Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 32
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olá meus abacates! :)
Digo-vos que só era para publicar este capítulo sábado, porque queria ver se vocês comentavam mais. Mas, feliz ou infelizmente não consegui guardar o capítulo só para mim.
Confesso que fiquei triste por saber que mais ninguém teve vontade de comentar, e talvez tivesse escrito e publicado mais rapido se algum leitor fantasma se tivesse manifestado.
Mudando de assunto, eu tive um fim de semana de merda, uma segunda pior ainda e uma terça que nem vos conto. Tudo por culpa de matemática, de problemas em casa e de uma certa pessoa que se esquece que eu exito. Só estou a dizer isto para desafabar, porque preciso mesmo.
Vá, meus anjos, boa leitura! ^^

[Obs: Capítulo editado e revisto a 24 de Fevereiro de 2015]



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Dói-me a cabeça, tipo muito mesmo. Acho que tenho uma bomba ao lado do meu minúsculo cérebro que vai explodir a qualquer momento. A minha garganta está seca e implora-me por água, como se eu já não bebesse há meses. E para completar, está bastante calor. Eu diria uns cinquenta graus debaixo do cobertor.

Pensando bem, se eu fosse uma torrada, esta temperatura era perfeita para me deixar tostadinha e estaladiça. Depois só ia faltar a quantidade certa de manteiga e, pronto, seria a melhor torrada de sempre!

Abri um sorriso com os meus pensamentos estúpidos e levei uma mão os olhos, para os esfregar enquanto me espreguiçava. O único problema foi que senti um par de mãos na minha anca, não me deixando mexer livremente. Abri os olhos o mais rápido que pude, piscando várias vezes, e só não gritei porque tapei a boca com a mão.

Que raio está o Kentin a fazer na mesma cama que eu?! E sem camisola?!

Olhei em volta, apercebendo-me que estava no quarto dele, no seu apartamento.

Quando viemos para aqui?

Tentei pensar no que acontecera ontem à noite, mas isso só estava a piorar a minha dor de cabeça, por isso desisti.

Devolvi o meu olhar para o Kentin e tentei ao máximo mantê-lo na sua cara. Contudo, era quase impossível não olhar para aqueles ombros maravilhosos. Eles são largos e musculados na medida certa. Ele não é nem um palito, nem um monstro das neves e isso é tão doce. Doce como torradas, mesmo que as torradas não sejam doces. Eu gosto de olhar para ele, ele tranquiliza-me da mesma forma, ou talvez melhor, do que quando estou a comer a minha comida favorita.

«– Eu gosto tanto desta música. Amanhã lembra-me para fazer uma versão acústica disto, ou assim – murmurei antes de encostar a minha cabeça nele. Ele é tão quentinho, tão confortável. Voltei a olhar para ele. Meu deus, como é que alguém pode ser assim tão lindo? A Camila bem tem razão quando diz que qualquer rapariga lhe imploraria para que lhe ele lhe tirasse a virgindade. Eu não me importava nada de ir para a cama com ele. – Fogo, Kentin. Tu és mesmo bonito»

Afastei-me bruscamente do Kentin, assustada com a memória. Eu disse mesmo aquilo? Ou melhor, eu pensei naquilo?

Tirei as suas mãos da minha cintura e tentei sair da cama sem o acordar. Quando finalmente consegui levantar-me, reparei que ainda tinha toda a minha roupa vestida. Um suspiro de alívio escapou pelos lábios. Não porque ache que o Kentin me fosse fazer alguma coisa, mas porque quando fico bêbada, segundo a Camila, fico demasiado atiradiça. E bem, notou-se naqueles pensamentos, n’é?

Levantei-me e tentei manter-me de pé sem cair por causa das tonturas. Comecei a andar para a cozinha, lentamente e encostada à parede para ter a certeza que a minha cara não ia lamber o chão. Assim que lá cheguei, notei uma caixa de comprimidos em cima do balcão junto com um pequeno papel. Sentei-me num dos bancos altos e peguei na folha.

Deves estar com alta dor de cabeça, por isso, vê se comes e tomas isto. Tens pão de forma no armário e a torradeira está ao lado da máquina de café. Não preciso de dizer o sítio da manteiga, certo?

Ps: não me acordes até ao meio dia.

Sorri e posei de volta no balcão. Levantei-me, já com menos tonturas e comecei a preparar o pequeno-almoço. Quando fui buscar a manteiga ao frigorífico – sim, eu sei onde se guarda a manteiga, ok? Não sou nenhuma idiota! (Vá, talvez só um bocadinho) – vi que tinha lá sumo de manga e acabei por pegar nele também.

Depois que acabei a refeição, tomei o maldito comprimido e fui sentar-me no sofá. Senti algo vibrar no meu bolso das calças. Pelos vistos, dormi com o telemóvel ali. Tirei-o para fora e desbloqueei-o para poder ver o que era. Tinham cerca de dez mensagens da minha mãe, vinte chamadas não atendidas dela também e uma mensagem do meu pai. Ignorei as da mulher abrindo somente a do meu pai.

De Pai :):

Espero que tenhas uma boa explicação para isto Annelise! A tua mãe está possessa e eu não sei que mais lhe dizer para que ela não te ponha de castigo pelos próximos vinte anos. Vê se lhe ligas quando vires isto, está bem?”

Rapidamente fui aos contactos e, respirando fundo, liguei à minha mãe.

«»

A minha mãe fez um discurso de cerca de meia hora sobre o quanto estava preocupada comigo e que pensava que tinha fugido para Inglaterra. Não é a primeira vez que ela pensa que eu fiz isso, mas em nenhuma delas eu o fiz. Por mais que eu queria ir lá, eu nunca o fiz. Será que ela não percebe que eu não vou fazê-lo? Não pode simplesmente confiar em mim? É que nem sequer tenho idade suficiente para ir.

Eu já não vou lá há mais ou menos três anos. Ela simplesmente decidiu que eu não podia ir, porque podia fazer coisas que ela não fosse gostar. Nesta última viagem, eu sei bem que, se ela quisesse, eu poderia ter ido à vontade. Mas ela não quis, não quis porque não confia em mim. Nunca confiou.

Posei o telemóvel no sofá e suspirei.

Eu tenho tantas saudades, tantas, mas tantas…

Levantei-me e caminhei até ao piano. Procurei uma folha onde pudesse escrever e uma caneta também. Assim que encontrei, em cima de uma secretária cheia de folhas com desenhos variados, que supus ser do Kentin, voltei para a beira do instrumento e sentei-me, voltando a dedilhar a melodia que antes já tinha criado. Tentei passar para o papel o que sentia, começando a escrever e procurando encaixar a melodia com isso. Sabia que ainda faltava algo no refrão, mas tal como ele disse, “metade-metade”. Assim que a minha inspiração se foi, olhei para o papel e reli tudo.

I could fly a thousand oceans

But theres nothing that compares to

What we had and so I walk alone

I wish you I didn't have to be gone

Maybe you've already moved on

But the truth is I don't want to know

Comecei a ouvir passos, fazendo-me dobrar o papel e guardá-lo no bolso. Preparei-me para tocar qualquer coisa quando uma voz sonolenta me interrompeu.

Ora aí estás tu – virei a cabeça e encarei o Kentin, que ainda se encontrava sem camisola. As coisas que lhe disse ontem viram-me à cabeça e senti a minha cara ficar quente. Desviei o olhar, nervosa. – Tomaste os comprimidos? – assenti. Ouvi-o aproximar de mim, e logo senti a sua mão no meu queixo, movendo a minha face para ele. Os nossos olhos encontraram-se e senti o meu corpo aquecer-se. – Está tudo bem, маленький*? – voltei a acenar com a cabeça e ele suspirou. Largou o meu queixo e sentou-se ao meu lado. Logo os seus braços envolveram o meu corpo para um abraço que se foi tornando apertado aos poucos.

«Ele foi outro que me abandonou. Tu não o vais fazer, certo? Vais ficar sempre comigo, não é? – perguntei, tentando esconder toda a minha tristeza com um sorriso. Ele abriu um sorriso triste e aproximou-se de mim.

Claro que sim, Anne – sussurrou.»

Eu não sei o que se passa, mas se eu fiz algo que te magoou, diz-me por favor – murmurou.

Tu… Tu não fizeste nada, Kentin – respondi, no tom baixo.

Então, мой маленький**, que se passa? – afastou-se um pouco de mm e observou-me. Suspirei, que raio lhe digo?

Eu só tenho saudades, tenho mesmo muitas saudades – um misto de tristeza e compreensão passou pelo seu olhar.

Não te preocupes, um mês passa rápido – disse, antes de abrir um sorriso e despentear o meu cabelo de forma carinhosa. Senti as minhas bochechas arderem e voltei a olhar para baixo. – Vou tomar o pequeno-almoço, queres alguma coisa?

Não, comi há pouco tempo – respondi. Ele levantou-se e foi para a cozinha.

Suspirei e deixei-me encostar ao piano. Espero que as memórias tenham parado por aqui, eu não quero saber mais pormenores da minha noite alcoolizada.

Voltei a concentrar-me no piano. Comecei a tocar a melodia que tinha criado até então. Sem conseguir conter-me, peguei na folha, e no lado inverso fui escrevendo as notas. Ouvi passos vindos da cozinha e deduzi que o Kentin já estivesse de volta à sala, continuei a tocar, “ignorando” a sua presença. Percebi que se sentou no sofá a comer, provavelmente bolachas. Parei de tocar um pouco e corrigi umas notas na folha. Tornei a tocar tudo de início e sorri com o resultado final. A parte do piano está quase feita.

Foste tu que compuseste? – virei-me para ele e acenei com a cabeça. Ele abriu um sorriso e indicou-me para que me sentasse ao seu lado. Não resistindo àqueles olhos maravilhosos, fiz o que me pediu. Assim que lá cheguei, deitei a minha cabeça sobre o seu colo e fiquei a fitá-lo. O Kentin começou a fazer-me pequenas caricias no cabelo, olhando para mim, sem nunca perder o sorriso. – Eu não sei o porquê de tu não ires para música, mas seja o que for, não é motivo para desistires do que gostas. Tu não precisas da aprovação de ninguém – eu gostava de saber onde é que ele arranja estas frase tão profundas.

Eu sei que não preciso, Kentin… É só que as pessoas esperam muito de mim, e eu não sei o que fazer… Eu tenho medo… Medo de as desiludir. Medo de não ser boa o suficiente… – deixei a minha voz morrer aos poucos. Ele colocou as mãos nos meus ombros e ergueu-me. Encarei-o com um sobrolho levantado, mas logo percebi o que ele queria. Senti o seu corpo ir contra ao meu, o meu pescoço encaixar-se na curva da sua clavícula e a sua respiração bater contra o meu ouvido.

Não tens de ter medo de nada, Anne, principalmente disso. Tu nunca irás desiludir ninguém se fizeres aquilo que gostas – murmurou. Aos poucos, os meus braços abraçaram-no de volta. – Tu és tão boa nisso, não deixes que ninguém atrapalhe algo tão bonito – ele afastou-se de mim, colocou ambas as mãos na minha cara, obrigando-me a encarar os seus belos olhos verdes. – Mesmo que mais ninguém te apoie nisso, eu apoio. Pode não ser muito, mas faço-o de coração – senti o meu peito arder e por momentos não consegui observar mais nada que aquelas esmeraldas, que me encaravam como se eu fosse a torrada mais apetecível do mundo.

« – Sabes, tens uns olhos mesmo bonitos – sorri, soltando depois um pequeno riso ao lembrar-me dos meus pensamentos tolos quando o vi no dia do “anuncio” do noivado. – Eu lembro-me que quando te vi a primeira vez, não conseguia parar de olhar para os teus olhos – ri-me mais um pouco. – Se não fosse o Germano eu acho que teria tido uma enorme crush em ti. »

Vergonha atingiu todo o meu ser e afastei-me dele bruscamente.

Não, eu não posso ter dito isto. Eu quero enterrar-me na areia e só sair no próximo século. Deus, eu nunca mais bebo na vida!

Encarei a parede com a coleção de carros dele, e respirei fundo. Ele provavelmente já não se lembra de nada, se calhar até estava bêbado também.

A quem eu quero enganar, é óbvio que ele não estava bêbado!

Está tudo bem, Anne? – perguntou, antes de se levantar e colocar-se atrás de mim. Anuí nervosamente. Ele colou o seu tronco a minhas costas e ergueu um braço, apontando para um carro.

Este é o meu preferido – comentou. – O meu avô tem um igual na Rússia. Ele diz que é meu, desde que eu o vá buscar, ou então que vá morar para lá.

Lembrei-me da sua conversa ontem com o meu pai. Da maneira com que disse aquelas palavras, como se tivesse a certeza do que estava a falar. Como se de facto já tivesse pensado naquilo várias vezes.

Tu… Tu falaste a sério quando o meu pai te perguntou aquilo? – sentiu-o ficar tenso.

Eu… Sim… Não menti em nada do que disse – virei-me para ele e sorri.

Então, a rapariga estúpida que não vê que tu estás apaixonado por ela, é ainda mais burra do que eu pensava – afirmei. Ele encarou-me confuso.

Por que dizes isso?

Porque tu falaste de forma tão apaixonada, que só uma pessoa lenta e com o cérebro do tamanho de uma ervilha é que não ia perceber que tu estás apaixonado. Por isso Kentin, ela é burra, muito burra.

Burra? – ele perguntou com um sorriso. Concordei, fazendo-o rir. – Meu Deus, se tu soubesses o quão irónico isto é – comentou, baixinho, antes de voltar-se a rir.

Irónico porquê? – agora quem está confusa sou eu.

Nada, nada – comentou, antes de despentear o cabelo e ir sentar-se de volta no sofá. – Que vamos fazer hoje, ervilha?

Não sei, que te apetece fazer? – perguntei.

Sinceramente, apetece-me ir à PizzaHut almoçar e depois vê-mos que fazemos – encolheu os ombros.

Mas ainda há pouco tomaste o pequeno-almoço! Já tens fome outra vez? – a sua barriga respondeu por ele, fazendo alto rugido, como se houvesse um urso lá dentro. – Já vi, ou melhor ouvi que sim – comentei, antes de desatar a rir.

«»

Assim que o empregado pousou a pizza na mesa, não perdi tempo e tirei logo uma fatia para o meu prato. Eu até podia não ter muita fome, mas ganhei assim que entrei aqui e fui intoxicada com o perfume maravilhoso a pizza.

Para quem não tinha fome… – disse, num tom de gozo.

Shiu! – fiz-lhe um olhar intimidador. Ele soltou uma gargalhada e também começou a comer.

Sabes, ontem estavas mais simpática comigo – um sorriso de lado estava estampado no seu rosto. As minhas bochechas começaram a ficar vermelhas.

Não sei do que falas… – disse, como quem não quer a coisa. Trinquei mais um pouco a fatia.

Se quiseres, eu posso relembrar-te… Qualquer coisa a ver com a possibilidade de tu teres uma crush em mim… – É oficial, eu nunca mais saio à noite!

Oh! Cala-te, isso é mentira. Era a vodka a falar por mim – respondi, desviando olhar para o meu prato.

Sempre ouvi dizer que os bêbados não mentem – ah, caraças, que eu vou-lhe partir aquele sorriso lindo!

Olha, tu…!

Eu? – ele parecia estar a divertir-se com isto.

Vai à… – resmunguei.

Calma lá, ervilha. Só estou a brincar contigo. Afinal já era um pouco óbvio essa tua paixão por mim… – respira fundo, Anne. Respira fundo. – É uma pena eu já estar noivo de uma pessoa irritante, se não até nos poderíamos divertir.

Nem nos teus sonhos, Kentin – revirei os olhos.

Não seria mais nos teus? – ergui-lhe o dedo do meio, fazendo-o rir-se e continuei a comer.

Não voltamos a tocar no assunto relacionado com o meu estado de ontem à noite, falando só sobre coisas banais durante o resto da refeição. O Kentin insistiu para pagar, como se eu fosse alguma pobre de rua. E eu só deixei porque ele não é nenhum pedinte, se não, cada um pagaria o seu.

Caminhamos para fora do estabelecimento lado a lado e dirigimo-nos para o carro. Assim que lá chegamos, o rapaz encostou-se ao capô do mesmo e encarou-me.

Que vamos fazer agora? Isto é, se não quiseres que te deixe em casa, é claro – ele faz uma expressão esquisita sempre que tem medo que eu não vá querer passar tempo com ele.

Por mim, tu podes escolher o que quiseres. Eu não quero ir para casa, portanto… – Ele abriu um sorriso e puxou-me para ele, agarrando no meu braço. Quando notei, o seu braço encontrava-se à volta do meu ombro.

Então vamos caminhar!

«»

Kentin, vamos jogar à verdade ou consequência? – perguntei, erguendo um pouco a cara para o conseguir olhar nos olhos.

Por mim tudo bem.

Mas sempre que alguém responder que “não” a uma pergunta de verdade, tem de cumpri uma consequência, ok? – ele assentiu.

– Quem começa?

Então… Verdade ou consequência?

Hum… Verdade – respondi, encolhendo os ombros.

Ora bem… – ele começou a olhar para os lados, provavelmente a pensar em algo para me perguntar. – É verdade que não andas só triste pelo facto de o Germano ter ido à Rússia? – Oh fuck.

Sim – respondi, desviando o olhar para o chão. Eu não quero falar disso, eu não quero f-

É a tua vez, ervilha – voltei a encará-lo, erguendo uma sobrancelha. – Que foi? Eu só fiz uma pergunta, agora é tua vez. É assim que se joga, burra – fuzilei-o com o olhar, mas acabei por sorrir.

Verdade ou consequência?

Verdade? – disse como se fosse óbvia a escolha. Ok, até era.

Agora só tenho de pensar em alguma coisa que ele vá ter de negar, para depois ter de o obrigar a fazer uma consequência…

É verdade que já comeste um travesti? – sorri de forma maliciosa na minha mente.

Claro que não – respondeu.

Afastei-me dele. Deixei que a minha expressão matreira saísse para fora e esfreguei uma mão na outra. Comecei a fazer pequenos risinhos como uma psicopata, fazendo-o encarar-me de forma confusa.

Comecei a observá-lo. Que lhe vou obrigar a fazer? Ele está a usar de quadrados preta, que me faz lembrar um pescador. O seu boné, usado ao contrario da-lhe um ar ainda mais descontraído. E digo-vos, só lhe faltava uma mochila para parecer um daqueles rapazes que se vê nos filmes, a pedir boleia.

Oh, é isso!

Preparado para a consequência? – ele anuiu, embora medrosamente. Também, eu parecia uma serial-killer com todos aqueles risos malévolos. – Ora bem, meu querido Kentin...

Até tenho medo do que vai sair daí – ironia escorria da voz dele.

Tu vais ter de andar por esta rua toda a pedir boleia… – um suspiro de alivio escapou entre os seus lábios.

Só isso? Na boa.

Com a camisa desapertada – finalizei a minha frase, fazendo-o engasgar-se.

Com a camisa desapertada?! – assenti. – Oh, Anne, menos. Arranja lá outra coisa.

Nope – respondi, carregando no “p”.

Estás a falar a sério? – perguntou, encarando-me.

Claro que estou. Anda lá, ma’sé! Não sejas um medricas.

Eu não sou medricas! – gritou, dando-me a sensação que acertei no seu ponto fraco sem querer.

Então anda lá, senhor-eu-sou-corajoso.

Tudo bem, se eu for violado, a culpa será exclusivamente tua, ervilha – disse, num tom enervado.

Duvido que alguém te queira ele já se encontrava a abrir a camisa, botão por botão.

Anne, não olhes. Tu és forte. Olha ali que árvore tão bonita. Por que não encará-la o resto do dia?

Anne? – virei-me para ele e tentei ao máximo focar a minha atenção na sua cara. – Até onde tenho de ir?

Até aquela árvore ali ao fundo – respondi, apontando para a última árvore antes da esquina da rua.

Mas são mais ou menos quinhentos metros! – exaltou-se. Encolhi os ombros e comecei a andar. – Por que é que eu aceitei jogar, mesmo? – ouvi-o lamentar-se antes de suspirar.

Devido a estarmos no centro da cidade, estão sempre a passar carros, tornando isto ainda mais divertido. Virei-me para trás, deparando com uma das imagens mais sexy’s que já vi.

O boné dá-lhe um ar infantil, contrastado com a masculinidade que a sua barba transmite. O seu pescoço fica perfeitamente moldado pelo colarinho, os seus ombros largos são realçados pelo tecido preto. A abertura da camisa revela o seu six-pack sensual, guiando-nos até à sua v-line definida, um pouco escondia pelo preto dos bóxeres da Dulce & Gabana.

Senti o meu corpo aquecer com esta visão do paraíso (talvez do inferno, já que aquilo é puro pecado). Ele encontrava-se completamente abstraído da minha presença, tendo os olhos focados nos veículos que passavam. Sem resistir, tirei o telemóvel do bolso e liguei o instagram , querendo imortalizar aquele momento. Ou melhor, aquela perfeição.

'AnneWill_: Someone is desperate for attention … 😂 😂 😂 @Ketin_notken_Petrov intragram.com/p/yd45xsb/'

«»

Quando estávamos a chegar ao fim da rua, um carro parou ao lado do Kentin. Parei de andar, observado o que acontecia.

Um grupo de raparigas saiu do interior do veículo, agindo como completas fangirls, indo a correr contra o rapaz, pedindo para tirar uma foto. Ele ficou completamente atrapalhado, principalmente quando alguma passava a mão por sítios onde, obviamente não devia. Os seus olhos foram postos em mim e não foi preciso a sua voz sair para que eu percebesse a mensagem:

Vais pagar por isto


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? xD
Aviso-vos que isto não acaba aqui, afinal, a Anne ainda não se lembrou do mais importanta naquela noite ahahah xD O próximo capítulo será uma continuação deste.
Já agora, o capítulo especial deve sair daqui a 2/3 capítulos, curiosos? ^^
Vá, beijinhos! Fico à vossa espera nos comentários, meus anjos :)

ps: alguém gosta do Nathan Sykes? xD