço que fiz para não partir a casa toda! Quem é que ela pensa que é para dizer que não tenho personalidade própria?! Cada uma que ela diz…

É certo que a provoquei. Fui completamente desagradável com ela. Mas também que interessa? Ela fica mais engraçada quando está enervada. Fica com as bochechas vermelhinhas, os olhos ficam mais abertos e surge uma espécie de ruga na testa. Fica mesmo adorável. Até me dá vontade de lhe morder as bochechas!

Ok, vou ignorar estes últimos pensamentos. Que coisa mais estranha para se pensar. Ela não é adorável coisa nenhuma! Que nervos! Até me troca as voltas.

Depois que a ervilha foi embora, não peguei mais nos livros. Já estava fartinho de ver aquela treta e a discussão também não ajudou.

Agora estou simplesmente a olhara para o teto a ter pensamentos estúpidos com a Annelise. Enfim, no dia em que eu começar a achar que me estou a apaixonar por ela, mais vale ser logo internado! Aquilo nem é pessoa para se apaixonar. Acho melhor fazer algo útil com o resto do meu dia. Talvez nadar? É, parece-me uma boa ideia.

Levantei-me e peguei nos calções de banho, vestindo-os. Quando estava a sair do quarto, o Germano entra.

― Onde é que está a Anne? Já foi embora? ― nem acredito que a miúda não faz queixa de mim ao seu amor. E eu que pensava que ela ia fazer alto drama…

― Já foi ― ele suspirou.

― Porquê? Não era para passar aqui o dia?

― Era. Mas digamos que tivemos uma pequena discussão. Até pensei que as panelas fossem voar de tão enervada que ela parecia ‘tar ― ri. O Germano não pareceu achar piada. E aproximou-se de mim.

― Que merda foste dizer desta vez? Ai Kentin, eu juro que um dia ainda te atiro da janela!

― Ups, parece que afinal não é só ela que ‘tá apaixonada ― soltei gargalhadas altas.

― Qual apaixonado meu?! Eu não me apaixono de um dia para o outro ― revirou os olhos. ― Anda lá, desembucha o que lhe disseste.

― Oh German, pergunta-lhe a ela. Achas mesmo que tenho paciência para ficar a repetir coisas sem importância? ― Voltei a lembrar-me do que ela me disse, e a raiva voltou. Como é que uma coisa tão pequena me enerva tanto? Argh!

― Pela tua cara, seja lá o que for que aconteceu, não ficaste a rir ― sorriu, com um certo brilho nos olhos. ― Sempre a surpreender-me a Annelise.

― Vê-la é se abres os olhos, ela não parece gente que preste… Mas como já és grandinho, faz o que quiseres ― suspirei ― mas não digas que não te avisei. Ela não me parece flor que se cheire.

― Ainda bem que não sentimos o mesmo em relação a ela, mais fácil para mim ― pareceu-me ver uma expressão sombria ao dizer isso. Mas tão depressa apareceu como desapareceu. Dever ser coisa da minha cabeça, afinal desde de manhã que não estou bem…

― Se era só isso Germano, vou indo para a piscina. Se quiseres podes vir comigo, hoje é o teu dia de folga.

― Acho uma boa ideia, há muito tempo que não o faço ― sorriu. ― Vou só trocar de roupa e já lá apareço.

Saiu do meu quarto e eu dirigir-me para o jardim. Quando lá cheguei não me contive e saltei logo para a piscina. Fiquei dentro de água algum tempo. Voltei a superfície e vieram-me imagens de quando a Anne me puxou para dentro de água.

― Já esta a pensar na Matilde? ― a voz do Germano despertou-me.

― Não estava, porquê?

― ‘Tavas com o sorriso parvo de quando pensas nela ― atirou-se para a água também, aproximando-se de mim ― mas devo ter visto mal ― mergulhou e começou a nadar.

― Deves ter visto mesmo ― sussurrei para mim.

Comecei a nadar de um lado ao outro. Como se eu fosse ter a mesma reação a pensar na Anne e na Matilde. Pelo amor de Deus, devo fazer alta cara de nojo ao pensar na Annelise, ou será de enervado? Hum, se calhar é uma mistura das duas. Ri soltando todo o ar que tinha. Parei de nadar e procurei o Germano, ele estava sentado na borda a escrever uma mensagem. Nadei até lá e quando ia tirar-lhe o telemóvel ele atirou-o para cima da espreguiçadeira e saltou para dentro de água.

― Pensas que não sei o que querias fazer? ― sorriu e voltou a nadar. Eu saí da piscina e fui para a espreguiçadeira ao lado daquela que tinha o telemóvel dele. Vi uma luz a piscar a indicar que tinha recebido uma mensagem. Eu não costumo fazer isto, juro! Mas deu-me uma vontade enorme de ver com quem ele estava a falar. Pronto, eu quero ver se é com a Anne. Olhei para a piscina. Ele estava a começar a nadar para o outro lado, oportunidade perfeita. Peguei nele e desbloqueei. Fui ver de quem era a mensagem, e surpreendentemente não era da Annelise, mas sim de um tal “D”. Voltei a por como estava e fiz como se nada tivesse acontecido.

Pensava mesmo que ele estava a falar com ela, mas pelos visto enganei-me.

«»

Já são três da tarde de domingo. Peguei e pousei os livros umas poucas de vezes… Sinceramente não sei o que fazer para o exame… Talvez mande uma mensagem à Matilde para vir cá. É mesmo isso que vou fazer!

Tas ocupada? Podes vir cá ajudar-me para o exame? :s”

Agora é só esperar que possa vir… Mas parece que tudo está contra mim…



Desculpa Ken, mas não dá!:/

Estou no shopping com a Rosa e o Ale,

e sabes bem como eles são quando vimos ao shopping:/”



Merda, merda, merda! Sempre a mesma coisa, nunca pode para mim…

“Não faz mal! :)

Eu sei bem como esses dois são quando estão juntos, não te preocupes! :)”

Era óbvio que ela ia estar com alguém. Está sempre, e eu que me lixe! Argh! Que nervos!

Nem vai acreditar quem esta aqui! xD

A tua noiva está sentada na parte da restauração com um

rapaz bem bonito, e parecem bem íntimos, pelos menos quando

ele chegou ela abraçou-o.

Mesmo vadia, já viste? xD”

Dispensava a parte do “rapaz bem bonito” mas enfim, é a Matilde. E ela diz sempre o que pensa, mesmo tendo a noção dos meus sentimentos por ela. Mas realmente aquela miúda nem perder tempo! Ainda no outro dia estava a flertar com o Germano e já anda aos abraços com outro, valha-me Deus! Que alma perdida!

A minha sorte é que eu não lhe ligo puto, porque se não parece-me que também se atirava a mim. Já viram que estúpida?! Acho bem o Germano abrir os olhos, ela não é mesmo de se confiar!

Hum… Acabei de ter uma ideia para me divertir às custas dela…

Achas que lhes consegues tirar uma foto? xD”

posso tentar, porquê? O.o”

“Acabei de ter uma ideia para ver se a sossego um pouco, anda lá Matilde, tu consegues! xD”

está bem, já mando Ken xD”

Passado algum tempo recebi a foto, estavam abraçados. Talvez já a despedirem-se. Envie um “obrigado” à Matilde e olhei mais uma vez a foto. Sorri maleficamente. Parece que estás na minha mão Annezinha!


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Notas finais do capítulo

Hum, não quero dizer nada, mas há alguma coisa pelo capitulo que vai ser importante mais para a frente... xD
Vá, espero que tenham gostado! Beijinhos e até à proxima! ^^
Não se esqueçam de deixar a vossa opinião anjos! *-*