Entre conflito e tristeza e amor escrita por Lulu Tril


Capítulo 7
No final...


Notas iniciais do capítulo

Volteeeei genteee!! Pela vigésima vez, vim informar que eu não estou morta! (^_^) Sentiram a minha falta? Por favor, não me condenam, ok? Eu tenho os meus motivos pessoais... Na verdade nem era para estar escrevendo nessa época. Mas como eu sou teimosa, fiz o outro capítulo! (aleluia Jesus...)
Foi tudo corrido e estava morrendo de vontade de postar, então os erros gramaticais detalhadas vou deixar para depois reeditar. Mas se encontrarem erros gostaria que me alertassem... (-_-;)
Tentei deixar o menos melodramático o possível, tipo, menos novela das oito. Affs. O meu negócio é mais pegação. Mas quando escrevo esses dois o negócio flui....
Enfim, obrigada por ter lido a minha desculpas, e boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496036/chapter/7

Li em algum lugar que a paixão (ou o amor, sei lá) é a única coisa que consegue parar o nosso coração por um segundo. Mas vou ter que escrever uma nova hipótese para isso. Acho que o meu coração ficou parado durante três segundo quando encontrei o meu pai na cozinha da casa do lançador.

Minhas mãos suavam frio e os olhos esqueceram o que era piscar. A respiração mínima não enchia os pulmões e senti tontura como se estivesse bêbado.

Não tinha ideia de como ele tinha descoberto que o Shin-chan era meu namorado. Não tinha ideia de como ele conseguiu encontrar a casa dele, e ter me entrado aqui. O que eles conversaram? O que eles estavam discutindo? O que aconteceu aqui que as mobílias estão quebradas?

As pontas dos dedos começaram a tremer e uma onda gigante de culpa me invadiu.

É MINHA CULPA. MINHA CULPA. EU QUE TROUSSE OS AQUI. É MINHA CULPA. ELES ESTÃO AQUI POR MINHA CULPA. MIDORIMA TEVE QUE PASSAR ISSO. POR MINHA CULPA. OS PAIS DELES TAMBÉM. ESTÃO SOFRENDO. PORQUE EU ESTOU AQUI. PORQUE EU NAMORO COM O FILHO DELES. É MINHA CULPA. EU ESTOU ACABANDO COM AS FAMÍLIAS. EU ACABEI COM A VIDA DO...

− Kazu-kun?

Dei um enorme pulo ao ouvir uma voz feminina me chamar. Eu só conheço uma pessoa que me chame desse modo. Uma voz que escuto desde que me lembra.

Me virei devagar para a direção que foi emitido o som.

− Mãe?

O que você também está fazendo aqui? O que está acontecendo?

Queria fazer perguntas, mas isso não foi possível. Pois a minha querida mãe veio correndo na minha direção e me abraçou fortemente. Me senti melhor dentro do braço dela. Ali era o meu refúgio seguro. Um refúgio seguro especialmente feito para eu e as minhas irmãs. Porém quando abracei de volta, senti diferença no seu corpo e voltei a me sentir péssimo. Ela emagreceu alguns quilos. Sua pele não parece tão saudável quanto uma semana atrás.

E o lançador continuava mudo do meu lado.

− Kazu-kun! – chamou o meu nome novamente como estivesse confirmando se eu estou aqui mesmo. – Fiquei tão preocupada... Você está bem? Comeu direito esses dias? Não houve nada na escola? Você foi para escola direitinho?

Mães... Sempre continua sendo mães...

− Eu estou bem mãe. – dei um meio sorriso forçado. Acho que ela não acreditou nas minhas palavras, pois franziu a testa e começou a acariciar a minha cabeça tentando me dizer que tudo ficará bem.

Só que eu não tinha tanta certeza assim.

Então me lembro.

− Kazunari...

Que o meu pai estava ali.

Me afastei lentamente da mãe com a dignidade que me restou para não agarrar nela de novo e me encolher nos seus braços como fazia na quarta série. Eu precisava me manter firme. Mesmo que gostasse muito do meu pai, e que a realidade optou ser cruel comigo.

Olhei diretamente para ele, com muito esforço, tentando não mostrar traço de fragilidade.

Ok. O abraço com a minha mãe foi uma cena de fragilidade, mas não pode me condenar por isso.

Takao Yoshiaki me fitou por um momento pensando em algo, porém logo mudou o foco para trás de mim.

Deu um passo.

Meu corpo perdeu todo calor existente e o coração pulou bruscamente ameaçando a parar.

Deu outro passo.

Recuei por reflexo.

Não era para ele estar olhando para o lançador. Tipo, ele veio até aqui me buscar ou me xingar ou qualquer outra coisa relacionada a mim, não é?

Quando eu vi o meu pai, imaginei várias cenas e o pior delas era ele me arrastando da casa do Shin-chan a força e sem me dar a chance de explicar. Mas nada que envolvesse muito a família do esverdeado. Afinal de contas, o meu pai, mesmo depois do incidente que teve lá em casa uma semana atrás, continua sendo o mesmo homem respeitado de sempre, certo?

Não que ele poderia...

Então na mesma hora que queria negar a pior das hipóteses até o fim, o meu querido cérebro faz questão de projetar a cena que o meu pai dar um soco na cara do Shin-chan e repete essa cana infinitamente me torturando cada vez mais.

Tudo acontecia muito rápido, sem ter tempo de reagir... O meu pai chega perto do lançador...

Para de pensar...

Minha mãe solta um grito agudo e a Mikoto-san fica roxa como cadáver. No canto dos seus olhos acumulam lágrimas....

PARA!

Toshi-san entra no meio para poder afastar os dois, mas o meu pai continua

PARA CARALHO!!

Estava tão atordoado com esses pensamentos, que minha vontade era tampar as orelhas e fechar os olhos balançando a cabeça fortemente de um lado para outro até que essas cenas – cenas horríveis − desapareçam dentro de mim.

Enquanto estava sofrendo com a projeção da minha mente, o sargento deu outro passo. Como no meu pensamento...

Não conseguia respirar como se tivesse algo me sufocando e suava frio sentindo um calor congelante.

Não pensei duas vezes, ou melhor, não pensei em nada quando peguei a mão do lançador e comecei a correr na direção da porta. Escutei várias vozes chamando o meu nome, inclusive do Shin-chan atrás de mim que parecia estar confuso. Porém mesmo assim ele acompanhava o meu ritmo.

Ao abrir a porta, o vento úmido e gelado me deu cala frio. Mas mesmo assim não parei por um segundo a perna que se mexia querendo distância daquela casa. Nem tinha tempo de pensar se essa sensação aconteceu por causa do tempo, ou pelo fato de que eu estava suando frio.

As pernas pareciam menos firmes do que quando corria a quadra nos treinos. E posso garantir que não era culpa só dos asfaltos de diferentes pisos e tamanhos. Se o Shin-chan estava me chamando ou tentando conversar comigo, não me lembro. Pois estava muito ocupado entre os meus pensamentos.

Eles não merecem isso. Shin-chan não merece passar por uma coisa dessas, os pais deles não merecem, a minha mãe não precisava passar por isso de novo. Por que trousse ela? Por que a faz sofrer? Passava pela minha cabeça numa onda de desespero misturado com arrependimento e raiva enquanto corria pela cidade tombando de leve com umas pessoas que não dava para desviar. Eu, não queria passar por isso.

No começo era eu que puxava o lançador, sem rumo nem uma explicação concreta para poder justificar o meu ato. Eu só não queria estar lá com medo do que poderia acontecer.

Corri com toda força que pude achar. Que bom que hoje não teve treino. Estou em boas condições.

Mas logo era o Shin-chan que estava me puxando, como se tivesse indo para um lugar, mesmo que eu não tenha dito o porquê de ter sequestrado ele daquele lugar. Droga das pernas longas. Sorri me desprezado. Olhei para baixo sem condição de continuar encarando as luzas que iluminava a noite qualquer para qualquer pessoa pela calçada, que por a caso eu queria que tivesse um Black out agora mesmo para que não pudesse nos achar, pelo menos por esta noite.

Ao abaixar um pouco a cabeça, encontrei os dedos enfaixados bem cuidado dele entrelaçado com os meus. O vento gelado batia no meu corpo suado esfriando a superfície da pele. Mas a minha mão direita na esquerda dele continuava quente.

Não importa o que aconteça. Eu queria que ele não se arrependesse. Mesmo que o meu pai me tirasse da escola, mesmo que ele me mande para casa dos parentes longe daqui, mesmo que não aceitasse um filho gay.

Que nada disso abale o arremeço de três ponto entrando direto na cesta do meu querido número um lançador.

O momento que mais odiei, e amei na minha vida inteira.

O motivo de ter conhecido ele.

O motivo de ter me apaixonado por ele.

Apertei mais um pouco a mão dele enquanto corria entre a multidão. Então ignorei tudo. As pessoas virando-se quando passávamos em alta velocidade do lado deles, das luzes que nos iluminavam, dum cara que berrou quando quase nos esbarramos.

Ignorei a sombra que deu para captar no canto dos olhos.

X

Corremos por mais vinte minutos e chegamos no parque que sempre jogamos basquete nos finais de semanas.

Normalmente só demora uns quinze minutos a pé. Mas o lançador fez umas curvas loucas que acabamos fazendo mais que o triplo do percurso padrão. Ou talvez ele só decidiu vim pra cá no meio do caminho. Mas para fazer um caminho tão complexo, deve ter percebido que estávamos sendo seguidos.

Apoiei as mãos no joelho por uns momentos até recuperar o meu fôlego. Quando finalmente consegui esfriar a cabeça, olhei para o redor e percebi que hoje não tinha ninguém no parque. Totalmente deserto.

− Você me deve explicações Takao. – disse o esverdeado enquanto tentava raciocinar o quanto tempo demoraria para o meu pai nos achar. Sem muito preocupado com isso, Shin-chan cruzava os braços e me fitando franzindo a testa, - Não deu nem tempo de pegar o meu item da sorte de hoje.

− Ah, é com isso que você está preocupado?

Acho que nunca vou parar de me surpreender com o lançador. Porque, tipo, concordam comigo que tem coisas mais urgentes agora do que ficar preocupado com item da sorte de um programa de horóscopo, não acham?

Só ele consegue me fazer sentir um completo idiota em ter ficado preocupado com o corpo dele sem marcas roxas de soco, em vez de ter dado uns segundos para que ele pudesse pegar o quadro com quebra-cabeça de 2500 peças Fala sério Shin-chan.

− Mas por que você decidiu vim pra cá? – mudei de assunto já que não estou com vontade de aprofundar esse assunto com ele, principalmente agora.

− Humf. Melhor do que o seu plano de correr no meio das pessoas sem nenhum rumo. – ele arrumou os seus óculos cheio de arrogância, como costume. – Agora me diga por que você me arrastou de casa.

“Ah, porque eu fiquei com medo que o meu pai te machucasse e não queria ver essa cena. Por isso que te sequestrei num inútil tentativa de que isso podesse resolver alguma coisa.”

Ah, tá. Sonha que vou falar isso. É muito brega melodramático e... Sei lá. É muito uncool também. Tudo bem que em algumas partes da minha vida desde que o conheci, falei várias coisas, além do pensamento, de jardim de flores. Mas essa é a pior. Não. Não vou colocar essa na coleção “eu não queria ter dito isso porque pareço uma mocinha dramática”.

O lançador número um da Geração Milagrosa continuava me encarando. Porém logo suspirou entendendo que não iria dizer sobre o assunto. Então continuou:

− Não sei o que você estava pensando Takao. Isso só faz tardar o que vai acontecer. Nós não podemos pegar um avião e fugir, como acontece nos filmes. – pausou. Porém continuei mudo. Só olhando para ele. – Além do mais, temos um campeonato no inverno.

As palavras saíram tão natural da boca dele que até pensei por um momento que isso seria possível. Como se eu estaria do seu lado jogando junto com ele e sempais do Shutoku.

Fechei os olhos lentamente imaginando essa cena que seria tão maravilhoso. Com o Shin-chan lançando a bola tão alta marcando o seu três ponto inabaláveis, Miyaji-san gritando com a gente todo tempo, o capitão tentando o acalmar e Kimura-san aparecendo com frutas para comermos. E que no jogo pudesse ser parceiro deles.

Mas..., abri os olhos ao perceber que alguém estava se aproximando do parque silencioso. O vento soprou forte empurrando as minhas costas, como se levasse a cena que imaginei junto com ele. Um sopro apagando o fogo da vela.

A face do Shin-chan estava mais séria e rígida. Desistindo de fugir, resolvi me virar para o homem que tentava recuperar o seu fôlego, como nós estávamos fazendo cinco minutos atrás.

− Acho que eu estava subestimando a sua capacidade física de vocês. – sorriu sem jeito enxugando o suor da testa.

O meu pai olhou para cima, respirou bem fundo, e depois nos fitou. Desta vez, não só eu, nem só o lançador. Procurava algo para direcionar a nos dois. Não sei se isso é melhor ou pior do que focasse só um de nós como fizera na casa do esverdeado.

− Pai, eu

− Não filho. – ele me interrompeu. – Não precisa dizer nada.

Que ótimo. Não tenho nem o direito de me justificar. Será que não poderia me dar pelo menos uma chance? Só UMA.

Cerrei os punhos até que as unhas encravassem na palma da mão.

Porém as palavras seguintes que saíram da boca do meu pai era algo que não imaginava:

− Primeiro, eu lhe devo desculpas. – pronunciou as palavras num tom de arrependimento.

Pisquei rápido algumas vezes tentando entender o que acabou de acontecer. O que ele disse? Que me deve desculpa? Acho que estou tão depressivo que estou escutando coisas. Numa tentativa de tornar a realidade menos dolorosa.

Olhei para o lançador pelo canto dos olhos tentando ver se ele está com cara de confuso que nem eu ou sério (isso comprovaria que, além de ficar longe daqui vou ter que ir para psicólogo).

Porém a face dele não estava nem confuso, nem sério do tipo que esperasse uma guerra. Estava firme e determinado. Seus olhos fixos e puros, continuavam mesmo agora.

− Takao-san. – Shin-chan deu um passo a frente. – Se eu não interpretei errado, o senhor está se desculpando para o seu filho?

Eu gostaria de comentar muita coisa sobre o que o Shin-chan acabou de dizer (ignore por favor o fato de que estranhei a palavra “Takao-san”, mesmo sabendo que não é direcionado a mim). Ao invés disso, fiquei olhando para o meu pai esperando as próximas palavras serem pronunciadas. Uma palavra, na verdade. Com essa palavra tornaria minha vida um inferno ou não.

− Sim. – disse ele. – Foi isso mesmo que eu disse. Eu gostaria de me desculpar por o que causei. Foi muita imaturidade da minha parte.

Não encontrava palavras que pudesse retribuir. Eu ainda estava um pouco bravo, e revoltado. E triste, com certeza. Todavia, o meu coração amoleceu por um momento ao ouvir isso.

− Mas essa desculpa é só por ter batido no seu filho?

Como esse lançador é direto e reto... É. Tem essa questão também. Não é por causa que ele se arrepende de ter erguido a mão no próprio filho. Que aceitaria uma relação com outro homem.

− Shintarou-kun... – ele abriu a boca uma vez antes de chamar o nome do lançador, mas fechou repensando no que ia falar. – O que pode me garantir que vocês não vão se arrepender do que estão fazendo agora?

Como?

− O que o senhor quer dizer com isso? – perguntou o esverdeado.

− O que pode me garantir que vocês não vão se arrepender de ter namorado? – Repetiu a pergunta mais claramente. – Paixão não são coisas eternas, e muitas vezes machucam os sentimentos. Mas o de vocês não é só questão entre vocês dois. É algo que os outros vão “julgar”. E todos nós aqui sabemos disso. Mesmo que o mundo tenta aceitar ou minimizar o preconceito, estamos longe de conseguir essa utopia idealista do mundo sem preconceito.

“Enquanto o ser humano continuar sendo ser humano, isso é impossível”. Terminou a frase.

Mas nem estava ligando para o idealismo pacífico do meu pai.

Arrepender? Repeti mentalmente. Da nossa relação?

Me virei para o lançador preocupado.

Eu nunca, NUNCA iria me arrepender. Talvez foi, e continuará sendo a coisa mais maravilhoso que aconteceu na minha vida. Mesmo que aconteça qualquer coisa, sempre lembrarei de cada momento com todo carinho do mundo. Mas e o Shin-chan? Ele também levaria esse sentimento até o caixão? Até o seu último segundo da vida?

O esverdeado também me olhou. Seria muito desejar que queria que ele também pensasse a mesma coisa que eu?

− Não. – voltei para o meu pai e declarei. Saiu firme e duro. Como se fosse uma declaração de guerra. – Eu... – o esverdeado me cutucou, então mudei a palavra. – Nós nunca iríamos arrepender de ter nos apaixonados. Todos apaixonam. Muitos se machucam, mas não vai ser qualquer coisa que pode me machucar. O senhor não me criou para ser frágil pai.

Os meus dezesseis anos de vida naquela casa não foram feita para qualquer um fazer o que quiser na minha vida.

Nem mesmo o meu pai.

− Takao-san. Sei que o senhor tem vontade de me matar por ter metido o seu filho nessa. Se fosse possível... Se tivesse outra maneira mais segura, eu teria talvez escolhido este caminho. Não o culparia em me condenar. Além do mais, o seu filho era totalmente normal, e irritante, antes de me conhecer.

Shin-chan, essa parte do “irritante” era realmente necessário agora?

− Mas eu não seria tão feliz. – sussurrei. Foi num tom muito baixo. Porém o suficiente para que todos lá pudessem ouvir.

− Eu poderia – o meu pai abriu a boca devagar. – mandar o Kazunari para a avó dele que fica do outro lado do país.

Meu sangue voltou a congelar com isso. A aceleração do coração era tanto que achei que iria explodir. Era difícil respirar. O mais difícil era me manter em pé.

− Ela não recusaria. – ele continuou. – Segunda feira mesmo poderia me encaminhar até o Shutoku e pegar a transferência.

− Espera Takao-san! – gritou o Shin-chan desesperado. – Por favor. Nos dar uma chance de explicar. Se pudesse ver o Takao jogar na quadra... O como o time precisa dele e como ele é vivo lá dentro...!!

− Eu disse que “poderia” Shintarou-kun. É uma suposição.

Certeza? Parecia muito real para mim.

O Shin-chan também continuava levando a sério a “suposição” do meu pai.

Após observar a nossa reação, ele suspirou. A sua feição estava muito séria. Uma expressão que nunca tinha visto na minha vida.

– Shintarou-kun. Por favor, me entenda. Ele é o meu primeiro filho. Eles são a coisa mais preciosa que eu tenho. Não quero que ele sofra.

− Pai... – Eu queria dizer que eu estaria bem. Que o piro par mim seria ficar longe daqui, ficar longe do meu querido lançador, porém antes que pudesse continuar com a frase, Midorima impediu com a mão.

− Sim senhor. – respondeu o esverdeado.

Olhei para o lado. Ele também estava com uma expressão séria. Determinado, firme... Mesmo os seus dedos minimamente trêmulos não deixaram de aparentar-lo frágil.

Nenhum de nós dois sabíamos que tudo estava preste a acabar. Não sei o quê. Mas algo iria morrer ali.

− Shintarou-kun... Você sabe das consequência que podem sofrer?

− Sim senhor.

− No Japão não é permitido casamento do mesmo sexo.

− Eu sei.

− Vocês não podem adotar filhos.

−Amarei ele por que não podem vim.

− Talvez ninguém compreenda.

− Eu já estou acostumado com isso. – parou por um momento e olhou para mim. – Na verdade eu estava acostumado. Agora eu tenho ele.

Cada palavra que o meu pai dizia perfurava o meu coração. Eu ainda estou no colegial. Casamento e filhos não são as minhas prioridades máximas agora. Mas e futuramente? O que eu poderei deixar para Shin-chan? O que ele vai pensar quando os seus amigos e parentes mandarem convites de casamentos e aniversário dos seus filhos?

Mesmo assim você vai me dizer que a sua escolha foi a certa Shin-chan? Mesmo que eu não possa engravidar e nem deixar a sua genética na terra?

Mesmo assim você pode dizer que me amaria por que não pode vim? Por os que eu não pude te dar?

Os olhos do meu pai agora estavam diferentes. Não sei explicar direito. Mas estava totalmente diferente dos minutos atrás. Agora não parecia estar focado em mim nem no lançador. Parecia estar olhando atrás de nós. Além de nós. O que você está pensando pai? Por quê você parece tão triste?

− Só mais uma coisa Shintarou-kun.

A voz saiu derrotado da sua boca. Como tivesse desistido de algo.

Eu e ele ficamos rígidos com essa palavra. Era o último. Depois disso, não será possível de mudar nada. Por alguma razão, sabíamos disso.

− Me diga por que ama o meu filho.

Shin-chan piscou rápido e depois deu um pequeno breve sorriso como se a pergunta fosse algo engraçado.

Para mim demorou alguns segundos para entender que isso era o última pergunta do sargento. Mas era isso. O nosso final, ou finalmente começo, seria decidido após isso. Porém eu não estava desesperado. Como se agora fosse o eterno.

Pelo menos desejei que fosse o eterno.

O vento soprou novamente no parque, balançando o cabelo esverdeado dele de uma forma surrealmente maravilhoso, e a lua iluminava a sua face vendo aqui de baixo. Ele estava dando outro sorriso, desta vez afetuoso, que eu tão amava.

Um jeito tão Shin-chan, que só ele conseguia fazer.

− Eu amo ele porque...

Qualquer outro que dissesse isso, iria parecer estranho ou melodramático.

Só que era a frase que mais combinava com o lançador.

– Era o meu destino.

Ele apertou a minha mão com a mão esquerda.

E parecia que nada mais importava naquela hora.

Nem o breve sorriso que o meu pai deixou escapar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai genteee!! Gostaram? Espero que sim.... (^_^;)
Ah, e a parte que diz "Nenhum de nós dois sabíamos que tudo estava preste a acabar. Não sei o quê. Mas algo iria morrer ali." queria dizer que essa angústia iria acabar. Finalmente néh Yosshi-! Cada rolo que você fez me escrever heim...... E ele depois ficou parecendo depressivo e derrotado porque... Poxa, eu não sei se tem algum pai aí. Mas imagina a sua filha com o namorado do lado e ele está roubando ela.... Então. Tipo isso.

Acho que de explicação que não deixei tão claro.... Se tiver outras partes podem deixar no comentário ou mensagem ou... sei lá.

Obrigada mais uma vez por ter lido minna!!
Quem aí está se preparando para o depressão pós término do Kuroko no Basket!?!? Eu já estou quase chorando.... snif. No manga já senti um vazio enorme.... imagina no anime.... LOL