Confusions In The Enchanted World escrita por Catnip


Capítulo 13
Escapadelas noturnas, caras sujas e discussões sérias


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Eu não sei o que dizer para me desculpar pela imensidão da demora mas como acho que já estão fartos das minhas desculpas, passemos ao que interessa: o capítulo.
Como passou imenso tempo aqui está um resumindo para avivar a memória: festa de aniversário do Caleb; Dardos enfeitiçado; incêndio; pânico geral etc...

Eu não sei bem o que dizer sobre o capítulo. Acho que é melhor do que alguns que tenho postado, mas não é o melhor. Não sei bem, espero pela vossa opinião.
Boa leitura e até às notas ^^



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Erika Safiris

À medida que avanço na floresta sinto-me cada vez mais cansada. A cada paço que dou, a aprendiz de ave que transporto parece mais pesada, e já nem tenho a certeza se estou no caminho certo.

Acabo por resolver fazer uma pausa, e deixo o corpo meio transformado de Lysbelle cair no chão. Volto há minha forma humana e sento-me encostada a um carvalho ali ao lado.

Nem dois minutos passam, e ouço a rival da minha irmã a acordar:

– Onde é que eu estou? – Pergunta com uma voz de princesa indefesa. Parece que afinal são mesmo todas iguais.

– No meio da floresta – digo desinteressada.

– Raptaste-me?!

– Sim. Claro que sim – reviro os olhos.

– Porquê?! – Pergunta, ao mesmo tempo que se levanta e dirige a mim com um olhar assassino.

– Sua mula idiota, eu não te raptei! – Digo já de pé, e atirando-a ao chão. Parece que o efeito do feitiço está a passar, mas deve ter como efeito secundário ‘‘agir como uma anestesiada sem cérebro’’. – Não te lembras do que aconteceu?

Ela leva as mãos à cabeça e esfrega as têmporas, mantendo os olhos fechados. Por fim disse:

– A festa do Caleb. O ataque à tua irmã…

– Olha, não me cabe a mim ser a tua terapeuta – digo impaciente, depois de reconsiderar a minha pergunta como estúpida – apesar de eu achar que precisas de uma desesperadamente. Vamos embora.

Puxo-a para que se levante, e rapidamente estou de volta a tigre branco, com uma Lysbelle atordoada, devidamente sentada no meu dorso.

Volto a correr pela floresta, mas não reconheço o caminho. Devo ter-me enganado em alguma curva, ou então já andei demais.

Quando já estou perto de entrar em desespero os meus olhos captam uma brilhante luz azul celeste, uns metros á minha frente. Quase não tenho tempo de me aproximar e logo várias outras luzes idênticas começam a aparecer e a minha curiosidade incita-me a segui-las.

Nem cinco minutos depois de ter voltado a andar, avisto a casa da bruxa. Reparo que está acordada, pois as luzes estão acesas e há fumo a sair pela chaminé. Retomo a minha forma humana e Lysbelle mantém a sua atitude de retardo. Rapidamente chegamos perto da porta e bato três vezes.

– Mas finalmente chegaram! – Exclama a mulher de cabelos brancos quando abre a porta – entrem!

Faço como ela diz, e sou seguida pela gelada, ainda que esta venha a cambalear.

A anfitriã indica uma cadeira para que Lys se sente, e esta fá-lo sem hesitar. De seguida, a sua cabeça é puxada com violência pela bruxa, que lhe coloca os polegares na testa e os restantes dedos por entre os cabelos vermelhos, fechando os olhos em seguida. Já a vi fazer isto antes, por isso reconheço o ato como uma ‘‘leitura de memórias’’.

– Lysbelle não tens vergonha? – Pergunta, olhando para a enfeitiçada com reprovação depois de a ter largado – Quantas vezes te disse para não deixar a Erika interferir de modo algum?

A Frost não se pronuncia, e leva novamente as mãos às têmporas massajando-as.

– Tu tiveste alguma coisa a ver com o ataque?! – Pergunto à bruxa.

– Eu tive tudo a ver com o ataque – responde ela com um sorrisinho arrogante – ou achas que compraram os dardos enfeitiçados na loja da estação de serviço?!

– Para o resultado que deu, foi o que desconfiei! – Digo venenosa.

– Não digas mal da minha magia! – Grita enfurecida. – Tudo teria funcionado se não fosse por ti!

– Ora, mas ainda bem que não funcionou! Porque neste momento a minha irmã poderia estar morta, e tu sabes bem disso!

Lysbelle, aparentemente mais consciente, levanta a cabeça de repente e exclama:

– Morta?! Só podes estar enganada. O efeito passaria dez minutos depois! – Diz dirigida a mim.

– Tu acreditaste mesmo que ser atingida por três dardos enfeitiçados em cheio no peito, e todos ao mesmo tempo não tinha perigo?! – Agora eu estou enfurecida – Sempre pensei que Helena fosse a cabeça oca, mas afinal cada irmã Frost é mais burra do que a outra!

– Sua…- ela não chega a terminar a frase, porque a bruxa lhe lança algum tipo de pó mágico que a faz adormecer, e consequentemente, cair no meio do chão.

– Ela estava a atrapalhar a nossa conversa – diz-me. – Agora passemos ao que interessa: Trouxeste-a aqui para que eu a ‘‘curasse’’ certo? - Aceno afirmativamente, mas bastante irritada. – Bom, como deves ter reparado isso não vai ser necessário. Umas horas de repouso, e ela volta ao normal.

A dor que se insta-la na minha cabeça depois de ouvir isto é indescritível. Basicamente significa que corri o risco de atravessar a floresta a meio da noite e para nada.

– Mas – continua ela – já que aqui estás, preciso de te pedir um favor. Não percas já o interesse! – Exclama, depois de perceber a minha vontade de me ir embora – Obviamente que virá com uma recompensa – com isto recuperou toda a minha atenção.

– Do que precisas?

– Nada de especial – diz – mas não posso ser eu a fazê-lo. Estas pernas já não aguentam viagens longas – em seguida ri-se como se tivesse dito algo muito engraçado. Olha uns segundos para mim e notando a minha expressão continua:

– Preciso que recuperes algo que me foi tirado há muito tempo.

– Se já foi há muito tempo, porque é que só te interessaste agora?

– Porque…bem…esse objeto não era propriamente meu, por isso não o pude declarar como roubado. No entanto, preciso dele urgentemente para um ritual que estou a planear.

– E o que é que eu ganho em troca? – Pergunto.

– Aquilo que mais desejas – diz – escrever o teu próprio destino.

Hannah Safiris

Acordo ao som de um burburinho irritante e cheia de dores no corpo.

– Ainda não se mexeu – observa minha mãe depois de entrar e fechar a porta. Reconheço-a pela voz e pelo som dos saltos ao andar pela sala.

– Não – confirma Caleb – Mas já parece melhor. Pelo menos as penas já estão a desaparecer.

PENAS?!

– De que penas é que estão a falar?! – pergunto agora bem acordada.

– Olhem só quem voltou a cacarejar – diz o meu irmão enquanto se levanta e chega perto de mim. A cara de sofrida que lhe faço, fá-lo ganhar a uma postura de irmão atencioso:

– Como se sente irmãzinha?

– Melhor do que pareço, tenho a certeza.

– Ótimo! – exclama a minha mãe – Detesto hospitais. Não sei quem teve a maravilhosa ideia de te trazer para cá – faz um olhar acusador a Caleb – Vou falar com o médico. Tu, põe-te pronta para irmos – e sai.

– Atenciosa como sempre – desabafo com um suspiro.

– Agora a sério, como é que estás? – pergunta Caleb.

– Dorida – ajeito-me na cama – muito dorida – corrijo.

Ele faz uma careta de pena e volta a sentar-se na poltrona onde estava antes.

– Não queres contar-me o que se passou? – peço – Não me lembro de nada.

– Eu sei lá – começou – eu estava dentro de casa quando aconteceu. Num minuto a estava tudo normal, e no outro eu estava no meio do chão, quase a morrer espezinhado pela multidão. Pelos vistos algo no jardim pegou fogo e a casa ardeu por acréscimo.

Claro que Caleb me diz isto com toda a calma e paz do mundo. Porque o facto de a nossa casa ter pegado fogo NÃO É NADA PREOCUPANTE!

– E agora?! – pergunto estupefacta com a atitude do meu irmão.

– Agora o quê?

– Agora o que é que vai ser de nós?! Não temos casa Caleb! Não temos roupa! Oh meu deus! NÃO TENHO ROUPA!!! – escusado será dizer que por esta altura eu já não estava confortavelmente deitada na cama de hospital. Em vez disso decidi andar a passear pelo quarto como uma barata tonta – NEM MAQUILHAGEM! E as minhas lentes de contacto? Os meus óculos? Não vejo nada! Porque é que eu não vejo nada?!?!

– Toma Hannah, deixaste cair os óculos e nem reparaste - diz entregando-me os meus óculos grandes de armação prateada. Como é que deixei cair os óculos? Nem sequer me lembro de os colocar. Será que dormi com eles? Bem isso não interessa agora.

– E quanto a casa, esqueceste-te de que a nossa mãe é A Rainha Má? – pergunta Caleb.

Hum, é verdade.

– Então…a mãe vai conseguir recuperar tudo?

– Bem – começou – não de um dia para o outro naturalmente, mas ela esteve ao telefone com a Maléfica durante imenso tempo. Suponho que já tenha alguma na manga.

Deixando escapar um enorme e audível suspiro, sento-me na beira da cama, desanimada.

Eu e o meu irmão ficamos em silêncio, e poucos minutos depois ouvem-se umas batidas na porta.

– Entre – digo debilmente, mais devido ao meu estado de espírito do que ao físico.

A porta abre-se e vejo uma cabeça loira e corpo esguio espreitarem timidamente. Katherine olha para mim com um ar preocupado e está prestes a dizer algo mas é interrompida por Caleb:

– Kath! – diz já de pé em direção à porta – Temos de falar!

Katherine arregala os olhos ao som da voz de Caleb, e olha para ele visivelmente surpreendida por ele ali estar.

Passam alguns segundos super embaraçosos, com Caleb agarrando o pulso da minha amiga, ela meio estática, meio apática olhando-o fixamente, e eu com cara de idiota pela surpresa e lerdeza-pós-ataque-mágico.

Kath parece voltar à realidade e pisca os olhos rapidamente enquanto agita o braço para se livrar do toque do meu irmão.

– Eu vinha ver como estavas Hannah – diz e depois olha para mim, esfregando o sítio onde Caleb a tinha agarrado – Mas talvez não tenha vindo em boa altura - continua, já de olhos no meu irmão novamente.

De seguida sai de rompante e o meu irmão segue-a imediatamente. Enquanto isso, quase atropelam Erika, que entrava no quarto naquele momento.

– Problemas no paraí…O que é que aconteceu à tua cara?! – exclama assim que o seu olhar se vira do corredor para mim.

Eu - já recuperada do episódio anterior - corro para a casa de banho do quarto à procurado meu reflexo.

Encontro uma Hannah com óculos, toda despenteada e coberta de desenhos e riscos na cara, feitos a marcador e lápis dos olhos. Examinando melhor, percebo uma tentativa de desenhar uma monocellha entre os meus olhos, assim como vários desenhos obscenos na minha testa e bochechas pálidas – e quando eu digo obscenos refiro-me àquele com duas bolinhas e um tracinho.

– CAAAAAAAAAAAAAAAAAAALEEEEBBB!!!

Alyssa Montgomery

Quando o meu pai diz ‘‘Precisamos de conversar’’, é porque algo não está bem.

Mas quando o meu pai se senta à mesa à hora de pequeno almoço numa manhã de sábado, então é porque algo realmente não está bem.

E infelizmente, foi isso que constatei quando, depois das poucas horas de sono que dormi desde a festa dos Safiris, fui ‘‘convocada’’ para uma reunião familiar Montgomery.

Philip Montgomery estava sentado à cabeceira da enorme mesa da nossa sala de jantar, tomando o pequeno almoço assim como eu e os meus irmãos. No entanto, o ambiente estava tão pesado que era quase possível cortá-lo à fatia.

No meu interior eu sei o que passa. Sei que o meu pai não perdoaria Edward pelo que ele fez. Ou melhor, o que não fez. Mas ao mesmo tempo tenho uma pequena esperança de que o assunto morra rapidamente e as coisas continuem iguais, sem haver confusões.

Continuo a comer o meu pão de leite, e mexo o meu chá de limão com a colher, encabulada. Não sei como reagir nestas situações, e a julgar pelo silêncio da sala, não devo ser a única.

A certa altura, meu pai decide que está na altura de falar sobre o que se passa, começando desta forma:

– A partir de amanhã, – diz olhando para mim e para Lena, sentada do meu lado direito, entre mim e o meu pai – Vocês as duas vão passar a ser escoltadas para onde quer que vão. Não vão sair sozinhas a lado nenhum. Nada de passeios depois das dez da noite, e muito menos desacompanhadas.

É praticamente impossível descrever a minha reação ao ouvir isto. O meu pai ia contratar guarda costas.

– Só pode estar a brincar – digo – Já não chega ser seguida pelo Ed constantemente? Vamos ficar sem qualquer tipo liberdade agora?!

– Pelo menos já não terás de te preocupar em ser guardada pelo teu irmão, Alyssa – solta meu pai, com uma voz fria – O comportamento dele foi vergonhoso o suficiente para lhe garantir um bilhete de ida para o Colégio Tremaine. Depois do que aconteceu ontem, não merece mais o nome Montgomery, ou sequer estar perto de um!

– Basta! – diz Lena num tom de voz frio e cortante, de pé e com as palamas das mãos em cima da mesa.– Não te vou deixar tratar os meus irmãos desta maneira! Fazes do Ed um escravo, da Aly uma boneca de trapos valiosa, de mim uma marionete bailarina! Chega! Não és nenhum rei aqui, ouviste?! Não vou tolerar mais as ordens de alguém que já mão é meu pai!

E logo depois de proferidas estas palavras, Philip Montgomery dá um enorme estalo na cara da minha irmã mais nova.

E isso eu já não permitiria. E pelos vistos, Edward também não, a julgar pelo facto de se ter atirado para cima do meu pai e os dois terem dado início a um combate corpo a corpo.

Baixo-me e abraço Lena, que se tinha deixado cair no chão e chorava agarrada aos próprios joelhos. Puxo-a comigo para fora da sala, e faço sinal aos guardas do lado de fora do salão para que entrem e tomem conta da situação.

Levo Lena para o meu quarto, sentando-nos na cama e colocando-lhe o braço por cima dos ombros. Ficamos vários minutos assim, com a cabeça dela encostada ao meu ombro e a soluçar cada vez mais fracamente, e eu a tentar conter-me para também não rebentar em lágrimas.

A certa altura lembro-me de algo que nos pode animar:

Foi você o sonho bonito que eu sonhei

Foi você, eu lembro tão bem você na linda visão

E me fez sentir que o meu amor nasceu então

E aqui está você, somente você a mesma visão

Aquela do sonho que eu sonhei…

– Aly – diz a minha irmã com uma voz meiga – aprecio a tentativa, mas ouvir a canção de amor dos nossos pais não me deixa propriamente esquecer o assunto.

Assinto, penteando-lhe o cabelo com os dedos. Pouco depois levanto-me e saio do quarto, com o pretexto de ir à casa de banho.

No entanto, não é para lá que vou. Ando a passo rápido pelo corredor fora e bato levemente na última porta. Ouço um ‘‘entre’’ baixo, e faço como me mandam.

Assim que abro a porta, corro para a cama no centro do quarto e em meio a lágrimas abraço-me fortemente à minha mãe doente, que me acolhe tal e qual como quando eu era pequenina.

Eu sabia que se não fosse ela, mais ninguém poderia resolver o mar confuso em que a minha família se encontrava.

A minha mãe era a minha última esperança. Se ela não fosse capaz de resolver o assunto, então os Montgomery poderiam nunca mais voltar a ser uma família.


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Notas finais do capítulo

Então? Muito drama? Acho que estes capítulos têm saído muito dramáticos, mas eu estou a gostar de enveredar por este lado da história. O que é que vocês me dizem sobre isso?
Deu para ver quem era a velhinha do povo da Erika? Acho que deixei mais ou menos explícito, mas espero opiniões ;3
E sobre os Montgomery? Quem pensaria que a família modelo algum dia passaria por problemas tão angustiantes?

Mais uma coisinha: existem vários personagens em risco de ser eliminados, ou postos em segundo plano (Lys, Clary...) devido à falta de comentários. Tenho pena por ter perdido os comentários de alguns leitores, mas é muito difícil continuar uma história com tantos personagens sem receber no mínimo uma palavrinha de opinião em troca.
Há a possibilidade de eu vir a abrir uma ou duas vagas, mas ainda não me decidi totalmente em relação a isso ;) Depois explico melhor :P

Espero mais que ansiosa pelos vossos comentários. Tive saudades vossas e da fic :s
Beijinhos ^^