Um Perfeito Escândalo escrita por Ana C


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Sejam amigáveis e não me matem pela minha demora ABSURDA!
Me desculpem! Eu estava em temporada de provas, aí o Nyah! ficou fora de ar e eu acabei não postando.
Enfim, espero que gostem. Leiam as notas finais ;)



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Algumas horas depois, naquele mesmo dia

Quando nosso herói e nossa heroína têm sua paciência testada


Tobias gostaria de bater em alguém.

Era só nisso que pensava enquanto esperava, sentado numa cadeira da pequena, mas muito elegante e bem decorada, sala de visitas da Casa Prior. Bom, pelo menos estava tentando sentar na condenada cadeira, que, sem dúvida nenhuma, fora feita para pequenas damas e não para homens corpulentos como ele. Portanto, não parava de se mexer no móvel, buscando sem sucesso ficar numa posição ao menos um pouco confortável. Olhou com inveja para a senhora Prior - instalada confortavelmente no felpudo sofá, parecendo totalmente alheia ao sofrimento do homem - falando pelos cotovelos. Aliás, a idosa tagarelava tanto que, se por acaso um meteorito caísse em cima deles naquele exato momento, ela com certeza não perceberia.

– Oh, senhor Eaton, gostaria de agradecer-lhe mais uma vez por salvar minha bisneta. Foi tudo culpa dela, é claro, pulando escandalosamente na frente daquele cão, - ao relembrar a vergonha que a senhorita Beatrice Prior (o nome da dita cuja salvadora de animais) a fez passar, a senhora Prior, mais uma vez, abanou-se com seu leque. Sua expressão era de profunda humilhação - atitude estúpida, deveria saber o que isso causaria à sua pobre bisavó.

Tobias, na verdade, ficara admirado com a atitude da senhorita Prior, mas que Deus o livrasse se contradissesse a anciã. Por isso, só sacudiu a cabeça, em sinal de entendimento.

– Mas aonde está o chá? - continuou, tocando o pequeno sino de prata pela milésima vez.

O jovem queria falar que ela havia ordenado a bebida, junto com biscoitos de manteiga, há menos de dez minutos, e que chá nenhum ficava pronto tão rápido, mas se segurou. Naquele instante, concluiu que nunca havia conhecida velha mais irritante do que aquela à sua frente.

~

Depois que a senhora Prior chegara berrando, totalmente exaltada, causando o desmaio da senhorita Prior, Tobias teve de carregar esta, inconsciente, até a carruagem das senhoras, a qual tinha as paredes ornamentadas com detalhes de flores, que o rapaz achou um tanto quanto espalhafatosos, e os assentos forrados com um veludo vermelho já gasto, com direito até a um pequeno rasgo, quase imperceptível, em um dos cantos. A senhora Prior ainda não havia parado de gritar com ele, pensando que era um mero abatedor de carteiras ou algo do gênero, embora suas roupas fossem de excelente qualidade. Depois que ficou sabendo que o jovem era, na verdade, herdeiro de um ducado, sua atitude mudou completamente. Foi, então, só elogios, tirando as ocasionais críticas ao comportamento de sua bisneta.

A senhorita Prior acordou somente algum tempo depois, quando já estavam chegando à Casa Prior. A senhora Prior, então, ficou quieta - aquela, aliás, fora a única vez que realmente tinha visto a velha de boca fechada, refletiu, depois, Tobias - por alguns minutos, observando, com o rosto vermelho, a moça esfregar os olhos e perguntar, atordoada, onde estava. Naquele momento, Tobias aproveitou a deixa para, finalmente, analisá-la melhor. Não era propriamente bonita: seu corpo era muito magro, tinha um nariz bastante longo e lábio finos. Seu cabelo loiro-claro, antes preso no que devia ser um coque, estava completamente embaraçado. Seus olhos, de um azul pálido, eram enormes, ocupando um espaço maior em seu pequeno rosto do que Tobias achava ser possível. Beatrice Prior era, na falta de palavras melhores, interessante. Suas expressões eram tão marcantes que o rapaz soube que nunca mais esqueceria seu rosto.

Ela, ao perceber seus olhos azul-escuro observando-a, atentos e tão estranhamente intensos, rapidamente ficou nervosa, a face quase da mesma cor que os bancos da carruagem. Fato que era, na verdade, novidade para Beatrice, já que acreditava não ser capaz de corar. Devia realmente ter batido a cabeça com muita força.

– Perdão, creio que não o conheço - disse, tentando disfarçar seu constrangimento.

Ele sorriu seu melhor sorriso, mostrando os dentes incrivelmente brancos e alinhados, com exceção de um, percebeu Beatrice, no canto direito, que estava um pouco quebrado. A jovem perguntou-se o que teria acontecido a ele. Será que se machucara quando criança, enquanto brincava? Ou o dano havia ocorrido quando já tinha chegado à idade adulta? E então desacreditou que estava realmente pensando na origem da porcaria de um dente.

– Ah, sim. Tobias Eaton, herdeiro do ducado de Dauntless- apresentou-se o homem.

Beatrice levantou uma de suas claras sobrancelhas. Excelente. Era mais um daqueles herdeiros mesquinhos, que achavam o título a coisa mais importante da vida de uma pessoa. Não entendia por que eles sempre apresentavam-se acrescentando "herdeiro de…", que inutilidade. Ela, pelo menos, não tinha o menor interesse naquela informação. Bom, pensando bem, na verdade deveria importar-se, já que todas as solteiras de sua idade certamente o faziam. Afinal, um futuro duque era um prato cheio: quem não gostaria de se tornar duquesa e viver luxuosamente? Ainda mais que aquele futuro duque em questão era incrivelmente bonito. Pare, Beatrice, lembre-se de sua situação. Nenhum herdeiro de um título tão alto, que pode conseguir qualquer mulher, irá se interessar por uma bastarda sem-graça, repreendeu-se. Não, o melhor seria procurar alguém do mesmo nível que ela, um advogado ou professor. Talvez até mesmo Robert Black, irmão de Susan, que era dono de uma famosa floricultura nos arredores de Stormont. Não era feio, com certeza que não, com seus cabelos loiros cacheados e olhos azul-turquesa. Era um partido decente. Poderia falar com Susan, e talvez… Parou de devanear quando viu a expressão divertida do senhor Eaton, esperando que se apresentasse. Foi o que fez:

– Beatrice Prior. Prazer em conhecê-lo, senhor Eaton, herdeiro do ducado de Dauntless.

Quando finalmente chegaram à Casa, a senhora Prior percebeu, horrorizada, o enorme rasgo na parte de trás do vestido da bisneta. Tobias jurava que o rosto da velha tinha ficado roxo, vermelho e uma cor próxima ao vinho, tudo ao mesmo tempo. Tinha vergonha de dizer que naquele momento fizera o maior esforço de todos os seus 29 anos para não começar a rir.

– Minha filha, o que é isso? Ah, que humilhação. Rogo que nos perdoe, senhor Eaton…

Dito isso, mandou a bisneta para o andar de cima, pedindo que se trocasse e ficasse mais apresentável. Ao perceber o olhar de puro ódio que a senhorita lançou à idosa, Tobias franziu os lábios, contendo mais ainda a risada. Não obstante, obedeceu e, depois de um aceno com a cabeça, subiu correndo as escadas.

~

Tobias, distraído, quase pulou da cadeira de susto com a exclamação da senhora Prior.

– Oh, Beatrice! Finalmente parece bem-disposta!

Ao ver a jovem parada na porta, parecendo meio na dúvida se entrava ou não na sala, Tobias rapidamente se levantou, meio aliviado, da cadeirinha, conforme era educado fazer. Lembrava de sua mãe dizendo-lhe que sempre deveria levantar-se quando uma dama chegava num recinto, e que se não o fizesse seria extremamente rude.

A senhorita Prior estava levemente mais corada, e seu cabelo fora penteado e preso em um coque um tanto frouxo, como se tivesse sido feito às pressas. Usava também um novo vestido preto, um pouco mais elaborado que o anterior.

– Senhorita Prior - saudou, sorrindo de canto.

As pernas de Beatrice começaram a tremer. Maldito, pensou, encostando-se na porta tentando manter o equilíbrio. Tudo por causa daquele sorriso de lado. Deus, como ele era bonito.

– Senhor Eaton - murmurou, na esperança de que assim sua voz não saísse tão trêmula.

Respirou fundo e, tomando coragem, andou até os dois e sentou-se no sofá, ao lado de Sarah. Acompanhando seu movimento, o senhor Eaton sentou-se de novo na cadeirinha. A garota percebeu sua expressão de sofrimento enquanto tentava encaixar seu corpo no pequeno móvel. Reprimiu a risada.

– Muito bem - disse sua bisavó, entrelaçando os dedos das mãos. - Vamos direto ao ponto.

Beatrice franziu o cenho e trocou olhares com o homem à sua frente, que parecia tão confuso quanto ela própria. A garota concluiu que a velhice finalmente começara a afetar a mente de Sarah, enlouquecendo-a de vez.

– Então, meu caríssimo senhor Eaton, - começou a velha - quando será o casamento?


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor!

Até o próximo capítulo, prometo não demorar tanto.

Ah, eu li A Escolha, hjahasjhds, Maxon seu lindo



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