The Forest City escrita por Senjougaha


Capítulo 65
Capítulo 65 - Aconselhada


Notas iniciais do capítulo

É um capítulo pequeno, mas compensarei vocês!



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Quatro dias.

Quatro dias haviam se passado e Daniel dava em cima de todas as garotas que encontrava pela frente, inclusive Iria. Qualquer uma servia, desde que elas não fossem minimamente parecidas comigo e muito menos eu.

Resolvi faltar da aula. Eu estava indo razoavelmente bem em Teorias de Administração, então aproveitei o dia para dormir até tarde e tudo mais.

Mas não consegui.

Tudo o que eu me perguntava era: o que Iria fazia conversando e rindo alto com meu pai, casualmente com os pés sobre a mesa da cozinha?

– Algumas pessoas faltam da faculdade planejando ter um bom sono - eu sorri de forma cínica e peguei minha caixa de cereais - outras vão às casas dessas pessoas e frustram esses planos.

– Ou talvez ela vá à casa de uma colega de classe saber o que aconteceu - Iria correspondeu o sorriso cínico - porque não suporta mais ver a carinha de coração partido dela toda vez que um certo sujeito passa por nós.

Revirei os olhos e descontei minha frustração despejando leite e cereais numa tigela. Ataquei-os com a colher e não fiz cerimônia alguma para mastigar.

– Selene - meu pai chamou com um tom de voz nada agradável.

O encarei.

– Soube que você e Daniel tiveram uma discussão que levou ao término de vocês - ele cruzou os braços - isso é verdade?

Cutuquei o cereal com a colher.

Tinha que me lembrar de agradecer Iria pela meia-verdade depois. Eu não teria pensado nisso.

– É sim papai - respondi num muxoxo.

– Não se permita magoar, filhota - ele deu um sorriso animador e orgulhoso - até mesmo um demônio trataria você melhor.

Estremeci.

– Ah.. - ri, nervosa - não sei se concordo com isso.

Uma agulhada na cabeça me afligiu e soltei a colher na tigela abruptamente, fazendo barulho e conseguindo atenção redobrada.

– Selene? - Iria franziu o cenho - o que foi?

– Nada - dei de ombros - só uma dor de cabeça.

Iria revirou os olhos, como se estivesse me achando infantil.

Meu pai se levantou e murmurou para que fôssemos conversar no meu quarto. Ele tinha que preparar o almoço, e embora ainda estivesse cedo demais pra isso, não o questionei.

Iria franziu o cenho ao terminar de vasculhar meu quarto por todos os cantos.

– Como consegue sobreviver assim? - ela perguntou.

– Assim como? - arqueei a sobrancelha.

– Não tem decoração nenhuma - ela se indignou - nem livros, ou ursinhos de pelúcia.

Minha vez de franzir o cenho.

– Tenho cara de quem faz coleção de ursinhos de pelúcia? - perguntei ironicamente.

Ela soltou um riso abafado e fez sinal negativo com a cabeça.

– Veio aqui só pra ver o que escondo no quarto? - perguntei, curiosa.

– Não - ela se jogou na cama sem cerimônia alguma - vim falar sobre você.

Revirei os olhos.

– Não temos nada pra falar - resmunguei.

– Temos sim - ela cruzou os braços - não pense que somos amigas ou qualquer coisa do tipo, mas você anda estranha.

– Qualquer um diria que eu sou estranha - revirei os olhos mais uma vez.

– Selene - ela me repreendeu - precisa esquecer ele de uma vez.

– Claro que isso seria conveniente pra você - rosnei.

Iria balançou a cabeça negativamente, como se estivesse com pena de mim.

– O Daniel que você conhece está enterrado em lugares profundos do consciente dele - ela disse.

– Então é só eu desenterrar - teimei, me sentindo infantil.

Mas eu não desistiria tão fácil assim. Apesar de que não estava nada fácil.

Iria riu. Parecia nervosa, como uma mãe que explica para a filha que vai se casar novamente.

– Ele não quer ser desenterrado, Selene - ela murmurou.

Iria se levantou e tirou a poeira inexistente da calça jeans.

– Bom, eu já vou indo - disse - já transmiti tudo o que queria, então boa sorte.

Revirei os olhos.

– Quando você é uma vadia imbecil é menos irritante que quando banca a conselheira - murmurei, fazendo-a rir.

Bye bye, elfa - ela cantarolou e saiu pela porta.

Ouvi os pequenos saltos de suas sapatilhas fazerem barulho enquanto descia a escada e suspirei.

Me joguei na cama, encolhida como um feto.

Era o máximo que eu podia fazer naquele momento.


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