Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 26
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá meus abacates preferidos! ^^
Cá está o novo capítulo e como não tenho ninguém a quem dedicar, vou dedica-lo ao meu gato, porque fez-me companhia nestes dias.
Tem uma música lá para baixo, penso que não preciso de dar as instruções do costume, né? xD
Vá, vou leitura! :D

[Obs: Capítulo editado e revisto a 22 de Fevereiro de 2015]



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Anne’s P.O.V

Olhei-me ao espelho mais uma vez. Parece mais que vou a um concerto de rock do que propriamente a um jogo de futebol. Encolhi levemente os ombros, como se verbalizasse o grande “que se foda” que estava a pensar. Apertei melhor o nó da camisa à volta da cintura. Fui até ao quarto de banho e prendi o cabelo num rabo-de-cavalo alto. Peguei no telemóvel, descendo logo de seguida.

– Onde pensa que vai, Annelise? – virei-me para encarar a Anastácia.

– Esperar pelo Kentin lá fora, não posso?

– Ah! Se é para sair com o menino Kentin, esteja à vontade. Só volte antes de jantar, penso que os seus pais chegam hoje – assenti e caminhei para fora de casa.

Tive que pedir ao Kentin para ir comigo ao jogo, ou pelo menos levar-me até lá por causa da Anastácia. Mesmo reticente, ele acabou por aceitar acompanhar-me e ficar lá comigo até o jogo acabar, para não me sentir sozinha. Ouvi uma buzina de carro e olhei para a frente. Ele chegou. Apressei-me a entrar e a por o cinto de segurança. Quero ainda desejar boa sorte ao Germano antes do jogo começar.

– Olá – disse, depois de ele arrancar o automóvel.

– Olá – respondeu-me com um pequeno sorriso.

– Olha, obrigada por estares a fazer isto.

– Não tens de agradecer. Os meus amigos jogam quase todos lá, por isso até é um favor que me fazes em vires, ao menos tenho companhia. Não como se viesse por tua causa – murmurou, embora parecesse que se estava a convencer a si.

– Quem joga lá mais?

– Bem, tem o Germano, que é o capitão. Já está lá há mais anos que o resto, penso eu. Depois tem o Castiel, o Armin e o Lysandre. Às vezes pergunto-me como é que estes dois últimos jogam. O Armin acaba sempre por se meter num canto com o telemóvel e o Lysandre, bem… Esquece-se sempre de alguma coisa, as vezes só trás uma sapatilha e coisas assim.

– Porque é que tu não jogas? Não gostas de futebol? – ele negou com a cabeça. É tão raro encontrar algum rapaz que não goste de futebol neste país, que não seja gay, nem gamer, nem – e desculpem o termo – badocha.

– Prefiro desportos de luta, como boxe. Aliás, eu ando numa academia de boxe com o Nathaniel. Não sei se te lembras dele, um loiro? – Loiro, loiro, loiro…

– Ah! O cara de anjo! – elevei um pouco a voz. O Kentin começou a rir-se.

– Ele de anjo só tem mesmo a cara – comentou.

«»

– Para onde queres ir? – perguntou-me enquanto entravamos no estádio.

– Qualquer lugar que dê para ver bem – comecei a olhar para todos os lados à procura do cabelo loiro do Germano, mas nenhum sinal.

– Eles devem estar no balneário, queres que te leve lá? – assenti como uma criança quando lhe perguntam se quer um chupa. Ele encaminhou-me para a zonas do balneário com uma mão nas minhas costas. O pequeno toque dele estava-me a causar bastantes arrepios. Mas eram arrepios esquisitos. Parecia que estavam a picar-me as costas, e a minha barriga parecia contorcer-se toda. Um grande grupo de pessoas veio na nossa direção, fazendo com que o Kentin me puxasse para si, obrigando-me a abraça-lo de lado. – Deixa a canalha toda passar e já vamos – disse, enquanto me puxava mais até a minha cara colidir com o seu peito. Lembram-se aquelas coisas que eu estava a sentir? Agora são mil vezes pior, acho até que fiquei corada. Contudo, eu não era a única assim. O coração do Kentin também batia bastante rápido, mas o som que fazia, era, no mínimo, reconfortante. Como se me dissesse que ali estava segura. Entretanto, as crianças barulhentas acabaram e ele afastou-se. Agarrou-me o braço, levando-me até ao balneário.

À medida que nos aproximávamos, ouvia-se um monte de vozes masculinas a falar, quer dizer, a gritar.

– Eu entro primeiro, para o caso de haver algum não vestido, ok? – concordei. Ele entrou e logo toda a gente começou a dizer o nome dele. Ele saiu passado alguns segundos e fez-me sinal para entrar. Sabem que eu estou a entrar numa toca de lobos, certo?

Timidamente, acompanhei o Kentin, e à medida que me foram vendo, as vozes cessaram completamente. Ficaram todos a encarar-me. Vi ao fundo o Arménio, ou lá como se chamava a jogar numa psp. Reconheci ao seu lado o Lysandre, e ao lado deste encontrava-se Castiel com o seu inconfundível vermelho-cereja. Tentei procurar pelo Germano, mas nenhum sinal dele. Talvez estivesse no quarto de banho.

– Olha se não é a minha anã favorita! – disse o ruivo enquanto caminhava até mim. – Viste apoiar o teu salvador? – sorriu e puxou-me para um abraço.

– Claro que sim, Castiel – murmurei sorridente.

Quando nos afastamos, toda a gente encontrava-se chocada com a atitude carinhosa dele. Lysandre também acabou por se aproximar.

– Annelise, que prazer voltar a ver-te – disse enquanto me dava um beijo na bochecha.

– Prazer é só na cama, Lysandre – proferiu o ruivo, fazendo a maior parte rir-se. – E esta é demasiado para o teu bico.

Continuamos a falar durante algum tempo. Eu queria muito perguntar pelo Germano, mas eu sabia que se perguntasse, o Castiel ia começar com aqueles comentários sobre ele não ser o que parece e eu não estou para ouvi-los quando ele nunca me explica o porquê de dizer isso. Ouvimos alguém entrar. Virei-me o mais rápido que pude para a porta – o que me causou uma pequena tontura – e encarei o German despenteado que ali se encontrava. Ele pareceu surpreso por me ver, mas logo abriu um enorme sorriso e veio abraçar-me. Ficamos assim até ouvirmos alguém a tossir. Pensaram no Castiel? Acertaram em cheio. O Germano afastou-se de mim e encarou os colegas com um pequeno sorriso.

– Desculpe, surgiu um contratempo e demorei mais um pouco, mas equipo-me em menos de cinco minutos, dêem-me só aqui algum tempo com ela – eles assentiram e voltaram a conversar entre si. – Temos de ser rápidos que daqui a pouco vem o treinador – anuí.

Puxou-me para a zona perto dos chuveiros. Reparei que dali não víamos ninguém e, provavelmente, ninguém nos veria.

Sem esperar mais, encostou-me à parede e beijou-me com a urgência habitual. As minhas mãos foram apressadamente para o seu cabelo e as suas para a minha cintura. Mesmo que soubesse o que o beijo ia ser pequeno, porque ele tinha de se despachar, tentei aprofunda-lo ao máximo. Dei uma pequena mordida no seu lábio inferior e ele atacou-me ainda com mais força, obrigando-me a ceder passagem à sua língua. As suas mãos desceram até as minhas pernas e apertaram-nas levemente. Percebi o que ele queria e logo as ergui, pondo à sua volta. Prensou-me ainda mais contra a parede. Comecei a puxar-lhe o cabelo e senti as suas mãos começaram a subir pelas minhas pernas, chegando ao-

– Germano, ainda demoras? – a voz de fundo do Castiel fez com que nos soltássemos rapidamente e nos recompuséssemos.

– Já vou! – gritou de volta. – Isso foi um beijo de boa sorte? – perguntou com um grande sorriso.

– Não – respondi. Ele ergueu a sobrancelha. Aproximei-me dele e juntei os nossos lábios mais uma vez. – Boa sorte – disse sem separar a nossas bocas.

«»

– Kentin? – chamei. Ele estava de mau humor desde que saímos de balneário. E acho que tem dedo do ruivo nisto.

– Hum? – não desviou os olhos do jogo.

– A onde é que posso ir comprar alguma coisa para beber? – perguntei. Ele suspirou e levantou-se. Agarrou a minha mão e começou a puxar-me.

– Eu levo-te lá. O mais provável era acabares por te perder – realmente, era bastante provável. A mão dele está bastante quente e é tão confortável como o abraço que demos antes de irmos ter com os rapazes. Não sei como consegui apegar-me tanto a ele em tão pouco tempo. – O que vais querer? – olhei em volta e reparei que já estávamos no bar.

– Um sumo de manga – o senhor que estava atrás do balcão foi buscar e eu comecei a procurar dinheiro nos bolsos dos calções com a mão disponível.

– Aqui está – ia pousar o dinheiro quando o Kentin pousou algumas moedas. Agarrou o sumo e voltou a puxar-me. Quando já nos encontrávamos longe dali, parou e virou-se para mim. – Toma – entregou-me o sumo junto com a palhinha.

– Obrigada – ia separar a minha mão da dele para encaixar a palhinha, mas ele aumentou o aperto e com a outra mão agarrou o objeto de plástico encaixando ele mesmo. – Obrigada mais uma vez – ele encolheu os ombros.

Voltamos a caminhar, desta vez lado a lado. Pode notar de longe, uma cabeleira azul sentada perto dos nossos lugares. A medida que nos aproximamos, reparei que era o gémeo do Arménio, Alex, penso eu. Ao lado dele estava a Matilde, com um vestido azul justo que só ia até meio das coxas e possuía um decote quase até ao útero. Kentin pareceu não reparar neles, o que me agradou. Eu não gostei daquela coisa azulada na primeira vez que o vi e da Matilde, bem, essa nem preciso de dizer o porquê, certo?

Sentamos quase à frente deles.

– Olha, é o Kentin e a noiva! – a voz aguda do Alex fez-se ouvir. Será que agora o Kentin não se apercebeu?

– Vamos lá? – espero que tenham lido isto com a voz da rapariga mais nojenta que alguma vez já conheceram.

– Claro que não! Não vamos interromper! Eles até estão de mãos dadas – os meus olhos foram logo para as nossas mãos. Ainda estamos de mãos dadas! Senti a minha cara ficar vermelha e desviei o olhar, voltando a prestar atenção ao jogo. Eu sei que o certo seria largar a mão dele, mas está tão quentinha…

«»

– Festa em minha casa! – gritou o ruivo assim que saiu do balneário. Todos os outros gritaram em alegria e caminharam atrás dele. O jogo acabou por ficar dois a zero, sendo que os dois golos foram marcados pelo Castiel. – Também vens, certo, anã? – olhei para o Kentin, que era a minha boleia, à procura de uma resposta. Ele acenou em concordância.

Eu queria ficar à espera do Germano, mas o Kentin insistiu para que fossemos indo, que ele ia logo lá ter, alegando que o loiro era muito lento a tomar banho. Acabei por aceitar e logo fui puxada pelo Castiel para o meio dos rapazes todos.

Quando estávamos a sair do estádio, olhei mais uma vez para trás, à procura do German, porém, a única coisa que encontrei foi uma miúda de cabelo castanho que me era familiar a olhar para mim.

– Vais com o Kentin, ou comigo? – encarei o dono da voz e não pensei na resposta.

– Com o Kentin – voltei a olhar para trás, à procura da rapariga, mas ela já não estava lá. Estranho.

– Vamos, Anne?

– Sim – entramos no carro e ele começou a conduzir até ao apertamento do ruivo. – Como são as festas na casa do Castiel? – perguntei. Vá que aquilo era cheio de droga, stripperes e muito álcool? Ainda dá tempo de fugir.

– Acho que não são aquilo que estás à espera. E não vai nem metade da gente que disse que ia.

– Como assim?

– Basicamente é só a nossa turma, uma roda no chão da sala, duas guitarras e muitas batatas fritas e álcool – respondeu, surpreendendo-me.

– Não é daquelas festas tipo filmes? – ele gargalhou e negou com a cabeça. – Pensava que o Castiel era mais rebelde.

– Ele até é, mas não dentro da sua casa. No fim quem tem de limpar é ele, e acho que se nota que ele não gosta de ter esse trabalho.

O prédio não fica muito longe do estádio, por isso chegamos lá em menos de dez minutos. Saímos dois do carro e subimos até ao nono andar. Quando lá chegamos, o Castiel encontrava-se a fechar a porta com o pé. Tinha um monte de sacos na mão com garrafas e pacotes de batatas fritas.

– Precisas de ajuda? – perguntou o Kentin, elevando a voz para que ele o ouvisse. O Castiel encarou-nos e depois desceu o olhar até aos nossos braços e franziu o sobrolho. Segui e o seu olhar e encontrei a minha mão entrelaçada na do Kentin. Fiquei com vergonha e soltei-a rapidamente. Quando é que juntamos as mãos?!

– Por acaso, preciso.

Kentin apressou-se a ir até ele, segurando algum dos sacos. Caminhei lentamente para dentro do apartamento, fechando a porta atrás de mim. Lysandre encontrava-se sentado no sofá, debruçado num pequeno bloco de notas.

Parecendo notar que o observava, ergueu o olhar e deu-me o seu melhor sorriso galanteador. Ouvi a campainha tocar e fui apressadamente abrir a porta, pensando tratar-se do Germano. Contudo deparei-me com o loiro cara de anjo, cujo nome era Nathaniel. E sim, só decorei por ser parecido com Nathan, julguem-me.

– Olá? – proferiu, embora parecesse mais uma pergunta. Atrás dele, vinha o resto dos rapazes e a Matilde. Fiz sinal para que entrassem. No entanto, todos passaram menos o loiro. – Eu ia jurar que te conheço de algum lado – disse, encarando-me seriamente.

– Eu, Annelise, noiva do Kentin, parque de diversões - relembrei-o com uma voz monótona.

– Ah! Sim, já sei. Um prazer voltar a ver-te – sorriu e cumprimentou-me com dois beijinhos. Acho que até ouvi a voz do Castiel dizer “Prazer é só na cama”.

Caminhamos os dois para a sala, onde o resto das pessoas já tinha afastado os sofás e feito uma montanha de comida e bebida no centro.

– Já estamos todos? – perguntou o ruivo enquanto me sentava ao lado do Kentin.

Nop, falta o Germano – disse a Matilde.

– Não há grande problema – disse sentando-se no lugar que eu estava a guardar para o loiro. Não o Nathaniel, mas sim o meu German. – Vamos aproveitar que temos aqui a Annelise e mostra-lhe do que somos capazes. Idiota loiro, toca qualquer coisa que eu acompanho – quando reparei, o Nathaniel encontrava-se sentado numa caixa de percussão, contou a até três e começou a tocar. Rapidamente o ruivo percebeu qual era a música e acompanhou-o. Mais tarde, e surpreendendo-me completamente, a voz de Lysandre foi ouvida. Eles têm uma harmonia incrível. E a voz do Lysandre, Jesus Cristo, aquilo é demasiado sedutor. Quando terminaram a música, toda a gente bateu palmas. Castiel olhou para mim e sorriu. – Que tal calarmos toda a gente agora? – perguntou. Aproximou-se de mim. – Conheces a “The Only Exception” dos Paramore? – sussurrou junto ao meu ouvido. Murmurei em concordância. – Então, eu toco e tu cantas, pode ser?

(ponham a música)

– Sim – ele começou a tocar e encorajou-me com o olhar. – “When I was younger I saw my daddy cry and curse at the wind. He broke his own heart and I watched as he tried to reassemble it. And my momma swore that she would never let herself forget. And that was the day that I promised I'd never sing of love if it does not exist.”

«But, darling, you are the only exception.»

«Well, you are the only exception.»

«Well, you are the only exception.»

«Well, you are the only exception.»

Ouvimos a campainha tocar, mas ele não parou a música. Olhou para a Matilde, dando a entender que fosse ela abrir a porta.

– “Maybe I know somewhere deep in my soul that love never lasts. And we've got to find other ways to make it alone or keep a straight face. And I've always lived like this, keeping a comfortable distance. And up until now I had sworn to myself that I'm content with loneliness. Because none of it was ever worth the risk.” – levantei o olhar e encontrei o Germano encostado à batente da porta da sala, observando-me.

«But you are the only exception»

«Well, you are the only exception»

«Ohh, you are the only exception»

«Well, you are the only exception»

Acabamos de tocar e todos eles bateram palmas, excluindo, claro, a Matilde. Encontrei um enorme sorriso no Kentin, que foi correspondido. Levantei-me e dirigi-me até ao Germano, abraçando-o. Ele arrastou-me até a entrada do apartamento e encarou-me com um olhar bastante serio e triste. Abraçou-me mais uma vez, aterrando a sua cara na no meu cabelo. Murmurou alguma coisa que não consegui entender e apertou-me como se a sua vida dependesse disso. Ficamos assim durante alguns segundos até que ele ergueu a cara e depositou um beijo na minha testa. Encarei-o e senti o meu peito apertar-se. Ele parece tão despedaçado. Respirou fundo várias vezes, acho que para tentar acalmar-se. Os seus olhos azuis encontravam-se mais cinzentos que o costume, dando uma sensação de frio.

– Eu não sei como dizer isto… Eu juro que isto está a ser mesmo difícil para mim… Eu acho que me vais querer matar… E peço que me deixes falar até ou fim, por favor… – murmurou. Isto parece tanto o discurso do L- – Eu… Eu vou para a Rússia.


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Notas finais do capítulo

"Fodeu!" o/
Muahahahahahahhahahahahahahahahahahah
Agora vão te de esperar para o próximo saber o que vai acontecer Muahahahah Sou tão má (sqn xD)
Espero que tenham gostado, eu gostei bastante deste capítulo. Já há semanas que queria largar esta bomba e ainda não sabia como, mas para tristeza de umas e felicidade de outras, cá esta: Ele vai para Rússia! xD
Fico à vossa espera nos comentários. Beijinhos e até à proxima queridas! :D