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North estava em seu escritório, sentado, com uma das mãos apoiando a face e a outra mexendo, distraído, um trenzinho feito de gelo. Sua cabeça estava a mil, e sem inspiração; ele não conseguia criar brinquedos e novos jeitos de agradar as crianças. Seus olhos grandes e azuis vagavam pela sala, até que ele notou, no cantinho de sua mesa, um brilho refletido pela luz da lua. O grande guardião do Natal direcionou sua mão até lá e tomou o objeto que dava origem à luz; era o pergaminho que MoB havia dado a ele. O que brilhava era o dourado do papel, que tinha um pequeno selo em formado de lua minguante que prendia-o. O pequeno selo parecia mudar de cor conforme North remexia o pergaminho na mão. Talvez fosse a hora de abri-lo.

Sem perder muito tempo, North soltou o selo e abriu o pergaminho, começando, logo em seguida, a ler seu conteúdo. Ele passava os olhos por cada linha, em uma leitura que começou vagarosa e lenta, e começou a se intensificar. North franziu o cenho, tomando em seu rosto uma expressão séria. Ele se endireitou na cadeira e começou a segurar o pergaminho em ambas as mãos.

– O que...? – North dizia entredentes, lendo as últimas linhas, quando um Yeti abriu a porta de repente. – Ah! Quantas vezes eu já disse para você bater? – North disse, passando a mão sobre os olhos, se recuperando do susto. O Yeti se encolheu, e começou a falar algo que só North entendia.

– Depois eu vejo isso; agora, mais importante, prepare as coisas, eu vou chamar os outros guardiões, eles precisam saber disso. – North colocou o pergaminho sobre a mesa e começou a andar em direção à oficina.

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Elsa e Sandman faziam uma viagem silenciosa, a rainha não era muito de conversar, e o guardião só falava através de imagens; uma comunicação entre eles era um tanto difícil. Só falavam o necessário.

– Você disse que talvez existisse um jeito de saber se podemos salvá-lo, mas não me disse aonde iremos. – a rainha dizia para o guardião dos sonhos.

Sandman usou sua areia e fez a imagem de um livro, depois de um homem, e uma espécie de cúpula.

A rainha parecia ter entendido, e apenas continuou a observar a paisagem, enquanto eles faziam uma viagem pacífica até um possível futuro para o guardião da neve e diversão.

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Um homem de vestes negras e cabelos como tal andava por seu enorme palácio subterrâneo. Ele olhou para o céu, através de um buraco enorme que existia acima de sua cabeça, avistando a lua, que já estava em seu auge. O homem deu um sorriso maligno, deixando à mostra seus dentes pontiagudos e um ar mais obscuro ao ambiente.

– Parece que eu estou ganhando nosso joguinho, velho amigo. Como pode ver, eu estou um passo à sua frente, já que derrotei seu precioso cavaleiro e, em breve, terei as outras peças bem aqui, na palma da minha mão. O que você irá fazer? Qual sua jogada? Vai manter o silêncio? Por quanto tempo mais você irá ficar de braços cruzados sem fazer nada...? Bom, isso não importa... Logo irá se concretizar, vendo que eu estou com essa grande vantagem e que, você sabe, que quem triunfará serei eu.

O homem anda mais um pouco, e acaba de frente com um garoto de cabelos negros e olhos dourados, estes, que um dia já foram azuis, e seu coração já foi puro. O garoto estava sentado em uma poltrona olhando para a lua, esta já não tinha mais nenhum poder sobre ele. O rapaz, que um dia foi Jack Frost, agora já estava sendo consumido pelas trevas que ele tanto tentou dispersar do mundo, e do coração das crianças.

– Vamos, Dark Jack, mostre a eles como sou poderoso, agora que tenho você. Eles não têm nenhuma chance contra mim.

O garoto assentiu e sorriu para o mais velho, voando para cima, sendo seguido por vários cavalos de Pitch, que apenas fica admirando seu domínio sobre o garoto Frost.

– Agora é só esperar a queda de seus queridos guardiões, e quando isso terminar, não restará mais nada além do medo, e de mim. – ele gargalhava, enquanto praticamente dançava com as sombras. – É sua hora de sentir medo, Manny. É sua vez de cair.

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– Estamos aqui, North. O que aconteceu para nos chamar assim, com tanta urgência? – Tooth tentava obter explicações do amigo, que andava de um lado para o outro da sala. – Aliás, cadê o Sandman?

– Isso é mal, isso é mal... Tenho um pressentimento ruim sobre isso. – o grande homem de cabelos brancos praticamente ignora a chegada dos amigos, e continua a resmungar consigo mesmo.

– North! – Tooth tenta, outra vez, chamar a atenção do companheiro. Sem sucesso, ela faz um olhar apelativo para Bunny, que resolve tomar partido.

– Ei, seu bonachão, diga-nos logo o que está acontecendo.

– É o Jack! – North finalmente se pronuncia.

– O que tem o Jack?! Conseguiu achar alguma informação para que possamos salvá-lo? – a graciosa Tooth perguntava apressada, aguardando, ansiosa, uma resposta positiva do amigo.

– Não exatamente, mas descobri algo importante. Lembram quando pedimos ao MoB para avaliar Elsa? Ele me deu um pergaminho e disse para que eu apenas o abrisse no momento certo. Bom, eu abri, e descobri um monte de coisas.

– Então nos conte logo – Bunny o apressa.

– Vocês não vão acreditar. O Jack está magicamente ligado à menina de Arendelle. – North contou, esperando a reação dos amigos que pareciam congelados, chocados, sem fôlego, por conta da notícia.

– C-como, magicamente ligados? Isso que você está falando não tem sentido algum, North. – Bunny dizia, tropeçando nas palavras.

– Como isso é possível? – Tooth questiona, ainda boquiaberta.

– Quando Manny deu aos ancestrais da Elsa o poder para proteger o reino, é como se ele tivesse dado uma parte específica de poder. Imagine só que cada um de nós tem um poder específico, e diferente dos outros, certo? O que aconteceu com Jack não foi diferente, entretanto, a magia que os ancestrais de Elsa usaram para proteger o reino, foi a mesma que o Homem da Lua usou para criar o Jack, já que o Jack nunca foi planejado.

– O que? – Tooth colocou a mão na boca, surpresa.

– O Homem da Lua não planejava criá-lo, o Jack só se tornou um espírito por causa de sua coragem, em se sacrificar para salvar sua irmã. O Homem da Lua viu que ele era um garoto bom, e de coração valente, então resolveu salva-lo para dar a ele outra chance.

– Vivendo como espírito da neve. – Bunny conclui, fazendo North assentir com a cabeça.

– Então é por isso que ambos têm o mesmo poder... Jack e Elsa são feitos da mesma magia, a mesma essência mágica. – Tooth olhava para um ponto aleatório enquanto concluía sua linha de raciocínio. – Então existia mesmo algo que os unia, aquela sensação. – Tooth disse baixo, apenas para si, apertando o punho.

– Mas por que você disse que estava com um mau pressentimento sobre isso, North? – Bunny arqueava uma sobrancelha.

– E se o que aconteceu com Jack afetar a garota? Vimos que ela não é muito forte em relação ao coração, ela parece ser insegura. Pitch pode usar Jack para afetá-la ou até chegar até ela. Se ele a tiver em suas mãos, não sei se podemos vencê-lo.

Todos se entreolharam, procurando achar uma saída para o que estava acontecendo.

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A nuvem dourada de Sandman pousou em frente a um túnel. Ele e a rainha de Arendelle desceram e seguiram rumo ao túnel, atravessando-o, indo de encontro a um homem que estava de costas, organizando alguns livros em sua enorme prateleira. Ele virou-se e viu os dois chegando.

– Ah, vocês por aqui? O que os traz aqui, meus amigos? – MoB os cumprimentava com um sorriso amigável.

– Precisamos de sua ajuda. – Elsa se pronunciou, cortando e sendo direta.

– Pois não? Irei ajudar, se possível.

– É o Jack. Pitch o pegou, não sabemos como podemos salva-lo. Por favor, nos diga como podemos salvar o Jack. – a loira dizia com um olhar pesado, um misto de esperança e insegurança.

– Oh, isso é horrível. Um guardião sucumbiu ao mal desse jeito, é uma lástima, mas... Não há nada que eu possa fazer. – MoB virou-se e voltou a organizar os livros.

Elsa arqueou uma sobrancelha e olhou para Sandman, que deu os ombros sem entender.

– Como não? Você não é detentor do conhecimento? Não pode olhar nos seus livros e ver algo para salvarmos Jack? Como pode dizer que não pode fazer nada por ele? – a rainha dizia, aumentando seu tom de voz a cada palavra proferida. Não chegava a ser ofensiva, mas impunha mais vontade em seu falar.

MoB sorriu ainda de costas, e virou novamente para os dois ali, parados. – Elsa querida, eu não posso fazer nada, mas você pode, se você realmente quiser, claro.

– É claro que queremos, não podemos deixar as coisas como estão, Jack precisa de nós. – a loira disse, e o guardião dos sonhos concordou.

– Existe uma maneira de salva-lo, mas o preço pago por ele não será barato. Está disposta a paga-lo, não importa qual for?

A rainha olhou para MoB, tentando encontrar no olhar daquele senhor algum tipo de pista ou resposta. Ela estaria disposta a fazer o que fosse preciso para salvar o guardião da neve? Jack valeria a pena, a ponto de fazer algum tipo de loucura por ele?

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