NARRADOR: Era uma vez uma fadinha, que estava em uma praia, olhando para o horizonte. Ela pensava:

"Eu estava olhando a praia. Ah, bela praia, que os pôr-do-sois que eu vi fizeram-na ficar tão magnífica, mas agora, ela está sem vida.

Ah, a vida. Uma coisa tão preciosa, mas ao mesmo tempo uma coisa que passa tão despercebida. Quantas pessoas param de fazer as coisas pra simplesmente relaxar? Não conheço nenhuma.

Era o que eu estava fazendo agora. Relaxando. Simplesmente isso. Era tão acolhedor ver o pôr-do-sol na praia, pra me livrar dos meus problemas. Mas agora que ele acabou, venho aqui mesmo assim, nem que seja só para relaxar. Eu vou relaxar lá, por que lá é onde eu relaxo. Só isso.Tem gente que ouve uma música ou lê algo pra ficar relaxado, ou então dorme. Eu deito na praia e fico só pensando na vida.

As pessoas desperdiçam tanto a vida, que elas nem pensam mais nela. Eu penso. Simplesmente porque a vida é minha, e eu penso nela com medo de que ela acabe.

A vida vai acabar um dia. Na Terra, talvez até no universo. Mas eu aproveito a minha. Quando era mais jovem, fiz grandes coisas, como, cantar em um restaurante, ir a um baile... Eu sei que isso pode não parecer, mas foi bem legal.

Eu penso na vida porque tive vários amigos que já morreram. E sei que isso vai acontecer comigo."

NARRADOR: E assim, a nossa fadinha passou dias indo a praia e pensando a mesma coisa. Até que um dia, quando ela estava fraca, ela dormiu na praia e nunca mais acordou.