Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 38
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey brothers, sisters & cats, como estão? Cortei o cabelo yooo o/
Bem, antes de mais nada, quero agradecer à Katrina pela favoritação, muito obrigada anjo, este capítulo é teu! ^^
Quanto ao capítulo, a frase que a minha querida Louise escolheu está aqui no capítulo, e vai ter uma grande contribuição nele. Eu acho que vocês vão saber qual é, quando aperecer, mas caso não percebam, é só perguntar nos comentários ^^
Boa leitura, minhas abacates ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496138/chapter/38

» Anne «

[música]

Senti as lágrimas virem-me aos olhos assim que pude sentir o seu perfume. Apertei o seu corpo contra o meu. Se isto for um sonho, então eu quero dormir pelo resto da eternidade. O Lucas, o meu Lucas está aqui.

Em poucos segundos, todas as memórias de tudo o que passamos tornaram-se vivas. Todos os sorrisos, todas as lágrimas, todas as brincadeiras e gargalhadas.

– Oh meu Deus, Lucas! Eu não acredito! – disse quando me começou a rodopiar pelo ar. Acabei por soltar uma lágrima, assim que me pousou no chão. Ele afastou-se um pouco de mim e colocou as mãos na minha cara, limpando a minha lágrima. Deu-me um beijo na testa e sorriu no fim.

Como eu senti falta deste sorriso tão aconchegante.

– Eu prometi que voltaria, Annelise – oh, as saudades que eu tinha da maneira melodiosa que o meu nome saí dos seus lábios… Puxou-me para mais um abraço. – Contínuas pequenina – soltei uma pequena gargalhada abafada e dei-lhe um soco no ombro.

– Depois de dois anos é só isso que tens para me dizer?! – tentei parecer chateada.

– A minha pequenina… – murmurou, junto ao meu ouvido. O meu corpo tremeu com o gesto e com o significado daquelas palavras. Sem mais forças, deixei-me chorar nos seus braços, sabendo que não havia problema. Ele já me vira várias vezes assim. – Não chores, vais ficar com a cara cheia de ranhos. – disse, já no seu tom normal. Voltei a rir-me e limpei as lágrimas.

Assim que encerei as suas esferas azuis, sorriu-me com ternura. Retribui-lhe o sorriso, da melhor maneira que consegui e provavelmente com a cara cheia de ranhos.

A sua mão direita desceu suavemente pelo meu braço até chegar à minha mão. Entrelaçou os nossos dedos, sem nunca desviar os seus olhos dos meus. Senti o meu corpo ser puxado para o seu, como um íman, e quis colar os meus lábios aos seus. Vi no seu mar azul que ele queria o mesmo e deixei-me levar. Pude sentir a sua respiração bater na minha face e esperei pelo doce contacto dos seus lábios. No entanto, um clarear de garganta fez-nos separar bruscamente.

Olhei para trás e vi o Kentin com um olhar completamente elegível. O aperto na minha mão tornou-se forte e fui puxada contra o peito do Lucas. Senti a sua respiração no meu ouvido.

– Quem é? – sussurrou. Afastei-me instintivamente, assim que o vi a muralha do Kentin cair, mesmo que por poucos segundos.

– Bem, eu devia apresentar-vos, – disse, tentado parecer firme. Limpei mais uma vez a cara e coloquei-me no meio dos dois. – Kentin, este é o Lucas, o-

– Ex-namorado da Annelise – disse, sem me deixar acabar a frase. Revirei os olhos com a sua tentativa de marcar território e prossegui.

– E este é o-

– Kentin, noivo da Annelise. – interrompeu-me, também, estendo a mão para que o loiro o cumprimentasse.

Suspirei com a atitude infantil dos dois.

– É um prazer finalmente conhecer-te – disse o loiro. Encarei-o. Como assim finalmente? – Que foi, Annelise? Achavas mesmo que o Pedro ia ficar calado?

– Pois, o Pedro. Era até óbvio – murmurei. Encarei o Kentin e tentei mandar-lhe uma mensagem telepática para lhe perguntar que queria fazer, mas ele pareceu entender errado, e caminhou para a porta.

– Bem, Anne, eu vou indo. Vocês devem ter muito que falar, suponho. Até amanhã – disse e saiu, sem olhar para trás, sem esperar por uma resposta. Senti o meu peito apertar e corri para o exterior, abraçando o Kentin pelas costas quando este ia a descer as escadas. Ele afastou os meus braços e virou-se para mim, abraçando-me da forma “correta”.

– Depois mandas mensagem? – perguntei, timidamente. Ele pareceu surpreso com a minha pergunta e demorou algum tempo a responder.

– Sim, claro – proferiu, largando-me e caminhando até ao carro. Quando estava prestes a entrar no mesmo, voltou atrás, puxou-me para si e depositou um beijo no meu nariz. – Eu acho que vou antes ligar-te, tudo bem? – assenti e ele voltou a beijar-me, mas desta vez no canto do lábio, fazendo o meu coração acelerar. – Então até logo, Annie – disse, e correu para o carro, sem me dar tempo para assimilar o que tinha acontecido.

Fiquei a ver o seu carro desaparecer, e quando este já não se via, continuei parada. Sem pensar, levei a minha mão até ao sítio que ele beijou e senti o meu estômago contorcer-se.

– Annelise? – virei-me e encarei o Lucas. – Está tudo bem? – acenei afirmativamente e caminhei para o interior da casa. Quando cheguei perto dele, o seu braço passou à volta dos meus ombros. – Acho que temos muito para contar um ao outro.

– Sim, vamos subir. Lá estamos mais à vontade, caso a minha mãe apareça – ele percebeu o que quis dizer e arrastou-me até lá. Assim que entramos, desprendi-me dele e fui sentar-me na cama. Ele, por outro lado, caminhou até ao espelho e pegou no post-it.

– Eu não tinha a certeza se ainda tinhas isto aqui, achava que depois de tanto tempo ias acabar por tirá-lo, achando que eu não cumpriria a promessa – não respondi. O Lucas caminhou até à minha beira, sentando-se ao meu lado. – Eu nem acredito que estou aqui outra vez, es-

– Eu tentei fazê-lo – interrompi-o. – Cheguei até a deitá-lo no lixo – respirei fundo. – Mas de todas as vezes, não consegui deixa-lo lá por mais de cinco minutos – levei a mão a cara e esfreguei os olhos, tentando conter as lágrimas. – Achei tantas vezes que não voltarias, chamei-me de tola por acreditar que tu voltarias por mim, era óbvio que não o farias. Eu nunca fui nada de especial, porque haverias de sair do país que sempre gostaste, para vir buscar-me, quando eu sou somente eu… – senti a sua mão tocar-me na bochecha, e o seu polegar limpar-me as lágrimas que não notei terem saído. Atirei-me para os seus braços, chorando mais uma vez.

– Oh, Annelise… – disse, afagando o meu cabelo. Ficamos assim durante alguns minutos, abraçados. Afastei-me um pouco dele e encarei-o à espera que dissesse uma das suas estúpidas frases. – Sei o que estás à espera, mas é melhor esqueceres, porque agora eu sou um quase adulto e já não sou estúpido, ok? Eu cresci e sou um homem – soltei um riso pequeno.

– Claro, um homem – respondi, sorrindo.

– É verdade! Queres ver, até tenho músculos agora – começou a levantar a t-shirt. Segurei os seus braços, parando-o.

– Não é preciso, Lucas. Não vamos destruir a pouca boa imagem que eu tenho de ti – ri-me. Ele fez um ar de ofendido.

– Ei, eu sempre tive boa forma, não sei porque é que estás a dizer isso – murmurou, num tom infantil.

– E ainda dizes que és um homem – revirei os olhos. Ele não respondeu, encarando-me com um sorriso e um brilho estranho no olhar.

– És tão linda – agarrou a minha cara com a mão direita. – Sabes, eu sempre adorei estas pequenas sardas que tens à volta dos olhos – senti a minha cara ficar vermelha. – Oh, que saudades que eu tinha de te ver corar. És adorável – sussurrou, começando a acariciar-me com o polegar. Fechei os olhos, apreciando o contacto. – Se não me parares, eu não vou conseguir controlar-me, Annelise – coloquei a minha mão por cima da sua, e sorri.

– Quem disse que eu quero que te controles? – murmurei sem abrir os olhos. Aquilo pareceu ser suficiente para ele, pois logo senti a sua respiração bater na minha cara. Entreabri os lábios, e quando senti o seu nariz, roçar levemente do meu. Percebi que ia acontecer. Aquilo que eu mais queria ia acontecer.

«Estás linda»

Afastei-me de repente, após ouvir a voz e ver a cara do Kentin na minha mente. Porquê é que me lembrei disto agora?

O Lucas encarou-me, perguntando-me só com o olhar o que se passava. Desviei a cara para a porta da varanda. Ele deitou-se na cama e suspirou.

– Então, Kentin, não é? – assenti e deixei-me cair de costas, ficando deitada ao seu lado. – As coisas são sérias entre vocês? – não foi difícil notar o quão magoado ele soava.

– Já te contei como funciona a tradição, temos três meses de noivado e pronto – murmurei.

– Sim, eu sei. Mas não é isso que eu estou a perguntar. Eu quero é saber se… Se deixou de ser uma simples obrigação… – virei-me para ele, e encaixei-me no seu corpo, pondo a cabeça no seu peito.

– A princípio, era mais que obrigação, era quase uma tortura – soltei uma gargalhada. – Mas agora, sei lá… Nós damo-nos bem, sabes? Ele é… – hesitei – …um bom amigo. E eu gosto mesmo muito dele. Só não dessa maneira que tu estás a pensar – ele colocou um braço à minha volta e puxou-me para si. – E os teus pais, como estão?

– Bem, acho eu. Depois que fomos para Inglaterra, as coisas ficaram bastante melhores. Sei lá, parece que o mundo queria mesmo que fossemos lá parar.

– Como assim?

– Nós fomos para lá porque-

– O teu pai recebeu uma proposta de emprego para lá muito boa, eu sei. Mas não sei o que é isso tem de estranho. O teu pai é um arquiteto bastante famoso pelo país, normal que recebesse uma boa proposta do estrangeiro.

– Mas Annelise, o estranho não está nisso. O que me faz desconfiar disto tudo, é o facto de a minha mãe ter recebido uma proposta de emprego no segundo dia em que lá estivemos. E o mais engraçado é que ela ganha quase tanto como o meu pai. E no entanto, ela não passa de uma secretária de um tipo qualquer com a mania que é rico.

– Não sei, Lucas… É realmente estranho… Não sabes o nome onde ela trabalha? Posso perguntar ao meu pai se conhece…

– I don’t remember… Mas também não faz muita diferença, ela está feliz, e isso é o que importa – assenti. – E as coisas com a tua mãe? Como estão?

– Melhores que o costume… Ela está feliz por causa da tradição, e parece dar-se bastante bem com o Kentin. Além do mais, nunca mais lhe chateei com a universidade em Londres. Ela deve achar que eu desisti da ideia.

– E tu desististe? – erguei a cabeça para encará-lo.

– Claro que não, Lucas. É o meu sonho, e eu pretendo segui-lo quer ela queira, quer não – ele abriu o seu maravilhoso sorriso e puxou-me para o seu peito.

– É tão bom ver que ainda continuas a mesma, Annelise Marie – soltei uma gargalhada e dei-lhe um soco no abdómen.

– Não me chames Marie, pelo amor de Deus, faz-me parecer uma velha! – resmunguei.

Whatever, Marie.

És impossível, Lucas – ele não respondeu e começou a brincar com o meu cabelo.

Fechei os olhos e deixei que o meu corpo relaxasse com o seu toque. Tê-lo aqui é tão bom e ao mesmo tempo tão surreal… Eu sei que gosto dele, sempre vou gostar. Mas sei também que há qualquer coisa diferente em mim. Algo que me diz que se eu consegui viver estes dois anos sem ele, talvez também consiga o resto da vida.

– Annelise? – sussurrou ao fim de alguns minutos em silêncio, interrompendo os meus pensamentos.

– Sim?

– Eu continuo a amar-te… – senti o meu coração apertar-se.

– Lucas, eu-

– Shh – interrompeu-me apertando-me mais contra si. – Não tens de dizer nada, meu amor. Eu sei o que tens passado e por mais que me doa, eu compreendo. Mas eu também sei que – afastou-se um pouco e colocou a sua mão na parte superior esquerda do meu peito – isto aqui, ainda bate por mim. Pode não ser como antes, mas é suficiente para me dar a força que preciso – beijou a minha testa. – Até amanhã, Annelise. Manda mensagem para o meu antigo número se precisares de algo ou simplesmente quiseres falar, ok? – assenti. – Eu amo-te – proferiu, antes de beijar carinhosamente a minha bochecha e sair.

«»

– Posso saber o que é que o Justin Bieber veio aqui fazer?

– Mãe, o nome dele é Lucas – revirei os olhos.

– Como querias. Responde à minha pergunta.

– Veio visitar-me – respondi e virei-me começando a subir as escadas.

– Veio da Inglaterra para te visitar?! Poupa-me! E não me vires as costas Annelise Marie! – voltei-me para ela, e ergui uma sobrancelha.

– Se não o quê? Vais trancar-me no quarto como fazias antes? Poupa-me tu, mãe! Eu já tenho dezassete, não sou mais a criança estúpida que esperaria até aos dezoito para fugir. Posso muito bem fazê-lo, se me apetecer. Aliás, é mesmo isso que vou fazer – disse e subi rapidamente as escadas, entrando no meu quarto. Tranquei a porta e peguei na minha mochila.

Eu preciso de um tempo neutro, onde não tenha a minha mãe sempre a fazer-me pressão.

Abrir o armário e tirei de lá uns calções de pijama e a t-shirt do Kentin. Fui às gavetas e tirei de lá a roupa íntima que iria precisar. Depois que coloquei tudo o que iria precisar, como escova de dentes e pensos higiénicos, fechei a mochila e peguei no telemóvel. E liguei para a única pessoa que sabia que me ia ajudar sem fazer muitas perguntas.

“Anne?” – a sua voz soou preocupada. – “Está tudo bem?”

– Eu preciso de ajuda… Podes ir ter comigo ao parque, por favor?

“Sim, claro, mas porquê? Que se passa?” – suspirei.

– Annelise Marie, abre-me já está porta! – a minha mãe gritou do outro lado da porta.

“Anne? Isso foi a tua mãe?”

– Eu explico tudo quando nos encontrarmos, ok? Só vai ter ao parque daqui a dez minutos, por favor.

“Eu… Tudo bem, daqui a dez minutos estou lá, маленькая (pequena) ”

– Annelise, não me obrigues a pedir ao Morgan que deite a porta abaixo!

– Já vou mãe, já vou! – peguei no meu casaco, e pus a mochila nos ombros. Coloquei o telemóvel no bolso das calças e respirei fundo.

Tu consegues.

Assim que abri a porta, a minha mãe entrou para o quarto, mas eu não lhe dei tempo de falar e comecei a descer as escadas. Ouvi passos atrás de mim. Quando ia a abrir a porta da rua, ela agarrou-me no braço obrigando-me a parar.

– A onde é que pensas que vais?

– Não te preocupes, eu não vou fugir do país, nem nada. Agora larga-me se fazes favor.

– Engraçado como bastou uma visita dele, para tu voltares a seres a Annelise rebelde. Pensava que já tinhas ultrapassado essa fase – encarei os seus olhos azuis e tentei manter-me firme por mais um pouco.

– Engraçado como tu continuas a mesma controladora de sempre – murmurei e soltei-me do seu aperto, abrindo a porta de casa e saindo. Andei em passos apressados ao longo do caminho que dava ao portão da minha casa. Assim que o atravessei, dirigi-me para a entrada do parque, comprimindo a vontade de chorar. Pude avistar o corpo dele ao longe e corri até ele, lançando-me nos seus braços assim que cheguei perto o suficiente. Ele pareceu surpreso ao início, mas logo correspondeu ao abraço, apertando-me contra si.

– Vai ficar tudo bem, Annie, vai ficar tudo bem – murmurou, beijando o meu cabelo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, não julguem a Anne por ter explodido, toda a gente deve explodir de vez em quando, né? xD
O que acharam do cap? ^^
Beijinhos e até à proxima quarta ^^
Já agora, passem no meu tópico do ad e adicionem-me: http://www.amordoce.com/forum/t27165,1-pedidos-julgar-um-livro-pela-capa-por-brunaas.htm